O regime salazarista negou os mais elementares direitos cívicos e políticos aos portugueses, prendendo, torturando e assassinando muitos dos seus opositores; manteve o povo na mais completa miséria, sem saúde pública, sem ensino universal e gratuito, sem segurança social, razão pela qual, quase não havia dívida pública nem défice orçamental (como Medina Carreira, "desonestamente" propagandeia sem explicar por quê); e, apesar do crescimento económico, nas décadas de 50 e de 60, que não se deveu a um milagre da Senhora de Fátima, nem mesmo à política económica seguida, mas sim à boleia da melhor conjuntura internacional do capitalismo, "os 30 anos gloriosos" (1945-1973), nunca tirou Portugal da cauda da Europa.
Pois apesar do lamentável hiato histórico que foi a ditadura salazarista, Otelo Saraiva de Carvalho vem agora afirmar que "Precisávamos de um homem com a inteligência de Salazar".
Não fico chocado, nem triste, nem mesmo admirado, por incrível que pareça. Otelo é um mito que há muito caiu. Há muito deixou de ser um símbolo do 25 de Abril. Não direi que seja fascista ou salazarista. É simplesmente burro. Nada mais.
Pois apesar do lamentável hiato histórico que foi a ditadura salazarista, Otelo Saraiva de Carvalho vem agora afirmar que "Precisávamos de um homem com a inteligência de Salazar".
Não fico chocado, nem triste, nem mesmo admirado, por incrível que pareça. Otelo é um mito que há muito caiu. Há muito deixou de ser um símbolo do 25 de Abril. Não direi que seja fascista ou salazarista. É simplesmente burro. Nada mais.
Quando cumpria o serviço miltar obrigatório, almocei várias vezes na mesma messe onde o Otelo almoçava. Uma vez ele almoçou na minha mesa. converséi com ele.
ResponderEliminarNós, os aspirantes, chamavamos ao Otelo o Otolo.
Tal como tu, não fico chocado , pois daquilo que soube dele em 1982/83, nada me espanta do homem.
Foi só para saberes a minha opinião acerca do dito.
E,que outros, de há 100 anos a esta parte, restituiram o poder ao povo depois de ter TODO O PODER na sua mão?????
ResponderEliminar"Homero"
A descrença e o desânimo de Otelo - foi realmente o comandante do 25 de Abril e duvido que outros tivessem a capacidade organizativa e de comando para o fazer naquelas condições.
ResponderEliminarTal como Machado Santos, grande comandante do 5 de Outubro de 1910 que depois desanimou e acabou por ficar contra o rumo que as coisas tomaram, também Otelo está desiludido com esta situação.
É normal que os revolucionários queiram que a realidade seja mais condizente com as suas utopias mas a verdade é que Portugal é um País sem recursos ( para já, o que não é definitivo), com uma população envelhecida que custa milhões à Segurança Social e sem crescimento económico, fruto da concorrência desenfreada de países que não respeitam os direitos sociais dos trabalhadores.
Nestas condições muito do que que se pretendia alcançar no 25 de Abril ficou pelo caminho, mas nem tudo está perdido.
Com o aprofundamento da Democracia, permitindo uma maior participação popular com uma democracia direta tipo da da Suíça, algumas medidas a nível económico e um grande esforço nacional em torno de um Projeto que una todos os portugueses, nós iremos construir um grande País, o que não tem sido possível devido às convulsões porque tem passado o mundo, à política de bombeiro realizada para o curto prazo e à falta de concórdia nacional.
Ainda estamos a tempo e devemos agradecer o sobressalto que Otelo provocou nas nossas consciências para nos acordar de que algo vai mal neste Portugal!
(comentário retirado do Expresso em 22 de Abril)
Otelo foi um símbolo da Revolução de Abril, sem dúvida. Votei nele nas presidenciais de '76. Mas o tempo, a história e ele próprio, encarregaram-se de desfazer o mito que chegou a ser.
ResponderEliminarOtelo foi o responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA e foi ele quem dirigiu as operações militares do 25 de Abril. Esse mérito ninguém lho pode tirar. Mas a Revolução não foi apenas um golpe militar. E Otelo não "restituiu o poder ao povo depois de ter TODO O PODER na sua mão". Atirou-o fora. Ou pior, "ofereceu-o de bandeja" à Direita em 25 de Novembro de 1975.
Posteriormente, escusava de ter manchado o que fez, como continua a fazer. Se tivesse o mínimo de firmeza ideológica, clarividência política, inteligência. Mas não tem…
Por que não se cala?…