domingo, julho 24, 2011

O cão fascista

Se tivesse sido levado a cabo pela Al Qaeda ou por qualquer outra organização fundamentalista islâmica, o hediondo morticínio da Noruega seria, de imediato, classificado pelos os meios de comunicação do sistema como um violento acto terrorista. Porém, acham que tudo não passou de simples atentados (aqui, aqui, aqui ou aqui, por exemplo) porque se tratou de obra de uma extrema-direita fascista, xenófoba, racista que, mesmo não estando no poder, é tolerada (ou secretamente incentivada) pelo Estado capitalista que, metendo tudo no mesmo saco, assim pretende justificar a repressão da contestação dos movimentos sociais e das forças de esquerda.
Trata-se, ao fim e ao cabo, de uma sistemática e conveniente operação de propaganda e lavagem ao cérebro que, através do medo, não visa senão levar a população a aceitar a restrição das liberdades e a imposição de crescentes medidas de austeridade.
Afinal, também há terroristas entre "nós". E o fascismo é o cão da democracia burguesa. Mesmo se, às vezes, morde o dono.

sábado, julho 23, 2011

O império do dólar

Obama afirmou que os EUA não são a Grécia nem Portugal. Escusava de o ter dito. Há muito que o percebemos!…
Por cá, com reestruturação ou renegociação, as dívidas são para ser pagas, com sangue, suor e lágrimas, sempre pelas vítimas do costume — os trabalhadores, os pensionistas, a esmagadora maioria da população — para alimentar a voragem insaciável dos especuladores e dos banqueiros. Mesmo assim, para as agências de 'rating' isto não passa de "lixo"!


Já na América é tudo muito mais 'fácil'. Se o 'tecto' de endividamento é insuficiente, por mais astronómica que a dívida seja — já vai em 14,3 triliões de dólares!!! —, sobe-se, pois claro, e emite-se mais uns quantos triliões de "treasure bonds" ou de "nota verde". E podem crer que é isso que o Presidente fará, mesmo que não tenha a concordância do Congresso, evitando assim entrar em incumprimento e perder o "AAA" das suas amadas e fiéis agências!
Por aqui se percebe quão importante é, para os EUA, que o dólar seja a moeda de referência mundial. E por que razão a Administração americana (esta ou qualquer outra) é capaz de tudo, literalmente, para  manter este trunfo: desde enforcar quem se recusa a negociar em dólares (como fez a Saddam Hussein), até declarar guerra a moedas que possam fazer frente à hegemonia do dólar (como tem vindo a acontecer com os ataques especulativos ao euro).