Só os governadores do banco central de Hong Kong e do banco central de Itália são mais bem pagos que Vítor Constâncio. O governador do Banco de Portugal, no cargo desde 2000, recebe cerca de 250 mil euros por ano. Ou seja, quase o dobro dos 140 mil euros que aufere o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Ben Bernanke, […] e 18 vezes o rendimento per capita de Portugal […].
A remuneração de Constâncio é, portanto, 39,7 vezes maior que o salário mínimo nacional.
Em qualquer país decente e desenvolvido dificilmente isto aconteceria. Em Portugal, um dos países mais pobres e atrasados da União Europeia e, mais precisamente, aquele onde se verifica a pior distribuição do rendimento, com um banco central cuja actuação na regulação do funcionamento da Banca tem sido verdadeiramente passiva e complacente, como o atestam as fraudes ocorridas no BCP, BPN e BPP, assume foros de vergonhosa imoralidade.
Para ficar de bem com a consciência, se a tem, o governador do Banco de Portugal diz-que-tem-dito "que deveria haver uma redução". O Ministro das Finanças encolhe os ombros como se não fosse o responsável-mor do escândalo.
Em Portugal nem só o crime compensa. Como se vê, a negligência também.
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