quarta-feira, fevereiro 27, 2008

A ministra da "avaliação"

Afinal, Maria de Lurdes Rodrigues é ministra da Avaliação (seja lá o que isso for!).

Diagrama da Avaliação de MLR, mais parecido com
o Labirinto de Creta ou o mapa do Metro de Londres
(clicar para ampliar)


Não é que já não o soubéssemos mas, se é o primeiro ministro que o garante, quem somos nós para duvidarmos?!…

Começou a campanha eleitoral

"O primeiro-ministro, José Sócrates, elogiou hoje o esforço dos professores na melhoria do sistema educativo […]"

Desculpem, mas… é preciso ter muita lata!…
O senhor Primeiro-Ministro não pode estar a falar para os professores… Pelo menos, com seriedade.

Começou a campanha eleitoral, é o que é!

Nobel da Paz (ou da guerra?)

Oh não!… Só faltava esta

Só pode ser por ele ter sido o anfitrião da Cimeira da Guerra, lembram-se?…

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Crime político

Após trinta anos de alternância do P"S" e do P"SD" no poder, vinte e dois de integração europeia e muitos milhões de fundos comunitários delapidados, Portugal afunda-se literalmente na cauda da Europa, com um PIB per capita que o coloca em vigésimo lugar entre os vinte e sete estados-membros da União Europeia.

[clique na imagem para ampliar]

Só para termos uma ideia da desgraça, basta compararmo-nos com os três países que, no final dos anos 80, apresentavam uma situação semelhante à nossa e que, como Portugal, beneficiaram do Fundo de Coesão: a Irlanda está em segundo lugar, a Espanha, em décimo segundo, e a Grécia (na altura atrás de nós), em décimo quarto.

Porém, se isto já é muito grave, é de todo inaceitável, direi mesmo revoltante que, logo a seguir à Letónia, o nosso país registe a maior disparidade entre o rendimento dos mais pobres e o dos mais ricos.

E, como se tal não bastasse, um Relatório da Comissão Europeia conclui que Portugal, logo a seguir à Polónia, é o país da UE onde o risco de pobreza infantil é maior, com uma em cada cinco crianças nessa dramática situação.

Perante estes factos, só há uma coisa que não se percebe: como o é que a maioria do povo português continua a dar o seu voto aos responsáveis por este verdadeiro crime?

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

O futuro é da passarola

Um Boeing 747 da companhia aérea Virgin voou, sem passageiros, entre Londres e Amesterdão, com um dos quatro motores a funcionar a óleo de côco.


Para experiência, não está mal. No entanto, ao que parece, para alimentar toda a frota daquela companhia a biocombustível, seria necessário afectar à sua produção uma área equivalente a metade da superfície da Grã-Bretanha. Agora imagine-se a área que não seria precisa para garantir biocombustível para todos os aviões do planeta!…
Quer-me parecer que por este caminho não vamos lá! Sem esquecer o arroteamento maciço de vegetação, imprescindível para a fotossíntese purificadora do ar que respiramos, um processo desta natureza é bem capaz de aumentar a escassez e a carestia dos bens alimentares.
Andaram a brincar enquanto o petróleo foi abundante e barato e agora, que ele começa a dar sinais de minguar, tentam desesperadamente encontrar alternativas energéticas. Oxalá não seja tarde! É que, depressa e bem…

domingo, fevereiro 24, 2008

E no entanto, os cidadãos manifestam-se…

Sempre que uma manifestação não lhe agrada, José Sócrates apressa-se logo a rotulá-la como um acto lamentável de militantes dos partidos da oposição, sugerindo que a população está contente com a sua governação e não se mete nessas coisas.


No entanto, contrariando a "teoria" do primeiro-ministro, ontem, mais de dois mil professores concentraram-se no Porto, Leiria e Caldas da Rainha, em protestos convocados espontâneamente por sms, correio electrónico e blogues, numa iniciativa à margem das estruturas sindicais, contestando a actual política educativa e a exigindo a demissão da ministra da Educação.
Desta vez, Sócrates até pode continuar a afirmar que se tratou de mais um acto lamentável. O que, de todo, já não poderá dizer é que a manifestação foi obra de militantes partidários, de sindicalistas ou mesmo de comunistas.
A propaganda tem limites…

Finalmente o SNS é uma empresa

Mais um "sucesso" do governo do P"S": o Serviço Nacional de Saúde registou um lucro de 109 milhões de euros, em 2007.

Foto Fernando Ribeiro

Pouco importa se isso ficou a dever-se ao encerramento de maternidades e serviços de urgência, à extorsão de taxas "moderadoras" aos utentes ou à manutenção das intermináveis listas de espera para cirurgias. Pelos vistos, para José Sócrates, em política, os fins justificam os meios, mesmo que estes incluam o sofrimento de muitos e até a morte de alguns.

Fala o roto do mal remendado!

Referindo-se aos seus parceiros do bloco central, o PSD, que terão ameaçado mandar às urtigas o pacto para a justiça e o acordo sobre a nova lei autárquica, com o PS, o primeiro-ministro criticou todos os que quebram a palavra dada e os compromissos assumidos.

Realmente, em matéria de cumprimento de promessas, o PSD não será o melhor exemplo, mas sendo a crítica feita por quem, antes de ser eleito, prometeu que não subiria os impostos, que o Tratado Europeu seria aprovado por referendo popular e que não tocaria nos direitos sociais, e depois quebrou a palavra que deu aos eleitores e os compromissos que com eles assumiu, será caso para concluir que José Sócrates, ou não tem um pingo de vergonha, ou se lembra apenas do que lhe interessa, ou está a brincar connosco. Ou tudo junto, o que ainda é pior.
Enfim, fala o roto do mal remendado!

sábado, fevereiro 23, 2008

Progresso ou barbárie?

Se há 500 anos, o humanista renascentista Erasmo de Roterdão (1466-1536) defendia que "a primeira fase do saber é amar os nossos professores" e hoje, como diria José Mário Branco, "vejo tanta raiva a andar à solta" contra a classe docente, é caso para fazer duas perguntas apenas, simples e óbvias:

Afinal, a nossa civilização caminha no sentido do progresso ou da barbárie?

Fazendo nossas as palavras de José Gil, "porquê tanto ódio, tanto desprezo, tanto ressentimento contra a figura do professor?"


Read this doc on Scribd: Ódio

Vinte e um anos depois da tua partida…


Hoje
Vinte e um anos depois da tua partida
Eles ainda comem tudo e não deixam nada.
E podes crer que nunca, como agora, isto foi tão verdade,
Num país onde os vampiros,
longe de estarem em vias de extinção,
Chegam a toda a parte
E continuam a chupar o sangue fresco da manada.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Lá vamos cantando e rindo (?)

Portugal e a democracia portuguesa estão gravemente doentes. Mas o mais grave de tudo é que falar disto é, para muitos, uma perfeita maçada o que, por si só, também não é indiciador de boa saúde cívica da parte dos portugueses. Talvez pensem que a saída para a crise em que o país está profundamente mergulhado será novamente trazida por algum salvador da pátria

Vem isto a propósito da recente tomada de posição da SEDES — Associação para o Desenvolvimento Económico e Social — que alerta para o "mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional".
"O mal-estar e a degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento. E se essa espiral descendente continuar, emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever.", adverte ainda aquela associação.

Ao fim e ao cabo, nada que já não se tenha passado nas últimas décadas da Monarquia, quando o rotativismo entre o Partido Regenerador e o Partido Progressista conduziu a sociedade portuguesa para um beco (apesar de tudo) com saída: a implantação da 1.ª República.
Hoje, até as palavras do poeta são vãs: "mudam-se os tempos" mas as vontades… mantêm-se. Ou, se preferirem, mudam as moscas mas a merda é a mesma! E o rotativismo continua com outro nome e outros actores: a alternância (eufemisticamente chamada de) democrática, entre o Partido "Social Democrata" e o Partido "Socialista", que tem conduzido o país a um beco que, desta vez, pode não ter saída. Sobretudo, se nós continuarmos anestesiados e adormecidos, "cantando e rindo". Como se nada houvesse a fazer…

Para os menos atentos (ou com a memória mais curta), o título é o primeiro verso do Hino da Mocidade Portuguesa, do regime salazarista.

domingo, fevereiro 17, 2008

Portugal (quase) amordaçado

A Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 45.º, garante expressamente que "a todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação".
O senhor Primeiro-Ministro, porém, só aprova "manifestações" de apoio à sua política. Quando os cidadãos resolvem manifestar-lhe o descontentamento com a sua governação, aí já considera tratar-se de actos lamentáveis.
Também eu, como António Barreto, "não sei se Sócrates é fascista", mas do que não duvido é que "não tolera ser contrariado nem admite que se pense de modo diferente […]".
Por isso convive tão mal com os direitos, liberdades e garantias consignados na Constituição.
"[…] José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade […] e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas."

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Propaganda e realidade

José Sócrates e Vieira da Silva congratulam-se com a descida de uma décima percentual na taxa de desemprego, no último trimestre de 2007, afirmando que esta é "uma boa notícia e um sinal muito positivo" para a economia portuguesa.
Porém, acontece que, segundo dados do INE, a taxa de desemprego anual de 2007 atingiu os oito por cento, ou seja, mais 0,3 pontos percentuais que em 2006, o que significa que o desemprego aumentou.
Se a isto juntarmos a subida da inflação homóloga para os 2,9 por cento, em Janeiro de 2008, é caso para dizer que, tal qual a hiena, o senhor primeiro-ministro e o ministro do (des)emprego congratulam-se com coisa nenhuma, só para nos fazer crer que tudo está no bom caminho.


Ao fim e ao cabo, seguindo a velha táctica de propaganda salazarista segundo a qual, "na política, o que parece é".

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Pirotecnia a mais e crescimento a menos

Em mais um puro exercício de pirotecnia política, José Sócrates gaba-se do crescimento de 1,9 % da economia portuguesa, em 2007.


Para quem, o melhor que tem conseguido é a redução do défice público à custa dos cortes desenfreados nas despesas da Saúde e da Educação e do agravamento dos impostos sobre quem trabalha (contrariamente ao que antes prometera…), convenhamos que não deveria ser caso para tamanho fogo de artifício. E menos ainda, se pensarmos que, em vez dos 150 000 postos de trabalho que garantiu que iria criar, e de uma efectiva redução dos mais de meio milhão de desempregados, o máximo que arranjou foi umas centenas, senão milhares, de tachos para os boys chuchalistas. Sem esquecermos que este desgraçado país, com mais de 2 milhões a viver abaixo do limiar da pobreza, continua a ter a mais injusta repartição de rendimento da UE, ou seja, é aquele onde os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
Aqui mesmo ao lado, sem festejos nem foguetório, nuestros hermanos conseguiram, no mesmo período, o dobro do nosso crescimento!…