sábado, julho 18, 2009

Desliguem-lhe a corrente, por favor!

"Cada vez que o PS passa pelo Governo, reduz-se a pobreza e as desigualdades sociais". 
Na era do digital, agora que o vinil e a cassete passaram à história, este é um dos loops que mais vamos ter de gramar até 25 de Setembro.
Mesmo que este país continue a ser um dos mais pobres e desiguais da União Europeia (pior, só mesmo a Roménia).

quinta-feira, julho 16, 2009

Desigualdades e pobreza: na mesma como a lesma

Sócrates vangloria-se de que as desigualdades e a pobreza reduziram-se em Portugal, na última legislatura.
Com efeito, ao longo dos quatro anos da sua governança, mesmo com as medidas de ajuda social do Estado, a percentagem de população a viver abaixo do limiar de pobreza desceu apenas de 20 para 18 por cento. Além disso, os jovens, com 23 por cento, e os idosos, com 22 por cento, são grupos particularmente afectados pela pobreza que, em valores absolutos, continua a flagelar cerca de 2 milhões de portugueses.

(clicar na imagem para ampliar)

Em matéria de desigualdade da repartição do rendimento, em 27 estados-membros, pior do que nós só mesmo a Roménia, (como se pode ver no gráfico)!
Perante tão tristes resultados, a um governo supostamente socialista, melhor ficaria uma autocrítica e um pedido de desculpas do que o foguetório propagandístico que tem feito. Mas percebe-se. Começou a campanha eleitoral!

Bandeira da liberdade

É verdade, só há duas hipóteses

Sócrates considera que só há duas hipóteses: "Ou o PS ou a direita".

Errado. Há três hipóteses: ou o P"S", ou a Direita ou a Esquerda. Ou melhor, tendo em atenção que este P"S" governa à direita, as opções são, de facto, duas: ou Direita (P"S" incluído) ou Esquerda.

quarta-feira, julho 15, 2009

Pior do que um incompetente…

Só mesmo três! Arre!…



Por aqui se percebe a razão do facilitismo no ensino. Quem dá este triste espectáculo não pode fazer grandes exigências!…

terça-feira, julho 14, 2009

O socialismo na gaveta

Sócrates diz que "nunca houve vitórias da esquerda com o enfraquecimento do PS". Mentira!
A esquerda e o país é que nunca ganharam com o PS a governar sozinho. O PS no poder mete o socialismo na gaveta e governa à direita. Essa é a verdade.
Por Portugal, pela esquerda, maioria absoluta do P"S", nunca mais!

domingo, julho 12, 2009

Sócrates e Alegre: que convergências?

Replicando ao artigo de Manuel Alegre publicado pelo "Expresso", Sócrates, num golpe de rins em que já se tornou especialista, afirma preferir salientar os pontos de convergência com Alegre, como se eles existissem.
Vejamos então os ponto de convergência entre ambos…
Primeiro, enquanto Sócrates fala na necessidade de mobilizar o P"S", Alegre defende que é urgente acordar o partido e exigir uma mudança de estilo, de pessoas e de políticas, ou seja, uma verdadeira refundação do PS.
Segundo, para Sócrates, a disputa destas eleições é entre o P"S" e a Direita. Porém, Alegre não reconhece em nenhum ponto da sua análise que este PS, com o "buraco negro" resultante da perda de "grande parte da sua base social", consiga, sozinho, fazer frente à Direita. E além disso, não considera que o P"S" tenha governado à esquerda, o que significa que não é uma alternativa fiável e credível à Direita.
Enfim, estas pseudo-convergências de Sócrates com Alegre mostram que, no P"S" nada de novo. Ao eleitorado de esquerda só resta reforçar a votação nos partidos de esquerda. E o PS de Sócrates não é um deles!

Aproximar as esquerdas

Manuel Alegre gostaria que o PS tivesse governado de outra maneira, à esquerda. Na educação, no trabalho (cujo Código acha imperioso rever), na Justiça, na função pública, na relação com os sindicatos, na afirmação do primado da política e na urgência de libertar o Estado de interesses que o condicionam. Mas tal não aconteceu.
Apesar de afirmar ser preciso que os socialistas acordem urgentemente do seu torpor e que dentro do PS haja uma mudança não só de estilo, mas de pessoas e de políticas, no seu íntimo, ele não  acreditará que isso seja possível neste P"S" alienado pelo culto da personalidade e anestesiado pelo pensamento único e a subserviência.
Por isso, ao fim de 34 anos como deputado, decidiu não concorrer às legislativas pelo seu partido de sempre.
E fez muito bem. Dá um sinal claro de que é imprescindível criar pontes que aproximem as esquerdas. Para que  um país maioritariamente de esquerda não acabe uma vez mais a ser governado pela direita.

quinta-feira, julho 09, 2009

Faces da mesma moeda

Os portugueses podem estar confusos, não saberem ainda bem o que querem, mas se há coisa que os resultados das eleições europeias não escondem é que eles estão a ficar fartos da bipolarização no P"S" e no P"SD" e, ainda mais, das maiorias absolutas. Na realidade, nunca os partidos do centrão, responsáveis pela medíocre governação que já dura há mais de trinta anos, tiveram, em conjunto, um resultado tão baixo, enquanto a Esquerda registou o seu melhor resultado de sempre e a Direita conseguiu uma votação significativa. Quanto ao P"S", sofreu uma das derrotas mais expressivas da sua história.
Sócrates percebe muito bem tudo isto mas, fiel à sua táctica de mistificar a realidade, insiste em impor-nos uma falsa dicotomia: ou o P"SD", que "quer rasgar as políticas sociais" e faz da "resignação, do pessimismo e do negativismo" uma "linha política", ou o P"S", "que tem confiança no país, vontade e ambição" e "acredita no Estado social". Porém, a maioria dos portugueses começa a perceber que a diferença entre este P"S" e o P"SD" é apenas de nome e de semântica. Quanto ao resto, que é o essencial, eles são faces da mesma moeda.
Bem pode vir agora o Primeiro-ministro, à última da hora, apregoar "as três marcas da sua governação" — "Rigor e responsabilidade, ambição nas reformas modernizadoras do país e a marca social" — que a gente não vai esquecer!
Não vamos esquecer que a dívida pública se aproxima dos 100 por cento do PIB, o défice sobe para o nível do início da legislatura e milhões de euros foram enterrados na banca sem proveito para a economia real.
Como não vamos esquecer que a reforma da Educação semeou o caos, a indisciplina e o facilitismo na Escola Pública em nome de um sucesso meramente estatístico, o Serviço Nacional de Saúde, que a Constituição diz ser tendencialmente gratuito, é cada vez mais pago pelos utentes, a reforma da Justiça deixou tudo na mesma e o Código do Trabalho agravou a precariedade do emprego, já de si elevadíssima.
Como não podemos esquecer os mais de 600 mil desempregados (200 mil dos quais sem subsídio de desemprego), os quase dois milhões de pobres, os milhares de reformados com pensões de miséria que não chegam para as despesas de saúde.
Não. A verdadeira opção não é entre este P"S" e o P"SD" que, no essencial, põem em prática políticas semelhantes, políticas antipopulares, políticas de Direita. É uma escolha sem sentido.
A verdadeira opção tem de ser entre políticas de Direita e políticas de Esquerda. Para quem está cansado da falsa alternância do P"S" e do P"SD" no poder, a escolha é, portanto, muito clara: votar à Esquerda.

quarta-feira, julho 08, 2009

Desinfecção da 5 de Outubro

A Ministra da Saúde tem razão.  Adiar a abertura do ano lectivo não é solução para evitar a propagação do vírus. Como também o não é paralisar o país (mais do que o que já está).
Mas não basta adoptar medidas profilácticas severas em todas as escolas. É preciso não esquecer a desinfecção da 5 de Outubro. Mas disso encarregamo-nos nós em 27 de Setembro.

A ministra continua a delirar

Para a Ministra da "Educação", as responsabilidades do insucesso nunca são das suas políticas. São (algumas vezes) dos alunos, (quase sempre) dos professores e agora (até) dos jornalistas!
Não seria melhor riscar os artigos 37.º e 38.º da Constituição? Maria de Lurdes Rodrigues continua a delirar.

segunda-feira, julho 06, 2009

Governador do BdP ganha mal

É preciso fazer alguma coisa para que tudo continue como dantes. É o que se pode dizer do inquérito parlamentar, se assim lhe podemos chamar, ao caso BPN que, ao fim de seis meses, se limita a ilibar o Banco de Portugal de falhas na sua acção fiscalizadora pois, "no mundo dos negócios, como noutras esferas, é possível praticar actos fraudulentos e mantê-los em segredo".
A Comissão de Inquérito considera, no entanto, "que Vítor Constâncio podia ter sido mais diligente". Mas esquece que o Dr. Constâncio é "apenas" o terceiro governador mais bem pago do mundo. Se querem que o homem trabalhe mais têm de lhe pagar um pouco melhor!…

O sol brilha p'ra todos nós

Avante camarada, avante
Junta a tua à nossa voz
Avante camarada, avante camarada
O sol brilhará p'ra todos nós


O sol brilha p'ra todos nós. A crise, para alguns. Por acaso, são a imensa maioria…
Na realidade, a crise é apenas para os mais de seiscentos mil desempregados, metade dos quais não recebe qualquer subsídio, para os cerca de dois milhões de trabalhadores precários que nunca sabem se em cada dia que vem ainda têm trabalho, para os quase dois milhões de pobres que sobrevivem silenciosamente à margem daquilo que é mais elementar.
Mas é também para os milhares de jovens que procuram desesperadamente o primeiro emprego que teima em não aparecer, para as dezenas de milhares de empresários muitos dos quais não conseguiram evitar a falência das suas micro, pequenas e médias empresas, para os reformados cujas pensões de miséria, em muitos casos, não dão sequer para pagar as despesas de saúde.
E até para muitas pessoas da classe média que, tendo contraído empréstimos que agora não conseguem liquidar, se vêem numa situação muito difícil.

Já para os banqueiros, os grandes empresários e os administradores e gestores dos grandes grupos económicos e financeiros, não há crise.
Eles continuam  a viver nas mesmas sumptuosas vivendas, a conduzir os mesmos luxuosos carros, a fazer férias nos mesmos extravagantes destinos.
Alguns, na ânsia de enriquecerem cada vez mais e mais rapidamente, terão mesmo contribuído para a crise através de criminosas operações de engenharia financeira mas, da forma que a Justiça (não) funciona neste país, Jerónimo de Sousa bem pode esperar sentado para vê-los atrás das grades.

Por alguma razão, segundo o Eurostat, Portugal é o país da zona euro com a repartição do rendimento mais desigual.
Por alguma razão a corrupção no nosso país, que já era elevada em 2004, aumentou nos últimos quatro anos.

sábado, julho 04, 2009

O maior problema de Portugal

A teoria de que a Constituição é a força que bloqueia o desenvolvimento do país é velha, como a Direita que a subscreve.
Conheço suficientemente a CRP para considerar que não é a Constituição que impede Portugal de se tornar um país mais desenvolvido, mais justo e mais igualitário.
O problema reside nos governos que há 30 anos se têm sucedido e nas políticas que têm implementado. Mas também na maioria dos eleitores que, por opção consciente ou, quiçá na maior parte dos casos, por ignorância ou ingenuidade, os têm sufragado com o seu voto.
Em suma, mais do que o défice orçamental, o maior problema de Portugal é o défice de educação dos portugueses.

Os monólogos da sinistra criatura

Para além da forma rasteira e vil como foram tratados, os professores chegam ao fim da legislatura com uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Foi nisto que deu a participação em simulacros de negociação com uma equipa ministerial que outro objectivo não nunca teve senão passar a ideia de que estava disponível para o diálogo mas desde cedo se revelou completamente surda, autista e prepotente. E indisponível para toda e qualquer verdadeira negociação.
Há muito que os sindicatos deveriam ter deixado de participar numa encenação. Há muito que Lurdes Rodrigues devia ter sido deixada a monologar.

Cantiga do ódio

Há-de sentir o meu ódio
quem o meu ódio mereça:
ó vida, cega-me os olhos
se não cumprir a promessa.

Cantiga do Ódio, Carlos de Oliveira

Ao longo do seu trágico mandato, Maria de Lurdes Rodrigues não fez outra coisa senão odiar os professores.
Impôs-lhes um estatuto perverso e abusivo, dividiu-lhes a carreira em duas categorias impedindo a maioria de alguma vez poder atingir o topo daquela, tentou submetê-los a uma avaliação de desempenho baseada num modelo burocrático, injusto e inviável que acabaria por ser transformado numa palhaçada inqualificável, liquidou o que restava da gestão democrática das escolas, diminuindo drasticamente a participação dos professores e restaurando a figura autocrática do Director.
Mas, por baixo do seu falso ar seráfico, Lurdes Rodrigues tem aos professores uma raiva cega.
Por isso os desautorizou, ofendeu, humilhou, semeando a indisciplina e a desordem nas escolas e transformando-os em sacos de boxe de alunos e pais, ao mesmo tempo que se vangloriava proclamando "perdi os professores mas ganhei a população".
E o fel é tanto que os professores foram vilipendiados e apodados de professorzecos, ratos, covardes.

E vem agora esta mulherzinha queixar-se do ódio de quem quer que seja — mesmo que já tenha sido ministra da Educação e também não tenha deixado boas recordações — depois do esterco que fez e a que, eufemisticamente, chama políticas educativas? Que autoridade moral tem para tanto? Nenhuma.

Todo o ódio que os professores tivessem a Lurdes Rodrigues seria sempre pouco para as maldades que lhes fez e o calvário em que transformou as suas vidas.
Mas eles não se deixarão envenenar e paralisar por esse justo sentimento. Eles têm uma tarefa, direi mesmo um imperativo: contribuir para desinfectar a Educação desta coisa verde e pestilenta que a está a estiolar. E vão fazê-lo. Já falta pouco…

sexta-feira, julho 03, 2009

A 'obra' de Manuel Pinho

O primeiro-ministro, José Sócrates, aceitou hoje a demissão de Manuel Pinho, na sequência do incidente ocorrido na Assembleia da República, durante o debate do "estado a que a Nação chegou".
Evocamos aqui as principais realizações do ex-ministro da economia durante os seus quase quatro anos de passagem pelo governo:
  • Em 2006, anunciou o "fim" da crise em Portugal.
  • Em 2007, tentou lançar o programa 'Allgarve' para promover o turismo algarvio, que abortou pelo ridículo do nome.
  • No mesmo ano, numa visita à China, apelou ao investimento chinês no Terceiro Mundo em Portugal argumentando que os custos salariais são inferiores à média da União Europeia (UE).
  • Já este ano, entrou numa polémica envolvendo Paulo Rangel e Basílio Horta, dizendo que o líder parlamentar do P"SD" tinha "de comer muita papa Maizena para chegar aos calcanhares do Dr. Basílio Horta".
  • Ontem, tentou enfrentar a bancada do PCP mas, em vez de usar a cabeça, por ventura porque não suporta o vermelho, acabou por fazê-lo com "corninhos".

Sócrates perde assim uma cabeça dura, que muita falta lhe pode fazer para o renhido combate eleitoral que o espera.

De promessas está o inferno cheio

Primeiro dizia que queria rasgar tudo. Agora promete mudar tudo: o estatuto do aluno, o estatuto da carreira docente, o sistema de avaliação dos professores e a carga burocrática a que estão sujeitos.
Naturalmente isto é música para os ouvidos de quem, durante quatro longos e penosos anos, foi humilhado, vexado, perseguido pelo governo mais autoritário e arrogante de que há memória em 30 anos de democracia.
Mas atenção, Ferreira Leite já foi Ministra da Educação e não deixou boas recordações. E de promessas está o inferno cheio (as últimas que lá caíram foram as de Sócrates!…).
É por isso que vou pela Esquerda: porque estou farto deste P"S", porque estou farto de maiorias absolutas, porque estou farto da eterna alternância do centrão!… E de promessas!…

quinta-feira, julho 02, 2009

Se…

Se um homem ou mulher é professor(a) é porque é (minimamente) inteligente.
Se é inteligente, sabe distinguir o que está certo do que está errado.
Se sabe o que está certo, sabe que o Ministério da (des)Educação está errado.
Se sabe que o Ministério está errado, sabe que não deve votar no P"S".
Se sabe que não deve votar no P"S", só o fará se tiver má-fé ou for estúpido.
Como um professor não é estúpido, se votar no P"S" só o fará por má-fé.
Se votar por má-fé não merece ser chamado 'Professor'.
Portanto, um professor digno desse nome não vota P"S".

Porque tem memória. Porque tem honra. Porque quer ter um futuro.
Porque quer andar de cabeça erguida. Na escola e na vida.

A cassete da Milú

Dizem as más línguas que o PCP utiliza sempre a mesma cassete.
Pois, neste caso, se alguém vai usar cassete é a Ministra da Confusão Educação, que, como aconteceu da última vez, o mais certo é encravar. Mas o problema técnico será facilmente resolvido com a entrada em cenas dos seus papagaios secretários de Estado que se limitarão a repetir o discurso do ministério pela enésima vez.
Os problemas reais, esses continuaram sem solução enquanto esta gente estiver na 5 de Outubro.
Espero e desejo ardentemente que seja por muito pouco tempo! Oxalá!…

Ralham as comadres

Ralham as comadres, descobrem-se as verdades. E a verdade é que P"SD" e P"S", apesar das suas desavenças, são partidos irmãos. Há 30 anos que lutam pelo poder e nele se têm alternado sucedido. Os resultados dessa suposta alternância, infelizmente, estão à vista: Portugal continua a ser um dos países mais pobres da Europa e aquele onde a desigualdade social é mais gritante, o desemprego é uma chaga e a maioria do emprego é precário, a produção nacional está quase desmantelada e a dependência do exterior é crónica, o Serviço Nacional de Saúde rebenta pelas costuras e a Escola Pública tem no Governo (pasme-se!) o principal inimigo, a corrupção e o compadrio campeiam e a Justiça demora uma eternidade para que nada aconteça.
Até quando é que esta calamidade vai continuar? Até que a maioria dos portugueses acorde da letargia em que está megulhada há três décadas. Será que vai acordar de vez???…