O ministro Vieira da Silva disse hoje que mantém a expressão "espionagem política" para classificar "a violação da lei e do segredo do Justiça" no âmbito do processo Face Oculta, rejeitando ter responsabilizado algum sector em concreto.
Ora, não é preciso ser-se muito inteligente para perceber que Vieira da Silva se refere aos investigadores, magistrados e juízes do processo o que, num Estado de Direito, que entre outras coisas, se caracteriza pela separação de poderes, representa uma interferência intolerável do poder executivo no poder judicial e na sua acção.
Numa democracia a sério, o ministro, que em vez de se retratar manteve a acusação miserável a um poder soberano e independente, devia ser demitido sem contemplações. Mas isso não irá acontecer. Este governo, que já deu provas de não respeitar os direitos e liberdades mais elementares dos cidadãos, não tem qualquer pejo de atacar a Justiça. Que, por dever de Estado, devia ser o primeiro a respeitar. cf DN
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