sábado, março 14, 2009

Dar o dito pelo não dito

"Se eu não concordar com o programa eleitoral do PS, não me candidato a deputado. Se não concordar com a declaração de princípios do PS, não estou lá a fazer nada." (11/03/2009)
"O camarada Manuel Alegre sabe que o único propósito da direcção do PS é contar com ele, como sempre contou, como uma voz crítica, como uma voz incómoda, como uma figura de referência do PS e alguém que está sempre na primeira linha para defender os valores que caracterizam o PS." (13/03/2009)
Estas duas declarações, ambas referidas a Manuel Alegre, a primeira, sugerindo que ele não deve ser candidato pelo P"S" ou sequer continuar no partido, e a segunda, afirmando claramente que a direcção do P"S" conta com o "camarada Alegre" como sempre contou, parecem ter sido proferidas por diferentes personagens mas, por incrível que pareça, devem-se a uma e à mesma pessoa, que precisou apenas de dois (!) dias para mudar radicalmente de opinião.
Com o descontentamento popular a originar manifestações de protesto como jamais se viu e as sondagens a evidenciarem o crescimento das intenções de voto na esquerda e a mostrarem que o partido do governo se encontra cada vez mais distante da maioria absoluta, Augusto Santos Silva, é dele que estamos a falar, faz tudo o que for preciso para inverter a situação. Até dar o dito pelo não dito. Sem um pingo de vergonha. Precisamente por isso é que é o "ministro da propaganda".

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