Na política, os fins justificam os meios, ou seja, os governantes estão acima da ética e da moral para alcançar seus objectivos, defendia Maquiavel. Foi o que fez Paulo Portas quando tomou a "irrevogável" decisão de se demitir do governo e afinal não demorou mais de vinte e quatro horas a revogá-la. Tratou-se, obviamente, de uma jogada maquiavélica, cujo objectivo não era, como se viu, a saída do governo, mas sim a conquista de mais poder e protagonismo.
Aparentemente, Portas ganhou em toda a linha: fica com a coordenação das "políticas" económicas, o relacionamento com a troika e a "reforma" do Estado; e passa a vice-primeiro-ministro, que é como quem diz, a primeiro-ministro-de-facto do "novo" governo CDS/ PSD (que substitui o anterior, PSD/ CDS). E Passos cedeu em quase tudo, porque sabe que se fosse a eleições seria arrasado e iria para o desemprego. Na realidade, porém, o tempo — e não demorará muito tempo que tal aconteça! — encarregar-se-á de mostrar que ninguém ganhou com este "jogo das cadeiras". Principalmente o país, que até lá, é quem vai sofrer as consequências de tamanha irresponsabilidade. A menos que, de uma vez por todas, se decida a "revogá-los"!
Sem comentários:
Enviar um comentário