sexta-feira, março 24, 2006

Cada vez mais pobres

"Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar"

Jorge Palma


Em 2003, fomos ultrapassados pela Eslovénia. Em 2005, pela República Checa
.

No último quartel do século XIX, o rotativismo de regeneradores e progressistas arrastou o país para uma crise económica, social e política sem precedentes, conduzindo à queda da Monarquia constitucional e à implantação da República.
Cem anos volvidos, três décadas de alternância democrática de PSD e PS afundam inexoravelmente Portugal na cauda da Europa.
Não há meio de aprendermos com as lições da História!

sexta-feira, março 17, 2006

Novamente o Maio de 68?


Em França, 20 por cento do desemprego atinge a faixa etária compreendida entre os 18 e os 25 anos. Como se esta realidade não fosse já suficientemente preocupante e injusta, a nova lei laboral vem permitir o despedimento sem justa causa nem indemnização, durante os primeiros dois anos de contrato.
Por esta razão os
jovens franceses se manifestam e lutam. Contra a iniquidade de uma lei e a discriminação de um sistema, de que não aceitam ser vítimas.
Em Paris, na Margem Esquerda, hoje, tal como em Maio de 68.

quinta-feira, março 16, 2006

Direitos Humanos: falar é fácil


A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou ontem, por uma esmagadora maioria de 170 votos a favor, o novo Conselho dos Direitos Humanos, organismo que substituirá a desprestigiada e ineficaz Comissão dos Direitos Humanos. Os Estados Unidos votaram contra, acompanhados por Israel e duas marionetas americanas do Pacífico (ilhas Marshall e Palau).
Quem age frequentemente à revelia do Direito Internacional, quem se acha acima do Tribunal Penal Internacional, quem se julga no direito de prender pessoas por tempo indeterminado e sem culpa formada, de torturá-las e de tratá-las à margem de toda a legalidade e humanidade, só pode "estar-se nas tintas" para os Direitos Humanos. Por muito que fale deles. Como se vê.

quarta-feira, março 15, 2006

Portugal, o cavaquistão


Depois da eleição de um "hiato histórico" para a Presidência da República, nunca achei (tampouco aceitei) que Cavaco viesse a ser o "Presidente de todos os portugueses" (meu não será, seguramente). Mas, se dúvidas ainda restassem, elas dissiparam-se agora por completo com a divulgação dos cinco elementos cuja nomeação para o Conselho de Estado é da sua competência. São eles: Marcelo Rebelo de Sousa, Manuela Ferreira Leite, João Lobo Antunes, Manuel Dias Loureiro, do PSD, e Miguel Anacoreta Correia, do CDS-PP.
Se lhes juntarmos Alberto João Jardim, Ramalho Eanes e… José Sócrates, só ficarão a destoar da maioria cavaquista, Mário Soares, Jorge Sampaio, Jaime Gama e Carlos César.
Será que, como escreve o JT, parafraseando Chico Buarque, esta terra ainda vai tornar-se um imenso "cavaquistão"?

segunda-feira, março 13, 2006

Quem viola o Tratado de Não Proliferação Nuclear?


O Irão recusa as exigências da Agência Internacional da Energia Atómica e uma eventual ordem do Conselho de Segurança da ONU para por fim às suas actividades nucleares, alegando que se destinam à produção de energia. E, aqui para nós, tem toda a razão.
É que, mesmo que eventualmente duvidemos da bondade das intenções dos iranianos, depois de se saber que Tony Blair e George Bush estão secretamente a desenvolver uma nova arma nuclear, temos de admitir que Teerão está no pleno direito de continuar o seu programa. Ou o Tratado de Não Proliferação Nuclear é só para alguns? Haja decência!…

Mulheres de armas



















O Iraque resiste


E nós a pensarmos que eram os terroristas da Al Qaeda que não deixavam "democratizar" o Iraque!
Afinal são os "mal agradecidos" d
os iraquianos que resistem de armas na mão à ocupação anglo-americana. E o todo poderoso ocupante percebeu finalmente que não tem outra solução senão negociar com a guerrilha. Goste ou não da ideia.
Pena que só agora tenha chegado à conclusão dessa inevitabilidade. Ter-se-ia evitado muitas mortes inocentes.

quinta-feira, março 09, 2006

Velhos desafios

No discurso da tomada de posse como Presidente da República, Cavaco Silva, apontou cinco desafios para abrir caminho ao progresso de Portugal:

1.º "crescimento mais forte da economia portuguesa"
2.º "qualidade da educação dos nossos jovens e da formação dos nossos trabalhadores"
3.º "sistema de justiça eficaz, caracterizado pela qualidade"
4.º "sustentabilidade a médio e longo prazo do financiamento do nosso sistema de segurança social"
5.º "cultura de honestidade, de transparência, de responsabilidade, de rigor na utilização dos recursos do Estado, de ética do serviço público, de respeito pela dignidade das pessoas, de cumprimento de promessas feitas"

Velhos desafios para velhos problemas. Que velhos políticos e políticas não têm resolvido. (Cavaco incluído, durante 10 anos!). Os desafios não são para eles, são só para os outros!…

segunda-feira, março 06, 2006

O atentado

Como já aqui referimos, um estudo recente da Administração Regional de Saúde do Centro revela que Souselas regista a maior incidência de casos de bronquite crónica, doenças tumorais, endócrinas, cardíacas e diabetes, da região centro, facto que naturalmente resultará da poluição emitida pela cimenteira da Cimpor ali instalada.
Quanto à cimenteira da Secil, no Outão, está "apenas" situada no Parque Natural da Arrábida, classificado como área de paisagem protegida pela própria União Europeia.

Além disso, a Quercus alerta para os riscos ambientais que podem resultar da queima de resíduos industriais perigosos sem a sua triagem e o seu tratamento prévio por centros especializados, que só entrarão em funcionamento dentro de ano e meio. E explica tudo aqui.

José Sócrates é que não se incomoda com esses "detalhes" e portanto, o seu "porta-voz" para o "ambiente" já anunciou que a co-incineração de resíduos industriais perigosos vai ser retomada, precisamente nas cimenteiras do Outão e de Souselas, dentro de três a seis meses.

Em nome da "defesa" do ambiente, o governo do PS prepara-se para cometer um grave atentado, um crime, contra o ambiente e a saúde pública.
Contra a opinião das populações, das autarquias, das associações ambientalistas, de toda a Oposição parlamentar — à esquerda e à direita!
Isto não é um governo socialista! É um governo… autista (para não lhe chamar outra coisa bem pior e certamente mais verdadeira).

domingo, março 05, 2006

Finalmente!

Parece que finalmente os americanos descobriram o embuste que elegeram para presidente! A popularidade de Bush não pára de descer!
Quando é que nos veremos livres deste pesadelo?

Desgraça de Estado!

Na queda da ponte de Entre-os-Rios morreram tragicamente cinquenta e nove pessoas, das quais, trinta e seis desapareceram para sempre nas águas do Douro ou do Atlântico.
Cinco anos depois, os familiares das vítimas continuam ainda à espera de uma decisão da justiça.
Cinco anos depois, mais de metade das obras que foram recomendadas continua em fase de estudo e sem concurso. Talvez à espera que outra tragédia aconteça. Talvez à espera que mais famílias fiquem de luto.
Desgraça de justiça, de governança, de Estado!

sábado, março 04, 2006

Deus é grande e Bush e Blair os seus profetas!

Já sabíamos que a democracia está minada pelo poder dos grandes grupos económicos e do capital financeiro. Saramago chama-lhe plutocracia.
Soubemos também, o próprio o afirmou, que Bush invadiu o Iraque mandado por Deus.

E agora ficámos a saber que "Blair crê que Deus será o juiz último da sua decisão de apoiar a guerra no Iraque."
Afinal não é só nas teocracias islâmicas que o poder é uma emanação divina! No Ocidente também há teocracias!
É caso para dizer… Deus é grande e Bush e Blair os seus profetas!…

Os "cartoons"

Não servem apenas e principalmente para lançar a discórdia entre os povos. Também podem festejar a amizade entre as nações.

O beijo através do Atlântico, Mora (1922)
publicado na Ilustração Portugueza e na Revista da Semana (Brasil)
para assinalar a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

sexta-feira, março 03, 2006

Os dois mundos

Nas projecções de Tikunov, a dimensão de cada país é ajustada de acordo com o valor da variável representada.
O mapa 1, que se refere à população, mostra uma apreciável concentração populacional no hemisfério sul, particularmente no continente asiático.
O mapa 2, relativo ao Produto Nacional Bruto, põe a nu o contraste chocante entre a extrema pobreza do Terceiro Mundo e a elevada riqueza dos países desenvolvidos.

Mapa 1 — População

Mapa 2 — Produto Nacional Bruto

"We are all ears"???…

Pois é! Quem está mesmo precisado de frequentar as aulas de inglês do 1.º Ciclo do Ensino Básico é o Senhor Primeiro-Ministro!… (o "RandomBlog" conta a anedota).

Um tiro na mouche…

Este post do "Classe Política".

Confusão na universidade portuguesa

A confusão na universidade portuguesa vai continuar por mais alguns anos.
A previsão é do Reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Seabra Santos, que lamenta a forma como o Governo legislou sobre o enquadramento do Processo de Bolonha, atirando para as instituições a responsabilidade de definir conceitos — designações, duração e critérios de acesso aos cursos — que deveriam ser objecto de conveniente regulação.
Segundo Seabra Santos, não é por haver sistemas regulados que, em países europeus com os quais Portugal se gosta de comparar, a autonomia universitária sai beliscada.
É graças à regulação que nesses países não é possível “que cada instituição invente um nome diferente para cursos cujo conteúdo nuclear está padronizado”, como acontece em Portugal, onde existem 1.800 licenciaturas com 825 designações distintas.
É graças à regulação que nesses países não é possível “que um mesmo curso tenha durações diferentes” de escola para escola, “ou que uma escola de Engenharia possa decidir que os seus estudantes não precisem de saber matemática à entrada”.
De tudo isto (e muito mais, como por exemplo, o corte orçamental de 2,6 milhões de euros, o maior dos últimos dez anos) falou, na abertura da sessão solene do 716.º aniversário da Universidade de Coimbra, o seu Reitor. Magnífico!

quinta-feira, março 02, 2006

É urgente a impugnação de Bush!

TROPAS AMERICANAS NÃO QUEREM CONTINUAR

Ao contrário de Bush, que repetidamente tem afirmado que os EUA só sair
ão do Iraque quando acabarem a sua "missão", 72% das tropas americanas que lá estão defendem que a retirada deve acontecer dentro de um ano e destes, 29% acham mesmo que a saída deve ser imediata.


INVASÃO DO IRAQUE AUMENTOU O TERRORISMO

Uma gigantesca sondagem internacional promovida pela BBC, confirmou que a maioria da população mundial está convencida de que a invasão do Iraque aumentou as hipóteses de ataques terroristas.
O inquérito, feito a 41 856 pessoas em 35 países, concluiu que 60% dos inquiridos partilham desta opinião, sendo apenas 12% os que pensam que a guerra reduziu a possibilidade de tais ataques.


KATRINA: BUSH SABIA QUE NÃO ESTAVA PREPARADO

Afinal Bush foi devidamente informado da possibilidade do furacão Katrina destruir os diques de segurança e pôr em risco as vidas dos refugiados no Superdome de New Orleans e dos elementos das equipas de salvamento, como é comprovado por um vídeo confidencial. Durante o breafing com os oficiais da segurança não fez uma única pergunta e no final limitou-se a dizer: "We are fully prepared." Tão bem preparados que depois foi a desgraça que o mundo viu!…

quarta-feira, março 01, 2006

O "carnaval" continua

Apesar dos 8 mortos e 34 feridos graves que resultaram dos acidentes de automóvel verificados entre a meia-noite da última sexta-feira e a meia-noite de ontem, a folia carnavalesca despediu-se com festa rija em todo o país.


Hoje, quarta-feira de Cinzas, o "carnaval" continua. E a crise também.

Viva España!


Finlândia e Espanha são os únicos país da zona euro que, em 2005, registaram um superávite orçamental, ou seja, um saldo positivo nas contas públicas. No caso dos finlandeses o saldo foi de 2% do PIB. No caso de nuestros hermanos, que aconteceu pela primeira vez durante o regime democrático, o superávite foi de 1,1% do PIB.

Em qualquer das situações, estes valores são muito melhores que a média da zona euro, que apresenta um défice de 2,9% do PIB e incomparavelmente melhores que os cerca de 6% do nosso país.

Fonte: El País