segunda-feira, novembro 30, 2009

Os especuladores não têm emenda

O Boletim Estatístico do mês de Novembro, publicado pelo Banco de Portugal, revela que 2009 poderá ser o ano em que os portugueses mais investiram em paraísos fiscais. Só nos primeiros nove meses do ano, a verba que corresponde ao saldo entre os valores aplicados e retirados destes veículos foi de 2,8 mil milhões de euros.
Segundo o Fundo Monetário Internacional, as ilhas Caimão têm sido o principal destino escolhido pelos portugueses, inclusive do próprio estado português, que até o final de 2007 mantinha no território britânico 87 milhões de dólares.
Os paraísos fiscais, também conhecidos como offshores, são regiões ou estados que possuem regimes fiscais extremamente baixos e permissivos e têm sido o principal instrumento utilizado nos diversos ilícitos financeiros revelados com a crise económica. Em Portugal, os famosos casos do BCP e do BPN, revelaram que os offshores foram largamente utilizados para manipular os mercados e ocultar operações ilícitas. Esquerda.Net

Transparência em Portugal precisa-se!

A corrupção tem vindo a aumentar em Portugal. Em 2005 ocupávamos o 26º lugar do ranking da Transparency International. Em 2008, caímos para o 35º.



Aplaude-se por isso a iniciativa de um grupo de especialistas portugueses — Luís de Sousa, Saldanha Sanches, Paulo Morais e Adelino Maltez — que esta semana formalizarão uma estrutura que permitirá a entrada no nosso país da Transparency International, a mais prestigiada ONG de luta contra a corrupção.
O grupo de trabalho tem já várias iniciativas preparadas para lançar. Em Dezembro, uma análise detalhada das reformas penais e do sistema jurídico português, no início de 2010, um diagnóstico das infra-estruturas de combate à corrupção em Portugal, e em Maio do próximo ano, uma análise do financiamento dos partidos políticos.
Finalmente, uma organização independente irá pôr o dedo na ferida. Transparência em Portugal precisa-se!

Há grandes vidas!

Em Portugal, sete gestores públicos ganham mais que o primeiro-ministro.
No topo está Fernando Pinto, presidente do Conselho de Administração da TAP, com um rendimento oito vezes superior ao de José Sócrates e cerca de 140 vezes maior que o salário mínimo nacional. No total são 816 330 euros por ano.
O segundo é o presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos, Faria de Oliveira, com um rendimento anual pago pelo Estado português de 700 874 euros.
No terceiro lugar do pódio, mas bem mais abaixo está o presidente da Margueira - Sociedade Gestão de Fundos Investimento Imobiliário, Mário Donas que, na última declaração que entregou no TC (há mais de três anos), dava conta de um salário anual de 231 924 euros.
Nuno Vasconcelos, do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (154 650 euros), Pedro Serra, presidente da Águas de Portugal (133 253 euros), Estêvão Moura, da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (120 731 euros) e João Manuel Plácido, presidente da Parpública (120 731 euros) fecham o lote de gestores mais bem pagos que o chefe do Governo.
Num país dos mais injustos, desiguais e corruptos da União Europeia, em que um quinto da sua população é pobre e a maioria sobrevive como pode, há grandes vidas. Paradoxalmente, à custa de património que, supostamente, é de todos nós.

domingo, novembro 29, 2009

A cabeça do polvo

[…] é inconcebível que Manuel Godinho tenha sido o cérebro do polvo que durante anos esteve infiltrado nas maiores empresas do Estado. Ele nunca teria conhecimentos técnicos para o conseguir ser. Houve quem o mandasse fazer o que fez. Godinho saberá subornar com de sacos de cimento um Guarda-republicano corrupto ou disfarçar com lixo fedorento resíduos ferrosos roubados […]. Saberá roubar fio de cobre e carris de caminho de ferro.



Mas Godinho não é mais do que um executor empenhado e bem pago de uma quadrilha de altos executivos, conhecedores do sistema e das suas vulnerabilidades, que mandou nele. É preciso ir aos responsáveis pelas empresas públicas e aos ministérios que as tutelam. Nas finanças públicas, Manuel Godinho não é mais do que um Carlos Silvino da sucata. Se se deixar instalar a ideia de que ele é o centro de toda a culpa e que morto este bicho está morta esta peçonha, as faces continuarão ocultas. E a verdade também. ler mais
Mário Crespo, jornalista

Não ao novo aeroporto!

A produção mundial de petróleo cessou de crescer em 2004 e desde então tem estado a flutuar num planalto de 5%, como se pode verificar no gráfico seguinte, extraído da apresentação de Robert L. Hirsch, divulgada este mês na conferência da ASPO-USA.
O mundo atingiu o pico petrolífero e, a partir de agora, o petróleo, apesar da crise económica internacional ter aliviado a sua procura, virá a ser um recurso cada vez mais escasso e mais caro.



Por este andar, no ano previsto para a inauguração do projectado aeroporto de Alcochete, poderemos estar já em plena penúria petrolífera. A ignorância energética do governo e da maioria dos políticos deve, por isso, ser combatida de forma a que seja evitado um investimento absolutamente ruinoso. Mais do que nunca, é importante assinar a petição contra a construção de qualquer novo aeroporto em Portugal.

Alerta Vermelho

A segunda vaga do tsunami financeiro está a ganhar força e pode atacar entre o 1º e o 2º trimestre de 2010.

A economia dos EUA irá entrar numa espiral vertiginosa nos próximos meses e atingirá o seu ponto crítico no fim do primeiro trimestre de 2010 e explodirá no segundo trimestre.
Os maciços milhões de milhões de dólares de estímulo não conseguiram dar a volta à economia. A gigantesca transfusão de sangue pode ter mantido o paciente vivo, mas há numerosos sinais de falência de muitos órgãos.
Vai haver outra vaga de penhoras de propriedades residenciais e, mais importante ainda, de propriedades comerciais no final de Dezembro e inícios de 2010. E as propriedades penhoradas em 2009 vão levar a preços rebaixados quando chegarem ao mercado. Os valores das habitações e estabelecimentos comerciais vão cair a pique. Os balanços dos bancos vão ficar feios e quaisquer que sejam os "lucros registados" nos últimos dois trimestres de 2009 não serão suficientes para cobrir a tinta vermelha adicional.



Perante esta situação, será que o Fed vai continuar a comprar garantias apoiadas em hipotecas para estimular os mercados? O Fed já gastou milhões de milhões a comprar as hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac sem qualquer possível comprador substituto à vista. Por isso, o balanço do Fed é tão tóxico como o dos bancos "demasiado grandes para falirem" que socorreu.
Nestas circunstâncias, não faz sentido que haja quem afirme que o pior já passou e que a economia global está a caminho da recuperação. ler mais

sexta-feira, novembro 27, 2009

Quem se lixa é o mexilhão!

O governo pretende reduzir as pensões de todos os trabalhadores que se aposentarem ou reformarem em 2010 e nos anos futuros.
No país das reformas douradas e milionárias de uma minoria sem escrúpulos e, quantas vezes, corrupta, a pretexto da sustentabilidade da Segurança Social, quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão!

quarta-feira, novembro 25, 2009

Mulheres ou sacos de boxe?

A mulher que foi apanhada pelas câmaras fotográficas do Google Maps, a tomar banho, nua e em plena luz do dia, na Rua do Campo Alegre, no Porto, afinal não é de carne viva, como a Teresa Torga fotografada por António Capela e cantada por Zeca Afonso, mas tão só uma escultura de João Cutileiro.
No dia em que a Assembleia da República pediu "tolerância zero" para a violência contra a mulher, apesar de estarmos em democracia, ela ainda é, demasiadas vezes, biombo de sala ou, pior ainda, saco de boxe.

Podemos esperar sentados

Alegre pede entendimento à esquerda. Sauda-se. É, de resto, o que qualquer cidadão de esquerda deve reclamar e, seguramente, gostaria que se verificasse. Mas, com o P"S" e a sua direcção de direita, bem podemos esperar sentados. A aliança com o P"SD", na avaliação dos professores, foi apenas o primeiro exemplo.

domingo, novembro 22, 2009

Um chuto nos contentores!

Por iniciativa do Bloco de Esquerda, a Assembleia Municipal de Lisboa discute esta terça-feira uma moção que apela à Assembleia da República a revogação do prolongamento da concessão do Terminal de Alcântara à Liscont. Uma proposta neste sentido será igualmente entregue pela bancada bloquista em São Bento no início da semana.
"A auditoria feita pelo Tribunal de Contas pôs em causa a necessidade de expansão do terminal portuário de Alcântara na dimensão em que foi apresentada e considerada como justificativa para a alteração da legislação anterior", lembram os deputados municipais bloquistas. ler mais

Antes da dívida temos direitos!



Quatro movimentos de trabalhadores precários estão a recolher assinaturas para corrigir a injustiça nas contribuições para a Segurança Social. Nos casos de falso recibo verde, "é a entidade patronal que deve pagar". Assina aqui a petição e vê também a segunda parte do filme. Esquerda.Net

sábado, novembro 21, 2009

O Rei da Sucata

Mesmo depois de ter sido constituído arguido e estar detido, Manuel Godinho ganhou mais seis contratos de compra de sucata ao Exército.
Ninguém trava o Rei da Sucata.

Eles comem tudo

Armando Vara continua a receber o salário de 30 mil euros por mês como vice-presidente do BCP, apesar de ter sido constituído arguido no caso Face Oculta, o que o obrigou a suspender funções. cf. i online
Enquanto isso, metade dos cerca de 700 000 portugueses desempregados não recebe um cêntimo de subsídio e sobrevivem como podem. cf resistir.info

Meninos do bairro negro

Segundo o Eurostat, uma em cada quatro crianças portuguesas vive em condições de pobreza. A incidência da pobreza infantil no nosso país é agora de 23%, tendo-se verificado uma subida de dois pontos percentuais num ano, o que representa mais 43 mil crianças pobres.
Portugal queda-se, assim, "a meio da tabela europeia", contrastando, por um lado, com os países nórdicos (10 a 13%), e por outro, com países como a Bulgária e a Roménia (34%). ler mais
Pessoa dizia que "o melhor que há no mundo são as crianças" mas, ao que parece, por cá, isso não é levado a sério!

Acordai!

Carvalho da Silva, defendeu hoje "mais mobilização social" contra as actuais políticas económicas, apelando à "revolta" dos trabalhadores portugueses.
Responsabilizando "o grande capitalismo financeiro" pela actual crise económica, Manuel Carvalho da Silva lamentou que "o mesmo caminho esteja a ser prosseguido" após intervenção dos governos, em Portugal e noutros países.
"Os especuladores financeiros andam felizes e nós não podemos permitir isto, isto é indigno", afirmou o coordenador da CGTP. (SIC)

quinta-feira, novembro 19, 2009

Trabalhar para aquecer

A Autoridade para as Condições do Trabalho detectou salários em atraso e dívidas à Segurança Social de quase 10 milhões de euros em cerca de 19 mil empresas, até Novembro. Desde o início do ano, a ACT já fez 87 participações criminais contra empresas em situação económica difícil.
Deste valor global de 9,919 milhões de euros, 2,841 milhões correspondem a dívidas à Segurança Social, declarou o inspector-geral Paulo Morgado de Carvalho, à margem de um congresso sobre direitos do trabalho, em Lisboa.
Até 15 de Novembro o número de trabalhadores com salários em atraso detectados pelos inspectores chegou quase aos 16 mil, e destes 4.861 são trabalhadores ilegais que as empresas foram obrigadas a integrar nos quadros. notícia TSF

Por cá, a produtividade do trabalho não será das mais elevadas da Europa, mas sem receber um salário, já de si tão magro, quem é que pode ser produtivo?
E depois os trabalhadores e os sindicatos é que são os maus da fita!…
Não passamos de um país do Terceiro Mundo.

quarta-feira, novembro 18, 2009

A Palestina às escuras

Gaza é um campo de extermínio lento. Em consequência das bombas de fósforo e das munições com urânio empobrecido lançadas em Janeiro de 2009 pelo exército e a força aérea nazi-sionistas de Israel, tem crescido o número de bebés palestinos nascidos com malformações. ler mais
É caso para perguntar: afinal, quem são os terroristas? o que tem a dizer sobre esta crueldade o senhor Obama, Prémio Nobel da Paz? e a ONU e a comunidade internacional, por que mantêm um silêncio cúmplice? para que serve o Tribunal Penal Internacional?…
Demasiadas perguntas sem resposta e a Palestina às escuras. Agonizando…

Os intocáveis

Por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação.



 Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (…)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. ler mais

Mário Crespo, jornalista

terça-feira, novembro 17, 2009

Arranja-me um emprego

A taxa de desemprego em Portugal agravou-se para 9,8% no terceiro trimestre, contra 9,1% nos três meses anteriores, segundo o Instituto Nacional de Estatística, podendo chegar aos dois dígitos até ao final do ano, o que corresponderá a cerca de 600 000 desempregados.
São estes os brilhantes resultados da resposta à crise do Governo que, em vez de promover a criação de emprego e subsidiar todos os desempregados, preferiu despejar milhões de euros para a economia especulativa, particularmente a banca.

A democracia está doente

Portugal caiu este ano três posições, do 32º lugar para a 35ª posição, no ranking da corrupção percepcionada (CPI), num total de 180 países, indica hoje o relatório da Transparency International, relativo a 2009.
Estes dados vêm confirmar a tendência que se tem reforçado desde o início do primeiro governo Sócrates, em 2005, quando Portugal ocupava já a 26ª posição naquela classificação, não constituindo qualquer surpresa para quem quer que seja, tal a sucessão de crimes de colarinho branco que se têm verificado — Freeport, BPN, Face Oculta, só para referir os mais mediáticos.
Com a conivência, o alheamento ou a ingenuidade dos eleitores, o Estado há muito foi assaltado por uma cleptocracia tentacular que sempre consegue escapar-se pelas malhas da Lei que ela própria criou para se proteger.
A democracia portuguesa está gravemente doente. Nós, que contemporizamos com esta vergonha, não ficamos melhor.

quinta-feira, novembro 05, 2009

Pai, perdoai-lhes que eles sabem o que fazem!

"Daqui a 30 anos Igreja vai querer proibir divórcio entre homossexuais por ser um ataque à santidade do casamento", ironiza Daniel Oliveira.
Quem levou 500 anos a absolver Galileu da heresia de afirmar que é a Terra que gira à volta do Sol, duvido que, apenas em 30, aceite  o casamento de homossexuais. Muito menos o seu divórcio.
Caso para dizer: "Pai, perdoai-lhes que eles sabem o que fazem!"

Os intocáveis

O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.
Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.
[…]
Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim. Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca. ler mais
Mário Crespo, JN

Entretanto, Armando Vara, que naturalmente começou por declarar-se inocente, foi constituído arguido no processo Face Oculta e forçado a abandonar a administração do BCP.
José Penedos que, tal como o seu filho Paulo Penedos e Armando Vara, foi também constituído arguido, decidiu demitir-de da presidência da administração da REN. E a procissão ainda vai no adro.
Mas é melhor não alimentarmos muitas expectativas. Com a permissividade da lei portuguesa e a lentidão da nossa Justiça, duvido que seja desta que o peixe grosso seja metido na grelha. Para mal desta apodrecida democracia em que cada vez mais a maioria das pessoas desacredita.

quarta-feira, novembro 04, 2009

Os "essenciais" e os outros

Depois dos deputados, também os funcionários dos partidos foram considerados pela Direcção-Geral de Saúde (DGS) "imprescindíveis" para o "normal funcionamento da sociedade" e, por isso, incluídos na 1ª fase da vacinação contra a Gripe A, à frente de doentes crónicos, grávidas, profissionais de saúde em contacto directo com doentes, crianças, etc., que, sendo "substituíveis", terão que esperar pelas fases seguintes, rezando para que o vírus use os mesmos critérios da DGS e não se lembre deles.
Compreende-se que gente dos partidos e deputados sejam, como diz a DGS, "essenciais ao normal funcionamento da sociedade". Pode perguntar-se é como, sem padeiros que lhes façam o pão, sem motoristas que os levem ao Parlamento e às sedes, sem pessoal das águas e da electricidade que lhes garanta o banho diário, a energia para os computadores e a luz para estudar os dossiês, sem educadoras e auxiliares de infantários que lhes tomem conta dos filhos enquanto trabalham e toda a mais gente não "imprescindível" nem "essencial ao normal funcionamento da sociedade", uns e outros poderão cumprir as suas funções.
Manuel António Pina, JN

Para que servem os pais?

Hoje os pais já quase não sabem falar ou brincar com as crianças. Pensam que brincar é uma coisa que só se faz diante de um ecrã. Brincar com uma criança é, cada vez mais, pô-las a ver televisão, ou atirar-lhes com um computador para que fiquem horas a fazer jogos.
E não há nada mais triste do que uma pessoa que não sabe conversar nem brincar com uma criança. ler mais
Alice Vieira, JN

terça-feira, novembro 03, 2009

É terça-feira

Regressamos às notas e moedas?

PCP e BE afirmam-se contra a possibilidade de aplicação de uma taxa sobre os pagamentos via multibanco e, por isso, apresentaram na Assembleia da República pedidos de apreciação parlamentar da transposição da directiva europeia que possibilitará aos bancos a sua cobrança.



Na economia actual, em que os meios electrónicos de pagamento representam mais de 60 por cento da circulação monetária, esta taxa representa mais um expediente imoral dos bancos para aumentarem os seus já de si chorudos lucros e um verdadeiro roubo aos agentes económicos, que não têm outra alternativa. A não ser que regressem ao passado e passem a pagar tudo em notas e moedas. Aposto que eles encolhiam as garras!

Criminalizar o enriquecimento ilícito

O PCP insiste na criminalização do enriquecimento ilícito e para isso apresentou na Assembleia da República um projecto de lei, acreditando que a proposta, já defendida na anterior legislatura, possa agora ser aprovada pelo Parlamento, sem maioria absoluta do P"S".



Com um governo que sistematicamente se opõe a este tipo de iniciativas, como é que a corrupção não há-de aumentar em Portugal?

Um terrível paradoxo

O relatório deste ano da União Internacional para a Conservação da Natureza analisou perto de 48 mil animais e plantas e concluiu que são já 36 por cento as espécies que estão ameaçadas e podem desaparecer.
Assim, 21 por cento de todos os mamíferos, 30 por cento dos anfíbios, 2 por cento das aves, 28 por cento dos répteis, 37 por cento dos peixes de água doce, 70 por cento das plantas e 35 por cento dos invertebrados estão sob ameaça.


Lobo ibérico

Se a tudo isto juntarmos o aquecimento global, as alterações climáticas, a crescente crise energética e a preocupante penúria de água potável, sem contarmos com a escalada da guerra pelo controlo dos recursos naturais, cada vez mais escassos, estão criadas as condições para uma catástrofe de proporções inimagináveis. É esse o legado que deixaremos às gerações futuras?
Apenas 250 anos de selvajaria capitalista conduziram-nos a um paradoxo terrível: ao mesmo tempo que alcançámos um crescimento económico sem precedentes, estamos na iminência de um colapso civilizacional!

segunda-feira, novembro 02, 2009

Eles esticam a corda

Primeiro começaram por convidar todos os partidos a integrar o governo, sabendo que era apenas uma mera formalidade e um golpe táctico para que nenhum aceitasse o convite. Depois, mantiveram o núcleo duro do anterior governo e mais alguns elementos responsáveis pelo que de pior fizeram, dando a entender que o rumo suicidário da sua política é para manter. Finalmente, apresentam um Programa de Governo igual à promessa eleitoral do P"S".
Eles sabem que perderam a maioria absoluta mas insistem no mesmo. Sabem que a oposição não lhes diz "basta" com receio de que novas eleições lhes restituam a maioria absoluta. Eles esticam a corda. Até quando é que ela e nós aguentamos?

A culpa é do mexilhão!

Sobre o caso das varas de porcos à solta entre os penedos, o meu amigo  Manuel F. é de opinião que o culpado de tudo ainda vai ser o cabo Lourenço da GNR (o dos saquitos de cimento…).
Ó Manel, ainda que não seja profeta, penso o mesmo, sabes?!…. É que, quando o mar bate nos penedos, a culpa é sempre do mexilhão!…


Esquecidos

São casos escondidos atrás de muros, de janelas e portas fechadas, de portões ferrugentos, de paredes que caem, de tectos que não existem. É gente que tropeçou no entulho e na desilusão, na privação, na perda, na angústia. É gente que foi empurrada dos sonhos para o chão. É gente como a gente poderia ser.

Num país cada vez mais desigual, injusto, desumano. Trinta e cinco anos depois de Abril ter aberto as portas da esperança e da utopia.
Portas que estão hoje quase completamente cerradas. Com o nosso consentimento, diga-se.

domingo, novembro 01, 2009

80 Anos de Zeca

Entre 2 de Agosto de 2009 e 1 de Agosto de 2010, vamos celebrar 80 Anos de Zeca Afonso.
Ao fim e ao cabo, ele partiu mas permanecerá sempre vivo na nossa memória.

Aqui ficam as actividades agendadas para o mês de Novembro.


(clicar na imagem para ampliar)

EUA: o Estado fracassado

Os super-ricos riem e dizem: "Que comam bolos"

Os EUA têm todas as características de um Estado fracassado.
O presente orçamento operativo do governo dos EUA está dependente de financiamento estrangeiro e de criação monetária.
Como país demasiado fraco politicamente para defender os seus interesses através da diplomacia, os EUA têm de confiar no terrorismo e na agressão militar.
Os custos estão fora de controle e as prioridades são orientadas em favor de grupos de interesse que enriquecem a expensas da vasta maioria dos cidadãos. Por exemplo, a guerra a todo custo, que engorda a indústria de armamento, os corpos de oficiais e os grupos financeiros que a financiam, ganha prioridade sobre as necessidades dos cidadãos americanos. Não há dinheiro para fornecer cuidados de saúde aos não segurados, mas oficiais do Pentágono disseram na Câmara dos Deputados que cada galão [3,785 litros] de gasolina gasto pelas tropas no Afeganistão custa aos contribuintes americanos US$400. Só os Marines gastam 800 mil galões de gasolina por dia o que,  a US$400 por galão, representa uma conta de combustível diária de US$320 milhões.
Só um país totalmente descontrolado dissiparia recursos deste modo.



Enquanto o governo desperdiça US$400 por cada galão de gasolina, a fim de matar mulheres e crianças no Afeganistão, muitos milhões de americanos perderam os seus empregos e as suas casas e estão a experimentar a miséria que é a vida diária dos povos do terceiro mundo, vivendo nos seus carros, em parques públicos.

Em qualquer Estado fracassado, a maior ameaça à população vem do governo e da polícia. Esta é certamente a situação hoje nos EUA. Os americanos não têm maior inimigo do que o seu próprio governo. Washington é controlado por grupos de interesses que se enriquecem à custa do povo americano.
Os um por cento que incluem os super-ricos riem e dizem: "Que comam bolos!".

The US as Failed State, de Paul Craig Roberts (via info.resistir)

Vieira da Silva: o ministro dos patrões

Em 2008, as dívidas à segurança social já atingiam 3.738 milhões € e o ministro Vieira da Silva preparava um gigantesco perdão de 3.006 milhões €. É urgente impedir que tal venha a consumar-se, agora com o segundo governo Sócrates, sob pena de milhares de pessoas serem obrigadas a sobreviver com pensões de miséria e centenas de milhares de desempregados continuarem excluídos do acesso ao subsídio de desemprego.
A fama da competência e eficácia de Vieira da Silva, alimentada pelo patronato e pelos órgãos de comunicação que lhe são afectos, tem como base as medidas que tomou na área do Código do Trabalho e da Segurança Social (caducidade das convenções colectivas de trabalho, redução das pensões e do direito ao subsídio de desemprego, etc) que lesaram os direitos e interesses dos trabalhadores e dos reformados.
E é este o ministro, com este perfil, que é agora, no actual governo, responsável pela pasta da Economia e pela gestão de dois importantes fundos comunitários com mais de 7.763,3 milhões para aplicar, prevendo-se que sejam os patrões, uma vez mais, os grandes beneficiados da sua actuação, mas não a economia nacional que, é fácil de adivinhar, continuará a navegar nos mesmos graves problemas. resumido daqui