"Um pouco por todo o lado, as autarquias recusam assumir os custos da propaganda do Governo. Até hoje, só foram entregues 35 mil Magalhães. Muito longe dos números apregoados pelo Governo. Quando as pessoas se habituam a mentir, dificilmente conseguem falar verdade. Bem pode a DREN enviar emails para as autarquias. Os autarcas não são correia de transmissão do ME.
Quando se fizer a história da maior campanha propagandística dos últimos 34 anos, ficaremos a saber qual foi o papel dos pink boys que se penduraram no Plano Tecnológico para venderem ao país a ideia falsa de que o futuro da Nação depende da oferta de banda larga às criancinhas. Os pink boys saltaram dos bancos da Faculdade para o colo do PS e daí para o Governo. Não precisaram de se submeter a dezenas de concursos nem de se sujeitar a empregos de 500 euros mensais. Mal deixaram a Faculdade, tiveram direito a motorista e secretária. Não se governam com menos de 3000 euros mensais. São a novíssima casta socialista. Os netos dos fundadores. Os herdeiros. Esses pink boys, acabados de se licenciar pelo ISCTE e pela Faculdade de Economia da Universidade Nova, viram no PS e no Plano Tecnológico um seguro de vida: um passaporte para o futuro garantido. É vê-los a correr o país atrás do primeiro-ministro, em carros do Estado com direito a motorista do Plano Tecnológico."
terça-feira, dezembro 30, 2008
Avaliadora avaliada
Porque a realidade excede os meus dotes ficcionais, esta Ficha de Avaliação da Doutora Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação, assenta nos critérios seguidos pelo seu Ministério incluindo, a terminologia usada na avaliação de docentes, o número de alíneas e a bitola de classificação.
Níveis de Pontuação: Mínimo 3, máximo 10.
A - Preparação e execução de actividades.
A - 1 Correcção científico-pedagógica e didáctica da planificação.
Classificação obtida - Nível 3
(Não efectuou as reformas previstas no Programa do Governo por falta de trabalho preparatório. As cenas de pugilato, luta greco-romana e intimidação por arma de fogo simulada nas áreas que lhe foram confiadas vão originar um aumento significativo da despesa pública com a contratação à Blackwater (por ajuste directo) de um mercenário israelita por cada sala de aula e dois nas salas dependentes da DREN).
A - 2 Adequação de estratégias.
Classificação obtida - Nível 3
(Não definiu linhas de rumo nem planos de acção que permitissem concretizar a missão delineada, usando como benchmarking nacional os parâmetros seguidos no sistema educativo da Faixa de Gaza.)
A - 3 Adaptação da planificação e das estratégias.
Classificação obtida - Nível 3
(Não obteve eficácia aferível em três anos de actividade, consumindo no processo a maior parcela de verba pública atribuída a um Ministério. Insistiu em manter o organograma dos seus serviços (em particular da DREN) inspirado no modelo das Tentações de Santo Antão de Jeronimus Bosh).
A - 4 Diversidade, adequação e correcção científico-pedagógica das metodologias e recursos utilizados.
Classificação obtida - Nível 3
(A observação empírica dos resultados é indiciária de um inadequado e/ou incorrecto aproveitamento de recursos disponibilizados em sucessivos Orçamentos de Estado em tal monta que fazem o BPP parecer uma operação rentável. Adicionalmente, o seu Ministério atingiu tal desordem que faz a Assembleia Geral do Benfica parecer um retiro de monges Cartuxos).
B - Realização de actividades.
Classificação obtida - Nível 3
(A avaliação conclui que à incapacidade da avaliada na "promoção de clima favorável" se junta a insuficiência de valências de conhecimentos gerais essenciais, como o atesta a confusão que fez a 23 de Junho de 2005 pp. em entrevista televisionada, falhando na distinção entre "República" e "Governo da República". Isto deu novas dimensões ao Estatuto da Autonomia dos Açores e inspirou o Chefe do Estado a crescentes afrontas à vontade do Parlamento com graves e desgastantes consequências para o executivo.
Nas secções C e D da Ficha de Avaliação do Ministério da Educação, nos quatro subgrupos, a avaliada obteve oito classificações de Nível 3, pelo que, feita a média aritmética dos dezasseis parâmetros cotados lhe é atribuída a classificação geral de Insuficiente. Recomenda-se que sejam propostas à Doutora Maria de Lurdes Rodrigues as seguintes opções: integrar o quadro de mobilidade especial até colocação em Baucau; frequentar um curso das Novas Oportunidades e/ou filiar-se no Movimento Esperança Portugal; aceitar o 12º lugar na lista de espera para o próximo Conselho de Administração da FLAD; frequentar o curso de formação do INA - Limites da Autonomia Regional; ser animadora de As Tardes de Maria de Lurdes na RTP África; integrar a quota ainda disponível para antigos executivos socialistas na Mota Engil, Iberdrola ou BCP.
Níveis de Pontuação: Mínimo 3, máximo 10.
A - Preparação e execução de actividades.
A - 1 Correcção científico-pedagógica e didáctica da planificação.
Classificação obtida - Nível 3
(Não efectuou as reformas previstas no Programa do Governo por falta de trabalho preparatório. As cenas de pugilato, luta greco-romana e intimidação por arma de fogo simulada nas áreas que lhe foram confiadas vão originar um aumento significativo da despesa pública com a contratação à Blackwater (por ajuste directo) de um mercenário israelita por cada sala de aula e dois nas salas dependentes da DREN).
A - 2 Adequação de estratégias.
Classificação obtida - Nível 3
(Não definiu linhas de rumo nem planos de acção que permitissem concretizar a missão delineada, usando como benchmarking nacional os parâmetros seguidos no sistema educativo da Faixa de Gaza.)
A - 3 Adaptação da planificação e das estratégias.
Classificação obtida - Nível 3
(Não obteve eficácia aferível em três anos de actividade, consumindo no processo a maior parcela de verba pública atribuída a um Ministério. Insistiu em manter o organograma dos seus serviços (em particular da DREN) inspirado no modelo das Tentações de Santo Antão de Jeronimus Bosh).
A - 4 Diversidade, adequação e correcção científico-pedagógica das metodologias e recursos utilizados.
Classificação obtida - Nível 3
(A observação empírica dos resultados é indiciária de um inadequado e/ou incorrecto aproveitamento de recursos disponibilizados em sucessivos Orçamentos de Estado em tal monta que fazem o BPP parecer uma operação rentável. Adicionalmente, o seu Ministério atingiu tal desordem que faz a Assembleia Geral do Benfica parecer um retiro de monges Cartuxos).
B - Realização de actividades.
Classificação obtida - Nível 3
(A avaliação conclui que à incapacidade da avaliada na "promoção de clima favorável" se junta a insuficiência de valências de conhecimentos gerais essenciais, como o atesta a confusão que fez a 23 de Junho de 2005 pp. em entrevista televisionada, falhando na distinção entre "República" e "Governo da República". Isto deu novas dimensões ao Estatuto da Autonomia dos Açores e inspirou o Chefe do Estado a crescentes afrontas à vontade do Parlamento com graves e desgastantes consequências para o executivo.
Nas secções C e D da Ficha de Avaliação do Ministério da Educação, nos quatro subgrupos, a avaliada obteve oito classificações de Nível 3, pelo que, feita a média aritmética dos dezasseis parâmetros cotados lhe é atribuída a classificação geral de Insuficiente. Recomenda-se que sejam propostas à Doutora Maria de Lurdes Rodrigues as seguintes opções: integrar o quadro de mobilidade especial até colocação em Baucau; frequentar um curso das Novas Oportunidades e/ou filiar-se no Movimento Esperança Portugal; aceitar o 12º lugar na lista de espera para o próximo Conselho de Administração da FLAD; frequentar o curso de formação do INA - Limites da Autonomia Regional; ser animadora de As Tardes de Maria de Lurdes na RTP África; integrar a quota ainda disponível para antigos executivos socialistas na Mota Engil, Iberdrola ou BCP.
quinta-feira, dezembro 25, 2008
Crianças sem Natal
Dia de Natal
Tristeza vai-te embora
Tristeza
pequena morte
Chega a noite, vai-se o dia
e assim há-de desaparecer este pobre diabo
que eu sou
com calças rotas
camisola cosida
Esperavas um milagre nesta noite de Natal?
A camisola não recebeste
As calças não tas deram
Bem feito
para não acreditares em anjos.
mário
Carta ao Menino Jesus
Meu querido Jesus:
Aqui estou neste sítio pobre, nesta rua fria, na minha casa de lata com as árvores vermelhas a anunciar a tua chegada.
Os anjinhos de estrelas das montras de Lisboa quando eu esta tarde estive sentado naquela rocha negra do fim do cais, disseram-me que não chorasse porque teria umas calças vermelhas e uma camisola de lã branca com flores roxas. Mas agora é de noite, os pés não os sinto e se me dessem uns pauzinhos para fazer um lume, mesmo pequenino, ou me levasses nos braços para o céu como se fosse uma gaivota, essa era a minha melhor prenda de Natal.
fernando brás
Fiz também estes versos numa noite de natal
Estou farto de ser pobre
e de viver numa barraca de lata
agora sinto que morro
sinto a morte a chegar
vejo tudo perdido
é permanente este rio
pobre
só
sinto que morro
a morte é fria
mas viver nisto, não.
Estou só
Fica este poema
para quando me encontrarem
terem vergonha desta miséria.
victor pinho moreira
A Criança e a Vida, textos infantis coligidos por Maria Rosa Colaço
Tristeza vai-te embora
Tristeza
pequena morte
Chega a noite, vai-se o dia
e assim há-de desaparecer este pobre diabo
que eu sou
com calças rotas
camisola cosida
Esperavas um milagre nesta noite de Natal?
A camisola não recebeste
As calças não tas deram
Bem feito
para não acreditares em anjos.
mário
Carta ao Menino Jesus
Meu querido Jesus:
Aqui estou neste sítio pobre, nesta rua fria, na minha casa de lata com as árvores vermelhas a anunciar a tua chegada.
Os anjinhos de estrelas das montras de Lisboa quando eu esta tarde estive sentado naquela rocha negra do fim do cais, disseram-me que não chorasse porque teria umas calças vermelhas e uma camisola de lã branca com flores roxas. Mas agora é de noite, os pés não os sinto e se me dessem uns pauzinhos para fazer um lume, mesmo pequenino, ou me levasses nos braços para o céu como se fosse uma gaivota, essa era a minha melhor prenda de Natal.
fernando brás
Fiz também estes versos numa noite de natal
Estou farto de ser pobre
e de viver numa barraca de lata
agora sinto que morro
sinto a morte a chegar
vejo tudo perdido
é permanente este rio
pobre
só
sinto que morro
a morte é fria
mas viver nisto, não.
Estou só
Fica este poema
para quando me encontrarem
terem vergonha desta miséria.
victor pinho moreira
A Criança e a Vida, textos infantis coligidos por Maria Rosa Colaço
Feliz Natal e Bom Ano Novo
Num país decente, com um governo verdadeiramente preocupado com a educação das novas gerações e consciente do papel insubstituível dos professores na concretização de tal desiderato, esta seria, seguramente, a mensagem que os docentes gostariam de receber do ministério da tutela. Baseada em ideias validadas por quinhentos anos de História.
Lamentavelmente, é apenas uma mensagem de Natal de uma empresa comercial. Bela, ainda assim.
Lamentavelmente, é apenas uma mensagem de Natal de uma empresa comercial. Bela, ainda assim.
sexta-feira, dezembro 12, 2008
Deixe-os trabalhar!
Usando da mesma vergonhosa hipocrisia que já revelara, ao fazer da negociação um simulacro que apenas serviu os seus objectivos propagandísticos, "o Ministério da Educação deu hoje como encerradas as negociações sobre o modelo de avaliação dos professores para este ano […] e pediu aos sindicatos que aceitam a “legitimidade democrática do Governo para governar”.
Desprezando completamente o protesto massivo de mais de cem mil professores, fazendo letra morta das propostas e reivindicações dos parceiros sociais (por ele declarados como inimigos), ignorando os apelos ao diálogo da Presidência da República, da Igreja, de toda a oposição parlamentar (incluindo alguns correlegionários que ousam sair do redil governamental), e das mais diversas personalidades de reconhecido mérito da sociedade portuguesa, o Governo varre apressadamente o lixo para baixo do tapete e tenta esconder o país real atrás do biombo esfarrapado do seu fiel rebanho de deputados.
E pede aos sindicatos que o deixem governar???!!!…
Pois os professores hão-de continuar a pedir, a exigir, ao Governo, que os deixe trabalhar!!!…
Desprezando completamente o protesto massivo de mais de cem mil professores, fazendo letra morta das propostas e reivindicações dos parceiros sociais (por ele declarados como inimigos), ignorando os apelos ao diálogo da Presidência da República, da Igreja, de toda a oposição parlamentar (incluindo alguns correlegionários que ousam sair do redil governamental), e das mais diversas personalidades de reconhecido mérito da sociedade portuguesa, o Governo varre apressadamente o lixo para baixo do tapete e tenta esconder o país real atrás do biombo esfarrapado do seu fiel rebanho de deputados.
E pede aos sindicatos que o deixem governar???!!!…
Pois os professores hão-de continuar a pedir, a exigir, ao Governo, que os deixe trabalhar!!!…
Vozes do descontentamento
É evidente que eles não querem negociar nada.
Agora já não se podem dar ao luxo de parecer tão intransigentes como nos anos de chumbo do socratismo.
Mas a negociação para eles resume-se a mais ou menos a isto: “O decreto é este e no texto não é para mexer. Digam lá agora onde querem pôr as vírgulas…”
A proposta da Plataforma Sindical, como solução transitória (era disso que se tratava), servia perfeitamente.
[Contudo], Para o ME, nem as vírgulas são negociáveis.
Uma vírgula estrategicamente colocada pode mudar o argumento do filme.
Todos nos lembramos do “caso da vírgula”.
Afinal, o que pretendem, os sindicatos?!
Marcaram greves regionais.
Desconvocaram-nas. Bastou para isso um telefonema de um calhau qualquer, que seria, naturalmente, engodo.
Sindicatos com uma classe profissional, toda em peso, a apoiá-los.
Que vão fazer dia 15 ?????! Colocar todos os professores, em cheque? Expostos, ao ridículo? Esvaziar a pressão sobre estas bestas?
Deve ser para darem mais trunfos, à defunta.
Agora já não se podem dar ao luxo de parecer tão intransigentes como nos anos de chumbo do socratismo.
Mas a negociação para eles resume-se a mais ou menos a isto: “O decreto é este e no texto não é para mexer. Digam lá agora onde querem pôr as vírgulas…”
A proposta da Plataforma Sindical, como solução transitória (era disso que se tratava), servia perfeitamente.
[Contudo], Para o ME, nem as vírgulas são negociáveis.
Uma vírgula estrategicamente colocada pode mudar o argumento do filme.
Todos nos lembramos do “caso da vírgula”.
Afinal, o que pretendem, os sindicatos?!
Marcaram greves regionais.
Desconvocaram-nas. Bastou para isso um telefonema de um calhau qualquer, que seria, naturalmente, engodo.
Sindicatos com uma classe profissional, toda em peso, a apoiá-los.
Que vão fazer dia 15 ?????! Colocar todos os professores, em cheque? Expostos, ao ridículo? Esvaziar a pressão sobre estas bestas?
Deve ser para darem mais trunfos, à defunta.
quinta-feira, dezembro 11, 2008
Resistir (agora mais do que nunca)
Pronto. Depois das declarações de Sócrates ao seu rebanho parlamentar, ficou provado, se dúvidas ainda houvessem, que a negociação da Plataforma Sindical dos Professores com o ME mais não foi do que uma encenação, urdida com o propósito exclusivo de veicular uma imagem dialogante daquele que é o Governo mais autoritário dos últimos trinta anos.
De resto, o diálogo foi de tal modo genuíno que a pedreira ministerial nem uma vírgula aceitou das propostas sindicais.
Ao invés, anda a coagir os Presidentes dos Conselhos Executivos — dantes, órgãos de gestão democrática das escolas e, agora, meras correias de transmissão do ME — a avançarem com a aplicação do seu modelo de avaliação incendiário e perverso e a afirmarem que o processo avança, mesmo se, de facto, está parado.
Esgotadas as negociações, que verdadeiramente não existiram, e com tempo chuvoso e frio, a luta regressa às escolas.
Os professores irão mostrar que a sua preocupação é a aprendizagem dos seus alunos e, seguramente, dar a resposta que avisos como este merecem: ignorá-los. Nunca como agora fez tanto sentido a máxima de Ghandi: "Quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo."
De resto, o diálogo foi de tal modo genuíno que a pedreira ministerial nem uma vírgula aceitou das propostas sindicais.
Ao invés, anda a coagir os Presidentes dos Conselhos Executivos — dantes, órgãos de gestão democrática das escolas e, agora, meras correias de transmissão do ME — a avançarem com a aplicação do seu modelo de avaliação incendiário e perverso e a afirmarem que o processo avança, mesmo se, de facto, está parado.
Esgotadas as negociações, que verdadeiramente não existiram, e com tempo chuvoso e frio, a luta regressa às escolas.
Os professores irão mostrar que a sua preocupação é a aprendizagem dos seus alunos e, seguramente, dar a resposta que avisos como este merecem: ignorá-los. Nunca como agora fez tanto sentido a máxima de Ghandi: "Quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo."
quarta-feira, dezembro 10, 2008
Negociar coisa nenhuma
José Sócrates diz que está cansado de guerras, mas admite que, com uma maioria absoluta, o PS não precisa de comprar a paz. Por isso, garante que não vai haver qualquer alteração no modelo de avaliação dos professores.
Se assim é, negociar é uma formalidade, tempo perdido.
Só resta aos professores cansá-lo ainda mais: nas escolas, na rua e… ah, nas eleições!
Actualizando…
Mário Nogueira, da Plataforma Sindical dos Professores, declarou ao DN esperar não ser surpreendido com a apresentação de medidas já aprovadas em Conselho de Ministros.
Porém, é agora mais do que provável que seja isso mesmo que venha a acontecer.
Só assim se compreende a febre do Governo em antecipar a reunião de 15 para 11/ 12.
Só assim se compreende a declaração de guerra de Sócrates.
A reunião dos sindicatos com o ME será uma farsa. Disso não restam dúvidas.
Não há nada para negociar com o Governo mais arrogante, prepotente e autoritário de que há memória, do pós-25 de Abril.
Agora vai ser o 'tudo ou nada' para os professores: ou continuam a lutar, unidos, com a força da razão que verdadeiramente têm, ou cedem à razão da força da maioria governamental e serão definitivamente derrotados e humilhados.
Se assim é, negociar é uma formalidade, tempo perdido.
Só resta aos professores cansá-lo ainda mais: nas escolas, na rua e… ah, nas eleições!
Actualizando…
Mário Nogueira, da Plataforma Sindical dos Professores, declarou ao DN esperar não ser surpreendido com a apresentação de medidas já aprovadas em Conselho de Ministros.
Porém, é agora mais do que provável que seja isso mesmo que venha a acontecer.
Só assim se compreende a febre do Governo em antecipar a reunião de 15 para 11/ 12.
Só assim se compreende a declaração de guerra de Sócrates.
A reunião dos sindicatos com o ME será uma farsa. Disso não restam dúvidas.
Não há nada para negociar com o Governo mais arrogante, prepotente e autoritário de que há memória, do pós-25 de Abril.
Agora vai ser o 'tudo ou nada' para os professores: ou continuam a lutar, unidos, com a força da razão que verdadeiramente têm, ou cedem à razão da força da maioria governamental e serão definitivamente derrotados e humilhados.
O Verdadeiro Menino Guerreiro
"Os professores não precisam de ser comprados, precisam sim de ser respeitados. Não percebendo isso, José Sócrates não percebe nada, desde a base. Eu teria vergonha em ser comprado por alguém, mas muito em especial pelo Governo do senhor doutor engenheiro José Sócrates. Ou melhor, até talvez perceba, embora certamente o espante, que muito poucos professores aceitam ser avaliados, desde que não seja por grelha ou fax. E que compras de avaliações, as há e houve, de variados preços, mas não é isso que queremos." ler mais
Paulo Guinote
Mais do que nunca, unidade e querer!
Já todos sabemos as ilações que o ME tirou da esmagadora greve do passado dia 3: foi apenas significativa, não encerrou a maioria das escolas e, como tal, prossiga o simplex (mesmo que esteja parado um pouco por toda a parte). Apesar disso, eles foram de tal forma encostados às cordas que, no próprio dia da paralisação, Pedreira já admitia que a versão 'simplificada' também fosse aplicada nos próximos anos e Lurdes Rodrigues, no dia seguinte, na Assembleia da República, falava pela primeira vez na possibilidade de substituição do seu modelo, mas só em 2009/ 2010 (!). O ministério cambaleava mas não ia ao tapete e esperava ansiosamente por uma contagem de protecção que evitasse o assalto seguinte, as greves regionais. E ela veio, na quinta-feira ao fim do dia, com a marcação de uma reunião para 15 de Dezembro com a Plataforma Sindical que, em troca, suspendeu as greves agendadas.
Percebo o ponto de vista dos sindicatos: passar uma imagem de abertura ao diálogo e à negociação, no pressuposto de que a agenda da reunião seria aberta, suspensão do actual modelo de avaliação incluída.
Porém, imediatamente a seguir, logo que se sentiu livre da pressão dos professores, o ME voltou a apregoar que o seu modelo de avaliação não está suspenso — ainda que os factos demonstrem o contrário — e que não admite, sequer, negociar a sua suspensão. Pior do que isso, de então pra cá, tem recrudescido de autoritarismo e prepotência, antecipando de forma unilateral a data da reunião com a Plataforma Sindical e intimidando disciplinarmente os Presidentes dos Conselhos Executivos, coagindo-os a declarar que o processo de avaliação não está, de facto, suspenso e a fazê-lo avançar de qualquer forma.
Por tudo isto, embora perceba que o objectivo do Ministério da Provocação é procurar provocar professores e sindicatos para uma radicalização que se considera vantajosa em termos de opinião pública, a verdade é que a trégua favoreceu o monstro da 5 de Outubro, que reaparece agora mais brutal e ameaçador.
Mais do que nunca, a nossa unidade e o nosso querer vão ser postos à prova: na mesa das negociações e nas nossas escolas.
Percebo o ponto de vista dos sindicatos: passar uma imagem de abertura ao diálogo e à negociação, no pressuposto de que a agenda da reunião seria aberta, suspensão do actual modelo de avaliação incluída.
Porém, imediatamente a seguir, logo que se sentiu livre da pressão dos professores, o ME voltou a apregoar que o seu modelo de avaliação não está suspenso — ainda que os factos demonstrem o contrário — e que não admite, sequer, negociar a sua suspensão. Pior do que isso, de então pra cá, tem recrudescido de autoritarismo e prepotência, antecipando de forma unilateral a data da reunião com a Plataforma Sindical e intimidando disciplinarmente os Presidentes dos Conselhos Executivos, coagindo-os a declarar que o processo de avaliação não está, de facto, suspenso e a fazê-lo avançar de qualquer forma.
Por tudo isto, embora perceba que o objectivo do Ministério da Provocação é procurar provocar professores e sindicatos para uma radicalização que se considera vantajosa em termos de opinião pública, a verdade é que a trégua favoreceu o monstro da 5 de Outubro, que reaparece agora mais brutal e ameaçador.
Mais do que nunca, a nossa unidade e o nosso querer vão ser postos à prova: na mesa das negociações e nas nossas escolas.
terça-feira, dezembro 09, 2008
A Guerra Santa
Sente-se um "mal-estar profundo" na Educação, que não se circunscreve ao modelo de avaliação dos professores ou à carreira docente", podendo dizer-se que "está em causa o seu futuro".
"Tem havido problemas de audição, de ouvir as vozes que gritaram forte e, certamente, não gritaram tanto contra, mas em favor de um melhor projecto de educação." Por isso, a voz dos professores "tem de ser ouvida".
Com um Presidente da República que lava as mãos como Pilatos e um Governo e um Ministério da Educação que sofrem de surdez política congénita, ganham particular relevo as palavras sábias e comprometidas da Igreja Católica.
A partir de agora, a luta dos professores, em defesa da Escola Pública e da dignidade da função docente, é uma Guerra Santa!…
Mais tarde ou mais cedo, hão-de vencê-la!…
"Tem havido problemas de audição, de ouvir as vozes que gritaram forte e, certamente, não gritaram tanto contra, mas em favor de um melhor projecto de educação." Por isso, a voz dos professores "tem de ser ouvida".
Com um Presidente da República que lava as mãos como Pilatos e um Governo e um Ministério da Educação que sofrem de surdez política congénita, ganham particular relevo as palavras sábias e comprometidas da Igreja Católica.
A partir de agora, a luta dos professores, em defesa da Escola Pública e da dignidade da função docente, é uma Guerra Santa!…
Mais tarde ou mais cedo, hão-de vencê-la!…
segunda-feira, dezembro 08, 2008
O direito de desobedecer
O Estado de Direito democrático baseia-se na soberania popular, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e, no nosso caso, como garante o Artigo 2.º da Constituição da República Portuguesa, visa ainda "a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa", desiderato que a alternância partidária que há 30 anos nos governa está cada vez mais longe de realizar, continuando, por esse facto, Portugal a ser um dos países mais pobres e socialmente mais injustos da União Europeia. Mas deixemos de lado esta questão que, embora não seja despicienda, não é a que, por ora, nos interessa.
O Estado de Direito democrático caracteriza-se também pelo primado da Lei. Isto significa, uma vez mais no nosso caso, que o Estado funda-se na legalidade democrática e subordina-se à Constituição (Artigo 3.º da CRP), e todos os cidadãos gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres nela consignados (Artigo 12.º da CRP).
Infere-se deste discurso que a legislação e a acção governativa, além de exequíveis, têm de estar ao serviço dos cidadãos e da realização e aprofundamento da democracia, e devem ser coerentes e respeitarem os princípios constitucionais.
Ora, é precisamente isto que não acontece com o actual processo de avaliação do desempenho dos docentes que, além de ser uma monumental trapalhada legislativa, assenta num modelo absolutamente impraticável e prejudicial ao normal funcionamento das escolas. Por isso o processo está, de facto, suspenso em quase todo o lado. Todos sabemos disso. Até os pais o sabem. O próprio Ministério da Educação o sabe, mas recusa-se, por razões políticas, a admiti-lo, recorrendo à chantagem, à intimidação, à ameaça, em suma, à violação dos mais elementares procedimentos democráticos e liberdades individuais. Mas, os professores manter-se-ão unidos e saberão resistir ao autoritarismo e à arbitrariedade do ME.
A desobediência à prepotência e à injustiça é um direito. E, acrescentaria, um dever cívico.
O Estado de Direito democrático caracteriza-se também pelo primado da Lei. Isto significa, uma vez mais no nosso caso, que o Estado funda-se na legalidade democrática e subordina-se à Constituição (Artigo 3.º da CRP), e todos os cidadãos gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres nela consignados (Artigo 12.º da CRP).
Infere-se deste discurso que a legislação e a acção governativa, além de exequíveis, têm de estar ao serviço dos cidadãos e da realização e aprofundamento da democracia, e devem ser coerentes e respeitarem os princípios constitucionais.
Ora, é precisamente isto que não acontece com o actual processo de avaliação do desempenho dos docentes que, além de ser uma monumental trapalhada legislativa, assenta num modelo absolutamente impraticável e prejudicial ao normal funcionamento das escolas. Por isso o processo está, de facto, suspenso em quase todo o lado. Todos sabemos disso. Até os pais o sabem. O próprio Ministério da Educação o sabe, mas recusa-se, por razões políticas, a admiti-lo, recorrendo à chantagem, à intimidação, à ameaça, em suma, à violação dos mais elementares procedimentos democráticos e liberdades individuais. Mas, os professores manter-se-ão unidos e saberão resistir ao autoritarismo e à arbitrariedade do ME.
A desobediência à prepotência e à injustiça é um direito. E, acrescentaria, um dever cívico.
A Avaliação dos Professores explicada às crianças
(O Simplex anunciado saiu Durex furado)
O que aqui se apresenta não são soluções para o ensino, mas sim mais problemas. Estes problemas foram explicados a uma criança de 10 anos que compreendeu e agora sabe o que se passa.
E você? Sabe tanto como um miúdo de 10 anos? Ou vai na conversa da Ministra da Educação?
O que aqui se apresenta não são soluções para o ensino, mas sim mais problemas. Estes problemas foram explicados a uma criança de 10 anos que compreendeu e agora sabe o que se passa.
E você? Sabe tanto como um miúdo de 10 anos? Ou vai na conversa da Ministra da Educação?
domingo, dezembro 07, 2008
Desesperar Jamais
Desesperar jamais
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada! Nada! Nada de esquecer
No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora
De fazer Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo, o de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito, não levanta mais
Composição: Ivan Lins / Vitor Martins
Aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na praia
Nada! Nada! Nada de esquecer
No balanço de perdas e danos
Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora
De fazer Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo, o de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito, não levanta mais
Composição: Ivan Lins / Vitor Martins
O Pitbull
O Pitbull é um cão extremamente dotado para o combate que, mesmo estando moribundo, esperneia e não desiste da luta. Só estando “morto” desaparece de cena.
Este ME é como o Pitbull, está a espernear, está quase morto, mas resiste, rosna e se sentir que o adversário perde a determinação, mesmo moribundo, pode ser fatal.
Não acredito no ME, porque o ME esteve moribundo a 8 de Março e ressuscitou, devido à piedade do adversário, sobre a forma de um “entendimento”, no qual eu, ingenuamente, também acreditei. Mas esse ME-Pitbull ressuscitado passou, desde Abril até Outubro, a massacrar e a humilhar os professores, aproveitando-se da ingenuidade dos sindicatos e de alguns professores como eu.
Quem faz dessas “patifarias” não nos merece qualquer respeito, nem credibilidade, porque, mal viramos as costas, teremos este Pitbull a atacar com força redobrada.
Oxalá eu esteja enganado, mas esta pausa irá retemperar o Pitbull, que depois irá contra-atacar sem dó nem piedade!
Reparem que esse Pitbull verbalizado pelo Jorge Pedreira, ainda rosna com triunfalismo, mesmo estando gravemente ferido!
Enquanto os professores não perceberem o perfil de Sócrates e do seu ME-Pitbull, então é porque não aprenderam nada!
Não se pode confiar em quem nos mente!
Este ME é como o Pitbull, está a espernear, está quase morto, mas resiste, rosna e se sentir que o adversário perde a determinação, mesmo moribundo, pode ser fatal.
Não acredito no ME, porque o ME esteve moribundo a 8 de Março e ressuscitou, devido à piedade do adversário, sobre a forma de um “entendimento”, no qual eu, ingenuamente, também acreditei. Mas esse ME-Pitbull ressuscitado passou, desde Abril até Outubro, a massacrar e a humilhar os professores, aproveitando-se da ingenuidade dos sindicatos e de alguns professores como eu.
Quem faz dessas “patifarias” não nos merece qualquer respeito, nem credibilidade, porque, mal viramos as costas, teremos este Pitbull a atacar com força redobrada.
Oxalá eu esteja enganado, mas esta pausa irá retemperar o Pitbull, que depois irá contra-atacar sem dó nem piedade!
Reparem que esse Pitbull verbalizado pelo Jorge Pedreira, ainda rosna com triunfalismo, mesmo estando gravemente ferido!
Enquanto os professores não perceberem o perfil de Sócrates e do seu ME-Pitbull, então é porque não aprenderam nada!
Não se pode confiar em quem nos mente!
sábado, dezembro 06, 2008
Alerta máximo
Quando a esmola é muita o pobre desconfia. Foi isso que a Plataforma Sindical dos Professores não fez: desconfiar das promessas de Jorge Pedreira de que o ME estaria disponível para "regressar à mesa das negociações, sem condições", numa reunião "onde tudo [estaria] em cima da mesa", em troca da suspensão das greves regionais agendadas para a próxima semana.
Afinal, imediatamente a seguir, e como se nada se tivesse passado, o secretário de Estado, declarava, que “não há suspensão do processo de avaliação" e, pela calada da noite, a máquina de propaganda da 5 de Outubro voltava a atacar as caixas de correio electrónico dos professores, avisando-os que tudo continuava como dantes.
Há muito deveríamos saber que, com esta diabólica trindade do ME, escolhida a dedo pelo mentiroso-mor do actual governo, todos os cuidados são poucos.
Hoje, de manhã, o líder da Plataforma Sindical, veio declarar que nem lhe passa pela cabeça que o ministério não tenha usado de "seriedade e boa-fé", quando admitiu que a reunião do dia 15 de Dezembro teria uma "agenda aberta", incluindo, obviamente, a possibilidade de suspensão do actual modelo de avaliação, mas entretanto, a meio da tarde, através da televisão do governo, paga (também) pelos professores, o ex-sindicalista Pedreira, com pompa e circunstância, voltava a frisar, para esclarecer "equívocos", que “não haverá suspensão" da avaliação.
Não ficou sem resposta. Mário Nogueira, em conferência de imprensa, apelou ao Governo para a que aja com seriedade e cumpra o compromisso negocial. Dando espaço e exemplo para que se encontre uma solução negociada para o conflito. Mas deixando, simultaneamente, o aviso que, se não houver suspensão da avaliação, não haverá suspensão da luta.
Os professores estão em alerta máximo. "Se o Ministério da Educação quiser guerra, vai ter guerra"!…
Afinal, imediatamente a seguir, e como se nada se tivesse passado, o secretário de Estado, declarava, que “não há suspensão do processo de avaliação" e, pela calada da noite, a máquina de propaganda da 5 de Outubro voltava a atacar as caixas de correio electrónico dos professores, avisando-os que tudo continuava como dantes.
Há muito deveríamos saber que, com esta diabólica trindade do ME, escolhida a dedo pelo mentiroso-mor do actual governo, todos os cuidados são poucos.
Hoje, de manhã, o líder da Plataforma Sindical, veio declarar que nem lhe passa pela cabeça que o ministério não tenha usado de "seriedade e boa-fé", quando admitiu que a reunião do dia 15 de Dezembro teria uma "agenda aberta", incluindo, obviamente, a possibilidade de suspensão do actual modelo de avaliação, mas entretanto, a meio da tarde, através da televisão do governo, paga (também) pelos professores, o ex-sindicalista Pedreira, com pompa e circunstância, voltava a frisar, para esclarecer "equívocos", que “não haverá suspensão" da avaliação.
Não ficou sem resposta. Mário Nogueira, em conferência de imprensa, apelou ao Governo para a que aja com seriedade e cumpra o compromisso negocial. Dando espaço e exemplo para que se encontre uma solução negociada para o conflito. Mas deixando, simultaneamente, o aviso que, se não houver suspensão da avaliação, não haverá suspensão da luta.
Os professores estão em alerta máximo. "Se o Ministério da Educação quiser guerra, vai ter guerra"!…
A uma educação sem a cedilha
(ou gastar cera com ruins defuntos)
Acima das metáforas, a sério
e contra a prática da hipocrisia,
gostava de fazer uma poesia
que fizesse cair um ministério,
o que se esmera a ser a cobra prima,
legislador em prosa de leproso,
que é um triunvirato tenebroso,
que é uma cruz que nos caiu em cima,
que é o surdo e o cego e que persiste
sem vislumbrar além do seu umbigo,
sonâmbulo que só fala consigo
e faz de conta que mais nada existe.
Militante do turvo e do confuso,
alcandorado no seu trono imenso,
com poder em abuso e sem o uso
elementar do mais comum bom senso.
Examinam-se e surgem-nos exactas
as inexactidões dos próprios actos,
expressas nas erratas das erratas
que são os seus decretos caricatos.
A vida, corrigindo-lhes discursos,
há muito que os tornou ultrapassados.
Fazem sorteios e chamam-lhes concursos,
colocando o rigor nos sorteados.
A sua solução é concentrar
em cada professor um inimigo.
O propor... não o sabem conjugar.
Só o impor... e só se for castigo.
Mas a grande, a suprema solução
é a medida popular e mística
que sujeita o docente à retenção
e o aluno ao sucesso da Estatística.
Confundem as vitórias com derrotas.
Querem-nos quietos a contar migalhas.
Mas de quem malbarata as suas tropas
a história diz que não ganhou batalhas.
Bússola gasta que já não norteia,
são a troça que roça o antipático,
o atraso mental, a verborreia,
a veia irracional, o burocrático.
Repelentes, pretendem repelir-nos,
a raiva já subiu a titular,
mas, se nos querem cães, vão consentir-nos
o direito sagrado de rosnar.
Para além de ridículos e fúteis,
são à razão soberbos atentados
e, ainda que cancelem, só são úteis
quando eles próprios forem cancelados.
Eis o resumo de um triunvirato,
em que a perfídia é o que mais perfilha.
A sua lucidez e um hiato.
A sua educação é sem cedilha.
Acima das metáforas, a sério
e contra a prática da hipocrisia,
gostava de fazer uma poesia
que fizesse cair um ministério,
o que se esmera a ser a cobra prima,
legislador em prosa de leproso,
que é um triunvirato tenebroso,
que é uma cruz que nos caiu em cima,
que é o surdo e o cego e que persiste
sem vislumbrar além do seu umbigo,
sonâmbulo que só fala consigo
e faz de conta que mais nada existe.
Militante do turvo e do confuso,
alcandorado no seu trono imenso,
com poder em abuso e sem o uso
elementar do mais comum bom senso.
Examinam-se e surgem-nos exactas
as inexactidões dos próprios actos,
expressas nas erratas das erratas
que são os seus decretos caricatos.
A vida, corrigindo-lhes discursos,
há muito que os tornou ultrapassados.
Fazem sorteios e chamam-lhes concursos,
colocando o rigor nos sorteados.
A sua solução é concentrar
em cada professor um inimigo.
O propor... não o sabem conjugar.
Só o impor... e só se for castigo.
Mas a grande, a suprema solução
é a medida popular e mística
que sujeita o docente à retenção
e o aluno ao sucesso da Estatística.
Confundem as vitórias com derrotas.
Querem-nos quietos a contar migalhas.
Mas de quem malbarata as suas tropas
a história diz que não ganhou batalhas.
Bússola gasta que já não norteia,
são a troça que roça o antipático,
o atraso mental, a verborreia,
a veia irracional, o burocrático.
Repelentes, pretendem repelir-nos,
a raiva já subiu a titular,
mas, se nos querem cães, vão consentir-nos
o direito sagrado de rosnar.
Para além de ridículos e fúteis,
são à razão soberbos atentados
e, ainda que cancelem, só são úteis
quando eles próprios forem cancelados.
Eis o resumo de um triunvirato,
em que a perfídia é o que mais perfilha.
A sua lucidez e um hiato.
A sua educação é sem cedilha.
Euleriano Ponati, poeta não titular
(enviado pelo amigo Manuel Freire, esse mesmo… o da Pedra Filosofal)
Vale tudo. Até tirar olhos.
Trinta anos da eufemisticamente designada 'alternância democrática', entre PS e PSD, não apenas falharam clamorosamente no desenvolvimento do nosso país, como o transformaram num dos mais pobres e socialmente mais injustos da União Europeia.
Paralelamente, grassa em Portugal a mais sórdida e impune promiscuidade entre o poder político e os interesses financeiros, ante a complacência das autoridades ditas reguladoras e a ineficácia do sistema judicial.
Enquanto dois milhões de portugueses sobrevivem no limiar da pobreza e cada vez mais elementos da 'classe média' têm de recorrer à ajuda do Banco Alimentar, o 'centrão de interesses' continua a ser uma plataforma para a realização de negociatas sem escrúpulos, imorais e, quiçá, ao arrepio da lei, como esta ou esta.
Decididamente, a Portugal já pouco sobra de um Estado de Direito democrático. Mais parece uma 'zona franca' onde tudo vale. Até tirar olhos.
Paralelamente, grassa em Portugal a mais sórdida e impune promiscuidade entre o poder político e os interesses financeiros, ante a complacência das autoridades ditas reguladoras e a ineficácia do sistema judicial.
Enquanto dois milhões de portugueses sobrevivem no limiar da pobreza e cada vez mais elementos da 'classe média' têm de recorrer à ajuda do Banco Alimentar, o 'centrão de interesses' continua a ser uma plataforma para a realização de negociatas sem escrúpulos, imorais e, quiçá, ao arrepio da lei, como esta ou esta.
Decididamente, a Portugal já pouco sobra de um Estado de Direito democrático. Mais parece uma 'zona franca' onde tudo vale. Até tirar olhos.
sexta-feira, dezembro 05, 2008
O polvo da 5 de Outubro
Ó i ó ai, Disse-me um dia um careca
Ó i ó ai, Quando uma cobra tem sede
Ó i ó ai, Corta-lhe logo a cabeça
Encosta-a bem à parede
Sérgio Godinho, cantado por José Afonso
Ó i ó ai, Quando uma cobra tem sede
Ó i ó ai, Corta-lhe logo a cabeça
Encosta-a bem à parede
Sérgio Godinho, cantado por José Afonso
Na realidade, depois dos recuos — lamentavelmente, uma vez mais, aparentes — do ME, achei perfeitamente razoável e sensata a posição da Plataforma Sindical dos Professores de suspender as greves anunciadas para a próxima semana, a troco de uma negociação que, além da suspensão do actual modelo de avaliação, incluiria a revisão do Estatuto da Carreira Docente.
Afinal, volvidas apenas quatro horas, o Ministério da Educação, dá o dito pelo não dito e, pela calada da noite e de forma traiçoeira, envia este e-mail abjecto a todos os professores, o qual desfaz todas as dúvidas que ainda existissem sobre a má-fé e a falta de seriedade que, desde sempre, tem usado no relacionamento com a classe docente.
A tríade da 5 de Outubro é um polvo gigante e perverso. Só 'cortando-lhe a cabeça', ver-nos-emos livres de vez deste pesadelo infindável.
O braço-de-ferro
A Plataforma Sindical dos Professores suspendeu hoje as greves regionais agendadas para a próxima semana, considerando que, pela primeira vez, o Ministério da Educação aceitou negociar uma eventual suspensão do modelo de avaliação de desempenho.
No final de um breve encontro com o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, o porta-voz da Plataforma, Mário Nogueira, anunciou que será realizada no próximo dia 15 uma reunião "onde tudo estará em cima da mesa", nomeadamente a revisão do Estatuto da Carreira Docente.
Está certo. A luta passa da rua para a mesa (das negociações), que é onde se joga o braço-de-ferro.
Acredito que vamos vencê-lo. Porque temos a força (da razão).
____________________________________________
Actualização
Acredito que venceremos mas, depois de mais um golpe baixo do ME e desta pedrada do secretário de Estado Jorge, receio que as negociações não bastem. Infelizmente, eles recusam-se a entender a força da razão; só entendem a razão da força. Mas nós também a temos, como o demonstrámos no dia 3. A luta tem de continuar!…
No final de um breve encontro com o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, o porta-voz da Plataforma, Mário Nogueira, anunciou que será realizada no próximo dia 15 uma reunião "onde tudo estará em cima da mesa", nomeadamente a revisão do Estatuto da Carreira Docente.
Está certo. A luta passa da rua para a mesa (das negociações), que é onde se joga o braço-de-ferro.
Acredito que vamos vencê-lo. Porque temos a força (da razão).
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Actualização
Acredito que venceremos mas, depois de mais um golpe baixo do ME e desta pedrada do secretário de Estado Jorge, receio que as negociações não bastem. Infelizmente, eles recusam-se a entender a força da razão; só entendem a razão da força. Mas nós também a temos, como o demonstrámos no dia 3. A luta tem de continuar!…
Não votar PS!
As eleições são a verdadeira e decisiva sondagem. As sondagens valem o que valem, e quando são feitas por empresas 'próximas' do governo, a sua valia é ainda mais duvidosa.
Registe-se, contudo, apesar da contestação massiva que nós, professores, temos movido ao executivo mentiroso e arrogante de Sócrates, que a intenção de voto no 'partido-mais-tachista-pós 25 de Abril' subiu perigosamente para 42,5%. E que também há quem admita, na eventualidade de o PS não obter maioria absoluta (cruzes canhoto!), um acordo pós-eleitoral com o CSD-PP, o que, a acontecer, não seria inédito, pois já sucedeu em 1978 (para não falar num governo do Bloco Central…).
Portanto, se formos realmente dignos da inteligência e dos méritos que nos são reconhecidos — ler atentamente esta crónica — só podemos agir em conformidade: NÃO VOTAR PS! E, já agora, pensarmos muito bem no que pode acontecer aos votos dados ao PP e ao PSD…
Registe-se, contudo, apesar da contestação massiva que nós, professores, temos movido ao executivo mentiroso e arrogante de Sócrates, que a intenção de voto no 'partido-mais-tachista-pós 25 de Abril' subiu perigosamente para 42,5%. E que também há quem admita, na eventualidade de o PS não obter maioria absoluta (cruzes canhoto!), um acordo pós-eleitoral com o CSD-PP, o que, a acontecer, não seria inédito, pois já sucedeu em 1978 (para não falar num governo do Bloco Central…).
Portanto, se formos realmente dignos da inteligência e dos méritos que nos são reconhecidos — ler atentamente esta crónica — só podemos agir em conformidade: NÃO VOTAR PS! E, já agora, pensarmos muito bem no que pode acontecer aos votos dados ao PP e ao PSD…
Oportunidade perdida
Como é sabido, Lurdes Rodrigues, que andava desaparecida perante a contestação massiva e implacável dos professores, foi ontem ouvida em audição parlamentar pedida pelo Bloco de Esquerda, tendo admitido a substituição do seu inqualificável modelo de avaliação (ou, para sermos mais exactos, modelo de destruição da Escola Pública), no próximo ano, na condição de que o mesmo seja aplicado este ano, posição que foi unanimemente classificada por toda a Oposição como um absurdo.
Entretanto, hoje foi o CDS a apresentar um pedido de suspensão do modelo de "avaliação", que com os votos favoráveis de seis deputados do PS, bem poderia ter sido aprovado e, deste modo, ter resolvido de vez o problema, não fossem as ausências — deliberadas? ocasionais? lamentáveis, em qualquer dos casos… — de vários deputados, nas bancadas da oposição. Impõe-se, não restam dúvidas, a avaliação do seu desempenho.
Entretanto, hoje foi o CDS a apresentar um pedido de suspensão do modelo de "avaliação", que com os votos favoráveis de seis deputados do PS, bem poderia ter sido aprovado e, deste modo, ter resolvido de vez o problema, não fossem as ausências — deliberadas? ocasionais? lamentáveis, em qualquer dos casos… — de vários deputados, nas bancadas da oposição. Impõe-se, não restam dúvidas, a avaliação do seu desempenho.
Somos indispensáveis: exijamos respeito!
"Era fácil de adivinhar o sucesso da greve, pois os agentes dominadores do sistema de ensino, os professores, já haviam demonstrado por inequívocas formas, muito especialmente pelas grandiosas manifestações de rua, que estavam envolvidos numa luta sem cedências."
[…]
"Em relação à avaliação dos professores, o modelo confronta-se com outras situações específicas. Primeiro, a consistência geral em conhecimentos e formação profissional que confere aos professores especial capacidade argumentativa, na defesa dos seus direitos, sejam eles devidos ou adquiridos, e lhes aumenta uma qualidade de resistência superior à de outros grupos socioprofissionais. Depois, os professores são no esquema do sistema de ensino uma parte principal e sem a qual o sistema não funciona. Têm na mão «a faca e o queijo».
"Por outro lado, o sistema geral de ensino tem sofrido reformas sobre reformas, mas os professores não têm sido intrometidos como «parte principal» dessas reformas e não têm merecido a atenção prioritária que deveriam ter. Os professores sentem-se como uma «classe» não tida na devida conta, socialmente desvalorizada. Basta ouvir os seus discursos e verificar como a sua grande maioria se sente «magoada».[…]. ler mais
[…]
"Em relação à avaliação dos professores, o modelo confronta-se com outras situações específicas. Primeiro, a consistência geral em conhecimentos e formação profissional que confere aos professores especial capacidade argumentativa, na defesa dos seus direitos, sejam eles devidos ou adquiridos, e lhes aumenta uma qualidade de resistência superior à de outros grupos socioprofissionais. Depois, os professores são no esquema do sistema de ensino uma parte principal e sem a qual o sistema não funciona. Têm na mão «a faca e o queijo».
"Por outro lado, o sistema geral de ensino tem sofrido reformas sobre reformas, mas os professores não têm sido intrometidos como «parte principal» dessas reformas e não têm merecido a atenção prioritária que deveriam ter. Os professores sentem-se como uma «classe» não tida na devida conta, socialmente desvalorizada. Basta ouvir os seus discursos e verificar como a sua grande maioria se sente «magoada».[…]. ler mais
A negociação (im)possível
Numa sociedade livre e participada, uma política educativa que se pretenda bem sucedida não pode perder de vista os seus primeiros destinatários, os alunos, e os seus principais intérpretes, os professores.
Ora, foi este elementar princípio que o governo não seguiu, persistindo, desde o início, de forma arrogante e autista, na desautorização e desconsideração da classe docente, através da imposição de um estatuto profissional perverso, da divisão arbitrária da carreira e, por fim, da tentativa de implementação de um processo de avaliação de professores, que apenas tem servido para infernizar a sua vida e semear o caos nas escolas.
Processo de avaliação, assente num modelo de tal forma burocrático, injusto e eivado de subjectividade e, mesmo, ilegalidade, que contituiu a gota de água que fez transbordar o copo da indignação dos professores, empurrando-os para aquela que é já a maior luta social do regime democrático.
O Ministério da Educação, perante esta avalanche, vai recuando e tentando não perder a face. Assim, em resposta à esmagadora manifestação dos 120 000, avançou com as famigeradas versões simplificadas-mas-pouco do modelo de avaliação inicial e agora, depois da maior greve de sempre, primeiro, começa por admitir prolongar a aplicação do simplex para os próximos anos e, por fim, Maria de Lurdes Rodrigues já admite estar disponível para alterar ou até substituir o actual modelo de avaliação dos professores, mas apenas no próximo ano lectivo, desde que o mesmo seja aplicado este ano. Ou seja, a ministra reconhece o disparate e a inaplicabilidade do seu modelo de avaliação mas com ela, é para ser aplicado; a substituição fica para quem lhe vier a suceder.
Perante isto, de duas uma: ou a senhora ministra, como a avestruz, enterrou a cabeça na areia e não vê o que se está a passar ou então está a brincar com os professores. Em qualquer dos casos, é grave. Por isso, julgo que, apesar dos sindicatos ainda apelarem à negociação, já pouco há para negociar. Devemos mesmo exigir é uma limpeza da 5 de Outubro: de equipa e de política!
Ora, foi este elementar princípio que o governo não seguiu, persistindo, desde o início, de forma arrogante e autista, na desautorização e desconsideração da classe docente, através da imposição de um estatuto profissional perverso, da divisão arbitrária da carreira e, por fim, da tentativa de implementação de um processo de avaliação de professores, que apenas tem servido para infernizar a sua vida e semear o caos nas escolas.
Processo de avaliação, assente num modelo de tal forma burocrático, injusto e eivado de subjectividade e, mesmo, ilegalidade, que contituiu a gota de água que fez transbordar o copo da indignação dos professores, empurrando-os para aquela que é já a maior luta social do regime democrático.
O Ministério da Educação, perante esta avalanche, vai recuando e tentando não perder a face. Assim, em resposta à esmagadora manifestação dos 120 000, avançou com as famigeradas versões simplificadas-mas-pouco do modelo de avaliação inicial e agora, depois da maior greve de sempre, primeiro, começa por admitir prolongar a aplicação do simplex para os próximos anos e, por fim, Maria de Lurdes Rodrigues já admite estar disponível para alterar ou até substituir o actual modelo de avaliação dos professores, mas apenas no próximo ano lectivo, desde que o mesmo seja aplicado este ano. Ou seja, a ministra reconhece o disparate e a inaplicabilidade do seu modelo de avaliação mas com ela, é para ser aplicado; a substituição fica para quem lhe vier a suceder.
Perante isto, de duas uma: ou a senhora ministra, como a avestruz, enterrou a cabeça na areia e não vê o que se está a passar ou então está a brincar com os professores. Em qualquer dos casos, é grave. Por isso, julgo que, apesar dos sindicatos ainda apelarem à negociação, já pouco há para negociar. Devemos mesmo exigir é uma limpeza da 5 de Outubro: de equipa e de política!
quinta-feira, dezembro 04, 2008
O coveiro da Escola Pública
A Educação é, no essencial, a relação pedagógica e afectiva entre os alunos e os seus professores. Tudo o mais, sendo importante, é acessório.
É isso que o actual governo persiste em não querer entender. Basta-lhe que as escolas estejam abertas, como se de meras repartições públicas se tratassem.
Que alunos e professores contestem a sua política educativa, se assim lhe podemos chamar, pouco importa.
José Sócrates é o coveiro da Escola Pública.
É isso que o actual governo persiste em não querer entender. Basta-lhe que as escolas estejam abertas, como se de meras repartições públicas se tratassem.
Que alunos e professores contestem a sua política educativa, se assim lhe podemos chamar, pouco importa.
José Sócrates é o coveiro da Escola Pública.
Afinal, qual deles tem razão?
Numa matéria de tanta importância, era suposto estes dois falarem a uma só voz. Porém, neste Governo (?), à medida que os dias se vão sucedendo e as eleições aproximando, já nada me espanta.
Sócrates afirma que as "famílias podem esperar melhor rendimento em 2009".
Teixeira dos Santos considera que "Portugal não vai ficar imune à crise internacional".
Afinal, qual deles tem razão?
Sócrates afirma que as "famílias podem esperar melhor rendimento em 2009".
Teixeira dos Santos considera que "Portugal não vai ficar imune à crise internacional".
Afinal, qual deles tem razão?
- O Primeiro-Ministro, a quem o nariz cresce, com alguma frequência? ou
- O pior Ministro das Finanças da União Europeia?
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Greve, cambalhotas e faz-de-conta
1. A greve de professores de hoje foi mesmo a maior de sempre. De resto, a paralisação atingiu tal magnitude que mesmo a comunicação social mais alinhada com o Governo ou por ele controlada não pôde desvalorizá-la.
Em escolas como esta, onde os níveis de participação em anteriores greves nunca foram muito expressivos, desta vez, 95% dos professores em serviço fizeram greve. Parecem-me, por isso, perfeitamente verosímeis os 94% de adesão a nível nacional, declarados pela Plataforma Sindical. Muito mais do que os 61% propagandeados pelo Governo, os quais, mesmo assim, obrigaram o Ministério da Educação a dizer que a greve dos professores teve uma “adesão significativa”. Para não ter que admitir o óbvio: que, praticamente em todo o país, as escolas — como nós entendemos a Escola — não funcionaram.
2. Com as eleições no horizonte, a principal preocupação do Ministério da Educação e de José Sócrates já não é — alguma vez o foi? — a implementação de uma verdadeira e construtiva avaliação dos professores mas, tão somente, poder afirmar, no fim do mandato, que os docentes foram avaliados de qualquer forma, desde que, segundo o modelo ministerial. Nem que para isso tenham de, pateticamente, prometer que estão "disponíveis para estender a aplicação [do simplex] — talvez na versão 5 ou 6 — por mais algum tempo, para o próximo ano lectivo ou até mais". O que não querem, por falta de humildade democrática, é, simplesmente, admitir que erraram e, muito menos, pedir desculpa pelos danos que a sua obstinação está a causar à Escola Pública e ao país.
3. De resto, para o Governo Sócrates, os professores não têm qualquer importância na sua política educativa, tal a forma persecutória e humilhante como por ele foram tratados, desde o começo — imposição unilateral de um estatuto profissional perverso, divisão artificiosa da carreira docente em duas categorias, estatuto do aluno fomentador da desautorização do professor, avaliação burocrática e limitadora do direito de progressão na carreira. Para o actual Governo, a educação e a aprendizagem dos alunos é uma questão de somenos importância. As escolas podem até funcionar mesmo sem professores, bastando, para isso, estarem abertas e os alunos lá dentro. Mesmo que, fazendo coisa nenhuma.
Em escolas como esta, onde os níveis de participação em anteriores greves nunca foram muito expressivos, desta vez, 95% dos professores em serviço fizeram greve. Parecem-me, por isso, perfeitamente verosímeis os 94% de adesão a nível nacional, declarados pela Plataforma Sindical. Muito mais do que os 61% propagandeados pelo Governo, os quais, mesmo assim, obrigaram o Ministério da Educação a dizer que a greve dos professores teve uma “adesão significativa”. Para não ter que admitir o óbvio: que, praticamente em todo o país, as escolas — como nós entendemos a Escola — não funcionaram.
2. Com as eleições no horizonte, a principal preocupação do Ministério da Educação e de José Sócrates já não é — alguma vez o foi? — a implementação de uma verdadeira e construtiva avaliação dos professores mas, tão somente, poder afirmar, no fim do mandato, que os docentes foram avaliados de qualquer forma, desde que, segundo o modelo ministerial. Nem que para isso tenham de, pateticamente, prometer que estão "disponíveis para estender a aplicação [do simplex] — talvez na versão 5 ou 6 — por mais algum tempo, para o próximo ano lectivo ou até mais". O que não querem, por falta de humildade democrática, é, simplesmente, admitir que erraram e, muito menos, pedir desculpa pelos danos que a sua obstinação está a causar à Escola Pública e ao país.
3. De resto, para o Governo Sócrates, os professores não têm qualquer importância na sua política educativa, tal a forma persecutória e humilhante como por ele foram tratados, desde o começo — imposição unilateral de um estatuto profissional perverso, divisão artificiosa da carreira docente em duas categorias, estatuto do aluno fomentador da desautorização do professor, avaliação burocrática e limitadora do direito de progressão na carreira. Para o actual Governo, a educação e a aprendizagem dos alunos é uma questão de somenos importância. As escolas podem até funcionar mesmo sem professores, bastando, para isso, estarem abertas e os alunos lá dentro. Mesmo que, fazendo coisa nenhuma.
A maior greve de sempre
Mais de 120 000 professores em greve. Dois exemplos: Escola Secundária Gil Vicente, na Graça, em Lisboa (uma das escolas com menor adesão), 92%; Escola EB 2/3 da Pedrulha, 100%.
terça-feira, dezembro 02, 2008
Venho aqui falar
Há 30 anos, Sérgio Godinho escrevia e cantava…
Eu hoje venho aqui falar
duma coisa que me anda a atormentar
e quanto mais eu penso mais eu cismo
como é que gente tão socialista
desiste de fazer o socialismo
é querer fazer arroz de cabidela
sem frango nem arroz nem a panela
Eu amanhã posso não estar aqui
mas também, para o que eu aqui repeti...
é que eu não sou o único que acho
que a gente o que tem é que estar unida
unida como as uvas estão no cacho
unida como as uvas estão no cacho
Está tudo dito!
Eu hoje venho aqui falar
duma coisa que me anda a atormentar
e quanto mais eu penso mais eu cismo
como é que gente tão socialista
desiste de fazer o socialismo
é querer fazer arroz de cabidela
sem frango nem arroz nem a panela
Eu amanhã posso não estar aqui
mas também, para o que eu aqui repeti...
é que eu não sou o único que acho
que a gente o que tem é que estar unida
unida como as uvas estão no cacho
unida como as uvas estão no cacho
Está tudo dito!
Testemunho de quem nunca fez greve!
Vou fazer Greve!
Em 18 anos de actividade docente, nunca fiz greve!
Mas no próximo dia 3 de Dezembro vou fazer greve!
Vou fazer greve contra uma Ministra que ofende e humilha os Professores!
Vou fazer greve contra um Ministério que substituiu a pedagogia pela demagogia e pela mentira!
Vou fazer greve contra uma Ministra que, tendo vergonha de ter sido professora do antigo ensino primário, oculta esse facto da sua biografia oficial.
Vou fazer greve contra um Ministério que continua cegamente a implementar políticas educativas ruinosas que só produzem alunos ignorantes e destituídos de valores.
Vou fazer greve contra um Ministério que engana todo o País com a burla dos exames nacionais sem exigência!
Vou fazer greve contra um Ministério que promove o facilitismo e o sucesso puramente estatístico!
Vou fazer greve contra um Ministério que estimula a indisciplina e o absentismo dos alunos!
Vou fazer greve contra uma Ministra que viola sistematicamente o Estado de Direito com actos administrativos e textos normativos feridos de ilegalidade e de inconstitucionalidade!
Vou fazer greve contra um Ministério que desautoriza e menoriza os professores!
Vou fazer greve contra um Governo que continua a mentir aos Portugueses dizendo que os Professores nunca foram avaliados!
Vou fazer greve contra um Governo que transformou a educação em instrumento de propaganda e luta partidária!
Vou fazer greve contra um Governo que não tem pejo de manipular os órgãos da comunicação social contra as justas reivindicações dos docentes!
Vou fazer greve contra um Governo que está a destruir a Escola Pública para promover o ensino privado!
Vou fazer greve contra um Ministério que dividiu artificialmente os Professores em duas categorias com base em critérios ilegítimos, como estratégia de imposição das suas nefastas políticas educativas!
Vou fazer greve contra um Governo que destruiu a Democracia nas escolas!
Vou fazer greve contra um Ministério que quer transformar os Professores em técnicos de ocupação dos tempos livres!
Vou fazer greve contra um Ministério que sacrifica a verdade da avaliação à mentira dos resultados forjados!
Vou fazer greve contra um Governo que quer instalar a confusão e a discórdia entre os membros da Comunidade Educativa para impor as suas políticas autoritárias!
Vou fazer greve contra um Ministério que inferniza a vida pessoal e familiar dos professores com tarefas burocráticas inúteis, com grave prejuízo dos Alunos!
Vou fazer greve contra um Governo que engendrou um suposto modelo de avaliação que tem como únicos propósitos controlar o défice orçamental e promover o sucesso artificial dos Alunos!
Vou fazer greve contra um Ministério que escraviza os Professores com inúmeras actividades e funções não remuneradas!
Vou fazer greve contra um Ministério que oculta ou desvaloriza a crescente indisciplina e violência nas escolas!
Vou fazer greve contra um Governo que, em desespero, usa todos os artifícios e maquinações para impedir ou minimizar os efeitos desta greve!
Vou fazer greve em defesa da Escola Pública, para bem dos Alunos e de Portugal!
Em 18 anos de actividade docente, nunca fiz greve!
Mas no próximo dia 3 de Dezembro vou fazer greve!
Vou fazer greve contra uma Ministra que ofende e humilha os Professores!
Vou fazer greve contra um Ministério que substituiu a pedagogia pela demagogia e pela mentira!
Vou fazer greve contra uma Ministra que, tendo vergonha de ter sido professora do antigo ensino primário, oculta esse facto da sua biografia oficial.
Vou fazer greve contra um Ministério que continua cegamente a implementar políticas educativas ruinosas que só produzem alunos ignorantes e destituídos de valores.
Vou fazer greve contra um Ministério que engana todo o País com a burla dos exames nacionais sem exigência!
Vou fazer greve contra um Ministério que promove o facilitismo e o sucesso puramente estatístico!
Vou fazer greve contra um Ministério que estimula a indisciplina e o absentismo dos alunos!
Vou fazer greve contra uma Ministra que viola sistematicamente o Estado de Direito com actos administrativos e textos normativos feridos de ilegalidade e de inconstitucionalidade!
Vou fazer greve contra um Ministério que desautoriza e menoriza os professores!
Vou fazer greve contra um Governo que continua a mentir aos Portugueses dizendo que os Professores nunca foram avaliados!
Vou fazer greve contra um Governo que transformou a educação em instrumento de propaganda e luta partidária!
Vou fazer greve contra um Governo que não tem pejo de manipular os órgãos da comunicação social contra as justas reivindicações dos docentes!
Vou fazer greve contra um Governo que está a destruir a Escola Pública para promover o ensino privado!
Vou fazer greve contra um Ministério que dividiu artificialmente os Professores em duas categorias com base em critérios ilegítimos, como estratégia de imposição das suas nefastas políticas educativas!
Vou fazer greve contra um Governo que destruiu a Democracia nas escolas!
Vou fazer greve contra um Ministério que quer transformar os Professores em técnicos de ocupação dos tempos livres!
Vou fazer greve contra um Ministério que sacrifica a verdade da avaliação à mentira dos resultados forjados!
Vou fazer greve contra um Governo que quer instalar a confusão e a discórdia entre os membros da Comunidade Educativa para impor as suas políticas autoritárias!
Vou fazer greve contra um Ministério que inferniza a vida pessoal e familiar dos professores com tarefas burocráticas inúteis, com grave prejuízo dos Alunos!
Vou fazer greve contra um Governo que engendrou um suposto modelo de avaliação que tem como únicos propósitos controlar o défice orçamental e promover o sucesso artificial dos Alunos!
Vou fazer greve contra um Ministério que escraviza os Professores com inúmeras actividades e funções não remuneradas!
Vou fazer greve contra um Ministério que oculta ou desvaloriza a crescente indisciplina e violência nas escolas!
Vou fazer greve contra um Governo que, em desespero, usa todos os artifícios e maquinações para impedir ou minimizar os efeitos desta greve!
Vou fazer greve em defesa da Escola Pública, para bem dos Alunos e de Portugal!
Mário Rui Simões Rodrigues, via ProfAvaliação
Atenção: Vírus!
Se receber um email de noreply@dgrhe.min-edu.pt não abra! É um vírus extremamente pernicioso. Se o abrir, o seu disco rígido fica mole, você fica impotente para a prática lectiva, a sua família terá de contar com mais dez anos em que você estará ausente. É certo que você corre o risco de ficar literalmente grelhado, o seu cão deixará de ladrar, os peixes do seu aquário cometerão suicídio colectivo, o seu gato uivará durante sete meses.
As empresas de anti-vírus vêm alertando para a perigosidade deste vírus, descoberto em Portugal por verdadeiros professores especialistas em anti-vírus. Sabe-se, por exemplo, que o vírus desencadeia um cheiro a grelhado, à primeira vista extraordinariamente apelativo, que tem conduzido os professores que o abriram à beira da grelha, para onde alguns já saltaram sem razão que o justifique.
Não abra mails daquele endereço; pode estar a grelhar o futuro do seu país.
Passe este mail a pelo menos 140 000 professores. Se o não fizer, o país será coberto por uma cortina de fumo que impedirá que os Portugueses vejam que os bancos estão falir, o desemprego a aumentar, o descontentamento a engrossar e... os professores a acabar!
As empresas de anti-vírus vêm alertando para a perigosidade deste vírus, descoberto em Portugal por verdadeiros professores especialistas em anti-vírus. Sabe-se, por exemplo, que o vírus desencadeia um cheiro a grelhado, à primeira vista extraordinariamente apelativo, que tem conduzido os professores que o abriram à beira da grelha, para onde alguns já saltaram sem razão que o justifique.
Não abra mails daquele endereço; pode estar a grelhar o futuro do seu país.
Passe este mail a pelo menos 140 000 professores. Se o não fizer, o país será coberto por uma cortina de fumo que impedirá que os Portugueses vejam que os bancos estão falir, o desemprego a aumentar, o descontentamento a engrossar e... os professores a acabar!
Anónimo, recebido por e-mail
A fábrica de chouriços
O Programa Novas Oportunidades, pelos vistos, está com baixa produtividade e, por isso, vai ter de acelerar sete (!!!…) vezes mais o seu ritmo de certificação. Por este andar, não me admira — e acho até da mais elementar justiça — que passe a aceitar exames por fax e outros expedientes do estilo, os quais, como ficou comprovado no caso do senhor Engenheiro Sócrates, tanto sucesso tiveram.
Com a Escola a produzir certificados em massa, como se de uma fábrica de chouriços se tratasse, o Primeiro-Ministro talvez melhore a percentagem da 'população activa com ensino secundário completo'. A verdadeira qualificação dos portugueses é que continuará adiada por muitos e bons anos.
Com a Escola a produzir certificados em massa, como se de uma fábrica de chouriços se tratasse, o Primeiro-Ministro talvez melhore a percentagem da 'população activa com ensino secundário completo'. A verdadeira qualificação dos portugueses é que continuará adiada por muitos e bons anos.
CARTA ABERTA
AOS PROFESSORES QUE ESTÃO A PENSAR NÃO FAZER GREVE NO DIA 3:
- Podem ter as razões que quiserem … De resto, a liberdade é isso mesmo: optar.
- Podem, inclusive, ainda não ter percebido a amplitude do desastre que se instalou na educação, e que está a dar cabo, não só dos professores, como também da Escola Pública.
- Podem, em última análise, até concordar com as políticas do ME, com a sua arrogância, o seu absoluto desprezo por toda uma classe profissional.
- Não podem alegar que não fazem greve porque o dinheiro vos faz falta. Estamos todos no mesmo barco e, com certeza, não acharão justo que só alguns se sacrifiquem em nome de uma luta que é de todos.
- Não podem achar que não é nada convosco, ou que até vos convém o simplex despudorado com que o ME pretendeu dividir-nos. O modelo é para continuar, na íntegra, no ano que vem e, não se iludam, quanto mais rapapés ao ME, mais eles apertam o cangote no nosso pescoço. E nem todos os anos são anos de eleições…
- NÃO PODEM IGNORAR QUE A VOSSA 'LIBERDADE DE ESCOLHA' VAI DAR CABO DA LUTA DE TODOS OS OUTROS PROFESSORES. Fomos 120 mil, nas ruas de Lisboa. Alguma razão nos deve assistir…
- Não podem, finalmente, contar, nem com o nosso respeito, nem com a nossa solidariedade, quando chegar a hora de dela precisarem.
segunda-feira, dezembro 01, 2008
Combater a propaganda do Governo!
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO:
13 RESPOSTAS PARA DESFAZER EQUÍVOCOS [ler aqui].
Ou melhor, para combater a propaganda do Governo!
Perdeu os professores… e não só!
"Perdi os professores mas ganhei a população", disse Maria de Lurdes Rodrigues.
Ganhou?… Por esta amostra, parece que não!…
Ganhou?… Por esta amostra, parece que não!…
domingo, novembro 30, 2008
Ordem??? Já chega a do Governo…
Acabei de receber uma mensagem a informar que um tal Filipe do Paulo, militante do PS e presidente da chamada Pró-Ordem dos Professores, na sequência da reunião do partido do Governo, no Largo do Rato, passou-se para as hostes adversárias e renunciou à greve de dia 3.
Não é grave… Como acabei de confirmar, através de uma busca no Google, a Pró-Ordem não existe. É apenas o senhor Filipe do Paulo, o qual, obviamente, não tem qualquer peso no universo de 145 000 professores.
Aliás, a querer meter-nos na ordem, já chega o Governo. Só que nós não estamos para aí virados!
Na quarta-feira vamos todos dar a resposta que esta gentinha merece: FAZER UMA ESMAGADORA GREVE!
Não é grave… Como acabei de confirmar, através de uma busca no Google, a Pró-Ordem não existe. É apenas o senhor Filipe do Paulo, o qual, obviamente, não tem qualquer peso no universo de 145 000 professores.
Aliás, a querer meter-nos na ordem, já chega o Governo. Só que nós não estamos para aí virados!
Na quarta-feira vamos todos dar a resposta que esta gentinha merece: FAZER UMA ESMAGADORA GREVE!
3/12: o que está em causa é muito!
O que está em causa é muito. Se os professores recuarem, nunca mais poderão contestar o ECD, a divisão da profissão em duas categorias, as quotas e a avaliação burocrática em todo o seu "esplendor". Se recuarem e o PS voltar a ganhar com maioria absoluta, só poderão esperar mais infortúnio, humilhação e apoucamento.
É por tudo isto que a adesão total à greve do dia 3/12 é tão necessária. ler mais
É por tudo isto que a adesão total à greve do dia 3/12 é tão necessária. ler mais
Ramiro Marques, ProfAvaliação
Sócrates está nervoso
José Sócrates referiu, ontem, que a avaliação dos professores é uma questão do primeiro-ministro, do Governo e também do partido, não podendo ser encarada como um problema sectorial. O Primeiro-Ministro percebeu finalmente que a contestação ao monstro criado pelo seu Ministério da Educação para avaliar (leia-se grelhar) os professores não é obra de umas dezenas de perigosos sindicalistas mas de toda uma classe profissional, cansada de ser desautorizada, maltratada, humilhada. Por isso, assume, ele próprio, o comando das tropas e manda Jorge Pedreira "pedir" aos sindicatos que se sentem à mesa porque "a disponibilidade [do Governo] para negociar é total".
Depois da reunião de sexta-feira, em que os sindicatos de professores foram unânimes na exigência da suspensão do simplex e, por seu lado, a Ministra da Educação fechou a porta à possibilidade de negociar uma solução alternativa, Sócrates está visivelmente nervoso.
Neste momento, o seu problema já não é — verdadeiramente nunca o foi — a avaliação dos professores. O problema do Primeiro-Ministro é a hipótese, mais do que provável, de ter que deixar cair Maria de Lurdes Rodrigues e meter o simplex na gaveta (com tudo o que isso representa de prejuízo eleitoral). O nosso, pelo contrário, é pôr fim ao pesadelo criado pelo ME e recuperar a calma para a Escola.
Para tal, temos de fazer greve no dia 3 de Dezembro. E, se for preciso, repetirmos a dose no dia 10. Vamos a isso!
Depois da reunião de sexta-feira, em que os sindicatos de professores foram unânimes na exigência da suspensão do simplex e, por seu lado, a Ministra da Educação fechou a porta à possibilidade de negociar uma solução alternativa, Sócrates está visivelmente nervoso.
Neste momento, o seu problema já não é — verdadeiramente nunca o foi — a avaliação dos professores. O problema do Primeiro-Ministro é a hipótese, mais do que provável, de ter que deixar cair Maria de Lurdes Rodrigues e meter o simplex na gaveta (com tudo o que isso representa de prejuízo eleitoral). O nosso, pelo contrário, é pôr fim ao pesadelo criado pelo ME e recuperar a calma para a Escola.
Para tal, temos de fazer greve no dia 3 de Dezembro. E, se for preciso, repetirmos a dose no dia 10. Vamos a isso!
sábado, novembro 29, 2008
Escola Pública e impunidade
Os resultados da política (supostamente) educativa do Governo Sócrates, assente na desvalorização do papel do professor e na sua completa desautorização, aliada ao laxismo e permissividade com que trata a indisciplina na Escola, estão à vista. E sentem-se na pele.
Não tenho nada contra a escola inclusiva na medida em que "reconhece que todas as crianças podem aprender". O que é de todo inaceitável é a tolerância, a impunidade e mesmo a protecção de que gozam os que não querem aprender e, mais grave do que isso, com o seu comportamento indisciplinado e violento, ameaçam a segurança da Escola e põem em risco a integridade dos que nela convivem diariamente.
Infelizmente, é este o paradigma de Escola Pública, do actual Governo.
Não tenho nada contra a escola inclusiva na medida em que "reconhece que todas as crianças podem aprender". O que é de todo inaceitável é a tolerância, a impunidade e mesmo a protecção de que gozam os que não querem aprender e, mais grave do que isso, com o seu comportamento indisciplinado e violento, ameaçam a segurança da Escola e põem em risco a integridade dos que nela convivem diariamente.
Infelizmente, é este o paradigma de Escola Pública, do actual Governo.
Direito à Greve — FAQ's
Por vezes, procurando condicionar o direito à greve, alguns serviços e/ou dirigentes da administração educativa informam incorrectamente os educadores e professores sobre os procedimentos a adoptar em dia de greve.
Em síntese, as perguntas e respostas frequentes sobre a adesão à greve são as seguintes:
Em síntese, as perguntas e respostas frequentes sobre a adesão à greve são as seguintes:
- Os professores têm de pedir autorização ou comunicar previamente a sua adesão à greve? - NÃO!
- Tem de se ser sindicalizado para poder aderir à greve? - NÃO.
- Um professor pode aderir à greve no próprio dia? - SIM.
- O professor tem de estar no local de trabalho durante o período de greve? - NÃO.
- O professor tem de justificar a ausência ao serviço em dia de greve? - NÃO.
- A adesão à greve fica registada no Processo Individual do Professor? - NÃO.
- Há alguma penalização na carreira pelo facto de um professor ter aderido à greve? - NÃO.
- O dia não recebido é considerado para efeitos de IRS? - NÃO.
- Os membros dos órgãos de gestão podem aderir à greve não comparecendo na escola? - SIM.
- Os Professores Contratados podem aderir à greve apesar da sua situação laboral de grande instabilidade? - SIM.
- Os Professores das AEC também podem aderir à greve? - SIM.
- Os Professores dos CEF, EFA, CNO, Cursos Profissionais, podem fazer greve? - Sim.
- Os Professores e os Educadores de Infância podem ser substituídos em dia de greve? - NÃO!
Senhor Presidente da República…
E se, para variar, depois de ler esta carta, fizesse alguma coisinha?
Suponho que ainda estamos num regime semi-presidencialista, em que é suposto o Presidente da República ter não só a legitimidade mas o dever de exercer uma magistratura de influência junto do Governo, designadamente, apelando ao bom-senso e equidade na sua actuação!…
É que, se o Chefe de Estado só serve para proceder a inaugurações e conceder condecorações, uma monarquia chegava perfeitamente. E sempre nos ficava mais barato.
Digo eu, que até sou republicano…
Suponho que ainda estamos num regime semi-presidencialista, em que é suposto o Presidente da República ter não só a legitimidade mas o dever de exercer uma magistratura de influência junto do Governo, designadamente, apelando ao bom-senso e equidade na sua actuação!…
É que, se o Chefe de Estado só serve para proceder a inaugurações e conceder condecorações, uma monarquia chegava perfeitamente. E sempre nos ficava mais barato.
Digo eu, que até sou republicano…
sexta-feira, novembro 28, 2008
Greve: (também) uma questão de contas
Para mim, fazer greve é, antes de tudo, uma questão de princípios. E, também, de estratégia para alcançar objectivos que, neste caso e na minha opinião, são inteiramente justos.
Admito, no entanto, que, num tempo de dificuldades económicas generalizadas, a decisão de fazer greve passe, para alguns, por um exercício de contabilidade.
Aos colegas que, eventualmente, estejam já a fazer contas ao dinheiro que perderão se aderirem à greve de dia 3 de Dezembro, recomendo-lhes, por isso, a leitura atenta deste texto, onde se demonstra que "o novo regime do estatuto da carreira docente vai custar aos professores entre 25% e 50% do valor de ordenados que potencialmente viriam a receber ao longo da sua vida profissional".
Um, dois ou até mais dias de greve, será sempre, portanto, um pequeno preço a pagar não apenas para suspender esta "avaliação" descabelada, mas também para ajudar a acabar com a divisão arbitrária da carreira docente que, a manter-se, causará um prejuízo infinitamente maior, no futuro, a todos nós.
Pensem nisto.
Admito, no entanto, que, num tempo de dificuldades económicas generalizadas, a decisão de fazer greve passe, para alguns, por um exercício de contabilidade.
Aos colegas que, eventualmente, estejam já a fazer contas ao dinheiro que perderão se aderirem à greve de dia 3 de Dezembro, recomendo-lhes, por isso, a leitura atenta deste texto, onde se demonstra que "o novo regime do estatuto da carreira docente vai custar aos professores entre 25% e 50% do valor de ordenados que potencialmente viriam a receber ao longo da sua vida profissional".
Um, dois ou até mais dias de greve, será sempre, portanto, um pequeno preço a pagar não apenas para suspender esta "avaliação" descabelada, mas também para ajudar a acabar com a divisão arbitrária da carreira docente que, a manter-se, causará um prejuízo infinitamente maior, no futuro, a todos nós.
Pensem nisto.
Greve: o Governo assim o quis!
Como aqui previra — e não é preciso ser bruxo nem vidente — não houve entendimento entre os sindicatos e o Ministério da "Educação".
Os professores e os seus representantes de classe continuam a exigir a suspensão da "avaliação" burocrática, como forma de devolver a indispensável tranquilidade às escolas e dar tempo à construção de um modelo de avaliação mais justo, formativo, exequível e adequado à especificidade do sector do Ensino.
O Governo, acima de tudo preocupado com as estatísticas, as despesas com a Educação e a agenda eleitoral, persiste na sua irresponsável teimosia, mesmo sabendo que, desse modo, está a semear o caos na Escola Pública, não só em prejuízo dos professores, mas também dos alunos e das suas famílias.
A guerra — porque de guerra se trata, não há dúvida — continua. E a próxima batalha é já no dia 3 de Dezembro:
Vamos todos parar as escolas! O Governo assim o quis!
Os professores e os seus representantes de classe continuam a exigir a suspensão da "avaliação" burocrática, como forma de devolver a indispensável tranquilidade às escolas e dar tempo à construção de um modelo de avaliação mais justo, formativo, exequível e adequado à especificidade do sector do Ensino.
O Governo, acima de tudo preocupado com as estatísticas, as despesas com a Educação e a agenda eleitoral, persiste na sua irresponsável teimosia, mesmo sabendo que, desse modo, está a semear o caos na Escola Pública, não só em prejuízo dos professores, mas também dos alunos e das suas famílias.
A guerra — porque de guerra se trata, não há dúvida — continua. E a próxima batalha é já no dia 3 de Dezembro:
Vamos todos parar as escolas! O Governo assim o quis!
O SPAM do ME
O ME deve julgar que somos estúpidos e agora enche-nos a caixa de correio electrónico com SPAM a tentar amaciar-nos o pêlo.
Na realidade, a única coisa que consegue é moer-me o juízo mas, para evitar estas tretas, vou já pôr um filtro para irem directamente para o lixo.
Na realidade, a única coisa que consegue é moer-me o juízo mas, para evitar estas tretas, vou já pôr um filtro para irem directamente para o lixo.
Vender a alma ao diabo
As equipas de apoio às escolas “em dificuldades”, são constituídas por professores que venderam a alma ao diabo e que tentam a todo o custo ajudar a ME a levar o MONSTRO ao destino: desestabilizar os docentes, amestrá-los, diabolizar as relações entre pares e atingir metas estatísticas fictícias em cada “ORGANIZAÇÃO”(EX-ESCOLAS). A linguagem que utilizam é a de especialistas em marketing, a pressão/ chantagem sobre os CD's e PCE's é intolerável, mas, mesmo assim, não conseguem responder com seriedade e convicção às questões que lhes são colocadas, pois, no fundo é indisfarçável, até para eles, que este modelo, ainda que na versão simplex, não passa de um nado morto, tais são multi deficiências de que enforma. Para os que têm estado, por força dos cargos/ funções que desempenham, mais por dentro da realidade da tentativa de implementação deste singular “modelo”, é absolutamente um dado adquirido que constitui um atentado inaceitável (até às últimas consequências) à sanidade mental dos professores deste país à beira da autofagia.
RESISTIR, é o que nos resta, até á última gota de energia. Sei do que falo, colegas.
RESISTIR, é o que nos resta, até á última gota de energia. Sei do que falo, colegas.
Mantermo-nos unidos!
"Se nós todos quisermos, paramos mesmo esta porcaria de avaliação e o governo não tem volta a dar.
Temos de ter ânimo e cabeça fria. E mantermo-nos unidos.
A primeira coisa que devemos perceber é que o tempo corre a nosso favor. Quanto mais perto das eleições menor será a margem de manobra do governo.
Outra coisa importante é manter a união. Enquanto a larga maioria dos professores de uma escola recusar mexer uma palha para fazer a avaliação, a coisa não anda mesmo. Não é possível colocar processos disciplinares a milhares de professores. Agora, se for um “herói” isolado que se põe a jeito, aí já se sabe que esta gente é manhosa, mesquinha e vingativa.
Quanto à questão de virar ou não virar a opinião pública, não vale a pena estar com grandes teorias e explicações. Basta uma frase simples: vota à esquerda ou à direita, não votes PS. Se esta mensagem for passando e convencendo, vão ver como eles se põem finos num instante. O Socas ou o que for para o lugar dele…"
Temos de ter ânimo e cabeça fria. E mantermo-nos unidos.
A primeira coisa que devemos perceber é que o tempo corre a nosso favor. Quanto mais perto das eleições menor será a margem de manobra do governo.
Outra coisa importante é manter a união. Enquanto a larga maioria dos professores de uma escola recusar mexer uma palha para fazer a avaliação, a coisa não anda mesmo. Não é possível colocar processos disciplinares a milhares de professores. Agora, se for um “herói” isolado que se põe a jeito, aí já se sabe que esta gente é manhosa, mesquinha e vingativa.
Quanto à questão de virar ou não virar a opinião pública, não vale a pena estar com grandes teorias e explicações. Basta uma frase simples: vota à esquerda ou à direita, não votes PS. Se esta mensagem for passando e convencendo, vão ver como eles se põem finos num instante. O Socas ou o que for para o lugar dele…"
quinta-feira, novembro 27, 2008
A "mercadorização" da Escola Pública
"Nos últimos anos, assistimos a uma hecatombe legislativa, contraditória e complexa, que visa, no essencial, introduzir nas escolas públicas as estratégias e os modos organizacionais das empresas que produzem bens materiais. Essa hecatombe legislativa foi preparada e legitimada por muitos especialistas em Ciências da Educação, regra geral, pessoas que estão fora do campo produtivo (fora da sala de aula) e que há muito se afastaram das ciências ou disciplinas que compõem ou fundamentam os planos de estudos das escolas básicas e secundárias."
"É por isso que a luta dos professores contra a divisão da profissão em duas categorias e contra o modelo burocrático de avaliação de desempenho é um luta civilizacional pela defesa da Escola Pública, da criatividade do acto educativo, da liberdade pedagógica e da democracia nas escolas." ler mais…
"É por isso que a luta dos professores contra a divisão da profissão em duas categorias e contra o modelo burocrático de avaliação de desempenho é um luta civilizacional pela defesa da Escola Pública, da criatividade do acto educativo, da liberdade pedagógica e da democracia nas escolas." ler mais…
Ramiro Marques, ProfAvaliação
O país acabará por nos agradecer
Enquanto os professores, num crescendo de indignação, têm vindo a manifestar-se, desde segunda-feira, de Norte a Sul, contra o modelo burocrático de avaliação, as Direcções Regionais de Educação estão há cerca de três dias a reunir-se com conselhos executivos e a dizer-lhes que têm de avançar com procedimentos "que nem sequer começaram a ser negociados".
A negociação do Ministério da Educação, como se comprova, "não existe, é um simulacro e uma farsa".
Infelizmente, por isso, a reunião de sexta-feira, entre Maria de Lurdes Rodrigues e a Plataforma Sindical, servirá apenas para tornar evidente — se dúvidas ainda houvesse — a cegueira, a intransigência e a irresponsabilidade de um Governo que, só por razões de agenda política, persiste em não suspender um modelo de avaliação que, verdadeiramente, não avalia e, pior do que isso, promove o caos e a instabilidade na Escola Pública.
Preparemo-nos, portanto, para a continuação da luta. Em defesa da Educação.
O país acabará por nos agradecer.
A negociação do Ministério da Educação, como se comprova, "não existe, é um simulacro e uma farsa".
Infelizmente, por isso, a reunião de sexta-feira, entre Maria de Lurdes Rodrigues e a Plataforma Sindical, servirá apenas para tornar evidente — se dúvidas ainda houvesse — a cegueira, a intransigência e a irresponsabilidade de um Governo que, só por razões de agenda política, persiste em não suspender um modelo de avaliação que, verdadeiramente, não avalia e, pior do que isso, promove o caos e a instabilidade na Escola Pública.
Preparemo-nos, portanto, para a continuação da luta. Em defesa da Educação.
O país acabará por nos agradecer.
O entendimento impossível (e indesejável)
Aqui e aqui, está o que a Ministra tem para nos oferecer com o Simplex II: para além da não consideração dos resultados dos alunos e do abandono escolar na avaliação (só este ano!), e do carácter facultativo das aulas assistidas para quem se contentar com a menção de Bom, é uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma; e agrava a divisão entre os professores, criando regimes de avaliação diferenciados para avaliados, avaliadores e PCE's, mantendo o funil das quotas e as castas de "titulares" e "professores".
Aqui, está o que a Plataforma Sindical vai exigir ao ME:
Por isso, é preciso estarmos conscientes e preparados para a eventual (e provável) necessidade de continuarmos a luta.
Quem calçou esta bota — não fomos nós — que a descalce…
Aqui, está o que a Plataforma Sindical vai exigir ao ME:
- Suspensão imediata do actual modelo de avaliação;
- Solução transitória para o ano em curso que evite o vazio legislativo e/ou um acto meramente administrativo; e
- Negociação de uma alternativa formativa de qualidade, cientificamente capaz e pedagogicamente adequada.
Por isso, é preciso estarmos conscientes e preparados para a eventual (e provável) necessidade de continuarmos a luta.
Quem calçou esta bota — não fomos nós — que a descalce…
As estratégias inaceitáveis do ME
Na realidade, esta equipa do ME utiliza todas as técnicas possíveis e imagináveis em matéria de propaganda, não hesitando em recorrer deliberadamente à mentira e, pior ainda, em repeti-la indefinidamente — como fazia Joseph Goebbels — na expectativa de que ela venha a ser tomada por verdade.
Esquecem que, por enquanto, ainda estamos em democracia e que não engolimos facilmente o que nos querem impingir. Como afirmarem a pés juntos que a avaliação avança quando os factos demonstram que a maioria das escolas está a suspendê-la e até o "Pai da Nação", Albino Almeida, reconheceu, no Prós e Contras, que o processo está parado por todo o lado. Ou o Secretário de Estado Pedreira, com a colaboração de certa (des)informação, garantir, como se fosse o porta-voz do Conselho de Escolas, que aquele órgão "concorda com a simplificação do modelo de avaliação de professores proposta pelo Ministério da Educação" quando não houve qualquer votação nesse sentido.
Razão tem Mário Nogueira quando lamenta que o Ministério da Educação esteja a "adoptar estratégias inaceitáveis". Em democracia — valor cada vez mais arredado da prática política dos senhores que nos governam.
Esquecem que, por enquanto, ainda estamos em democracia e que não engolimos facilmente o que nos querem impingir. Como afirmarem a pés juntos que a avaliação avança quando os factos demonstram que a maioria das escolas está a suspendê-la e até o "Pai da Nação", Albino Almeida, reconheceu, no Prós e Contras, que o processo está parado por todo o lado. Ou o Secretário de Estado Pedreira, com a colaboração de certa (des)informação, garantir, como se fosse o porta-voz do Conselho de Escolas, que aquele órgão "concorda com a simplificação do modelo de avaliação de professores proposta pelo Ministério da Educação" quando não houve qualquer votação nesse sentido.
Razão tem Mário Nogueira quando lamenta que o Ministério da Educação esteja a "adoptar estratégias inaceitáveis". Em democracia — valor cada vez mais arredado da prática política dos senhores que nos governam.
Centro: 30 000!
Às 20:00 horas de ontem, já ascendia a mais de nove mil o número de professores da Região Centro que, até essa altura, se tinham manifestado contra o modelo de avaliação do ME.
Mas esse número haveria de ultrapassar a fasquia dos vinte mil manifestantes, com os três mil de Aveiro, os mais de mil de Castelo Branco e os sete mil de Coimbra.
[Actualização - Segundo a TVI, afinal foram… 30 000!]
Uma vez mais, pode dizer-se que a indignação contra a avaliação burocrática que MLR pretende impôr teve o seu epicentro… no Centro!
E amanhã (na Região de Lisboa e Vale do Tejo) e sexta (no Sul) há mais! A luta continua!…
Mas esse número haveria de ultrapassar a fasquia dos vinte mil manifestantes, com os três mil de Aveiro, os mais de mil de Castelo Branco e os sete mil de Coimbra.
[Actualização - Segundo a TVI, afinal foram… 30 000!]
Uma vez mais, pode dizer-se que a indignação contra a avaliação burocrática que MLR pretende impôr teve o seu epicentro… no Centro!
E amanhã (na Região de Lisboa e Vale do Tejo) e sexta (no Sul) há mais! A luta continua!…
quarta-feira, novembro 26, 2008
Suspensão ou continuação da luta!
Até este momento, não houve qualquer recuo ou cedência significativa do M.E., mas apenas a tentativa de garantir a aplicação de um modelo de avaliação que os professores rejeitam e as escolas suspendem.
Os Sindicatos de Professores assumirão, sexta-feira, nas reuniões com o ME, as posições daqueles que representam:
1. Suspensão do actual modelo de avaliação! (pressuposto prévio de verificação obrigatória).
2. Negociação de uma alternativa formativa de qualidade, cientificamente capaz e pedagogicamente adequada.
Os Sindicatos admitem uma solução transitória para o ano em curso que evite o vazio legislativo e/ou um acto meramente administrativo.
Nesta matéria não há espaço para soluções intermédias, nem entendimentos que não passem pela suspensão imediata do actual modelo. É essa a vontade dos Professores e o compromisso dos Sindicatos.
A suspensão deste modelo de avaliação não pode continuar a ser adiada! A obstinação da Senhora Ministra da Educação não pode continuar a criar dificuldades ao normal funcionamento das escolas. [ler tudo aqui]
Os Sindicatos de Professores assumirão, sexta-feira, nas reuniões com o ME, as posições daqueles que representam:
1. Suspensão do actual modelo de avaliação! (pressuposto prévio de verificação obrigatória).
2. Negociação de uma alternativa formativa de qualidade, cientificamente capaz e pedagogicamente adequada.
Os Sindicatos admitem uma solução transitória para o ano em curso que evite o vazio legislativo e/ou um acto meramente administrativo.
Nesta matéria não há espaço para soluções intermédias, nem entendimentos que não passem pela suspensão imediata do actual modelo. É essa a vontade dos Professores e o compromisso dos Sindicatos.
A suspensão deste modelo de avaliação não pode continuar a ser adiada! A obstinação da Senhora Ministra da Educação não pode continuar a criar dificuldades ao normal funcionamento das escolas. [ler tudo aqui]
Os Sindicatos de Professores
É literalmente isto que os Sindicatos vão exigir à Ministra da Educação, na sexta-feira. Em defesa da Escola pública e da dignificação da função docente.
Só podemos (e devemos) apoiar.
E, no caso de rejeição do Ministério, continuar a lutar. Com a força da razão.
A agenda do PS e do Governo é as eleições; a nossa é a Educação!
Só podemos (e devemos) apoiar.
E, no caso de rejeição do Ministério, continuar a lutar. Com a força da razão.
A agenda do PS e do Governo é as eleições; a nossa é a Educação!
Hoje somos nós!
MANIFESTAÇÕES CONTRA O MODELO BUROCRÁTICO DE AVALIAÇÃO
AVEIRO – LARGO DA ESTAÇÃO DA CP – 21H00
CASTELO BRANCO – FRENTE AO TRIBUNAL – 20H30
COIMBRA – PRAÇA DA REPÚBLICA – 20H30
GUARDA – GOVERNO CIVIL – 18H00
LEIRIA – CÂMARA MUNICIPAL – 17H30
VISEU – ROSSIO – 17H00
LAMEGO – SOLDADO DESCONHECIDO – 17H00
AVEIRO – LARGO DA ESTAÇÃO DA CP – 21H00
CASTELO BRANCO – FRENTE AO TRIBUNAL – 20H30
COIMBRA – PRAÇA DA REPÚBLICA – 20H30
GUARDA – GOVERNO CIVIL – 18H00
LEIRIA – CÂMARA MUNICIPAL – 17H30
VISEU – ROSSIO – 17H00
LAMEGO – SOLDADO DESCONHECIDO – 17H00
Ontem foi o Norte
Porto – Mais de 5000 professores em protesto na Praça da República.
Viana do Castelo - Mais de meio milhar de professores concentraram-se na Praça da República.
Bragança - Praticamente "todos os professores do distrito", cerca de 2000, saíram à rua.
Vila Real - Cerca de três mil professores protestaram contra o modelo de avaliação, na Praça do Município.
Braga - Mais de cinco mil professores pediram, na Praça do Pópulo, o fim do modelo de avaliação.
Viana do Castelo - Mais de meio milhar de professores concentraram-se na Praça da República.
Bragança - Praticamente "todos os professores do distrito", cerca de 2000, saíram à rua.
Vila Real - Cerca de três mil professores protestaram contra o modelo de avaliação, na Praça do Município.
Braga - Mais de cinco mil professores pediram, na Praça do Pópulo, o fim do modelo de avaliação.
Acabar com o pesadelo!
Maria de Lurdes Rodrigues anda há mais de um ano a tentar impôr às escolas um modelo de avaliação de docentes que ela antecipadamente sabia não ir facilitar nem melhorar o desempenho profissional dos professores, nem tampouco contribuir para um verdadeiro progresso das aprendizagens dos alunos. Alicerçado num ECD que dividiu artificiosamente a carreira docente em duas categorias e no estabelecimento de quotas para as menções classificativas de Excelente e Muito Bom que impedem mais de dois terços dos professores de chegar ao topo da carreira, tornou-se, desde cedo, evidente que o objectivo principal do seu burocrático modelo de avaliação seria o emagrecimento das despesas públicas com a Educação, em particular a massa salarial da classe docente. Quanto ao propalado sucesso educativo, lá se haveria de chegar através da redução da exigência e da adopção de uma cultura de facilitismo da escola inclusiva, da associação da avaliação docente com os resultados escolares dos alunos e, por que não?, da diminuição do grau de dificuldade dos exames. Perfeito.
Para este diabólico plano, que está a minar por completo a Escola Pública, a ministra contava com uma classe profissional adormecida e desunida e uma verdadeira pulverização das organizações sindicais que lhes retirava capacidade negocial. Mas o tiro saiu-lhe pela culatra. Cansados de serem desautorizados, desrespeitados e humilhados, os professores despertam finalmente para a luta, unem-se e organizam-se até em movimentos independentes. Entretanto, os sindicatos fazem o que até aí parecera impossível: criam uma plataforma sindical aumentando a sua força reivindicativa.
MLR percebe finalmente — tarde demais — que tem de mudar alguma coisa para que tudo continue na mesma e, numa operação de cosmética sobre o modelo inicial, cria o simplex.
Claro que a quotas continuam. A divisão da carreira docente, em duas categorias, também. E a divisão dos professores é mesmo, intencionalmente, agravada — dividir para reinar — através de avaliações diferenciadas para avaliados, avaliadores e PCE's (estes, aliás, cada vez mais, transformados em correias de transmissão do ministério).
Fica-se com a impressão que MLR ensandeceu! Não percebe que nunca conseguirá apagar o incêndio que ela própria ateou à Escola Pública, atirando mais gasolina para a fogueira. Desta forma, que alternativa oferece ela aos professores? Apenas uma: continuarem a lutar, unidos, até conseguirem acabar com este pesadelo. A bem da Educação.
Para este diabólico plano, que está a minar por completo a Escola Pública, a ministra contava com uma classe profissional adormecida e desunida e uma verdadeira pulverização das organizações sindicais que lhes retirava capacidade negocial. Mas o tiro saiu-lhe pela culatra. Cansados de serem desautorizados, desrespeitados e humilhados, os professores despertam finalmente para a luta, unem-se e organizam-se até em movimentos independentes. Entretanto, os sindicatos fazem o que até aí parecera impossível: criam uma plataforma sindical aumentando a sua força reivindicativa.
MLR percebe finalmente — tarde demais — que tem de mudar alguma coisa para que tudo continue na mesma e, numa operação de cosmética sobre o modelo inicial, cria o simplex.
Claro que a quotas continuam. A divisão da carreira docente, em duas categorias, também. E a divisão dos professores é mesmo, intencionalmente, agravada — dividir para reinar — através de avaliações diferenciadas para avaliados, avaliadores e PCE's (estes, aliás, cada vez mais, transformados em correias de transmissão do ministério).
Fica-se com a impressão que MLR ensandeceu! Não percebe que nunca conseguirá apagar o incêndio que ela própria ateou à Escola Pública, atirando mais gasolina para a fogueira. Desta forma, que alternativa oferece ela aos professores? Apenas uma: continuarem a lutar, unidos, até conseguirem acabar com este pesadelo. A bem da Educação.
terça-feira, novembro 25, 2008
Prós e Contras: terreno minado (II)
Quando Fátima Campos Ferreira falou de “clima de terror nas escolas”, pensei que se iria falar dos vários casos de coacção, chantagem e pressão psicológica sobre os professores que se recusam a entregar os objectivos individuais e a alinhar na farsa da "avaliação". Ou no e-mail da DGRHE!
Mário Nogueira, provavelmente, também terá pensado o mesmo, chegando a afirmar que a expressão era exagerada.
De resto, terá sido por mero acaso que a “jornalista=funcionária do governo”, seguidamente, deu a palavra à PCE da escola de Vialonga, Armandina Soares — por acaso apoiante de Sócrates — que afirmou, de forma explícita (sem, no entanto, apresentar quaisquer provas), que existe coacção física, mas da parte da imensa maioria que exige a suspensão deste modelo de avaliação sobre a escassa minoria que o apoia. Coincidências…
Provavelmente, também será obra do acaso a ameaça da Direcção Regional da Educação do Norte (DREN) de avançar com processos disciplinares contra os professores que pressionarem colegas a boicotar a avaliação de desempenho!…
De facto, há terror nas escolas. Não há dúvidas. Só que vem da parte do Governo.
Mário Nogueira, provavelmente, também terá pensado o mesmo, chegando a afirmar que a expressão era exagerada.
De resto, terá sido por mero acaso que a “jornalista=funcionária do governo”, seguidamente, deu a palavra à PCE da escola de Vialonga, Armandina Soares — por acaso apoiante de Sócrates — que afirmou, de forma explícita (sem, no entanto, apresentar quaisquer provas), que existe coacção física, mas da parte da imensa maioria que exige a suspensão deste modelo de avaliação sobre a escassa minoria que o apoia. Coincidências…
Provavelmente, também será obra do acaso a ameaça da Direcção Regional da Educação do Norte (DREN) de avançar com processos disciplinares contra os professores que pressionarem colegas a boicotar a avaliação de desempenho!…
De facto, há terror nas escolas. Não há dúvidas. Só que vem da parte do Governo.
Prós e Contras: terreno minado (I)
Com uma "moderadora" escandalosamente parcial — generosa a dar tempo, quando a música lhe soa bem, e pressurosa a cortar a palavra, quando a conversa não lhe agrada e, para cúmulo, a tomar posição, quando tal não lhe compete (chegou a dizer que "sem quotas não há mérito"!!!) — o Prós e Contras, mais do que um debate equilibrado e esclarecedor, é um terreno minado onde frequentemente a voz da razão dificilmente consegue fazer-se ouvir.
Ainda assim, face a um atarantado Jorge Pedreira, acolitado por uma raivosa roldana da ministra (Maria do "Céu" Roldão), Mário Nogueira, esclarecido e enérgico, e Maria do Rosário Gama, serena e oportuna, apoiados pela frontalidade e clarividência dos colegas José Eduardo Lemos, Fátima Gomes, Isabel Fevereiro e Constantino Piçarra, demonstraram à saciedade a necessidade de se proceder à suspensão imediata do modelo burocrático de avaliação, pelo prejuízo que a sua implementação está (e continuaria) a causar, não apenas aos professores mas, sobretudo, aos alunos e às escolas.
Até o Pai da Nação (como lhe chama o colega Paulo Guinote), na intervenção mais inesperada da noite, afirmou que "a avaliação já está parada em todas as escolas" e que, por isso mesmo, "é urgente encontrar-se uma solução através do diálogo". Albino Almeida passou-se, não há dúvida. Lá se vai o subsídio da Lurdinhas à CONFAP!…
Ainda assim, face a um atarantado Jorge Pedreira, acolitado por uma raivosa roldana da ministra (Maria do "Céu" Roldão), Mário Nogueira, esclarecido e enérgico, e Maria do Rosário Gama, serena e oportuna, apoiados pela frontalidade e clarividência dos colegas José Eduardo Lemos, Fátima Gomes, Isabel Fevereiro e Constantino Piçarra, demonstraram à saciedade a necessidade de se proceder à suspensão imediata do modelo burocrático de avaliação, pelo prejuízo que a sua implementação está (e continuaria) a causar, não apenas aos professores mas, sobretudo, aos alunos e às escolas.
Até o Pai da Nação (como lhe chama o colega Paulo Guinote), na intervenção mais inesperada da noite, afirmou que "a avaliação já está parada em todas as escolas" e que, por isso mesmo, "é urgente encontrar-se uma solução através do diálogo". Albino Almeida passou-se, não há dúvida. Lá se vai o subsídio da Lurdinhas à CONFAP!…
segunda-feira, novembro 24, 2008
Suspensão ou simplificação?
É o tema de hoje à noite do "Prós e Contras". E neste aspecto, já partimos em vantagem. A questão deixou de ser aquela que só os mal intencionados — e ainda há muitos — colocavam: "Avaliação de docentes - sim ou não?".
É, portanto, claro que os professores não receiam (e, pelo contrário, querem) ser avaliados. Mas querem também que a avaliação contribua para a melhoria do seu desempenho profissional e, sobretudo, promova o desenvolvimento das aprendizagens dos seus alunos. Por isso rejeitam firmemente qualquer modelo (complex ou simplex) que impeça esse desiderato e que, para além de semear o caos nas escolas, não valorize a verdadeira excelência da função docente, à semelhança da solução jardinesca por decreto.
É isso que espero que Maria do Rosário Gama e Mário Nogueira, com o apoio de outros colegas que irão estar na plateia, mostrem ao país. Apesar das pedradas que vão continuar a atirar-nos do outro lado.
É, portanto, claro que os professores não receiam (e, pelo contrário, querem) ser avaliados. Mas querem também que a avaliação contribua para a melhoria do seu desempenho profissional e, sobretudo, promova o desenvolvimento das aprendizagens dos seus alunos. Por isso rejeitam firmemente qualquer modelo (complex ou simplex) que impeça esse desiderato e que, para além de semear o caos nas escolas, não valorize a verdadeira excelência da função docente, à semelhança da solução jardinesca por decreto.
É isso que espero que Maria do Rosário Gama e Mário Nogueira, com o apoio de outros colegas que irão estar na plateia, mostrem ao país. Apesar das pedradas que vão continuar a atirar-nos do outro lado.
Para memória futura…
Mário Nogueira reafirma aqui as posições que a Plataforma Sindical dos Professores irá defender na reunião de 28 de Novembro, com a Ministra da Educação, as quais se resumem ao seguinte:
Até lá, a luta continua!
- […] entre a suspensão do actual modelo e a sua aplicação, não existem soluções intermédias, logo, a suspensão é pressuposto de verificação obrigatória para qualquer outra discussão. Ou seja, e para que fique mais clara a posição, não há entendimento possível que não seja em torno da suspensão imediata do actual modelo.
- Suspenso o actual modelo de avaliação, a FENPROF, estará em condições de iniciar negociações com vista à aprovação de um novo modelo, no quadro de uma revisão do ECD que permita eliminar os seus aspectos mais negativos. É nesse sentido que tem em discussão pública uma proposta de modelo de avaliação. Em relação ao ano em curso, […] estamos preparados para propor uma solução que assente no modelo anterior (processo de auto-avaliação e apreciação pelo conselho pedagógico) e nada mais.
Até lá, a luta continua!
domingo, novembro 23, 2008
Depende de nós. Todos.
A Ministra da Educação quer avaliar os presidentes dos conselhos executivos pelo Sistema Integrado de Avaliação da Administração Pública (SIADAP), coagindo-os, através da ameaça com penalizações, a avançar com o processo burocrático de avaliação de professores. O cão-de-fila de MLR, Álvaro Santos, presidente do Conselho das Escolas, afirma que, pessoalmente, concorda com a opção. Não era preciso dizê-lo. Já sabemos que é um dos que já veste o fato de director executivo.
Ao mesmo tempo, para dividir ainda mais os docentes, à semelhança do que já tinha feito com a criação arbitrária das categorias de "titular" e "professor", a ministra diz que os avaliadores vão ser avaliados apenas pelo "director" da escola e não em conjunto com a Inspecção-Geral da Educação.
Em resposta à louca obstinação do ME, a Plataforma Sindical de professores mantém a recusa do modelo simplex e, com o objectivo de "salvar o ano lectivo", vai apresentar a MLR, na sexta-feira, "uma proposta simples, sem questões burocráticas e transitórias", segundo a qual a avaliação seria focada na vertente científico-pedagógica e aplicada, este ano, apenas aos professores em vias de progredir na carreira. Mário Nogueira diz que "não adianta detalhes, porque a proposta elaborada ainda não foi aprovada por todos os sindicatos da plataforma". Seja… desde que não se trate de mais um Memorando do Entendimento-versão II!…
Não à avaliação jardinesca por decreto! Não à avaliação simplex faz-de-conta!
Por uma avaliação justa, simples, formativa,…
Depende de nós. Todos.
Ao mesmo tempo, para dividir ainda mais os docentes, à semelhança do que já tinha feito com a criação arbitrária das categorias de "titular" e "professor", a ministra diz que os avaliadores vão ser avaliados apenas pelo "director" da escola e não em conjunto com a Inspecção-Geral da Educação.
Em resposta à louca obstinação do ME, a Plataforma Sindical de professores mantém a recusa do modelo simplex e, com o objectivo de "salvar o ano lectivo", vai apresentar a MLR, na sexta-feira, "uma proposta simples, sem questões burocráticas e transitórias", segundo a qual a avaliação seria focada na vertente científico-pedagógica e aplicada, este ano, apenas aos professores em vias de progredir na carreira. Mário Nogueira diz que "não adianta detalhes, porque a proposta elaborada ainda não foi aprovada por todos os sindicatos da plataforma". Seja… desde que não se trate de mais um Memorando do Entendimento-versão II!…
Não à avaliação jardinesca por decreto! Não à avaliação simplex faz-de-conta!
Por uma avaliação justa, simples, formativa,…
Suspender o actual processo de avaliação!
Depende de nós. Todos.
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