"Agora vou distribuir as provas. Deixem as provas com as capas para baixo", "Podem voltar as provas. Escrevam o vosso nome no espaço destinado ao nome", "Querem perguntar alguma coisa?", "Podem começar. Bom trabalho!", "Ainda têm 15 minutos", "Acabou o tempo", "Estejam à porta da sala às 11 horas e 20 minutos em ponto", "Podem sair. Obrigado pela vossa colaboração!", são frases que todos os papagaios professores deverão ler em voz alta aos alunos que hoje começam as provas nacionais de aferição do 4.º e 6.º anos da escolaridade e que constam do chamado Manual do Aplicador elaborado pelo Ministério dito da Educação.
Nada tenho contra qualquer manual de instruções, enquanto conjunto de normas de procedimento que vise garantir, tanto quanto possível, a igualdade de tratamento e de circunstâncias. Agora ir ao extremo de se exigir que os professores papagueiem as instruções (e até algumas simples expressões de cortesia) literalmente da mesma forma é que já me parece um perfeito absurdo, um completo disparate, uma estúpida inutilidade que outra coisa não representa senão pretender passar mais um atestado de menoridade intelectual aos docentes. Ora, pela sua incompetência e falta de ética, esta é justamente a equipa ministerial que menos autoridade tem para o fazer. Se alguém precisa de manual de instruções, é a ministra e os seus secretários de Estado. Embora acredite que isso nada adiante.
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