Estamos fartos. Do "governo da troika", do Coelho e do Gaspar. Da interminável austeridade e do "memorando". De sermos indecentemente roubados e a "dívida" (que não fizemos) não parar de aumentar, o desemprego não parar de alastrar, a economia não parar de se afundar. Estamos FARTOS, não é filhos?!…
Aliás já estávamos, com os PEC's do Sócrates. E, por isso, há quase dois anos, a maioria dos votantes — "eleitores de alterne", que há 30 anos andam a votar basicamente no mesmo pensando que votam diferente! — com o seu habitual (congénito?) preconceito anti-esquerda, nem pensou duas vezes: atirou-se para os braços da direita (PSD-CDS). Os resultados estão à vista!…
Agora, o governo está em estado de coma, a coligação que o suporta esboroa-se, mas Cavaco (o "génio da banalidade", como lhe chamou o nosso génio da literatura) insiste na "necessidade" de consenso quando do que verdadeiramente estamos precisados é de ruptura política e mudança de vida!…
Seja como for, o P"S" diz que já é tarde para esse consenso e quer eleições (que BE e PCP há muito também defendem). Mas Seguro, que até sonha com a maioria absoluta (que todas as sondagens estão longe de prever) e se diz disponível para fazer coligações com todos, como se fosse possível e desejável regressarmos aos tempo da União Nacional salazarista, não denuncia o memorando da troika, não defende a renegociação da dívida, em suma, não corta a direito com a maldição da austeridade (que horror… os compromissos, mesmo que ponham em causa a sobrevivência do país, são para respeitar!).
Estamos fartos. Da troika. Da austeridade. E de todos os que a defendem. E também dos que não a denunciam nem cortam com ela de forma clara.