quarta-feira, setembro 21, 2011

O advento da 'nova sociedade'

Segundo Marx, a génese do capitalismo começaria com o capitalismo concorrencial, passaria pelo capitalismo monopolista e acabaria no capitalismo monopolista de Estado. E assim foi, de certa forma. Só que o seu génio não previu que o capitalismo, com as suas 'sete vidas', seria capaz de voltar 'atrás'. Mas foi isso que aconteceu, com os neo e ultra-liberais a destruírem o intervencionismo estatal e a transformarem a economia, cada vez mais globalizada, num casino sem regras; e os países onde as experiências socialistas/ comunistas falharam clamorosamente (Rússia, China,…) e no seu lugar existe agora um "capitalismo puro e duro", a irem a jogo. E neste jogo de mercado, completamente desregulado e selvagem, COMPRA quem tem dinheiro. Os países capitalistas ditos desenvolvidos estão (e vão continuar) a provar do seu próprio fel!…
Nunca, como hoje, o futuro foi uma incógnita! Mas, paradoxalmente, podemos estar a viver o advento de
uma 'nova sociedade'. Gostaria muito que fosse uma SOCIEDADE NOVA!

Zeca Afonso - De não saber o que me espera

quarta-feira, setembro 14, 2011

Evidências

O nível actual de impostos é insuportável no futuro. É uma evidência. Mas é importante que alguém a sublinhe. E afirme também categoricamente que "a Europa deve considerar a criação de obrigações europeias […] como factor de coesão na união monetária." Sobretudo tratando-se do governador do Banco Central de um país cujo governo se limita a sugar o sangue aos cidadãos, ao mesmo tempo que, contrariamente aos governos dos outros periféricos, se coloca ao lado (leia-se "de baixo") dos donos da União Europeia contra a emissão conjunta de eurobonds; um país cujo Chefe de Estado não chega sequer a ser uma figura decorativa, apenas um espectro silencioso e inútil.



sexta-feira, setembro 09, 2011

"Jornalismo"

Isto não é jornalismo. E nem mesmo, como opinião, é aceitável numa sociedade democrática. É um escarro, um vómito, um cagalhão fedorento. Limpa-se com desinfectante. Muito. Ou, sei lá?!…, seguindo a sugestão do autor, partindo-lhe as fuças, não?!…

"Socialismo"

1. Afinal parece que Mário Soares quer agora uma "revolução a sério"! "Quando o povo acorda é sempre cedo", escreveu Ary dos Santos, mas para Soares é tarde demais. Devia ter pensado nisso quando, em 1975, aliado à Direita, liderou a contra-revolução e, posteriormente, como 'governante', começou a desbaratar as conquistas de Abril!

2. Este fim de semana há 'circo' (sem ofensa para a arte circense!). O P'S' (agora, Partido de Seguro — que, para que dúvidas não haja, esclarece que o P'S' "não tem de romper com nada"!) vai representar a farsa do costume, quando não é 'governo': fazer-se passar por 'oposição'! Tarefa muito difícil para quem, com o P'SD' e o P'P', assinou o Memorando de Entendimento (leia-se 'Programa de saque e destruição nacional imposto pela troika FMI-BCE-UE'). Mas com a propaganda da 'comunicação social' e a tendência inata da maioria dos portugueses para acreditar em 'milagres', tal não é, de todo, impossível! Infelizmente.


Banda sonora: Venho Aqui Falar, Sérgio Godinho

quinta-feira, setembro 01, 2011

A 'democracia' a que 'temos direito'

Uma aflitiva dúvida mantém, há dois dias, o meu cérebro em alerta laranja (cor apropriada): para que raio quererá o Ministério das Finanças saber do meu colesterol e dos meus triglicerídeos (e dos seus, leitor) e o Ministério da Saúde saber quanto pagamos pela prestação da casa?
Diz a Comissão Nacional de Protecção de Dados que o que o Governo pretende é "excessivo", "intrusivo" e "compromete o sigilo médico" e fiquei ainda mais intranquilo. De facto, o Governo "passaria a ter acesso (...) ao perfil de saúde dos cidadãos, o que é assustador". E é. Eu (ou você, leitor) confidenciaríamos ao médico que tínhamos uma gonorreia e o médico iria logo (o Governo quer saber tudo "em tempo real") contar aos drs. Paulo Macedo e Vítor Gaspar. E se eles decidissem privatizar (crise obriga) essa preciosa informação, vendendo-a, por exemplo, à nossa seguradora? E se o diagnóstico fosse fatal e o médico decidisse não no-lo dizer imediatamente e o Governo soubesse a triste (ou alegre, sei lá) notícia primeiro que nós?
Não seria mais fácil o Governo mandar o SIS e o SIED porem escutas nos gabinetes de consulta do SNS? Ou então arranjar informadores como o que, em 9 de Junho de 1972, mandou à PIDE/DGS o Relatório n.º 202/72/SC informando que minha mulher tinha "uma doença cancerosa" e que tanto eu como ela éramos "afectos ao regime". Mas mais competentes que esse, pois nem ela felizmente tinha nem nós éramos. Manuel António Pina, JN
A 'democracia' a que 'temos direito', é caso para concluir!