sexta-feira, novembro 25, 2005

25 de Novembro

Não sei o que seria hoje o nosso país se, precisamente há 30 anos, a Direita, liderada pelo PS, não tivesse conseguido derrotar a Esquerda no poder e logrado impor o seu modelo político e económico!…


Mas, com o “golpe” de 25 de Novembro, o que sei é que a economia portuguesa depressa voltou às mãos de meia dúzia de grandes capitalistas, a “alternância dos mesmos” (que, eufemisticamente, dizem democrática) tomou conta do Estado, e, apesar disso e da imensidão de fundos comunitários entretanto recebidos, Portugal é agora um dos países mais pobres e socialmente mais injustos da Europa!

Talvez por isso o 25 de Novembro seja uma data esquecida! Talvez pese na consciência (se é que tem) do poder vigente!…

2 comentários:

  1. Mas naquela altura havia direita? Julgava que o espectro político resumíasse à esquerda. Quanto mais à esquerda melhor.
    "Viémos aqui para a rua para manifestar, porque o governo não é dos comunistas, é do povo", alguém dizia numa manifestação.

    "Há quem não compreenda como foi possível a surpreendente solução política, que no imediato veio a resultar do golpe. Com a salvaguarda das liberdades e da democracia. Com a formação de um governo em que continuou o PCP. Com a aprovação e promulgação da Constituição pela Assembleia Constituinte." in resistir.info.

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  2. 1. Partindo do princípio que a tua pergunta "Mas naquela altura havia direita?" não é uma provocação — nesse caso a "resposta" seria outra… — ficas a saber que não só havia direita como havia uma extrema-direita fascista, terrorista e bombista e ainda o PS a liderar esta estranha aliança contra a influência que o PCP detinha no Poder.

    2. Claro que a extrema-direita, que viu no 25 de Novembro a possibilidade de ilegalizar o PCP, não compreendeu a "solução política, que no imediato veio a resultar do golpe", a qual só foi possível devido à coragem e frontalidade de um grande democrata, o coronel Melo Antunes, que, contrariamente ao silêncio do PS (já nem falo do CDS e do PPD…), não hesitou em defender que "os comunistas eram indispensáveis para que se cumprissem as regras do jogo democrático", atitude que haveria de lhe custar o fim da sua carreira política.

    3. Assim, o PCP permaneceu no governo com apenas "um ministro e seis secretários de Estado, apenas até 1976.
    Daí para cá — quase 30 anos!!! — foi a "alternãncia democrática" entre PS e PPD/PSD (com ou sem CDS) a ditar as suas leis e, por esse facto, as responsabilidades do "muito" que hoje somos (ou não somos) cabem-lhes por inteiro. Chega de atirar com as culpas para cima dos comunistas (digo eu que nem sou militante do PCP)!!!

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