Portugal e a democracia portuguesa estão gravemente doentes. Mas o mais grave de tudo é que falar disto é, para muitos, uma perfeita maçada o que, por si só, também não é indiciador de boa saúde cívica da parte dos portugueses. Talvez pensem que a saída para a crise em que o país está profundamente mergulhado será novamente trazida por algum
salvador da pátria…
Vem isto a propósito da recente
tomada de posição da
SEDES — Associação para o Desenvolvimento Económico e Social — que alerta para o "mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional".
"O mal-estar e a degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento. E se essa espiral descendente continuar, emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever.", adverte ainda aquela associação.
Ao fim e ao cabo, nada que já não se tenha passado nas últimas décadas da Monarquia, quando o
rotativismo entre o Partido Regenerador e o Partido Progressista conduziu a sociedade portuguesa para um beco (apesar de tudo) com saída: a implantação da 1.ª República.
Hoje, até as palavras do poeta são vãs: "mudam-se os tempos" mas as vontades… mantêm-se. Ou, se preferirem, mudam as moscas mas a merda é a mesma! E o rotativismo continua com outro nome e outros actores: a
alternância (eufemisticamente chamada de)
democrática, entre o Partido "Social Democrata" e o Partido "Socialista", que tem conduzido o país a um beco que, desta vez, pode não ter saída. Sobretudo, se nós continuarmos anestesiados e adormecidos, "cantando e rindo". Como se nada houvesse a fazer…
Para os menos atentos (ou com a memória mais curta), o título é o primeiro verso do Hino da Mocidade Portuguesa, do regime salazarista.