sexta-feira, outubro 11, 2013

Há outro(s) caminhos(s)

A directora-geral do FMI afirmou ontem, na conferência de imprensa anual conjunta da organização e do Banco Mundial, em Washington, que Portugal tem “uma dificuldade particular”, que é “a visão do Tribunal Constitucional sobre o que é ou não constitucional”.
“Concentrar o esforço de ajustamento no início do processo e a consolidação orçamental não é necessariamente o mais apropriado em todo o lado e é por isso que, no caso de Portugal tal como no caso da Grécia, dissemos que era preciso mais tempo, para proteger áreas que geram crescimento e criação de emprego”, afirmou ainda Christine Lagarde.


Apesar da contradição entre o primeiro e o segundo parágrafo, o que estas declarações de Lagarde afinal provam é que:

1. Mesmo no quadro do denominado "Programa de Assistência Financeira", contrariamente ao que Passos Coelho propagandeia, existe alternativa à austeridade cega e furiosa que empobrece as famílias, destrói a economia e não resolve os problemas do défice e da dívida, existe outro caminho: "mais tempo, para proteger áreas que geram crescimento e criação de emprego”.

2. A "dificuldade particular" de Portugal é, portanto, a austeridade do fundamentalismo neo-liberal, e não o Tribunal Constitucional que, enquanto pilar do Estado, esperamos que continue a defender intransigentemente a Constituição e a soberania nacional, postas sistematicamente em causa pelo Governo com a complacência do Presidente da República.

Há outro(s) caminhos(s), sempre o soubemos. Curioso é ser o próprio FMI a admiti-lo!

quarta-feira, outubro 09, 2013

O casino que nos desgraça


Com as modernas tecnologias, designadamente a informática e a internet, as transacções nas bolsas de valores acontecem ao segundo. Em vez de esperarem pelos juros e dividendos, os especuladores apostam na obtenção imediata de mais-valias, tentando comprar os títulos em baixa e (muitas vezes no mesmo dia ou na mesma hora) vendê-los em alta, como se de um gigantesco casino se tratasse e não de uma economia real da qual dependem biliões de seres humanos. As consequências desta selva financeira são conhecidas e dramáticas: a falência de empresas, que lança para o desemprego milhões de trabalhadores, e a escalada das dívidas soberanas (ou mesmo bancarrota) dos países economicamente mais frágeis, que conduz à proletarização e empobrecimento da esmagadora maioria da sua população.




Tudo seria bem melhor e mais fácil se acabassem com esta louca roleta ao segundo e o mercado secundário de capitais funcionasse apenas em seis ou doze sessões por ano. E os governos, em nome do interesse colectivo, bem podiam fazê-lo. Mas não o farão, porque embora sejam 'eleitos' pelos cidadãos, estão subordinados aos grandes interesses financeiros privados.
Resta a luta da humanidade pelo fim deste sistema imoral e insustentável. Ou a sua inevitável implosão. Mas até lá muitos milhões de seres humanos ainda pagarão com a vida. Desgraçadamente.

Subtrai e segue!

Cortes nas pensões: nem os mortos escapam!

Com Salazar, até os mortos votavam. Com Passos e a sua corja, nem os mortos escapam aos cortes nas pensões.



sábado, outubro 05, 2013

Eles são nossos inimigos

Podiam cortar nas rendas obscenas que pagam às PPP's para garantir os lucros aos seus accionistas. Podiam cortar nos swap's e deixar de meter pazadas de dinheiro que é nosso pelas goelas dos banqueiros abaixo.  Podiam taxar as transacções financeiras (0,1% não seria nada para os especuladores e representaria muitos milhões para o erário público). Podiam combater a evasão fiscal das grandes empresas que abrem filiais no estrangeiro apenas para não pagar impostos. E, mais que não fosse para darem o exemplo, podiam cortar nas "gorduras do Estado" (serviços de consultoria, assessorias e 'jobs' para os 'boys', frota automóvel de luxo, reformas douradas,…).


Tudo isso podiam fazer, se lá estivessem para governar o país e melhorar as nossas vidas. Mas esse não é o seu objectivo. Estão lá para enriquecer uma pequena minoria à custa da extorsão e consequente empobrecimento da esmagadora maioria dos portugueses. É isso que, em 2014 (e nos anos seguintes), eles pretendem continuar a fazer. E, se ninguém lhes fizer frente, não duvidamos que o farão. Com perfeita consciência das malfeitorias que estão a cometer. Porque são nossos inimigos.

quarta-feira, outubro 02, 2013

A culpa não morrerá solteira

Passos Coelho não assume derrota pessoal nas autárquicas. E volta a pressionar o Tribunal Constitucional.

A culpa do descalabro a que estamos a ser conduzidos não é dele, portanto. Nem do seu descabelado "governo", da sua criminosa política, da sua cúmplice maioria parlamentar. Nem sequer da assombração que preside à República.

A "culpa" é da "ingratidão" dos portugueses, que estão fartos da roubalheira da austeridade (só 2 por cento
, claro, a apoiam!!!), da Constituição, que é um "empecilho", do Tribunal Constitucional, que insiste em lembrar-lhe que ainda estamos num Estado de direito.

Desta vez, a culpa não morrerá solteira, espero.

quarta-feira, setembro 25, 2013

Mais tarde ou mais cedo


O sistema que esbanja recursos escassos e gera desperdício é o mesmo que deixa morrer à fome milhões de seres humanos. É o sistema que, imoralmente, enriquece 1% à custa do empobrecimento dos outros 99%. Um tal sistema não é aceitável nem sequer sustentável. Mais tarde (se ficarmos à espera) ou mais cedo (se fizermos alguma coisa por isso) acabará, portanto. Levará o seu tempo, pode até nem ser no nosso tempo, mas chegará esse tempo.

segunda-feira, setembro 23, 2013

Perigo público

Passos Coelho garantia há um ano atrás, através do Gaspar do Excel (lembram-se dele?), que Portugal regressaria aos mercados a 23 de Setembro de 2013, ou seja, na próxima segunda-feira!… Afinal tudo o que conseguiu foi colocar o país à beira de um segundo resgate, o qual, a acontecer, será inevitavelmente mais doloroso que o primeiro.
Mas a culpa não é da política suicidária do seu "governo", que tem empobrecido dramaticamente os portugueses, destruído a economia, agravado o desemprego e avolumado a dívida. Para ele, a culpa tem sido e é do Tribunal Constitucional quando, no pleno uso das suas competências, trava as medidas inconstitucionais do seu "governo". Para ele, a culpa é agora, até, dos "preconceituosos" mercados que "não premeiam Portugal com taxas de juro mais baixas". Por isso, afirma estar "determinado a prosseguir o caminho."


Passos Coelho é um aldrabão, um irresponsável, pior ainda, um perigo público. Devia ser afastado, urgentemente. Antes que afunde o país, definitivamente. Mas o Presidente da República é um ectoplasma, não existe, verdadeiramente. E os portugueses parecem anestesiados, atordoados, transidos de medo, até.
Assim, este país não é viável.

A tempestade perfeita

Desgraçadamente, o que se abateu sobre nós foi uma tempestade perfeita […]. Passos Coelho no Governo, Seguro na oposição, Cavaco na presidência e Merkel na Europa.


Desta vez, é difícil não concordar com MST!…

quarta-feira, setembro 18, 2013

A descida aos infernos

Os juros da dívida portuguesa foram os que mais subiram nos últimos trinta dias, ultrapassando os 7,4 por cento.
Os economistas do FMI (certamente com hipocrisia, mas com razão) reconhecem (finalmente) que cortar o défice demasiado rapidamente pode ser contraproducente e causar impactos dramáticos. Apesar disso, o BCE e a Comissão Europeia estão-se "cagando" e acham que a meta de 4 por cento é mesmo para cumprir, doa a quem doer (as vítimas do costume: pensionistas, trabalhadores, desempregados).


Calcula-se que a economia portuguesa demoraria oito anos a recuperar da crise se crescesse ao ritmo da última década, 1% ao ano. Mas esse é um cenário irrealista para uma economia que continua mergulhada na recessão. Como irrealista é a redução da dívida, mesmo se apenas dos actuais 130% para 90% do PIB, o que só aconteceria com um inimaginável crescimento "à chinesa" da ordem dos 6 a 8%!…
Desenganem-se, portanto, os que pensam que já batemos no fundo. Com ou sem segundo resgate (que, aliás, nunca foi tão iminente), a descida aos infernos vai prosseguir. Com a continuação e o agravamento da austeridade, real e trágica será a contínua destruição das nossas vidas, da economia, do país. E mais dolorosa ainda quando a indiferença e a resignação dos portugueses parecem nunca ter sido tão generalizadas, silenciosas, insuportáveis.

sexta-feira, setembro 06, 2013

A bóia

Em 2010 a bóia flutuava à tona da água. No ano seguinte afundou um metro. Em 2012 desceu mais dois metros. Em 2013 afundará mais quatro, atingindo a profundidade de sete metros. Já em 2014 talvez suba uns escassos 40 centímetros, o que significa que, continuando pelo mesmo caminho, só lá para 2031 voltará à superfície.

A bóia representa a economia portuguesa. Cada metro equivale a um ponto percentual. O caminho conhecemo-lo nós de olhos fechados: cortes em salários, pensões, subsídios, aumento de impostos, destruição do mercado interno, queda do investimento, desemprego, recessão económica.

A apresentação foi de Francisco Louçã, ontem à noite, na SIC N. Clara… como a água.

Obama, Prémio Nobel… da Guerra

Sejam quais forem os argumentos que se invoquem para uma intervenção militar na Síria, os Estados Unidos da América são seguramente um dos países que não têm qualquer legitimidade para a levar a cabo. Não apenas porque não têm autorização das Nações Unidas, mas também e sobretudo pelos crimes que cometeram desde a 2.ª Guerra Mundial até aos nossos dias (no Vietname, na América Latina, na África, no Irão, no Iraque, no Afeganistão,…).



Enquanto Obama quer a todo o custo — que será trágico, desde logo em vidas humanas! — apagar o incêndio com gasolina, Putin (apesar de também não ser flor que se cheire) coloca a Síria na agenda oficial da cimeira do G20. Por isso o Papa Francisco apela a Putin que sensibilize os países do G20 a favor da paz na Síria. Já deve ter percebido que do Prémio Nobel da "Paz" só pode esperar… mais guerra.

domingo, setembro 01, 2013

Passos Coelho e o "governo" PSD-CDS: culpados!


Em pouco mais de dois anos, Passos Coelho e o "governo" PSD-CDS (com a cumplicidade de Cavaco Silva, nunca será demais lembra-lo!) têm levado a cabo o maior programa de empobrecimento, destruição económica e ataque ao Estado Social de que há memória, nas últimas décadas: cortes brutais em salários, pensões e subsídios, subida colossal dos impostos, continuada recessão económica e consequente falência de empresas, queda do investimento, destruição de postos de trabalho e agravamento do desemprego e da emigração, privatização de empresas públicas estratégicas, desinvestimento em serviços públicos fundamentais, como a saúde e a educação, transformando-os em pasto para os grupos privados.


Não se trata de incompetência, como há quem nos queira fazer crer. É, isso sim, uma meticulosa e consciente política neo-liberal, que favorece os interesses privados ligados às PPP's, aos grandes grupos financeiros, aos credores internacionais, à custa dos trabalhadores, dos pequenos e médios empresários, dos pensionistas, da generalidade da população, portanto.
E tudo em nome da redução da dívida, da descida do défice, do regresso aos "benditos" mercados financeiros, dizem. Quando a verdade é que a dívida não pára de crescer, o défice teima em não descer e o regresso aos mercados (ou melhor, a saída da troika, com esta receita) não vai acontecer!
Já a tragédia de um segundo resgate é cada vez mais uma certeza. E Passos Coelho sabe-o melhor que ninguém. É por isso que tenta desesperadamente sacudir a água do capote e arranjar um bode expiatório. E o Tribunal Constitucional, a quem compete velar pela observância da Constituição, serve-lhe às mil maravilhas. Podemos ter a certeza, portanto, que Passos vai continuar a fazer leis inconstitucionais. E a acusar o Tribunal Constitucional de as chumbar. Ele precisa urgentemente de forjar um "culpado" para esconder os verdadeiros culpados da acção criminosa do seu "governo".

quinta-feira, julho 11, 2013

Cavaco, o presidente de que nós não precisávamos

Não quer eleições antecipadas para que, democraticamente, o povo possa escolher a solução para a crise política e um novo rumo para o país, e antecipa-as, na tentativa de legitimar a mesma política e o mesmo poder.

Convida o PS para o compromisso de salvar o que não tem salvação, mas durante dois anos, foi o tutor do governo PSD/ CDS, ignorando completamente os restantes partidos e os avisos que fizeram.

Despreza a democracia, excluindo o PCP e o BE e condicionando a liberdade de voto dos portugueses a uma "solução" que tenha o apoio do arco da (in)governabilidade, PSD-PS-CDS.

Sobre o fiasco da política de austeridade (confessado pelo próprio Vítor Gaspar), nem uma palavra. A receita, que tão "bons" resultados tem dado, é para continuar.


Um Presidente da República que, em nome de uma suposta estabilidade (que outra coisa não é senão uma paz podre), agrava a crise política e lança o país no caos, era tudo de que nós não precisávamos neste momento.

quarta-feira, julho 10, 2013

Um verbo-de-encher tem de servir para alguma coisa!…

Hoje, às 20:30, o presidente do protectorado vai anunciar, com pompa e circunstância, o que há muito sabemos (ou devíamos saber): quem manda é a União Europeia, ou mais precisamente, a Alemanha.


Um verbo-de-encher tem de servir para alguma coisa!…

"Um canhão pelo cu" - a selvajaria capitalista posta a nu

O texto seguinte, da autoria de Juan José Millas, foi publicado em agosto de 2012, no El País, tendo-se tornado absolutamente viral. Chama os bois pelos nomes e põe a olho nu a forma selvagem e criminosa como o casino capitalista está a destruir as nossas vidas e a democracia. Cinco minutos de leitura incontornável.


Um canhão pelo cu

Se percebemos bem - e não é fácil, porque somos um bocado tontos -, a economia financeira é a economia real do senhor feudal sobre o servo, do amo sobre o escravo, da metrópole sobre a colónia, do capitalista manchesteriano sobre o trabalhador explorado. A economia financeira é o inimigo de classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de criança num bordel asiático.

Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de sequer ser semeada. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, apesar de te deixar na merda se descer.

Se o preço baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que estejas - e não há nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.

Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta compra geralmente é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspetiva do terrorista financeiro, não é mais do que um jogo de tabuleiro no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.

A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o caráter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país - este, por acaso -, e diz "compro" ou "vendo" com a impunidade com que se joga Monopólio e se compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.

Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno dos milhares ou milhões de pessoas que antes de irem trabalhar deixaram na creche pública - onde estas ainda existem - os filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas sobreprotegidos, desde logo, por essa coisa a que chamamos Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres estão a ser desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres. E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, são-no num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro.

Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem creche ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos simples mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.

A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com ruturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas ações terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.

A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A atividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.

Aqui se modifica o preço das nossas vidas todos os dias sem que ninguém resolva o problema, ou mais, enviando as autoridades para cima de quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as autoridades empenham-se a fundo para proteger esse filho da puta que te vendeu, recorrendo a um esquema legalmente permitido, um produto financeiro, ou seja, um objeto irreal no qual tu investiste, na melhor das hipóteses, toda a poupança real da tua vida. Vendeu fumaça, o grande porco, apoiado pelas leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.

Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e faturar a 30, 60 ou 90 dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco. A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passo a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do sequestrado.

Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos.

A democracia está suspensa

Enquanto por cá, Cavaco prossegue com as "audiências" com vista a uma suposta tomada de decisão sobre o próximo governo, em Bruxelas dá-se por garantido que a coligação CDS/ PSD se mantém no poder

Portugal continua, portanto, em regime de protectorado e a democracia está suspensa até que o povo acorde e decida que é ele quem mais ordena.

O novo organograma do governo português

(picado do Facebook)

terça-feira, julho 09, 2013

Portas, o contorcionista

Para "Paulinho das Feiras" Portas, ter dito hoje no Parlamento que a Bolívia “é um país amigo e a América Latina é essencial para Portugal”, e que o Estado português lamenta o incidente com o avião do presidente Evo Morales, vale tanto como ter afirmado há menos de uma semana que a decisão de se demitir do governo era "irrevogável", ou seja, NADA! São apenas lágrimas de crocodilo e desculpas de mau pagador de quem não se retracta nem pede desculpas por não ter autorizado a aterragem do avião presidencial boliviano, numa atitude de flagrante violação das normas internacionais e lamentável subserviência ao império americano. Por "razões técnicas", continua ele a repetir, razões que não explica porque não têm explicação.



É este contorcionista, líder de um pequeno partido com apenas 10 por cento de votos, que enlameou com esta decisão o nome de Portugal e se prepara para chefiar-de-facto o governo-morto do país! Por pouco tempo, acreditamos…
 

segunda-feira, julho 08, 2013

E não se pode "revogá-los"?

Na política, os fins justificam os meios, ou seja, os governantes estão acima da ética e da moral para alcançar seus objectivos, defendia Maquiavel. Foi o que fez Paulo Portas quando tomou a "irrevogável" decisão de se demitir do governo e afinal não demorou mais de vinte e quatro horas a revogá-la. Tratou-se, obviamente, de uma jogada maquiavélica, cujo objectivo não era, como se viu, a saída do governo, mas sim a conquista de mais poder e protagonismo.


Aparentemente, Portas ganhou em toda a linha: fica com a coordenação das "políticas" económicas, o relacionamento com a troika e a "reforma" do Estado; e passa a vice-primeiro-ministro, que é como quem diz, a primeiro-ministro-de-facto do "novo" governo CDS/ PSD (que substitui o anterior, PSD/ CDS). E Passos cedeu em quase tudo, porque sabe que se fosse a eleições seria arrasado e iria para o desemprego. Na realidade, porém, o tempo — e não demorará muito tempo que tal aconteça! — encarregar-se-á de mostrar que ninguém ganhou com este "jogo das cadeiras". Principalmente o país, que até lá, é quem vai sofrer as consequências de tamanha irresponsabilidade. A menos que, de uma vez por todas, se decida a "revogá-los"!

sábado, julho 06, 2013

O sonho da direita transformado em pesadelo

Sá Carneiro teve um sonho que nunca haveria de concretizar: "Uma maioria, um Governo, um Presidente".


Hoje, com Passos, Portas & Cavaco, o sonho da Direita está transformado em pesadelo: um País sem maioria, sem Governo e sem Presidente.

sexta-feira, julho 05, 2013

Eleições, sim! Qual é o problema?

O Partido Socialista Europeu apoia eleições antecipadas em Portugal. Personalidades insuspeitas como os sociais-democratas Pacheco Pereira e António Capucho, o fundador do CDS, Adriano Moreira, e o Provedor de Justiça, Alfredo José de Sousa, também. Até mesmo o patrão Wolfgang Schäuble já disse que "não há crise"!… Então, qual é o problema?

sábado, junho 22, 2013

Neoliberais de merda!

Os portugueses não precisam da vossa esperança balofa, que mais não é do que desespero
Os portugueses precisam é de economia e emprego, que não os roubem indecentemente e não lhes dêem cabo da vida. 
Os portugueses precisam que vocês desapareçam de vez e os deixem em paz.
Neoliberais de merda!

quarta-feira, junho 19, 2013

Haja decência!



Cavaco tinha vinte dias para decidir mas, como "nunca se engana e raramente tem dúvidas", só precisou de vinte e quatro horas para promulgar a vingança do governo: apesar de haver dinheiro, subsídio de férias só para o Natal! 
E para desviar as atenções, voltou à carga com a agricultura. Ele, que deu cabo dela.
Haja decência!

Neoliberais de merda!

Neoliberais de merda. O Estado não deve meter-se na vida das grandes empresas ou dos bancos, a não ser para, à mínima dificuldade, lhes enfiar pazadas de dinheiro pela goela abaixo. Depois, se o Estado precisar seja do que for, não tem o direito de exigir nada. Não tem o direito de interferir na liberdade do mercado. Só tem direito de interferir na liberdade dos cidadãos. (José Luís Peixoto)

As PPP's e o "arco da corrupção"

Na negociata das PPP's, os privados ganharam sempre e as pessoas pagaram sempre. Ao Estado (que somos nós) sai sempre a fava e aos privados sai sempre o brinde. 

O ruinoso processo das PPP's demonstra que o "arco da governação" é, afinal, o "arco da corrupção".

segunda-feira, abril 29, 2013

Estamos fartos!


Estamos fartos. Do "governo da troika", do Coelho e do Gaspar. Da interminável austeridade e do "memorando". De sermos indecentemente roubados e a "dívida" (que não fizemos) não parar de aumentar, o desemprego não parar de alastrar, a economia não parar de se afundar. Estamos FARTOS, não é filhos?!…
Aliás já estávamos, com os PEC's do Sócrates. E, por isso, há quase dois anos, a maioria dos votantes — "eleitores de alterne", que há 30 anos andam a votar basicamente no mesmo pensando que votam diferente! — com o seu habitual (congénito?) preconceito anti-esquerda, nem pensou duas vezes: atirou-se para os braços da direita (PSD-CDS). Os resultados estão à vista!…
Agora, o governo está em estado de coma, a coligação que o suporta esboroa-se, mas Cavaco (o "génio da banalidade", como lhe chamou o nosso génio da literatura) insiste na "necessidade" de consenso quando do que verdadeiramente estamos precisados é de ruptura política e mudança de vida!…


Seja como for, o P"S" diz que já é tarde para esse consenso e quer eleições (que BE e PCP há muito também defendem). Mas Seguro, que até sonha com a maioria absoluta (que todas as sondagens estão longe de prever) e se diz disponível para fazer coligações com todos, como se fosse possível e desejável regressarmos aos tempo da União Nacional salazarista, não denuncia o memorando da troika, não defende a renegociação da dívida, em suma, não corta a direito com a maldição da austeridade (que horror… os compromissos, mesmo que ponham em causa a sobrevivência do país, são para respeitar!).

Estamos fartos. Da troika. Da austeridade. E de todos os que a defendem. E também dos que não a denunciam nem cortam com ela de forma clara.

sexta-feira, abril 26, 2013

Cavaco, adversário político dos portugueses!…

Não foi o Presidente da República quem discursou nas comemorações oficiais do 39.º aniversário do 25 de Abril, na Assembleia da República. Foi Aníbal Cavaco Silva, que se comportou como adjunto de Passos Coelho, ao defender um consenso político podre e o prosseguimento da política de austeridade. O coro de críticas não se fez esperar sobre aquele que é hoje não o presidente dos portugueses mas o presidente da troika.
A "Associação 25 de Abril" diz que Cavaco é conivente com a austeridade. A CGTP e a UGT estiveram unidas na manifestação e nas críticas a Cavaco: Arménio Carlos diz que Cavaco “assumiu-se como chefe do Governo” e um dos “responsáveis” pela política de austeridade em Portugal; O secretário-geral da UGT considerou que o discurso de Cavaco “não tem eco para as pessoas que mais sofrem e que sentem os sacrifícios que lhes são impostosJerónimo de Sousa, do PCP, considerou o discurso de Cavaco «identificado» com o Governo da maioria, enquanto o líder do Bloco de Esquerda, João Semedo, criticou um «discurso de facção que ofende os princípios da pluralidade». Só Seguro não tomou posição face ao discurso de Cavaco dizendo que será o Congresso do PS a fazê-lo — o costume!


Enfim, se dúvidas houvesse, ficou demonstrado que em Belém não temos um Presidente da República mas sim um adversário político!…

terça-feira, abril 23, 2013

A terceira pior economia do mundo

Segundo dados do próprio FMI, entre os 187 países que integram a organização, neste momento, Portugal regista:

      • 3.º pior resultado do crescimento do PIB, (- 2,3%) 
      • 3.º pior resultado da taxa de desemprego (18,2%) 
      • 4.º pior resultado da dívida pública (123% do PIB) 

Ou seja, apesar da troika ter afirmado, em Março, que "em termos gerais, a execução do programa continua no bom caminho", a verdade é que Portugal é já, basicamente, a terceira pior economia do mundo. E por este "bom caminho", se não dermos meia volta e não mandarmos a troika e o seu governo darem uma volta, é bem provável que ainda cheguemos ao fundo!

segunda-feira, abril 22, 2013

A implosão da austeridade

O falhanço da política de austeridade na consolidação orçamental, na diminuição da dívida e, mais importante, na economia e na vida das pessoas, mais do que previsível, era certo. Já nas legislativas de 2011, BE e PCP (e muitos cidadãos) não se cansaram de chamar a atenção para essa inevitabilidade. Por isso não assinaram o memorando da troika.
Mas aquilo que para a esmagadora maioria sempre foi uma trágica evidência, foi agora cientificamente demonstrado: o modelo teórico que suportava a austeridade não passa de um fiasco, de um erro de graves consequências!


Porém, como afirma Krugman, os verdadeiros responsáveis pela tragédia em que estamos mergulhados, mais do que os economistas que criaram aquele modelo impossível, são os decisores políticos que, na sua obsessão ideológica pela austeridade, o aceitaram e puseram em prática sem o questionar, utilisando-o antes como capa para a sua criminosa actuação. 
Finalmente, ao fim de mais de três anos a lavrarem num erro empiricamente compreensível e visível a olho nu, a Comissão Europeia e a Alemanha, começam a reconhecer a impossibilidade da política de austeridade. Devagar, devagarinho, para diluírem as responsabilidades e salvarem a face. De gente sem escrúpulos e sem vergonha. 
Só faltava, no fim desta implosão europeia da austeridade, continuarmos nós a ser triturados por ela! Passos e Gaspar são suficientemente crentes e mais papistas que o papa para isso!…

sábado, abril 20, 2013

A grandeza de Saramago e a pequenez de Cavaco

Apesar da sua extensa e valiosa obra, apesar dos inúmeros prémios literários que conquistou, entre os quais o Prémio Camões, em 1995, e o Prémio Nobel da Literatura, em 1998, apesar de ser o segundo autor de língua portuguesa mais traduzido e um dos que mais contribuiu para a divulgação da nossa língua no mundo, José Saramago nunca conseguiu a admiração de Aníbal Cavaco Silva. Certamente por insensibilidade cultural de Cavaco, mas também, quase seguramente, por divergências políticas e ideológicas deste com o escritor. 



O que até poderia compreender-se e aceitar-se se Cavaco Silva não tivesse sido o Primeiro-ministro de Portugal, quando um seu subsecretário de Estado da Cultura vetou um livro de Saramago de uma lista de romances portugueses candidatos a um prémio literário europeu por "atentar contra a moral cristã". Ou se Cavaco não fosse o Presidente da República quando resolveu não ser mais do que o senhor Aníbal e continuar de férias nos Açores em vez de, como lhe competia, enquanto chefe de Estado, estar presente no funeral da maior figura da nossa literatura contemporânea. Ou ainda, se o homem não continuasse a ser o Presidente da República e no entanto, como agora aconteceu no seu discurso de inauguração da Feira do Livro de Bogotá, entendeu não fazer qualquer referência ao único escritor de língua portuguesa galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.
Não há dúvida. À beira da grandeza de José Saramago, o cidadão Aníbal Cavaco Silva não tem estatura para o desempenho da função presidencial. É uma nulidade. A história encarregar-se-á de colocá-lo no sítio que merece: a arca do esquecimento.

quarta-feira, abril 17, 2013

A armadilha

"Estou convencido de que é preciso continuar a dizer não,
mesmo que se trate de uma voz pregando no deserto" (José Saramago)

O PS diz não acreditar na vontade do Governo de conseguir entendimentos no encontro desta manhã entre Passos Coelho e António José Seguro e suspeita que se trata de uma encenação de diálogo.
Mas será que Seguro resistirá à armadilha, montada por pressão da Troika, se o "governo", como o CDS e Cavaco defendem, lhe acenar com algumas medidas para relançar o crescimento económico e o 
emprego?…



Não é seguro que… Seguro seja capaz de dizer NÃO e não acabe por engolir a moção de censura que votou contra o "governo". E se assim for, ficará o caminho escancarado aos cortes no 'Estado Social'.
Veremos…

Vergonha de polícia! (actualização)

A actriz Fernanda Policarpo foi ontem detida num protesto organizado pelo movimento "Que se Lixe a Troika", junto ao hotel Ritz em Lisboa, onde estão hospedados os homens do fraque, que procedem à conclusão da 7.ª "avaliação" do cumprimento do programa de austeridade pelo governo da Troika.




Como as fotografias comprovam, Fernanda Policarpo foi tratada com brutalidade e imobilizada no chão pelos guarda-troikas, sendo posteriormente detida pela PSP que, não satisfeita, mentiu descaradamente ao afirmar que a actriz agredira um polícia!…
Comportamento vergonhoso e inaceitável de uma organização que deveria zelar pela segurança e os direitos dos cidadãos e que, ainda há pouco tempo, no Chiado, varreu tudo o que mexia a cassetete, trazendo à nossa memória os odiosos tempos da polícia de choque salazarista!…

segunda-feira, abril 15, 2013

Quem semeia ventos colhe tempestades

Duas fortes explosões causaram pelo menos dois mortos e mais de 20 feridos, nesta segunda-feira, na linha de chegada da Maratona de Boston. Um terceiro engenho explosivo foi descoberto e detonado pela polícia, tendo-se ainda verificado uma outra explosão na Biblioteca Memorial JFK, nos arredores do centro de Boston.
Seja como for, são actos cobardes que lamentamos e condenamos sem reservas. Como condenamos a cobarde matança de civis inocentes no Paquistão, no Iêmen e na Somália, levada a cabo por 'drones' (aviões não tripulados) americanos, com a expressa autorização do presidente que é Prémio Nobel da Paz.
É triste, muito triste, mas quem semeia ventos, mais tarde ou mais cedo, colhe tempestades.

Gaspar, Ministro das Finanças da Troika

A 'troika' regressa hoje a Portugal mas já conhece as linhas gerais do novo pacote de austeridade que Vítor Gaspar se prepara para aplicar às vítimas do costume como vingança pela declaração de inconstitucionalidade de quatro medidas do orçamento, pelo Tribunal Constitucional. Ora, não admira que assim seja pois, ao contrário do responsável do FMI que participou na elaboração do programa de ajustamento da Irlanda, que assume que a aposta na austeridade não resultou, Gaspar reafirma cegamente que a mesma é para continuar, o que levou os jornalistas da TV pública irlandesa a considerá-lo, mais do que Ministro das Finanças de Portugal, o Ministro das Finanças da 'troika'!

terça-feira, abril 09, 2013

Mais austeridade, NÃO!

Bem podem os membros do "governo" de Passos, Gaspar e Portas andar de bandeirinha portuguesa na lapela que não é essa vergonhosa ostentação que faz daquela cambada o governo de Portugal e, muito menos, dos portugueses.
Na realidade, não passam de coveiros que enterram cada vez mais o país numa espiral recessiva e numa dívida crescente; de salteadores sem escrúpulos que empobrecem a esmagadora maioria dos portugueses e infernizam a sua vida com doses maciças de austeridade. "Governo", só do capital, do qual, os grupos económico-financeiros, os bancos e os especuladores contam com a maior benevolência. "Governo", só da troika, sempre disponível para cumprir cegamente as suas exigências e ir até mais longe do que o que lhe é exigido.
É este suposto governo, que não não tem qualquer respeito pela Lei fundamental do país nem pela independência e competência dos Tribunais que, mais uma vez, quer hipotecar os interesses de Portugal e dos portugueses, preparando-se para ceder miseravelmente à chantagem dos credores — Alemanha,  Comissão Europeia, FMI — que exigem a aplicação de mais uma dose letal de austeridade, a qual irá agravar ainda mais a trágica situação do nosso país. É o que garante Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia, que aconselha os portugueses a dizerem NÃO a novas medidas de austeridade.


Com este governo antidemocrático, apoiado por uma maioria parlamentar e pelo Presidente da República, temos pela frente a "tempestade perfeita". Mas não podemos desistir. Não queremos naufragar.
António Arnaut, o "pai do SNS", apela à revolta cívica e democrática. É isso que devemos fazer. Mais austeridade, NÃO!

segunda-feira, abril 08, 2013

Governo neo-fascista

Um governo que é incapaz de assumir a responsabilidade do estrondoso falhanço e das nefastas consequências da sua desgraçada política; um governo que, em vez disso, se desculpabiliza com a Lei e a Constituição, as competentes e independentes decisões dos Tribunais, as legítimas iniciativas da oposição, a justa acção reivindicativa das organizações sindicais; um governo que, não satisfeito com o seu intolerável e sistemático atropelo às mais elementares regras da democracia, decide manter-se em funções, prosseguir a sua política de desastre nacional e chantagear a esmagadora maioria da população, declarando-lhe uma autêntica guerra social; um governo assim, se governo lhe podemos chamar, não é legítimo nem democrático.


Apesar de ter sido eleito (como Hitler também foi), é um governo neo-fascista. E o povo tem toda a legitimidade para exigir a sua imediata demissão!

quinta-feira, abril 04, 2013

O palhaço da companhia

O palhaço da companhia já lá vai. A sua saída só peca por tardia mas não deve distrair-nos do essencial.


Agora faltam os outros. Falta a urgente demissão dum "governo" que outra coisa não faz senão destruir o país com uma austeridade inútil e estúpida, dum governo que está fora do prazo de validade (que nunca teve!).




quarta-feira, abril 03, 2013

A quem serve a austeridade?

Não é preciso ser especialista de economia para entender e interpretar este gráfico.


Antes do início da crise, em 2008, a taxa de desemprego da Alemanha situava-se bem acima da taxa média da Zona Euro e da taxa da França (a título de exemplo). Depois de 2008 é o que se vê: enquanto a taxa média de desemprego da Zona Euro e a da França (e ainda, apesar do gráfico não as representar, as taxas de desemprego dos países do sul da Europa, Portugal incluído) sobem drasticamente, a taxa de desemprego da Alemanha não pára de descer!
Por aqui se vê claramente a quem serve a austeridade! A nós não, com toda a certeza!…
Uma política que destrói a economia, agrava o desemprego, aumenta a pobreza e por fim nos endivida cada vez mais, não faz sentido. De resgate em resgate, é uma inútil e penosa travessia do deserto que não nos levará à "terra prometida" mas à catástrofe final!
É necessário e urgente pensar na única saída que nos dará alguma possibilidade de sobrevivermos enquanto país — a saída da Zona Euro!

sexta-feira, março 15, 2013

A "maldição"

Esta sondagem foi realizada nos dias 9, 10 e 11 de Março, uma semana depois da manifestação que reuniu centenas de milhares de portugueses nas ruas de 40 cidades exigindo a demissão do governo da troika e o fim da política de austeridade.


Isto é tão triste, tão lamentável, tão recorrente, que inevitavelmente traz-nos à memória a "maldição" de Almeida Garrett: "O país é pequeno e a gente que nele vive também não é grande." E o que está em causa não é o tamanho físico do país mas a dimensão espiritual e mental dos seus habitantes.

sábado, fevereiro 23, 2013

José Afonso vive!


José Afonso faleceu faz hoje 26 anos. Mas um homem é as suas ideias, as suas convicções, a sua obra, o seu exemplo de cidadania. Por isso o Zeca permanece vivo na nossa memória. Mais do que nunca!

A nossa homenagem a José Afonso, com as suas próprias palavras…


CARTA AO ZECA
(com as palavras que ele nos deixou)

Tu querias que esta fosse
uma terra da fraternidade,
uma cidade sem muros nem ameias,
com gente igual por dentro
e gente igual por fora.
Mas tu sabias como era a lei
nesta terra em que quem trepa no coqueiro é o rei,
nesta terra em que eles comem tudo,
comem sempre tudo,
e não deixam nada.
Por isso nos chamavas:
— Venham mais cinco! Traz outro amigo também!
E cada um de nós respondia-te,
com a coragem e a força que nos davas:
— A gente ajuda, havemos de ser mais, eu bem sei…

Partiste.
Passaram já tantos anos
Mas parece que foi ontem!
Parecerá sempre que foi ontem,
porque as tuas palavras, as tuas canções, o teu exemplo,
continuam connosco a dizer-nos 
que o que faz falta é avisar a malta,
porque o pão que muitos comem ainda sabe a merda,
porque continua a haver infância que nunca teve infância,
porque ainda há homens que dormem na valeta.

— Mudem de rumo! Mudem de rumo! 
— Que a voz não vos esmoreça, vamos lutar! — pedias.
É isso que faremos. Enquanto há força!