terça-feira, dezembro 15, 2009

Aquecimento global: não há mas pode vir a haver.

Há muito se sabe que a influência humana na evolução da temperatura da superfície depende não só de emissões antropogénicas de CO2, mas também de outros gases como ozónio, metano, óxido nitroso e HCFC's. Porém, há uns quantos anos, passou-se a dar também bastante importância à fuligem – partículas em suspensão emitidas nas oxidações imperfeitas do carbono. Nestas combustões, realizadas a temperaturas relativamente baixas, o produto resultante não é o saudável, incolor, inodoro e insípido CO2, mas uma fumaça preta e contaminante, que, além disso, aquece a superfície e o ar.


Contribuição radiactiva (arrefecimento ou aquecimento) das emissões, nos próximos 20 anos

Há, porém, um gás, o SO2 (dióxido de enxofre), emitido na combustão de carvão "sujo", que resfria a superfície terrestre, já que, com a água, na atmosfera, produz sulfatos e nuvens sulfurosas que reflectem a radiação solar, fazendo com que esta retorne de novo para o espaço extraterrestre. Fora dos informes científicos do IPCC e das revistas especializadas, fala-se pouco dele e da sua circunstância, com a crença de que convém manter os funcionários, os políticos e os jornalistas, numa eterna e supimpa ignorância de tudo o que não seja a aversão da esferográfica ao CO2.
De um artigo na revista Science extraio e redesenho o gráfico acima. Trata-se da contribuição radiactiva, medida em Watts por metro quadrado, dentro de 20 anos, provocada pelas emissões humanas que se realizarão normalmente nos próximos 20 anos (não considerando o CO2 e os outros gases acumulados no ar e emitidos no passado).
Resulta que, segundo estes cálculos, o efeito arrefecedor do SO2 que se emitirá nos próximos 20 anos (devido essencialmente à queima de carvão na China e na Índia) é maior que o efeito aquecedor do CO2 que se emitirá conjuntamente. Isto quer dizer que se em 20 anos forem fechadas as centrais termoeléctricas a carvão, a redução da concentração atmosférica dos sulfatos provocaria no curto prazo um significativo aquecimento do ar. Agora, vá você tentar explicar isto à caterva de 15.000 imbecis em Copenhague!…

Tradução livre do blog CO2, de Antón Uriarte. Para ver o original, clique aqui.

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