quinta-feira, abril 28, 2011

Que país é este?

Alegam que não têm dinheiro. Recusam-se a comprar mais dívida pública e exigem a entrada do FMI/ BCE, para os outros — os outros somos nós!… — pagarem. Os outros, a quem eles, os bancos, fazem cada vez mais exigências para conceder crédito!
Apesar disso, os seus lucros não param de engrossar!…
A democracia está gravemente ferida (de morte, talvez!). Enquanto a maioria do povo, anestesiada, dá mostras de se resignar e de aceitar as coisas como elas sempre foram, o capital é quem mais ordena!
Que país é este???… A Terra da Fraternidade, que o Zeca cantou, não é, seguramente.

segunda-feira, abril 25, 2011

25 de Abril, sempre! Sem confusões!…

A troika mandante (FMI-BCE-UE) vai pedir um "compromisso" aos partidos já esta semana. E podem ter a certeza que há uma troika obediente (PS-PSD-CDS) que vai dizer sim. Mesmo se a receita que nos querem impôr vai trazer mais recessão económica, falências, desemprego, cortes nos salários e nas pensões, aumento de impostos e agravamento generalizado das condições de vida da esmagadora maioria dos portugueses, cujas expectativas são das mais baixas do mundo.
De resto, amanhã, Aníbal Cavaco Silva, o primeiro Presidente da República com popularidade negativa (que, estranhamente, conseguiu ser reeleito depois do apoio que deu às políticas anti-sociais de Sócrates e dos escândalos em que se envolveu!), vai também ele reforçar a necessidade daquele "compromisso", que mais não é do que uma imposição, aos partidos da "União Nacional".
Enquanto em Lisboa, na Avenida da Liberdade, e por todo o país, milhares de portugueses celebrarão o 25 de Abril, cada vez mais "marcado pela dor" e com "tanta raiva a andar a solta", em Belém, Cavaco e os seus convidados, se alguma coisa vão comemorar só pode ser o 25 de Novembro. Hoje, como em 1975, Esquerda e Direita estão bem separadas. Antes assim! Para que não haja confusões!…

quarta-feira, abril 20, 2011

Otelo é burro

O regime salazarista negou os mais elementares direitos cívicos e políticos aos portugueses, prendendo, torturando e assassinando muitos dos seus opositores; manteve o povo na mais completa miséria, sem saúde pública, sem ensino universal e gratuito, sem segurança social, razão pela qual, quase não havia dívida pública nem défice orçamental (como Medina Carreira, "desonestamente" propagandeia sem explicar por quê); e, apesar do crescimento económico, nas décadas de 50 e de 60, que não se deveu a um milagre da Senhora de Fátima, nem mesmo à política económica seguida, mas sim à boleia da melhor conjuntura internacional do capitalismo, "os 30 anos gloriosos" (1945-1973), nunca tirou Portugal da cauda da Europa.
Pois apesar do lamentável hiato histórico que foi a ditadura salazarista, Otelo Saraiva de Carvalho vem agora afirmar que "Precisávamos de um homem com a inteligência de Salazar".
Não fico chocado, nem triste, nem mesmo admirado, por incrível que pareça. Otelo é um mito que há muito caiu. Há muito deixou de ser um símbolo do 25 de Abril. Não direi que seja fascista ou salazarista. É simplesmente burro. Nada mais.

segunda-feira, abril 18, 2011

Falta de comparência

À semelhança do que aconteceu com Sócrates, quando propôs a todos os partidos um suposto acordo governamental que ele sabia perfeitamente que nunca iria acontecer, o convite da troika FMI-BCE-UE ao BE e ao PCP, para participarem nas negociações da ajuda, não passou, é certo, de uma hipócrita formalidade. No entanto, apesar disso, BE e PCP não deveriam ter-se recusado a comparecer, ainda que fosse apenas para, frente a frente, reafirmarem que não aceitam uma receita que agrave a miséria em que o país já está atolado, e que a Esquerda tem uma política alternativa para enfrentar a crise.
Podemos perder o jogo, mas que não seja por falta de comparência, caramba!

quinta-feira, abril 14, 2011

O "resgate" imposto

O "resgate" da dívida portuguesa foi cozinhado e imposto pelos "mercados" e as suas "agências de serviço". Com a aceitação e a passividade do Governo, do Presidente da República (de quem a formação em Economia de nada nos serve!) e dos partidos do FMI (PS/ PSD/ CDS). Já o sabíamos, mas dito pelo insuspeito New York Times, tira todas as dúvidas a quem ainda as alimentasse…
O "RESGATE" DESNECESSÁRIO A PORTUGAL 
O pedido de ajuda de Portugal ao Fundo Monetário Internacional e à União Europeia, na semana passada, por causa da sua dívida, deve ser um aviso para todas as democracias. A crise, que começou com o "resgate" à Grécia e à Irlanda, no ano passado, tomou um rumo feio. No entanto, este terceiro pedido de "resgate" não é realmente sobre a dívida. Portugal teve um forte desempenho económico em 1990 e estava a gerir a sua recuperação da recessão global melhor do que vários outros países na Europa, mas tem estado sob pressão injusta e arbitrária por parte dos negociantes de títulos, dos especuladores e dos analistas de notação de crédito que, por miopia ou por razões ideológicas, já conseguiram expulsar um governo democraticamente eleito e, potencialmente, amarrar as mãos do próximo. Se forem deixadas sem regulamentação, estas forças de mercado ameaçam eclipsar a capacidade dos governos democráticos — talvez até mesmo dos Estados Unidos — para fazer suas próprias escolhas sobre impostos e gastos.
Está aqui o artigo completo, em inglês, na fonte.

quarta-feira, abril 13, 2011

A escolha é nossa!

Apesar dos resultados desencorajadores/manipuladores (?) das sondagens, apesar da (des)informação da comunicação social, apesar do desconhecimento e da confusão do eleitorado, apesar de pretenderem fazer-nos crer que as eleições não servirão para nada porque o programa do FMI terá de ser assinado entre o governo e a UE até 15 de Maio, a verdade é que, ao contrário, as eleições de 5 de Junho são absolutamente decisivas para o futuro do país. Os portugueses têm, por isso, de ser confrontados com esta escolha:
☁ ou querem o FMI, mais recessão económica e falência de empresas, mais desemprego, mais cortes nos salários e nas pensões, mais impostos, ficar sem o 13.º mês, ficar sem casa, passar fome (e ainda assim o país não conseguir pagar a dívida!), e votam nos partidos do arco do FMI e da bancarrota (PS/PSD/CDS);

☼ ou querem uma política alternativa que defenda a renegociação da dívida (juros e prazos), faça uma auditoria às contas públicas, reparta os sacrifícios através duma política fiscal justa que taxe mais os que mais têm, reduza drasticamente as despesas sumptuárias e inúteis do Estado e das empresas públicas e municipais, reveja as ruinosas parcerias publico-privadas, dinamize a economia incentivando o investimento e promovendo o emprego, e votam na Esquerda (BE/PCP).
Em 5 de Junho, mais do que votar num partido, vamos, portanto, ter de escolher uma de duas alternativas: ou o "fim" que nos impõe o FMI, ou o direito a (re)construirmos o nosso futuro, como estão a fazer os islandeses. Em 5 de Junho, a escolha é nossa! Em 5 de Junho, se quisermos, o povo (ainda) é quem mais ordena!

Vamos passar a mensagem. Aos nossos amigos, aos amigos dos nossos amigos, a toda a gente de bem. Vamos travar este decisivo combate. Por nós. Pelos nossos filhos. Por Portugal.

terça-feira, abril 12, 2011

F*da-se!…

Chegaram os homens do fraque. Dizem-nos que vêm por causa da ajuda. Mas o que eles vêm fazer é cobrar-nos uma esmagadora dívida, de que não somos responsáveis, mas que nos querem obrigar a pagar, com sangue, suor e lágrimas.
A "maioria" (*), como sempre, parece achar bem. Não bastava sermos pobres, também tínhamos de ser estúpidos! F*da-se!…

(*) Maioria de inquiridos nesta sondagem (cerca de 80 por cento)

sexta-feira, abril 08, 2011

Já chega de meter golos na própria baliza!

A política não é como o futebol. É uma coisa muito mais séria, da qual depende a nossa vida. Na política não jogamos todos numa mesma "equipa", nem sequer numa "selecção nacional". Porque os interesses dos trabalhadores (empregados e desempregados), dos jovens, dos reformados e dos pensionistas, dos pequenos/ médios empresários, até das "classes médias", não se confundem com os interesses dos banqueiros, dos administradores, dos grandes capitalistas e da minoria que tem enchido os bolsos com a governança que tem sido levada a cabo há mais de 30 anos. Por isso há políticas, políticos, partidos, que defendem a solidariedade e a justiça social, e as suas propostas para atacar a crise passam, desde logo, por uma justa repartição dos sacrifícios; e há políticas, políticos e partidos que nada mais fazem do que manter ou agravar a injustiça social e as desigualdades, descarregando sempre em cima da maioria que (sobre)vive com dificuldades todos os sacrifícios para pagar uma crise de que não teve quaisquer culpas. Por isso há Esquerda e há Direita (por muito que haja quem queira escamoteá-lo!). São estas as "equipas" neste "futebol" a sério. Cada um deverá saber (é importante e urgente que o saiba!), de uma vez por todas, de que lado quer alinhar. E, por favor, já chega de meter golos na própria baliza!

quinta-feira, abril 07, 2011

A vítima que se segue

Inevitavelmente, já se fazem apostas sobre quem será a próxima vítima das fauces insaciáveis dos mercados e dos seus cães de caça (as chamadas agências de rating).
Espanha ou Bélgica? Não apostamos… p'ra casino, já chega este capitalismo selvagem dominado pela alta finança e a especulação sem freio. E preferíamos que a tragédia ficasse por aqui. Mas, a haver próxima vítima — infelizmente o mais provável… — preferíamos que não fosse a Espanha. Porque:

  • Existe uma profunda e importante cooperação ibérica, não apenas cultural mas financeira e comercial e, obviamente, o que for mau para os espanhóis será mau para nós (a propósito, não será demais lembrar que somos históricamente um povo da antiga Hispânia e, como tal, mais do que europeus, somos hespanhóis);
  • Seria a demonstração de que cá em baixo, no 'midi', ainda haverá quem tenha coluna vertebral e tomates para não ceder à chantagem dos verdadeiros culpados da crise, "os loiros de olhos azuis", como lhes chamou, sem papas na língua, Lula da Silva; e
  • Se a UE fosse atingida mesmo no coração (Bélgica), talvez se convencesse de uma vez por todas que, ou enfrenta o banditismo especulador e financeiro internacional como um bloco (em vez de imolar os cordeirinhos periféricos, um a um, no altar da crise), ou o euro terá definitivamente os dias contados e, mais tarde ou mais cedo, o dominó europeu ruirá fragorosamente.

quarta-feira, abril 06, 2011

Os culpados

"Os principais culpados da crise política e da grave situação que Portugal está a enfrentar são José Sócrates e Pedro Passos Coelho; e o próprio Presidente da República também nada fez para evitar que isto acontecesse." Para muitos de nós isto é óbvio, mas é muito importante que tenha sido afirmado, em directo, pelo director da SIC Notícias, António José Teixeira, precisamente antes da declaração do Primeiro-ministro ao país. Talvez ajude a maioria dos portugueses, que continuam inexplicavelmente a manifestar a intenção de votar no P"SD" e no P"S", como revela esta sondagem, a perceberem de uma vez por todas quem os conduziu à desgraça, e a pensarem numa verdadeira alternativa de voto e de política que nos tire do atoleiro para onde fomos empurrados. Para nós, um voto e uma política de Esquerda.

terça-feira, abril 05, 2011

Há alternativas!

Da (des)governação do Partido dito Socialista sabemos que, de PEC em PEC, arrastou a economia para a recessão e colocou o país à beira da bancarrota. Do Partido dito Social-democrata, que até há duas semanas foi conivente com o governo de José Sócrates, para além dos "disparates" avulso que Passos Coelho tem debitado, sabe-se apenas que defende a submissão aos ditames do FMI, escondendo as gravosas e insuportáveis consequências que daí adviriam para a esmagadora maioria dos portugueses.
Mas há alternativas às políticas liberais que nos conduziram a esta hecatombe e que, teimosamente, irresponsavelmente, criminosamente, o P"S" e os partidos da Direita persistem em prosseguir. Esta. Ou esta. Ou uma que result(ass)e da desejável e imprescindível unidade da Esquerda.


domingo, abril 03, 2011

Unidade da Esquerda, precisa-se!

Por uma alternativa às políticas de austeridade do P"S" e da Direita, por uma política que recuse a recessão e promova o crescimento da economia, o emprego, a justiça social, contra o desastre económico e a falência nacional, Unidade da Esquerda, precisa-se! Absolutamente de acordo. Mas, antes de a anunciar, primeiro é preciso dar passos concretos para a sua construção. Vamos a isso!