Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de Janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade, 1997
quarta-feira, dezembro 30, 2009
O 'socialismo' segundo Mário Soares
Somos uns mal agradecidos!…
terça-feira, dezembro 29, 2009
Os palhaços
Apesar de todo o populismo e justicialismo que emana das crónicas de Mário Crespo, neste vídeo é o próprio que deixa perceber as suas convicções e as soluções políticas que defende para a governação do país, as quais, ao fim de 35 anos, mostraram bem o que (não) valem ao conduzir Portugal ao estado comatoso em que se encontra.
Chamar, por isso, Sócrates de palhaço, escondendo que outros palhaços contribuíram para a situação que hoje vivemos, não é propriamente jornalismo mas antes uma… palhaçada.
Chamar, por isso, Sócrates de palhaço, escondendo que outros palhaços contribuíram para a situação que hoje vivemos, não é propriamente jornalismo mas antes uma… palhaçada.
Falta de juízo
Os dados ontem divulgados pela SIBS, mostram que por comparação com 2008, entre 1 e 26 de Dezembro, os portugueses levantaram mais dinheiro (2,53%) e gastaram mais nas compras (subida de 10,64%). Só num dia esturraram 380 milhões de euros!
Isto acontece num país com cerca de 600 mil desempregados, quase 2 milhões de pobres e um nível de vida 25% abaixo da média comunitária!
Perante esta crua realidade, só posso concluir que também devemos padecer de um elevado défice de juízo. Parece-me.
Isto acontece num país com cerca de 600 mil desempregados, quase 2 milhões de pobres e um nível de vida 25% abaixo da média comunitária!
Perante esta crua realidade, só posso concluir que também devemos padecer de um elevado défice de juízo. Parece-me.
A loucura não tem fim
A crise veio para ficar e cavar cada vez mais o fosso entre uma maioria crescente de pobres e explorados e uma minoria cada vez mais rica e sem escrúpulos.
O pico petrolífero é uma realidade. A produção de petróleo já não cresce desde 2004 e, a partir de agora, o ouro negro vai caminhar inexoravelmente para o esgotamento.
Porém, a loucura parece não ter fim. E ninguém se mostra disposto a travar a marcha da Humanidade para o abismo.
O pico petrolífero é uma realidade. A produção de petróleo já não cresce desde 2004 e, a partir de agora, o ouro negro vai caminhar inexoravelmente para o esgotamento.
Porém, a loucura parece não ter fim. E ninguém se mostra disposto a travar a marcha da Humanidade para o abismo.
segunda-feira, dezembro 28, 2009
Tratar da vidinha
Temos os salários mais baixos da União Europeia e um salário mínimo que, apesar do recente aumento, se fica por uns míseros 475 euros, o qual, mesmo assim, não é pago em muitas 'empresas'. E somos o país da União Europeia onde o investimento público, nos últimos dez anos, teve o maior recuo, com uma diminuição média de 4,6% ao ano em termos reais.
Sabe-se agora também que Portugal é dos países europeus em que a assistência às famílias é mais reduzida, representando a transferência de verbas do Estado para as famílias apenas 1,2% do PIB, enquanto a média europeia é 2,1% e a Dinamarca, o Luxemburgo e a Alemanha, que lideram, distribuem o equivalente a mais de 3% do PIB.
Em consequência, por cá, a percentagem de menores de 18 anos que pode cair na malha da pobreza atinge os 21%, enquanto a média europeia é de 19%.
Os governantes — não apenas os actuais mas também os que os precederam — não se cansam de propagandear que têm apoiado as famílias, as empresas, os trabalhadores, mas os resultados estão à vista! Afinal o que é que têm andado a fazer?… A tratar da vidinha, claro.
Sabe-se agora também que Portugal é dos países europeus em que a assistência às famílias é mais reduzida, representando a transferência de verbas do Estado para as famílias apenas 1,2% do PIB, enquanto a média europeia é 2,1% e a Dinamarca, o Luxemburgo e a Alemanha, que lideram, distribuem o equivalente a mais de 3% do PIB.
Em consequência, por cá, a percentagem de menores de 18 anos que pode cair na malha da pobreza atinge os 21%, enquanto a média europeia é de 19%.
Os governantes — não apenas os actuais mas também os que os precederam — não se cansam de propagandear que têm apoiado as famílias, as empresas, os trabalhadores, mas os resultados estão à vista! Afinal o que é que têm andado a fazer?… A tratar da vidinha, claro.
domingo, dezembro 27, 2009
Nem as moscas mudam!
Armandina Soares foi uma das poucas professoras que deram a cara no apoio ao modelo de avaliação proposto pelo Ministério de Maria de Lurdes Rodrigues. Este mês foi nomeada pelo Governo para integrar o CNE.
Seria para admirar se não fosse simplesmente a tradução prática da máxima "chuchalista" jobs for the boys. Caso para concluir que, por cá, nem as moscas mudam!
Seria para admirar se não fosse simplesmente a tradução prática da máxima "chuchalista" jobs for the boys. Caso para concluir que, por cá, nem as moscas mudam!
sábado, dezembro 26, 2009
Mentiroso compulsivo
"Entre 1998 e 2008 Portugal foi o país da União Europeia onde o investimento público teve o maior recuo, com uma diminuição média de 4,6% ao ano em termos reais."
"O Eurostat indica que o investimento público total em Portugal correspondia, em 2004, a 3,1% do PIB. Já em 2008 este valor fica-se pelos 2,1% do PIB", verificando-se assim uma "redução em percentagem do PIB de cerca de 32%."
O Primeiro-ministro passa a vida a afirmar que tem privilegiado o investimento público. Porém, como os números demonstram uma vez mais, Sócrates não passa de um mentiroso compulsivo que, em vez de relançar a economia através do apoio ao investimento, preferiu enterrar milhões de euros na banca especulativa.
Assim nunca mais sairemos da crise.
"O Eurostat indica que o investimento público total em Portugal correspondia, em 2004, a 3,1% do PIB. Já em 2008 este valor fica-se pelos 2,1% do PIB", verificando-se assim uma "redução em percentagem do PIB de cerca de 32%."
O Primeiro-ministro passa a vida a afirmar que tem privilegiado o investimento público. Porém, como os números demonstram uma vez mais, Sócrates não passa de um mentiroso compulsivo que, em vez de relançar a economia através do apoio ao investimento, preferiu enterrar milhões de euros na banca especulativa.
Assim nunca mais sairemos da crise.
Lembrar Gaza
VIGÍLIA
27 de Dezembro das 15h às 19h
em frente à Embaixada de Israel
- Para evocar o massacre de Gaza!
- Para exigir o fim do cerco ilegal a Gaza!
- Para apelar ao apuramento da responsabilidade pelos crimes de guerra e crimes contra a Humanidade!
cruel que transformou 1,5 milhão palestinianos em reclusos nas suas próprias casas.
Os bombardeamentos massivos dos primeiros dias culminaram numa invasão devastadora. Na operação militar “Chumbo fundido” as forças armadas israelitas lançaram fósforo branco
sobre zonas urbanas densamente povoadas e lançaram fogo a mesquitas, escolas, hospitais, cimenteiras, instalações da ONU, padarias e habitações.
Finda em 18 de Janeiro de 2009, a operação assassinou mais de 1400 palestinianos, a maior parte civis – crianças, mulheres e idosos – e causou ainda milhares de feridos em três semanas de violência desmedida.
Israel invocou auto-defesa como justificação para o ataque contra Gaza e chamou à operação uma guerra, mas, na verdade, foi um massacre! A consciência do mundo ficou chocada com esta demonstração de força militar desumana.
Passado um ano sobre o massacre, o cerco ilegal a Gaza continua e a ocupação e colonização israelita dos territórios palestinos intensifica-se. e não permite ao povo palestino recuperar da destruição.
Não nos podemos esquecer de Gaza!
A Iniciativa “Lembrar Gaza” convoca, por isso, uma vigília, no próximo dia 27 de Dezembro, pelas 15h, frente à Embaixada de Israel, em Lisboa, para evocar, solenemente, as vítimas e a destruição, os crimes de guerra e contra a Humanidade e exigir o cumprimento do direito internacional e o levantamento do cerco ilegal a Gaza!
terça-feira, dezembro 22, 2009
O choque eléctrico
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, que controla os preços da electricidade no mercado regulado e cujo presidente foi nomeado pelo primeiro governo de Sócrates, anunciou que o preço da electricidade para as famílias, em 2010, iria aumentar 2,9%. Esta subida é superior a mais do dobro da previsão feita por vários organismos internacionais (OCDE, FMI, BdP), sendo que os trabalhadores não têm garantido idêntico aumento salarial. Se tal se verificar os portugueses terão de pagar, pela mesma quantidade de quilowatts, mais 251,5 milhões de euros, um choque eléctrico absolutamente insuportável, não só pelas razões anteriormente referidas, mas também porque:
É nisto que consiste a política económica dos governos de Sócrates: garantir lucros exorbitantes à EDP, à GALP, à Banca, mesmo que isso acarrete a falência de milhares de PME's, o desemprego de centenas de milhares de trabalhadores, o agravamento do nível de vida da maioria da população, a estagnação da economia e do país.
- o preço da electricidade em Portugal é já superior (em cerca de 2,3%) ao preço médio da União Europeia;
- o poder de compra das famílias portuguesas está muito abaixo (cerca de 25%) da média comunitária; e
- a EDP, cujo principal accionista é o Estado, só nos primeiros nove meses de 2009, já arrecadou mais de 800 milhões de euros de lucros líquidos.
É nisto que consiste a política económica dos governos de Sócrates: garantir lucros exorbitantes à EDP, à GALP, à Banca, mesmo que isso acarrete a falência de milhares de PME's, o desemprego de centenas de milhares de trabalhadores, o agravamento do nível de vida da maioria da população, a estagnação da economia e do país.
segunda-feira, dezembro 21, 2009
Parabéns Carlos do Carmo!
Fadista de Abril, tem cantado alguns dos melhores autores e compositores (José Carlos Ary dos Santos, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, José Mário Branco e José Luís Tinoco). Homem da cidade, do país, do mundo, tem sido um dos maiores embaixadores da cultura portuguesa.
Carlos do Carmo, faz hoje 70 anos. Desejamos-lhe as maiores felicidades e, como prenda, a aprovação da candidatura do fado a Património Mundial.
Carlos do Carmo, faz hoje 70 anos. Desejamos-lhe as maiores felicidades e, como prenda, a aprovação da candidatura do fado a Património Mundial.
sábado, dezembro 19, 2009
Copenhaga: O falhanço da hipocrisia
Os Estados Unidos têm, ao todo, 300 milhões de habitantes; a China tem quase cinco vezes mais população que os Estados Unidos. Os Estados Unidos consomem mais de 20 milhões de barris diários de petróleo; a China chega, apenas, a cinco ou seis milhões. Não se pode pedir o mesmo aos Estados Unidos e à China. Com a agravante de se comprometerem com escassos 3,6 mil milhões de dólares em ajudas aos países mais vulneráveis ao mesmo tempo que enterram mais 636 mil milhões (cerca de 176 vezes mais!) nas guerras justas do Iraque e do Afeganistão.
Só os menos atentos ou mais ingénuos ainda se podem admirar que a tentativa de acordo para a redução da emissão de gases poluentes e a cooperação a longo prazo tenha fracassado. Foi o falhanço previsível da hipocrisia. A razão parece-nos evidente: a atitude irresponsável e a falta de vontade política das nações mais poderosas do planeta para atenuar o abismo que as separa dos países pobres.
Só os menos atentos ou mais ingénuos ainda se podem admirar que a tentativa de acordo para a redução da emissão de gases poluentes e a cooperação a longo prazo tenha fracassado. Foi o falhanço previsível da hipocrisia. A razão parece-nos evidente: a atitude irresponsável e a falta de vontade política das nações mais poderosas do planeta para atenuar o abismo que as separa dos países pobres.
O Titanic começa a afundar-se
Em 2010, novo ponto de viragem da crise sistémica global:
O nó corrediço dos défices públicos começa a estrangular estados e sistemas sociais
Segundo o LEAP/ E2020, a crise sistémica global vai experimentar um novo ponto de inflexão a partir da Primavera de 2010. Com efeito, nesta data, as finanças públicas dos principais países ocidentais vão-se tornar inadministráveis porque, por um lado, novas medidas de apoio à economia se impõem devido ao fracasso dos estímulos de 2009 e, por outro, a amplitude dos défices orçamentais proíbe qualquer nova despesa significativa.
Se este "nó corrediço" dos défices públicos que, em 2009, os governos puseram voluntariamente à volta do do pescoço, ao recusarem-se a obrigar o sistema financeiro a assumir o preço dos seus erros, vai pesar duramente sobre o conjunto das despesas públicas, ele vai afectar muito particularmente os sistemas sociais dos países ricos empobrecendo cada vez mais a classe média e os reformados e deixando os mais desfavorecidos à deriva.
Paralelamente, a cessação de pagamentos de um número crescente de estados e de colectividades locais (regiões, províncias, estados federados) vai provocar um duplo fenómeno paradoxal de subida das taxas de juros e de fuga das divisas rumo ao ouro. Diante da ausência de uma alternativa organizada a um dólar estado-unidense cada vez mais fraco e a fim de encontrar uma alternativa à perda de valores dos títulos do tesouro (em particular americanos), os bancos centrais do mundo inteiro deverão em parte "reconverter-se ao ouro", o velho inimigo da Reserva Federal dos EUA, ainda que sem o declararem oficialmente. Com o desafio da retoma já completamente perdido pelos governos e pelos bancos centrais, este ponto de inflexão da Primavera de 2010 vai representar o princípio da transferência maciça dos 20 milhões de milhões de "activos fantasmas" para os sistemas sociais dos países que os acumularam. ver artigo completo em português
O capitalismo está irreversivelmente moribundo e o Estado social caminha a passos largos para a implosão. O mais grave é que a grande maioria continua despreocupadamente a dançar ao som da orquestra enquanto o Titanic começa a afundar-se.
O nó corrediço dos défices públicos começa a estrangular estados e sistemas sociais
Segundo o LEAP/ E2020, a crise sistémica global vai experimentar um novo ponto de inflexão a partir da Primavera de 2010. Com efeito, nesta data, as finanças públicas dos principais países ocidentais vão-se tornar inadministráveis porque, por um lado, novas medidas de apoio à economia se impõem devido ao fracasso dos estímulos de 2009 e, por outro, a amplitude dos défices orçamentais proíbe qualquer nova despesa significativa.
Se este "nó corrediço" dos défices públicos que, em 2009, os governos puseram voluntariamente à volta do do pescoço, ao recusarem-se a obrigar o sistema financeiro a assumir o preço dos seus erros, vai pesar duramente sobre o conjunto das despesas públicas, ele vai afectar muito particularmente os sistemas sociais dos países ricos empobrecendo cada vez mais a classe média e os reformados e deixando os mais desfavorecidos à deriva.
Paralelamente, a cessação de pagamentos de um número crescente de estados e de colectividades locais (regiões, províncias, estados federados) vai provocar um duplo fenómeno paradoxal de subida das taxas de juros e de fuga das divisas rumo ao ouro. Diante da ausência de uma alternativa organizada a um dólar estado-unidense cada vez mais fraco e a fim de encontrar uma alternativa à perda de valores dos títulos do tesouro (em particular americanos), os bancos centrais do mundo inteiro deverão em parte "reconverter-se ao ouro", o velho inimigo da Reserva Federal dos EUA, ainda que sem o declararem oficialmente. Com o desafio da retoma já completamente perdido pelos governos e pelos bancos centrais, este ponto de inflexão da Primavera de 2010 vai representar o princípio da transferência maciça dos 20 milhões de milhões de "activos fantasmas" para os sistemas sociais dos países que os acumularam. ver artigo completo em português
O capitalismo está irreversivelmente moribundo e o Estado social caminha a passos largos para a implosão. O mais grave é que a grande maioria continua despreocupadamente a dançar ao som da orquestra enquanto o Titanic começa a afundar-se.
quinta-feira, dezembro 17, 2009
A nova 'religião'
Quando, em nome de obscuros desígnios, o poder político e o poder económico manipulam ou condicionam a investigação científica e transformam a generalidade dos meios de comunicação em meros instrumentos da sua propaganda, ficam criadas as condições para que o que deveria ser 'apenas' uma esclarecida e serena defesa do meio ambiente e uma cuidada gestão e utilização dos recursos naturais se transforme numa atitude fundamentalista e persecutória dos que ousam duvidar da 'certeza' do aquecimento global. As provas dão lugar a uma fé cega. A ciência cede o lugar a uma nova 'religião'.
Tal como as outras religiões, também muitos priores do ambientalismo querem converter os nativos. Os nativos de África, da América Latina e da Ásia. Os principais priores, tendo beneficiado toda a vida das toneladas de CO2 já emitidas, dizem agora aos nativos que não devem fazer o mesmo... os nativos parecem não estar pelos ajustes, porque têm a sua quota de desenvolvimento a cumprir. E, quando os nativos são chineses e poluem todos ao mesmo tempo, tudo se torna difícil... E, quando os nativos são brasileiros e nós, das nossas florestas destruídas na Europa, lhes pedimos que não destruam a deles, a coisa torna-se complicada. (Henrique Monteiro, Expresso)
Mas a hipocrisia 'climática' dos poderosos não tem limites e há já banqueiros e especuladores a esfregar as mãos de contentes a arquitectar novas negociatas com o carbono.
Enfim, à ganância capitalista todos os meios servem para alcançar os seus objectivos. Sempre assim foi.
Tal como as outras religiões, também muitos priores do ambientalismo querem converter os nativos. Os nativos de África, da América Latina e da Ásia. Os principais priores, tendo beneficiado toda a vida das toneladas de CO2 já emitidas, dizem agora aos nativos que não devem fazer o mesmo... os nativos parecem não estar pelos ajustes, porque têm a sua quota de desenvolvimento a cumprir. E, quando os nativos são chineses e poluem todos ao mesmo tempo, tudo se torna difícil... E, quando os nativos são brasileiros e nós, das nossas florestas destruídas na Europa, lhes pedimos que não destruam a deles, a coisa torna-se complicada. (Henrique Monteiro, Expresso)
Mas a hipocrisia 'climática' dos poderosos não tem limites e há já banqueiros e especuladores a esfregar as mãos de contentes a arquitectar novas negociatas com o carbono.
Enfim, à ganância capitalista todos os meios servem para alcançar os seus objectivos. Sempre assim foi.
terça-feira, dezembro 15, 2009
A Grande Fraude do Aquecimento Global
O Canal 4 britânico produziu um documentário que arrasa cientificamente a tese dominante que nos pretende convencer que o aquecimento global seria causado pelo CO2 produzido pelo Homem.
Intitulado A Grande Fraude do Aquecimento Global, não foi, ao que parece, exibido por nenhuma das redes de televisão dos EUA (nem de Portugal, claro) mas, felizmente, está disponível no You Tube.
A todos os que se preocupam com a verdade e não querem ser levados no embuste, recomendamos que vejam e tirem as suas conclusões.
É longo (são 9 fragmentos de cerca de 9 minutos cada) mas, em nossa opinião, vale bem a pena.
Cliquem aqui para abrir o primeiro fragmento. Os restantes aparecem na página do You Tube, nos Vídeos relacionados.
Intitulado A Grande Fraude do Aquecimento Global, não foi, ao que parece, exibido por nenhuma das redes de televisão dos EUA (nem de Portugal, claro) mas, felizmente, está disponível no You Tube.
A todos os que se preocupam com a verdade e não querem ser levados no embuste, recomendamos que vejam e tirem as suas conclusões.
É longo (são 9 fragmentos de cerca de 9 minutos cada) mas, em nossa opinião, vale bem a pena.
Cliquem aqui para abrir o primeiro fragmento. Os restantes aparecem na página do You Tube, nos Vídeos relacionados.
A impostura global
[…] Com base nos erros teóricos e práticos do IPCC foi propagandeada uma gigantesca histeria global que inoculou políticos de todo o mundo e deu azo a toda espécie de oportunismos, manifestações de ignorância e trafulhices. Para isso muito contribuíram aldrabões como o sr. Al Gore (vice-presidente dos EUA no governo Clinton), que promoveu activamente o terrorismo climático através do livro e do filme Uma verdade inconveniente. Instilar o medo a fim de vender a solução tem sido uma táctica dos espertalhaços de todos os tempos. Este caso não foge à regra, pois Gore e outros inventaram o novo business da venda dos direitos de emissão de carbono – e os banqueiros da Wall Street obviamente rejubilaram. Alguns indivíduos especializaram-se nessas loucas previsões catastrofistas. É o caso por exemplo do sr. James Hansen, o pai disto tudo, que até fala em subidas do nível dos mares da ordem das dezenas (!) de metros.
Aquecimento global: não há mas pode vir a haver.
Há muito se sabe que a influência humana na evolução da temperatura da superfície depende não só de emissões antropogénicas de CO2, mas também de outros gases como ozónio, metano, óxido nitroso e HCFC's. Porém, há uns quantos anos, passou-se a dar também bastante importância à fuligem – partículas em suspensão emitidas nas oxidações imperfeitas do carbono. Nestas combustões, realizadas a temperaturas relativamente baixas, o produto resultante não é o saudável, incolor, inodoro e insípido CO2, mas uma fumaça preta e contaminante, que, além disso, aquece a superfície e o ar.
Há, porém, um gás, o SO2 (dióxido de enxofre), emitido na combustão de carvão "sujo", que resfria a superfície terrestre, já que, com a água, na atmosfera, produz sulfatos e nuvens sulfurosas que reflectem a radiação solar, fazendo com que esta retorne de novo para o espaço extraterrestre. Fora dos informes científicos do IPCC e das revistas especializadas, fala-se pouco dele e da sua circunstância, com a crença de que convém manter os funcionários, os políticos e os jornalistas, numa eterna e supimpa ignorância de tudo o que não seja a aversão da esferográfica ao CO2.
De um artigo na revista Science extraio e redesenho o gráfico acima. Trata-se da contribuição radiactiva, medida em Watts por metro quadrado, dentro de 20 anos, provocada pelas emissões humanas que se realizarão normalmente nos próximos 20 anos (não considerando o CO2 e os outros gases acumulados no ar e emitidos no passado).
Resulta que, segundo estes cálculos, o efeito arrefecedor do SO2 que se emitirá nos próximos 20 anos (devido essencialmente à queima de carvão na China e na Índia) é maior que o efeito aquecedor do CO2 que se emitirá conjuntamente. Isto quer dizer que se em 20 anos forem fechadas as centrais termoeléctricas a carvão, a redução da concentração atmosférica dos sulfatos provocaria no curto prazo um significativo aquecimento do ar. Agora, vá você tentar explicar isto à caterva de 15.000 imbecis em Copenhague!…
Tradução livre do blog CO2, de Antón Uriarte. Para ver o original, clique aqui.
Contribuição radiactiva (arrefecimento ou aquecimento) das emissões, nos próximos 20 anos
De um artigo na revista Science extraio e redesenho o gráfico acima. Trata-se da contribuição radiactiva, medida em Watts por metro quadrado, dentro de 20 anos, provocada pelas emissões humanas que se realizarão normalmente nos próximos 20 anos (não considerando o CO2 e os outros gases acumulados no ar e emitidos no passado).
Resulta que, segundo estes cálculos, o efeito arrefecedor do SO2 que se emitirá nos próximos 20 anos (devido essencialmente à queima de carvão na China e na Índia) é maior que o efeito aquecedor do CO2 que se emitirá conjuntamente. Isto quer dizer que se em 20 anos forem fechadas as centrais termoeléctricas a carvão, a redução da concentração atmosférica dos sulfatos provocaria no curto prazo um significativo aquecimento do ar. Agora, vá você tentar explicar isto à caterva de 15.000 imbecis em Copenhague!…
Tradução livre do blog CO2, de Antón Uriarte. Para ver o original, clique aqui.
segunda-feira, dezembro 14, 2009
Cada um tem o que merece
Os italianos, que maioritariamente parecem continuar a apoiar o seu mafioso e neo-fascista primeiro-ministro.
Berlusconi que, até ontem, julgava que ninguém era suficientemente corajoso para lhe dar nas fuças.
Berlusconi que, até ontem, julgava que ninguém era suficientemente corajoso para lhe dar nas fuças.
79 milhões por um Orçamento
Habituado ao quero, posso e mando da maioria absoluta, Sócrates é definitivamente incapaz de dialogar, condição imprescindível para quem tem de governar em minoria.
Vai daí recorre ao truque da chantagem e queixa-se que Portugal é ingovernável se for aprovado um "Orçamento feito com base em coligações entre a extrema-esquerda e a direita".
Curiosamente, minutos depois do Ministro das Finanças ter afirmado, no seu discurso na Assembleia, que "o País não vai continuar a pagar os desvarios da Madeira", a proposta do PSD para aumentar em até 79 milhões de euros a capacidade de endividamento do arquipélago foi aprovada com a abstenção do partido de Sócrates.
A troco de quê, é o que já não faltará muito para sabermos. Será a aprovação do Orçamento?
Vai daí recorre ao truque da chantagem e queixa-se que Portugal é ingovernável se for aprovado um "Orçamento feito com base em coligações entre a extrema-esquerda e a direita".
Curiosamente, minutos depois do Ministro das Finanças ter afirmado, no seu discurso na Assembleia, que "o País não vai continuar a pagar os desvarios da Madeira", a proposta do PSD para aumentar em até 79 milhões de euros a capacidade de endividamento do arquipélago foi aprovada com a abstenção do partido de Sócrates.
A troco de quê, é o que já não faltará muito para sabermos. Será a aprovação do Orçamento?
Baixos salários e (In)segurança Social
O Governo pretende premiar as empresas que pagam baixos salários. O prémio é de 26,6 milhões de euros e será retirado à Segurança Social.
A pretexto do aumento do salário mínimo nacional, em 2010, de 450 para 475 euros, o governo pretende baixar a taxa de contribuição para a Segurança Social das empresas que pagam apenas o salário mínimo nacional em 1 ponto percentual, ou seja, reduzir a taxa actual de 23,75% para 22,75%. Desta forma, devido a esta redução, a Segurança Social vai perder uma receita de 26,6 milhões de euros por ano.
A pretexto do aumento do salário mínimo nacional, em 2010, de 450 para 475 euros, o governo pretende baixar a taxa de contribuição para a Segurança Social das empresas que pagam apenas o salário mínimo nacional em 1 ponto percentual, ou seja, reduzir a taxa actual de 23,75% para 22,75%. Desta forma, devido a esta redução, a Segurança Social vai perder uma receita de 26,6 milhões de euros por ano.
Salário mínimo nacional em vários países da UE
Serão, portanto, menos 26,6 milhões de euros para combater a pobreza e apoiar os desempregados. E será, por outro lado, um incentivo à manutenção dum modelo baseado em baixos salários, que é a causa da baixa produtividade e da falta de competitividade da nossa economia e a razão pela qual a crise em Portugal está a ser mais grave e a recuperação da economia muito mais lenta, longa e difícil. artigo original
quinta-feira, dezembro 10, 2009
Prémio Nobel da Guerra
Obama recebeu hoje em Oslo o Prémio Nobel da Paz. No discurso da cerimónia, o presidente americano não se coibiu, no entanto, de defender a guerra. Uma guerra justa para a paz, como lhe chamou que, na semana passada, lhe permitiu enviar mais 30 mil soldados para o Afeganistão onde, diariamente, como já acontecia (e acontece) no Iraque, dezenas de civis inocentes são chacinados. Um cínico conceito de guerra justa para a paz que o leva a continuar o bloqueio genocida a Cuba, a não encerrar definitivamente o campo de concentração de Guantánamo e a permitir que os seus amigos israelitas continuem a humilhar os palestinianos, cortando-lhes a energia eléctrica e a água, construindo novos assentamentos nos territórios ocupados e submetendo-os a todo o tipo de maus tratos. Guerra justa para a paz que o leva ainda a exigir ao Irão e à Coreia do Norte que cessem os seus projectos nucleares enquanto nada diz sobre o arsenal nuclear de Israel, um dos mais poderosos do mundo.
No seu discurso, Obama chegou a dizer que outros mereciam o prémio mais do que ele. E é verdade.
Razão tem o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, ao acusar o presidente americano de cinismo por ter aceitado o Prémio Nobel da Paz quando já tinha decidido levar a guerra do Afeganistão até as últimas consequências.
No seu discurso, Obama chegou a dizer que outros mereciam o prémio mais do que ele. E é verdade.
Razão tem o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, ao acusar o presidente americano de cinismo por ter aceitado o Prémio Nobel da Paz quando já tinha decidido levar a guerra do Afeganistão até as últimas consequências.
Cortar nas despesas públicas? Quais???
O orçamento rectificativo confirma evasão e fraude fiscal (só no IVA, em 2009, foi mais de €1200 milhões) e sugere o futuro aumento dos impostos.
O governo acabou de apresentar na Assembleia da República um 2º Orçamento de Estado Rectificativo com um défice de 13.800 milhões de euros, ou seja, mais do triplo que o inicialmente previsto (inicial: 2,2%; agora: mais de 8,5%), com a justificação da redução significativa da receita fiscal que, segundo ele, se deve quase exclusivamente à crise. A direita (PSD e CDS) afirma que o aumento do défice se deve ao "descontrolo da despesa". Portanto ambos (governo e direita) procuram ocultar as suas intenções e ocultar também uma das causas mais importantes da grave situação orçamental: a evasão e a fraude fiscal. Ao tentarem reduzir todo o debate à "crise versus descontrolo da despesa", o que procuram é, portanto, impedir qualquer explicação séria para o descalabro registado.
Se se analisar a execução do OE para 2009 até Outubro deste ano, conclui-se que até esse mês, relativamente a idêntico período de 2008, as despesas do Estado aumentaram 5,8%. E a subida deveu-se fundamentalmente ao aumento das despesas de capital (investimentos) que cresceram 32,3%, que são importantes para criar postos de trabalho e reduzir o aumento do desemprego; ao aumento das transferências para a Segurança Social, CGA, SNS, etc., que cresceram 21,4%, fundamentais no combate à pobreza (pensões sociais, RSI, acção social), no pagamento das pensões de aposentação e na prestação de cuidados de saúde à população.
As despesas com pessoal, cujos trabalhadores são tão atacadas, diminuíram nos dez primeiros meses em -18,2% (menos cerca de 2.000 milhões de euros do que em 2008). Portanto, o que a direita pretende ao falar no "descalabro das despesas" é reduzir as despesas do Estado que são fundamentais no combate à crise embora não tenha coragem para o declarar abertamente. Para isso ela oculta as suas intenções por trás de "palavras virtude" (combate ao descalabro das despesas) de aceitação fácil, imediata e generalizada. E isto porque é de prever que não esteja contra o gasto, só na Administração Central, de 677,7 milhões de euros nos primeiros 10 meses de 2009, na aquisição de serviços, que beneficia fundamentalmente os grandes escritórios de advogados. ler mais
O governo acabou de apresentar na Assembleia da República um 2º Orçamento de Estado Rectificativo com um défice de 13.800 milhões de euros, ou seja, mais do triplo que o inicialmente previsto (inicial: 2,2%; agora: mais de 8,5%), com a justificação da redução significativa da receita fiscal que, segundo ele, se deve quase exclusivamente à crise. A direita (PSD e CDS) afirma que o aumento do défice se deve ao "descontrolo da despesa". Portanto ambos (governo e direita) procuram ocultar as suas intenções e ocultar também uma das causas mais importantes da grave situação orçamental: a evasão e a fraude fiscal. Ao tentarem reduzir todo o debate à "crise versus descontrolo da despesa", o que procuram é, portanto, impedir qualquer explicação séria para o descalabro registado.
Se se analisar a execução do OE para 2009 até Outubro deste ano, conclui-se que até esse mês, relativamente a idêntico período de 2008, as despesas do Estado aumentaram 5,8%. E a subida deveu-se fundamentalmente ao aumento das despesas de capital (investimentos) que cresceram 32,3%, que são importantes para criar postos de trabalho e reduzir o aumento do desemprego; ao aumento das transferências para a Segurança Social, CGA, SNS, etc., que cresceram 21,4%, fundamentais no combate à pobreza (pensões sociais, RSI, acção social), no pagamento das pensões de aposentação e na prestação de cuidados de saúde à população.
As despesas com pessoal, cujos trabalhadores são tão atacadas, diminuíram nos dez primeiros meses em -18,2% (menos cerca de 2.000 milhões de euros do que em 2008). Portanto, o que a direita pretende ao falar no "descalabro das despesas" é reduzir as despesas do Estado que são fundamentais no combate à crise embora não tenha coragem para o declarar abertamente. Para isso ela oculta as suas intenções por trás de "palavras virtude" (combate ao descalabro das despesas) de aceitação fácil, imediata e generalizada. E isto porque é de prever que não esteja contra o gasto, só na Administração Central, de 677,7 milhões de euros nos primeiros 10 meses de 2009, na aquisição de serviços, que beneficia fundamentalmente os grandes escritórios de advogados. ler mais
segunda-feira, dezembro 07, 2009
Quem é grande é imortal
Trinta e seis anos depois de ter sido assassinado no estádio Chile, onde foi submetido a cinco dias consecutivos de tortura, o cantautor chileno Victor Jara terá desde hoje até às dez horas do próximo sábado um velório simbólico na sede da fundação com o seu nome, na Praça Brasil, em Santiago do Chile. Sábado, depois de um vasto conjunto de iniciativas culturais com música e poesia, será feito o funeral para o cemitério Geral, onde os seus restos mortais foram exumados.
Vítor Jara foi detido a 11 de Setembro de 1973, horas depois de iniciado o golpe de Estado desencadeado por Augusto Pinochet contra o governo de unidade popular de Salvador Allende. Levado para o estádio onde passaram a ser concentrados os prisioneiros por falta de espaço nas prisões, o também dramaturgo foi submetido a várias sessões de tortura e acabou por ser assassinado.
Destacado militante comunista, Jara era um conhecido apoiante do presidente socialista Salvador Allende. A documentação revelada o ano passado pela justiça chilena demonstra que o cantor foi torturado, as suas mãos - com que tocava viola - esmagadas à coronhada e, finalmente, abatido a tiro. A investigação ao brutal assassínio deste símbolo internacional da resistência contra o regime de Pinochet decorria desde 2005. via Expresso
Yo no canto por cantar
ni por tener buena voz
canto porque la guitarra
tiene sentido y razon,
tiene corazon de tierra
y alas de palomita,
es como el agua bendita
santigua glorias y penas,
aqui se encajo mi canto
como dijera Violeta
guitarra trabajadora
con olor a primavera.
Que no es guitarra de ricos
ni cosa que se parezca
mi canto es de los andamios
para alcanzar las estrellas,
que el canto tiene sentido
cuando palpita en las venas
del que morira cantando
las verdades verdaderas,
no las lisonjas fugaces
ni las famas extranjeras
sino el canto de una alondra
hasta el fondo de la tierra.
Ahi donde llega todo
y donde todo comienza
canto que ha sido valiente
siempre sera cancion nueva.
Vítor Jara foi detido a 11 de Setembro de 1973, horas depois de iniciado o golpe de Estado desencadeado por Augusto Pinochet contra o governo de unidade popular de Salvador Allende. Levado para o estádio onde passaram a ser concentrados os prisioneiros por falta de espaço nas prisões, o também dramaturgo foi submetido a várias sessões de tortura e acabou por ser assassinado.
Destacado militante comunista, Jara era um conhecido apoiante do presidente socialista Salvador Allende. A documentação revelada o ano passado pela justiça chilena demonstra que o cantor foi torturado, as suas mãos - com que tocava viola - esmagadas à coronhada e, finalmente, abatido a tiro. A investigação ao brutal assassínio deste símbolo internacional da resistência contra o regime de Pinochet decorria desde 2005. via Expresso
Yo no canto por cantar
ni por tener buena voz
canto porque la guitarra
tiene sentido y razon,
tiene corazon de tierra
y alas de palomita,
es como el agua bendita
santigua glorias y penas,
aqui se encajo mi canto
como dijera Violeta
guitarra trabajadora
con olor a primavera.
Que no es guitarra de ricos
ni cosa que se parezca
mi canto es de los andamios
para alcanzar las estrellas,
que el canto tiene sentido
cuando palpita en las venas
del que morira cantando
las verdades verdaderas,
no las lisonjas fugaces
ni las famas extranjeras
sino el canto de una alondra
hasta el fondo de la tierra.
Ahi donde llega todo
y donde todo comienza
canto que ha sido valiente
siempre sera cancion nueva.
domingo, dezembro 06, 2009
O fantoche Obama
Não levou muito tempo para o lobby de Israel submeter o presidente Obama quanto à sua proibição de novos colonatos israelenses na terra palestina ocupada. Obama descobriu que um mero presidente americano está sem poderes quando confrontado com o lobby de Israel e que aos Estados Unidos simplesmente não é permitido uma política para o Médio Oriente separada da de Israel.
Obama também descobriu que não pode mudar seja o que for, se é que pretendia fazê-lo.
O lobby militar/ segurança tem na sua agenda a guerra e um estado policial interno, e um mero presidente americano nada pode fazer acerca disso.
O presidente Obama pode ordenar que a câmara de tortura de Guantánamo seja fechada e que os sequestros, "rendições" e tortura sejam travados, mas ninguém executa a ordem.
No essencial, Obama é irrelevante.
O presidente Obama pode prometer que vai trazer as tropas para casa e o lobby militar diz: "Não, você vai enviá-las para o Afeganistão e nesse meio tempo começar uma guerra no Paquistão e manobrar o Irão para uma posição que proporcionará uma desculpa para uma guerra ali, também. As guerras são demasiado lucrativas para nós deixarmos você cessá-las".
E o mero presidente tem de dizer: "Yes, Sir!"
Obama também descobriu que não pode mudar seja o que for, se é que pretendia fazê-lo.
O lobby militar/ segurança tem na sua agenda a guerra e um estado policial interno, e um mero presidente americano nada pode fazer acerca disso.
O presidente Obama pode ordenar que a câmara de tortura de Guantánamo seja fechada e que os sequestros, "rendições" e tortura sejam travados, mas ninguém executa a ordem.
No essencial, Obama é irrelevante.
O presidente Obama pode prometer que vai trazer as tropas para casa e o lobby militar diz: "Não, você vai enviá-las para o Afeganistão e nesse meio tempo começar uma guerra no Paquistão e manobrar o Irão para uma posição que proporcionará uma desculpa para uma guerra ali, também. As guerras são demasiado lucrativas para nós deixarmos você cessá-las".
E o mero presidente tem de dizer: "Yes, Sir!"
Negócios porcos
Independentemente do perigo que verdadeiramente possa constituir para a população, que está ainda longe de ser rigorosamente avaliado, de uma coisa já temos absoluta certeza: a gripe A constitui uma excelente oportunidade de negócio. Primeiro, para as multinacionais da indústria farmacêutica que, presumivelmente, terão estado por trás da criação laboratorial do H1 N1, como aqui é evidenciado.
Depois, para o sector de produtos de desinfecção e higiene. E agora, para as empresas que conceberam o miraculoso "distribuidor de hóstias", do qual se espera — já que parece não haver a certeza que Deus todo poderoso garanta a completa segurança da sagrada comunhão — que evite que o corpo de Cristo se transforme num agente de propagação da gripe suína.
Enfim, negócios cuja limpeza deixa muito a desejar! Digamos… negócios porcos!
Depois, para o sector de produtos de desinfecção e higiene. E agora, para as empresas que conceberam o miraculoso "distribuidor de hóstias", do qual se espera — já que parece não haver a certeza que Deus todo poderoso garanta a completa segurança da sagrada comunhão — que evite que o corpo de Cristo se transforme num agente de propagação da gripe suína.
Enfim, negócios cuja limpeza deixa muito a desejar! Digamos… negócios porcos!
quinta-feira, dezembro 03, 2009
Saramago, homem como nós
Em Caim, mais do que ajustar contas com o Deus caprichoso, vingativo, faccioso, dessa extraordinária obra de ficção que é a Bíblia, José Saramago revela a sua fé inabalável no Homem, com todos os seus inúmeros defeitos, mas também as suas imensas qualidades.
Mais do que um grande escritor e um Prémio Nobel da Literatura, Saramago é um ser solidário, humano, empenhado. O que escreve, o que diz, o que faz, atestam-no. Permanentemente.
Foto: José Frade
Depois da crise, mais crise!
Portugal vai ter uma "recuperação fraca e frágil de cerca de 0,5 por cento em 2010", estima o Fundo Monetário Internacional (FMI) na sua análise à economia portuguesa. Nada que já não fosse de prever. Para além da crise internacional, Portugal debate-se com a sua própria crise. Só José Sócrates não o admite tentando esconder os desastrosos resultados da sua não menos desastrada governação. Mas é o mesmo que tapar o sol com a peneira!
Com uma dívida pública a caminho dos 100% do PIB e um défice orçamental equivalente a 8,5% do PIB, o FMI vem com a mesma receita de sempre: a consolidação orçamental passa pela redução da despesa, especialmente da massa salarial dos funcionários públicos. E se não for suficiente, pelo aumento do IVA.
Nos ordenados milionários dos administradores e nas reformas douradas é que não se toca, claro.
Com uma dívida pública a caminho dos 100% do PIB e um défice orçamental equivalente a 8,5% do PIB, o FMI vem com a mesma receita de sempre: a consolidação orçamental passa pela redução da despesa, especialmente da massa salarial dos funcionários públicos. E se não for suficiente, pelo aumento do IVA.
Nos ordenados milionários dos administradores e nas reformas douradas é que não se toca, claro.
quarta-feira, dezembro 02, 2009
Governo não respeita a Justiça
O ministro Vieira da Silva disse hoje que mantém a expressão "espionagem política" para classificar "a violação da lei e do segredo do Justiça" no âmbito do processo Face Oculta, rejeitando ter responsabilizado algum sector em concreto.
Ora, não é preciso ser-se muito inteligente para perceber que Vieira da Silva se refere aos investigadores, magistrados e juízes do processo o que, num Estado de Direito, que entre outras coisas, se caracteriza pela separação de poderes, representa uma interferência intolerável do poder executivo no poder judicial e na sua acção.
Numa democracia a sério, o ministro, que em vez de se retratar manteve a acusação miserável a um poder soberano e independente, devia ser demitido sem contemplações. Mas isso não irá acontecer. Este governo, que já deu provas de não respeitar os direitos e liberdades mais elementares dos cidadãos, não tem qualquer pejo de atacar a Justiça. Que, por dever de Estado, devia ser o primeiro a respeitar. cf DN
Ora, não é preciso ser-se muito inteligente para perceber que Vieira da Silva se refere aos investigadores, magistrados e juízes do processo o que, num Estado de Direito, que entre outras coisas, se caracteriza pela separação de poderes, representa uma interferência intolerável do poder executivo no poder judicial e na sua acção.
Numa democracia a sério, o ministro, que em vez de se retratar manteve a acusação miserável a um poder soberano e independente, devia ser demitido sem contemplações. Mas isso não irá acontecer. Este governo, que já deu provas de não respeitar os direitos e liberdades mais elementares dos cidadãos, não tem qualquer pejo de atacar a Justiça. Que, por dever de Estado, devia ser o primeiro a respeitar. cf DN
Quem é o Pinóquio?
Sócrates diz que emprego em Portugal vai recuperar já em 2010.
Teixeira dos Santos, avisou que a taxa de desemprego vai continuar a aumentar.
Obviamente, um dos dois está enganado. Ou, pior do que isso, a mentir.
Teixeira dos Santos, avisou que a taxa de desemprego vai continuar a aumentar.
Obviamente, um dos dois está enganado. Ou, pior do que isso, a mentir.
O monstro do desemprego
A taxa de desemprego passou a fasquia dos 10% e atingiu o recorde de 10,1%. É o valor mais alto desde 1983. O valor calculado pelo Eurostat vem relembrar, com particular dramatismo, que o desemprego é o problema mais grave que Portugal tem de enfrentar. É uma questão que vai para além da economia, dadas as fortes implicações sociais, políticas e até na segurança interna do país.
O desemprego é o maior drama para muitas famílias portuguesas, não só porque elimina as suas fontes de rendimento como gera um sentimento de inutilidade perante os outros que penaliza as pessoas desempregadas. Além disto, é um dos principais factores de agravamento da pobreza.
O desemprego em Portugal está, portanto, a subir e a nossa taxa de desemprego é já bastante superior à média europeia (9,3%), sendo a quarta mais elevada da zona euro, apenas ultrapassada pelas da Espanha (19,3%), Irlanda (12,8%) e Eslováquia (12,2%).
Esta situação é o resultado de uma política que injectou milhões de euros na Banca que apenas serviram para aumentar os lucros do capital financeiro e esqueceu o apoio às PME's e a muitos milhares de desempregados que não recebem um cêntimo de subsídio. Uma política que agravou drasticamente o défice orçamental e a dívida pública mas não promoveu o crescimento económico necessário à criação de emprego. cf. Público
O desemprego é o maior drama para muitas famílias portuguesas, não só porque elimina as suas fontes de rendimento como gera um sentimento de inutilidade perante os outros que penaliza as pessoas desempregadas. Além disto, é um dos principais factores de agravamento da pobreza.
O desemprego em Portugal está, portanto, a subir e a nossa taxa de desemprego é já bastante superior à média europeia (9,3%), sendo a quarta mais elevada da zona euro, apenas ultrapassada pelas da Espanha (19,3%), Irlanda (12,8%) e Eslováquia (12,2%).
Esta situação é o resultado de uma política que injectou milhões de euros na Banca que apenas serviram para aumentar os lucros do capital financeiro e esqueceu o apoio às PME's e a muitos milhares de desempregados que não recebem um cêntimo de subsídio. Uma política que agravou drasticamente o défice orçamental e a dívida pública mas não promoveu o crescimento económico necessário à criação de emprego. cf. Público
Jogar ao monopólio
Se alguém quisesse criar barras de ouro "falsas", o tungsténio, que custa aproximadamente US$10 por libra (1 libra = 453,59 gramas), seria o metal ideal uma vez que tem exactamente a mesma densidade do ouro, tornando uma barra de ouro falsificada com tungsténio impossível de distinguir de uma barra de ouro sólida, só através do peso.
Pois é justamente o que terá acontecido em larga escala. 5.600 a 5.700 barras de ouro "temperadas" com tungsténio foram descobertas em Hong Kong, o que levou a pensar que haviam sido manufacturadas na China, geralmente encarada como "a capital mundial da contrafacção". Porém, poucas horas depois desta fraude ser identificada, as autoridades chinesas já haviam preso muitos dos seus autores e chegado à conclusão que tudo começara 15 anos atrás… na América.
Durante a administração Clinton, entre 1,3 e 1,5 milhão de barras de tungsténio de 400 onças, revestidas de ouro, foram presumivelmente manufacturadas nos EUA. 640 mil destas barras foram despachadas para Fort Knox, ali permanecendo até hoje. As restantes foram "vendidas" no mercado internacional que, provavelmente, está literalmente recheado de barras de ouro falsas.
Já sabíamos que o Federal Reserve Bank dos EUA cria nota verde como se fosse papel higiénico. Agora ficamos também a saber que fez barras de tungsténio fazendo-as passar por barras de ouro!
Por este caminho, ainda vamos todos acabar a jogar ao monopólio com dinheiro a fazer de conta!…
Pois é justamente o que terá acontecido em larga escala. 5.600 a 5.700 barras de ouro "temperadas" com tungsténio foram descobertas em Hong Kong, o que levou a pensar que haviam sido manufacturadas na China, geralmente encarada como "a capital mundial da contrafacção". Porém, poucas horas depois desta fraude ser identificada, as autoridades chinesas já haviam preso muitos dos seus autores e chegado à conclusão que tudo começara 15 anos atrás… na América.
Durante a administração Clinton, entre 1,3 e 1,5 milhão de barras de tungsténio de 400 onças, revestidas de ouro, foram presumivelmente manufacturadas nos EUA. 640 mil destas barras foram despachadas para Fort Knox, ali permanecendo até hoje. As restantes foram "vendidas" no mercado internacional que, provavelmente, está literalmente recheado de barras de ouro falsas.
Já sabíamos que o Federal Reserve Bank dos EUA cria nota verde como se fosse papel higiénico. Agora ficamos também a saber que fez barras de tungsténio fazendo-as passar por barras de ouro!
Por este caminho, ainda vamos todos acabar a jogar ao monopólio com dinheiro a fazer de conta!…
terça-feira, dezembro 01, 2009
Obama, Prémio Nobel da Guerra?
Malalai Joya, jornalista afegã, escreve no Guardian:
"Depois de meses de espera, o presidente Obama está prestes a anunciar a nova estratégia dos EUA para o Afeganistão. O seu discurso é há muito aguardado, mas poucos esperam alguma surpresa: parece claro que ele vai anunciar a escalada da guerra. Ao fazê-lo, ele cometerá algo pior do que um erro. Será a continuação de um crime de guerra contra o sofrimento do povo do meu país."
É precisamente isso que vai acontecer. "A guerra é extremamente importante. O emprego e a economia são terrivelmente importantes. Portanto, esta pode ser uma sugestão audaciosa, mas gostaria de sugerir que puséssemos de lado, até ao próximo ano, o debate sobre cuidados de saúde, da mesma maneira que fizemos com o comércio e as alterações climáticas, e falássemos agora sobre o fundamental: a guerra e o dinheiro." Quem o afirma é o senador republicado Richard Lugar.
Mesmo sem Bush, os "superiores" interesses do complexo industrial-militar americano continuam em primeiro lugar. Obama já esqueceu as suas promessas eleitorais e, pior ainda, que lhe foi atribuído o Prémio Nobel da Paz.
"Depois de meses de espera, o presidente Obama está prestes a anunciar a nova estratégia dos EUA para o Afeganistão. O seu discurso é há muito aguardado, mas poucos esperam alguma surpresa: parece claro que ele vai anunciar a escalada da guerra. Ao fazê-lo, ele cometerá algo pior do que um erro. Será a continuação de um crime de guerra contra o sofrimento do povo do meu país."
É precisamente isso que vai acontecer. "A guerra é extremamente importante. O emprego e a economia são terrivelmente importantes. Portanto, esta pode ser uma sugestão audaciosa, mas gostaria de sugerir que puséssemos de lado, até ao próximo ano, o debate sobre cuidados de saúde, da mesma maneira que fizemos com o comércio e as alterações climáticas, e falássemos agora sobre o fundamental: a guerra e o dinheiro." Quem o afirma é o senador republicado Richard Lugar.
Mesmo sem Bush, os "superiores" interesses do complexo industrial-militar americano continuam em primeiro lugar. Obama já esqueceu as suas promessas eleitorais e, pior ainda, que lhe foi atribuído o Prémio Nobel da Paz.
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