As proclamadas reservas petrolíferas da OPEC estão sobre-avaliadas em cerca 340 mil milhões de barris (Gb). Encontram-se com elevada probabilidade mais perto dos 570 mil milhões de barris, do que dos anunciados 904 Gb. Combinando este valor com as estimativas do Oil and Gas Journal sobre as reservas fora da OPEC, na ordem dos 280 Gb, chegamos a uma base global das reservas comprovadas e provavelmente existentes na ordem dos 846 mil milhões de barris, bem abaixo dos 1140 mil milhões que foram sendo assumidos como dados pela economia nos últimos anos. [Oil Reserves: Where Ghawar goes, the rest of OPEC follows, Phil Hart, 27 Maio 2008]
Isto significa que, se não houver em breve uma quebra acentuada do consumo petrolífero mundial, que vai na ordem dos 85,7 milhões de barris por dia/ 31.280,5 milhões por ano (dados confirmados relativos a 2007), e por conseguinte o mundo continuar a consumir esta quantidade astronómica de petróleo, o mesmo esgotar-se-à por volta de 2035. Mas muito antes desta data fatídica ocorrer, a economia do petróleo chegará ao fim se entretanto não houver uma sucessão de crises cujos resultados sejam uma dramática redução dos consumos deste ouro negro. O ano 2020 tem sido apontado como o da grande ruptura, e o ano da graça em que estamos ficará para a História como o da percepção planetária do Pico Petrolífero, bem como do início da queda irremediável dum paradigma energético. Até lá veremos de tudo um pouco: crises económicas assimétricas de proporções gigantescas, fome extrema, destruição das classes médias nos Estados Unidos e na Europa, conflitos bélicos em cascata, guerras civis e, finalmente, se não travarmos os falcões deste mundo, a III Guerra Mundial... nuclear! [O António Maria]
Ainda não é o apocalipse mas não há dúvida que, se não mudarmos urgentemente o nosso paradigma energético e civilizacional, para lá caminharemos a passos largos.
Porra! Que mundo vamos deixar aos nossos filhos?…
Maldito capitalismo selvagem!…
quarta-feira, maio 28, 2008
terça-feira, maio 27, 2008
Pais que eduquem, precisa-se!
Em Portugal, quando um aluno agride um professor, o pior que lhe pode acontecer é ser transferido de escola.
Já em Espanha, como aqui é relatado, os pais, como primeiros e principais responsáveis pela educação dos seus filhos, respondem pelo seu mau comportamento.
Com efeito, esta é a base de uma verdadeira educação.
Mais do que encarregados de educação que não educam, os pais têm de ser verdadeiros educadores. É essa, também e principalmente, a sua função.
Já em Espanha, como aqui é relatado, os pais, como primeiros e principais responsáveis pela educação dos seus filhos, respondem pelo seu mau comportamento.
Com efeito, esta é a base de uma verdadeira educação.
Mais do que encarregados de educação que não educam, os pais têm de ser verdadeiros educadores. É essa, também e principalmente, a sua função.
segunda-feira, maio 26, 2008
Por que não nacionalizar?
Se o país nada ganhou com a privatização da Galp e se estamos a ser destruídos como nação pela desalmada política de preços que a única refinadora nacional pratica, porquê insistir neste modelo? Enunciemos a mesma pergunta noutros termos…
Quem é que tem vindo sistematicamente a ganhar nestes nove anos de privatização da Galp, que alienaram um bem que já foi exclusivamente público? Os espanhóis da Iberdrola, os italianos da ENI e os parceiros da Amorim Energia certamente que sim. O consumidor português garantidamente que não. Perdeu ontem, perde hoje e vai perder mais amanhã. Mas levemos a questão mais longe houve algum ganho de eficiência ou produtividade real que se reflectisse no bem-estar nacional com esta alienação da petrolífera? A resposta é angustiantemente negativa. A dívida pública ainda lá está, maior do que nunca, e o preço dos combustíveis em Portugal é, de facto, o pior da Europa. Nesta fase já não interessa questionar se o que estamos a pagar em excesso na bomba se deve ao que os executivos da Galp ganham, ou se compram mal o petróleo que refinam ou se estão a distribuir dividendos a prestamistas que exigem aos executivos o seu constante "quinhão de carne" à custa do que já falta em casa de muitos portugueses. Nesta fase, é um desígnio nacional exigir ao Governo que as centenas de milhões de lucros declarados pela Galp Energia entrem na formação de preços ao consumidor. Se o modelo falhou, por que não nacionalizar […]? Aqui nacionalizar não seria uma atitude ideológica.
Seria, antes, um recurso de sobrevivência, porque é um absurdo viver nesta ilusão de que temos um mercado aberto com um único fornecedor. Se o Governo de Sócrates insiste agora num purismo incongruente para o Serviço Nacional Saúde, correndo com os existentes players privados e bloqueando a entrada de novos agentes, por que é que mantém este anacronismo bizarro na distribuição de um bem que é tão essencial como o pão ou a água? Como alguém já disse, o melhor negócio do Mundo é uma petrolífera bem gerida, o segundo melhor é uma petrolífera mal gerida. Na verdade, o negócio dos petróleos em Portugal, pelas cotações, continua a ser bom. Só que o país está exangue. Há fome em Portugal e vai haver mais. O negócio, esse, vai de vento em popa para o Conselho de Administração da Galp, para os accionistas, para Hugo Chávez e José Eduardo dos Santos. Mas para mais ninguém. A maioria de nós vive demasiado longe da fronteira espanhola para se poder ir lá abastecer.
Quem é que tem vindo sistematicamente a ganhar nestes nove anos de privatização da Galp, que alienaram um bem que já foi exclusivamente público? Os espanhóis da Iberdrola, os italianos da ENI e os parceiros da Amorim Energia certamente que sim. O consumidor português garantidamente que não. Perdeu ontem, perde hoje e vai perder mais amanhã. Mas levemos a questão mais longe houve algum ganho de eficiência ou produtividade real que se reflectisse no bem-estar nacional com esta alienação da petrolífera? A resposta é angustiantemente negativa. A dívida pública ainda lá está, maior do que nunca, e o preço dos combustíveis em Portugal é, de facto, o pior da Europa. Nesta fase já não interessa questionar se o que estamos a pagar em excesso na bomba se deve ao que os executivos da Galp ganham, ou se compram mal o petróleo que refinam ou se estão a distribuir dividendos a prestamistas que exigem aos executivos o seu constante "quinhão de carne" à custa do que já falta em casa de muitos portugueses. Nesta fase, é um desígnio nacional exigir ao Governo que as centenas de milhões de lucros declarados pela Galp Energia entrem na formação de preços ao consumidor. Se o modelo falhou, por que não nacionalizar […]? Aqui nacionalizar não seria uma atitude ideológica.
Seria, antes, um recurso de sobrevivência, porque é um absurdo viver nesta ilusão de que temos um mercado aberto com um único fornecedor. Se o Governo de Sócrates insiste agora num purismo incongruente para o Serviço Nacional Saúde, correndo com os existentes players privados e bloqueando a entrada de novos agentes, por que é que mantém este anacronismo bizarro na distribuição de um bem que é tão essencial como o pão ou a água? Como alguém já disse, o melhor negócio do Mundo é uma petrolífera bem gerida, o segundo melhor é uma petrolífera mal gerida. Na verdade, o negócio dos petróleos em Portugal, pelas cotações, continua a ser bom. Só que o país está exangue. Há fome em Portugal e vai haver mais. O negócio, esse, vai de vento em popa para o Conselho de Administração da Galp, para os accionistas, para Hugo Chávez e José Eduardo dos Santos. Mas para mais ninguém. A maioria de nós vive demasiado longe da fronteira espanhola para se poder ir lá abastecer.
Faz o que eu digo…
Não nutro propriamente grande simpatia pelo nuclear como alternativa à escassez de combustíveis fósseis mas, num tempo em que se corre de forma voraz para a depleção da última gota de petróleo, não podemos descartar essa solução energética, por mais perigosa que a sua utilização se afigure. É que vale mais garantir, de alguma forma, o futuro, do que correr-se o risco de não ter futuro algum.
Já a utilização da energia atómica para fins bélicos é absolutamente inaceitável e as dúvidas que se levantam sobre as reais intenções de qualquer programa nuclear não podem deixar de preocupar os amantes da paz. Os verdadeiros, porque os outros, os que detêm os maiores arsenais nucleares do planeta e enchem a boca com a paz para justificar as suas guerras genocidas, o que querem verdadeiramente é manter o seu poderio. Por isso exigem aos outros aquilo que eles não fazem. Com que autoridade moral?
Já a utilização da energia atómica para fins bélicos é absolutamente inaceitável e as dúvidas que se levantam sobre as reais intenções de qualquer programa nuclear não podem deixar de preocupar os amantes da paz. Os verdadeiros, porque os outros, os que detêm os maiores arsenais nucleares do planeta e enchem a boca com a paz para justificar as suas guerras genocidas, o que querem verdadeiramente é manter o seu poderio. Por isso exigem aos outros aquilo que eles não fazem. Com que autoridade moral?
quinta-feira, maio 22, 2008
Bandeiras pretas
Somos um país pobre.
Sempre o fomos, aliás (apesar da nossa grandiosa história recheada de feitos gloriosos, heróis valentes e marinheiros destemidos). E não é por sermos um pequeno país (outros bem mais pequenos do que nós conseguem desenvolver-se). É, antes, por nos deixarmos abater pelo fado. E estarmos sempre à espera de um qualquer D. Sebastião. Ou de um salvador da pátria, chame-se ele Salazar, Cavaco ou Sócrates.
Somos pobres. É inquestionável. Mas pior é sermos o país mais injusto e desigual da União Europeia. Aquele onde os pobres são mais pobres e os ricos, mais ricos. Isso é que é de todo inaceitável. Sobretudo com um governo que, dizendo-se socialista, tinha a obrigação política de combater a desigualdade e promover a justiça social.
Entretanto, a milionária selecção portuguesa de futebol prepara-se para a fase final do campeonato da Europa. E os tugas, como se estivessem a viver no melhor dos mundos, aprestam-se a engalanar as suas janelas com bandeiras nacionais.
Ora, parece-nos que, se temos razão para manifestar alguma coisa, só pode ser o nosso profundo descontentamento com o (des)governo e a injustiça deste pobre país. E, para isso, nas nossas janelas, em vez de bandeiras verde-rubras, o que deveremos pôr são bandeiras… pretas. Vamos a isso?
Sempre o fomos, aliás (apesar da nossa grandiosa história recheada de feitos gloriosos, heróis valentes e marinheiros destemidos). E não é por sermos um pequeno país (outros bem mais pequenos do que nós conseguem desenvolver-se). É, antes, por nos deixarmos abater pelo fado. E estarmos sempre à espera de um qualquer D. Sebastião. Ou de um salvador da pátria, chame-se ele Salazar, Cavaco ou Sócrates.
Somos pobres. É inquestionável. Mas pior é sermos o país mais injusto e desigual da União Europeia. Aquele onde os pobres são mais pobres e os ricos, mais ricos. Isso é que é de todo inaceitável. Sobretudo com um governo que, dizendo-se socialista, tinha a obrigação política de combater a desigualdade e promover a justiça social.
Entretanto, a milionária selecção portuguesa de futebol prepara-se para a fase final do campeonato da Europa. E os tugas, como se estivessem a viver no melhor dos mundos, aprestam-se a engalanar as suas janelas com bandeiras nacionais.
Ora, parece-nos que, se temos razão para manifestar alguma coisa, só pode ser o nosso profundo descontentamento com o (des)governo e a injustiça deste pobre país. E, para isso, nas nossas janelas, em vez de bandeiras verde-rubras, o que deveremos pôr são bandeiras… pretas. Vamos a isso?
segunda-feira, maio 12, 2008
Os sheikes israelitas
Lá para o reino da Arábia
Havia amêndoas aos centos
Que grande rebaldaria
E a Palestina às escuras
Os Sheikes israelitas
Já que estou com a mão na massa
Lembram-me os Sheikes das fitas
Que dão porrada a quem passa
José Afonso
A pretexto das comemorações do 60.º aniversário do cozinhado anglo-americano que levou à fundação abusiva do estado sionista de Israel em terras da Palestina, o governo israelita, arbitrariamente, como é seu costume, mantém isoladas, desde a última quarta-feira, as regiões de Gaza e da Cisjordânia, impedindo a entrada ou saída de pessoas e de mercadorias naqueles territórios.
Em Gaza, devido à falta de combustível, a situação é de tal modo grave que um terço da população está sem luz e pão desde sábado.
Perante mais esta intolerável violação dos Direitos Humanos e do Direito Internacional, a comunidade internacional e as Nações Unidas mantêm um silêncio cúmplice e vergonhoso.
Tão pressurosos a condenar a luta desesperada dos palestinos e em relação ao terrorismo de Estado hebreu lavam as mãos! Hipócritas!…
Havia amêndoas aos centos
Que grande rebaldaria
E a Palestina às escuras
Os Sheikes israelitas
Já que estou com a mão na massa
Lembram-me os Sheikes das fitas
Que dão porrada a quem passa
José Afonso
A pretexto das comemorações do 60.º aniversário do cozinhado anglo-americano que levou à fundação abusiva do estado sionista de Israel em terras da Palestina, o governo israelita, arbitrariamente, como é seu costume, mantém isoladas, desde a última quarta-feira, as regiões de Gaza e da Cisjordânia, impedindo a entrada ou saída de pessoas e de mercadorias naqueles territórios.
Em Gaza, devido à falta de combustível, a situação é de tal modo grave que um terço da população está sem luz e pão desde sábado.
Perante mais esta intolerável violação dos Direitos Humanos e do Direito Internacional, a comunidade internacional e as Nações Unidas mantêm um silêncio cúmplice e vergonhoso.
Tão pressurosos a condenar a luta desesperada dos palestinos e em relação ao terrorismo de Estado hebreu lavam as mãos! Hipócritas!…
quinta-feira, maio 08, 2008
Petróleo: sempre a subir!
O preço do barril de crude ultrapassou hoje os 124 dólares, tendo aumentado mais de 12 em apenas uma semana. Por este andar, não tarda muito estará nos 200!
O recurso aos biocombustíveis, que se julgava ser uma alternativa viável aos combustíveis fósseis, começa a originar uma situação de escassez e carestia dos bens alimentares de tal forma insustentável que, no futuro, vamos ter de fazer uma escolha difícil (para não dizer impossível…): abastecer o carro ou abastecer o estômago. A não ser que voltemos a andar de bicicleta. Ou de carroça.
O recurso aos biocombustíveis, que se julgava ser uma alternativa viável aos combustíveis fósseis, começa a originar uma situação de escassez e carestia dos bens alimentares de tal forma insustentável que, no futuro, vamos ter de fazer uma escolha difícil (para não dizer impossível…): abastecer o carro ou abastecer o estômago. A não ser que voltemos a andar de bicicleta. Ou de carroça.
quarta-feira, maio 07, 2008
A corrupção à solta
Um estudo realizado pelo Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa, em colaboração com o Departamento Central de Investigação e Acção Penal, ontem divulgado, revela que mais de metade das queixas de corrupção são arquivadas pelo Ministério Público, limitando-se este a investigar corruptelas e pequenos crimes de peculato de uso, cujo valor não ultrapassa, na maioria dos casos, os 1500 euros.
Não admira, por isso, que Portugal tenha registado, em 2007, um dos maiores níveis de corrupção entre os países da OCDE, tendo ficado na 28.ª posição da classificação da Transparency International, atrás de países como Singapura, Hong Kong, Chile, Barbados, Santa Lúcia, Uruguai e Eslovénia e, pior do que isso, evidenciando uma tendência para o agravamento da situação durante o mandato do actual governo. Talvez isto ajude a perceber as escandalosas nomeações de ex-"governantes" e destacados militantes do P"S" para os conselhos de administração das grandes empresas…
Não admira, por isso, que Portugal tenha registado, em 2007, um dos maiores níveis de corrupção entre os países da OCDE, tendo ficado na 28.ª posição da classificação da Transparency International, atrás de países como Singapura, Hong Kong, Chile, Barbados, Santa Lúcia, Uruguai e Eslovénia e, pior do que isso, evidenciando uma tendência para o agravamento da situação durante o mandato do actual governo. Talvez isto ajude a perceber as escandalosas nomeações de ex-"governantes" e destacados militantes do P"S" para os conselhos de administração das grandes empresas…
terça-feira, maio 06, 2008
Vem aí a Longa Emergência
O barril de petróleo ultrapassou a barreira dos 120 dólares e, pior do que isso, a subida do seu preço não vai mais parar.
Para esta inevitabilidade contribuem a desvalorização sucessiva do dólar, em virtude da crise da economia americana, os conflitos militares nas áreas geo-estratégicas visando o controlo dos recursos energéticos e, principalmente, o facto de termos atingido já o pico global da exploração petrolífera, a partir do qual a produção e a oferta de petróleo começarão inexoravelmente a ser insuficientes para satisfazer a procura.
E nem mesmo os biocombustíveis parecem ser uma saída para a situação, constituindo, pelo contrário, mais um grave problema, com efeitos devastadores para milhões de seres humanos, ao provocar o encarecimento dos bens alimentares.
As consequências da selvajaria capitalista e do crescimento sem regras estão à vista: caminhamos para a Longa Emergência!
Para esta inevitabilidade contribuem a desvalorização sucessiva do dólar, em virtude da crise da economia americana, os conflitos militares nas áreas geo-estratégicas visando o controlo dos recursos energéticos e, principalmente, o facto de termos atingido já o pico global da exploração petrolífera, a partir do qual a produção e a oferta de petróleo começarão inexoravelmente a ser insuficientes para satisfazer a procura.
E nem mesmo os biocombustíveis parecem ser uma saída para a situação, constituindo, pelo contrário, mais um grave problema, com efeitos devastadores para milhões de seres humanos, ao provocar o encarecimento dos bens alimentares.
As consequências da selvajaria capitalista e do crescimento sem regras estão à vista: caminhamos para a Longa Emergência!
segunda-feira, maio 05, 2008
Despachar o despacho!
É o que defende esta fundamentada análise, pondo a nu o chorrilho de ilegalidades e atropelos processuais do Secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, em mais um dos seus famigerados despachos internos (no caso vertente, o de 7 de Abril de 2008).
Trata-se de um exemplo acabado do que poderá vir a acontecer se os professores se limitarem a aceitar passivamente a imposição do modelo de avaliação do ministério e ficarem a aguardar a sua eventual alteração no final do próximo ano lectivo, como acordaram os signatários do entendimento. Receio que, então, seja demasiado tarde!
Por isso, resistir é preciso! Desde já.
Trata-se de um exemplo acabado do que poderá vir a acontecer se os professores se limitarem a aceitar passivamente a imposição do modelo de avaliação do ministério e ficarem a aguardar a sua eventual alteração no final do próximo ano lectivo, como acordaram os signatários do entendimento. Receio que, então, seja demasiado tarde!
Por isso, resistir é preciso! Desde já.
domingo, maio 04, 2008
Gestores "mal" pagos. Coitadinhos!…
Segundo dados do Ministério do Trabalho, em 2006, seis mil gestores de empresas declararam ganhar apenas o salário mínimo nacional, o que outra coisa não é senão uma despudorada fuga ao fisco e à segurança social.
Num país onde a corrupção é endémica e grande parte dos empresários se habituou a viver de expedientes pouco lícitos e do incumprimento das obrigações mais elementares, país que, segundo o Eurostat, regista uma das maiores assimetrias entre ricos e pobres, situações como esta já não me causam qualquer perplexidade. Enoja-me, isso sim, o facto dos sucessivos governantes nada fazerem para lhes pôr cobro. O que, infelizmente, também não é para admirar. Eles estão lá para defender os interesses da finança e tratar da sua vidinha. O resto é a conversa de sempre. Apenas para caçar votos.
Num país onde a corrupção é endémica e grande parte dos empresários se habituou a viver de expedientes pouco lícitos e do incumprimento das obrigações mais elementares, país que, segundo o Eurostat, regista uma das maiores assimetrias entre ricos e pobres, situações como esta já não me causam qualquer perplexidade. Enoja-me, isso sim, o facto dos sucessivos governantes nada fazerem para lhes pôr cobro. O que, infelizmente, também não é para admirar. Eles estão lá para defender os interesses da finança e tratar da sua vidinha. O resto é a conversa de sempre. Apenas para caçar votos.
sábado, maio 03, 2008
Não entendo a razão de tanta confusão no PSD. Não entendo. É o que dá termos um PS de direita arraçado, ainda que tão-só levemente, de esquerda. Entendamo-nos: direita é um modo de estar na Humanidade, um modo de se organizar na luta de classes (a tal de que falava Marx cheiínho de razão) - "de direita" são os banqueiros, os grandes industriais, a malta do bago farto e os respectivos ajudantes. Ora sendo o PS actual o que é, e o PSD o que diz ser, não faz falta nenhum "novo" PSD - já está aí um PS que faz muito bem o trabalho da direita, embora sofra de um problema grave de identidade (insistindo em dizer-se de esquerda). Eu não me sinto capaz de dar grandes sugestões, mas... mesmo assim vou sugerir! Em vez deste folhetim em que a Ferreira Leite dos impostos para os pobres ainda vai sair como salvadora da Pátria, o melhor seria o PSD inscrever-se massivamente no PS. Era a maneira de atingirmos o climax da estabilidade governativa com a vantagem de evitar chatear a malta com aquela macacada das eleições da "alternância democratica" em que, uma vez um outra vez outro, se promete pra nunca se cumprir. Passava a ser aquilo e aquilo mesmo, tipo destino. E se as coisas corressem mal era só mudar de secretário-geral (como de resto já hoje acontece). Boa?
Acabem com a "mama" no SNS!
A Inspecção-Geral de Saúde descobriu que, no Hospital de S. João, no Porto, estavam a ser feitas cirurgias estéticas às mamas de funcionárias do próprio hospital. Algumas estavam mesmo inscritas como doentes na lista de espera do serviço, enquanto outras eram chamadas para a cirurgia quando faltava um doente para outra operação.
É uma situação de descarado oportunismo e manifesto aproveitamento, tanto mais inaceitável por se verificar num país em que muitos doentes chegam a esperar durante largos meses, quiçá anos, por uma cirurgia, na maioria dos casos, bem mais importante do que as que a notícia refere.
E não adianta o senhor Bastonário da Ordem dos Médicos, tão pressuroso na crítica aos autarcas que têm recorrido a Cuba para resolver rapidamente os problemas oftalmológicos dos seus munícipes, vir agora defender que cabe a cada médico ou, em última análise, ao director de serviço, decidir o que se faz. Não quero acreditar que seja por se tratar de um caso de mamas…
Certo é que estamos perante a utilização de um serviço público, que é de todos, em benefício de alguns, de uma situação de intolerável e abjecta imoralidade, de um verdadeiro atentado à deontologia profissional. Que a Ordem dos Médicos, mais do que todos, deveria condenar.
É uma situação de descarado oportunismo e manifesto aproveitamento, tanto mais inaceitável por se verificar num país em que muitos doentes chegam a esperar durante largos meses, quiçá anos, por uma cirurgia, na maioria dos casos, bem mais importante do que as que a notícia refere.
E não adianta o senhor Bastonário da Ordem dos Médicos, tão pressuroso na crítica aos autarcas que têm recorrido a Cuba para resolver rapidamente os problemas oftalmológicos dos seus munícipes, vir agora defender que cabe a cada médico ou, em última análise, ao director de serviço, decidir o que se faz. Não quero acreditar que seja por se tratar de um caso de mamas…
Certo é que estamos perante a utilização de um serviço público, que é de todos, em benefício de alguns, de uma situação de intolerável e abjecta imoralidade, de um verdadeiro atentado à deontologia profissional. Que a Ordem dos Médicos, mais do que todos, deveria condenar.
A palhaçada
Supostamente, este seria um vídeo humorístico. Porém, depois de vê-lo fica-se sem vontade de rir.
Realmente, na escola actual, onde o trabalho deu lugar à diversão e a exigência foi substituída pelo laxismo, a aula torna-se um circo. E o professor, um palhaço.
Mas esta palhaçada vai acabar mal. Sem Educação, um país não tem futuro!
Realmente, na escola actual, onde o trabalho deu lugar à diversão e a exigência foi substituída pelo laxismo, a aula torna-se um circo. E o professor, um palhaço.
Mas esta palhaçada vai acabar mal. Sem Educação, um país não tem futuro!
sexta-feira, maio 02, 2008
Os portugueses estão na "merda" e gostam
Ao cabo de três anos de governança do Partido (impropriamente designado de) Socialista, o panorama do nosso país não podia continuar a ser mais negro: dois milhões de pobres, mais de meio milhão de desempregados, emprego cada vez mais instável e precário, agravamento da carestia de vida, endividamento familiar crescente, serviços de saúde cada vez mais caros e demorados, educação desqualificada por uma cultura de facilitismo e desautorização dos professores, justiça inoperante, corrupção terceiromundista, promiscuidade escandalosa entre o poder político e a finança.
Apesar disto, segundo esta sondagem, se as eleições fossem agora, o Partido Socialista estaria à beira de renovar a sua maioria absoluta, que tão bons resultados tem conseguido.
Os portugueses não querem nada com o PSD. Compreendo-os. Trata-se de um saco de gatos onde cada um parece mais preocupado com a sua carreira política e a sua vidinha do que com os problemas do país. Ao fim e ao cabo, juntamente com o PS, o partido é responsável pela situação a que chegámos, ao fim de trinta anos de suposta alternância.
O que estranho (ou talvez não…) é a aversão aos comunistas. Parece-me ser um caso do foro psicopatológico. Provavelmente continuam a pensar que eles comem criancinhas ao pequeno almoço!…
E em relação ao Bloco, o argumento costumeiro: têm razão mas não têm credibilidade (ouve-se)!
Votar branco, ignoram o que significa (não leram Ensaio sobre a Lucidez, de Saramago). Não sabem que têm nas mãos a vassoura que poderia varrer o lixo que conspurca a nossa democracia.
Enfim, os portugueses estão na merda, não há dúvidas. Mas, pior do que isso, parece que gostam!…
Apesar disto, segundo esta sondagem, se as eleições fossem agora, o Partido Socialista estaria à beira de renovar a sua maioria absoluta, que tão bons resultados tem conseguido.
Os portugueses não querem nada com o PSD. Compreendo-os. Trata-se de um saco de gatos onde cada um parece mais preocupado com a sua carreira política e a sua vidinha do que com os problemas do país. Ao fim e ao cabo, juntamente com o PS, o partido é responsável pela situação a que chegámos, ao fim de trinta anos de suposta alternância.
O que estranho (ou talvez não…) é a aversão aos comunistas. Parece-me ser um caso do foro psicopatológico. Provavelmente continuam a pensar que eles comem criancinhas ao pequeno almoço!…
E em relação ao Bloco, o argumento costumeiro: têm razão mas não têm credibilidade (ouve-se)!
Votar branco, ignoram o que significa (não leram Ensaio sobre a Lucidez, de Saramago). Não sabem que têm nas mãos a vassoura que poderia varrer o lixo que conspurca a nossa democracia.
Enfim, os portugueses estão na merda, não há dúvidas. Mas, pior do que isso, parece que gostam!…
quinta-feira, maio 01, 2008
1.º de Maio é todos os dias!
Que país é este, com mais de meio milhão de desempregados, emprego precário com recurso ao uso e abuso da contratação a recibo verde, carestia de vida com aumentos escandalosos e sucessivos dos combustíveis e dos produtos alimentares, dois milhões de pobres e muitas famílias endividadas a sobreviver graças à solidariedade do Banco Alimentar, da AMI e de outras organizações???
Que país é este, em que, ao mesmo tempo, banqueiros e capitalistas engordam as suas fortunas imorais, onde boa parte dos governantes e dos políticos se preocupa sobretudo em tratar da sua vidinha e onde, segundo o Eurostat, se regista a maior desigualdade entre ricos e pobres da União Europeia???
Obviamente não estamos a falar do Zimbabwe. Trata-se do nosso país, Portugal. Ao fim de trinta anos de governança de um bloco central de interesses, de partidos que, da social-democracia e do socialismo, apenas usam, abusiva e indevidamente, o nome.
Hoje é o 1.º de Maio, dia dos trabalhadores, momento de evocação e, em muitos casos, de festa. Mas os portugueses não têm razões para pôr foguetes. Pelo contrário, com um governo que se prepara para aprovar um novo código laboral, com o objectivo de flexibilizar os despedimentos e legalizar a precariedade do emprego (em nome de uma suposta competitividade das empresas), só lhes resta mesmo lutar. Hoje e em cada um dos dias do ano. E ajustar contas, na primeira oportunidade, com quem há muito os anda a enganar.
Que país é este, em que, ao mesmo tempo, banqueiros e capitalistas engordam as suas fortunas imorais, onde boa parte dos governantes e dos políticos se preocupa sobretudo em tratar da sua vidinha e onde, segundo o Eurostat, se regista a maior desigualdade entre ricos e pobres da União Europeia???
Obviamente não estamos a falar do Zimbabwe. Trata-se do nosso país, Portugal. Ao fim de trinta anos de governança de um bloco central de interesses, de partidos que, da social-democracia e do socialismo, apenas usam, abusiva e indevidamente, o nome.
Hoje é o 1.º de Maio, dia dos trabalhadores, momento de evocação e, em muitos casos, de festa. Mas os portugueses não têm razões para pôr foguetes. Pelo contrário, com um governo que se prepara para aprovar um novo código laboral, com o objectivo de flexibilizar os despedimentos e legalizar a precariedade do emprego (em nome de uma suposta competitividade das empresas), só lhes resta mesmo lutar. Hoje e em cada um dos dias do ano. E ajustar contas, na primeira oportunidade, com quem há muito os anda a enganar.
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