quarta-feira, setembro 25, 2013

Mais tarde ou mais cedo


O sistema que esbanja recursos escassos e gera desperdício é o mesmo que deixa morrer à fome milhões de seres humanos. É o sistema que, imoralmente, enriquece 1% à custa do empobrecimento dos outros 99%. Um tal sistema não é aceitável nem sequer sustentável. Mais tarde (se ficarmos à espera) ou mais cedo (se fizermos alguma coisa por isso) acabará, portanto. Levará o seu tempo, pode até nem ser no nosso tempo, mas chegará esse tempo.

segunda-feira, setembro 23, 2013

Perigo público

Passos Coelho garantia há um ano atrás, através do Gaspar do Excel (lembram-se dele?), que Portugal regressaria aos mercados a 23 de Setembro de 2013, ou seja, na próxima segunda-feira!… Afinal tudo o que conseguiu foi colocar o país à beira de um segundo resgate, o qual, a acontecer, será inevitavelmente mais doloroso que o primeiro.
Mas a culpa não é da política suicidária do seu "governo", que tem empobrecido dramaticamente os portugueses, destruído a economia, agravado o desemprego e avolumado a dívida. Para ele, a culpa tem sido e é do Tribunal Constitucional quando, no pleno uso das suas competências, trava as medidas inconstitucionais do seu "governo". Para ele, a culpa é agora, até, dos "preconceituosos" mercados que "não premeiam Portugal com taxas de juro mais baixas". Por isso, afirma estar "determinado a prosseguir o caminho."


Passos Coelho é um aldrabão, um irresponsável, pior ainda, um perigo público. Devia ser afastado, urgentemente. Antes que afunde o país, definitivamente. Mas o Presidente da República é um ectoplasma, não existe, verdadeiramente. E os portugueses parecem anestesiados, atordoados, transidos de medo, até.
Assim, este país não é viável.

A tempestade perfeita

Desgraçadamente, o que se abateu sobre nós foi uma tempestade perfeita […]. Passos Coelho no Governo, Seguro na oposição, Cavaco na presidência e Merkel na Europa.


Desta vez, é difícil não concordar com MST!…

quarta-feira, setembro 18, 2013

A descida aos infernos

Os juros da dívida portuguesa foram os que mais subiram nos últimos trinta dias, ultrapassando os 7,4 por cento.
Os economistas do FMI (certamente com hipocrisia, mas com razão) reconhecem (finalmente) que cortar o défice demasiado rapidamente pode ser contraproducente e causar impactos dramáticos. Apesar disso, o BCE e a Comissão Europeia estão-se "cagando" e acham que a meta de 4 por cento é mesmo para cumprir, doa a quem doer (as vítimas do costume: pensionistas, trabalhadores, desempregados).


Calcula-se que a economia portuguesa demoraria oito anos a recuperar da crise se crescesse ao ritmo da última década, 1% ao ano. Mas esse é um cenário irrealista para uma economia que continua mergulhada na recessão. Como irrealista é a redução da dívida, mesmo se apenas dos actuais 130% para 90% do PIB, o que só aconteceria com um inimaginável crescimento "à chinesa" da ordem dos 6 a 8%!…
Desenganem-se, portanto, os que pensam que já batemos no fundo. Com ou sem segundo resgate (que, aliás, nunca foi tão iminente), a descida aos infernos vai prosseguir. Com a continuação e o agravamento da austeridade, real e trágica será a contínua destruição das nossas vidas, da economia, do país. E mais dolorosa ainda quando a indiferença e a resignação dos portugueses parecem nunca ter sido tão generalizadas, silenciosas, insuportáveis.

sexta-feira, setembro 06, 2013

A bóia

Em 2010 a bóia flutuava à tona da água. No ano seguinte afundou um metro. Em 2012 desceu mais dois metros. Em 2013 afundará mais quatro, atingindo a profundidade de sete metros. Já em 2014 talvez suba uns escassos 40 centímetros, o que significa que, continuando pelo mesmo caminho, só lá para 2031 voltará à superfície.

A bóia representa a economia portuguesa. Cada metro equivale a um ponto percentual. O caminho conhecemo-lo nós de olhos fechados: cortes em salários, pensões, subsídios, aumento de impostos, destruição do mercado interno, queda do investimento, desemprego, recessão económica.

A apresentação foi de Francisco Louçã, ontem à noite, na SIC N. Clara… como a água.

Obama, Prémio Nobel… da Guerra

Sejam quais forem os argumentos que se invoquem para uma intervenção militar na Síria, os Estados Unidos da América são seguramente um dos países que não têm qualquer legitimidade para a levar a cabo. Não apenas porque não têm autorização das Nações Unidas, mas também e sobretudo pelos crimes que cometeram desde a 2.ª Guerra Mundial até aos nossos dias (no Vietname, na América Latina, na África, no Irão, no Iraque, no Afeganistão,…).



Enquanto Obama quer a todo o custo — que será trágico, desde logo em vidas humanas! — apagar o incêndio com gasolina, Putin (apesar de também não ser flor que se cheire) coloca a Síria na agenda oficial da cimeira do G20. Por isso o Papa Francisco apela a Putin que sensibilize os países do G20 a favor da paz na Síria. Já deve ter percebido que do Prémio Nobel da "Paz" só pode esperar… mais guerra.

domingo, setembro 01, 2013

Passos Coelho e o "governo" PSD-CDS: culpados!


Em pouco mais de dois anos, Passos Coelho e o "governo" PSD-CDS (com a cumplicidade de Cavaco Silva, nunca será demais lembra-lo!) têm levado a cabo o maior programa de empobrecimento, destruição económica e ataque ao Estado Social de que há memória, nas últimas décadas: cortes brutais em salários, pensões e subsídios, subida colossal dos impostos, continuada recessão económica e consequente falência de empresas, queda do investimento, destruição de postos de trabalho e agravamento do desemprego e da emigração, privatização de empresas públicas estratégicas, desinvestimento em serviços públicos fundamentais, como a saúde e a educação, transformando-os em pasto para os grupos privados.


Não se trata de incompetência, como há quem nos queira fazer crer. É, isso sim, uma meticulosa e consciente política neo-liberal, que favorece os interesses privados ligados às PPP's, aos grandes grupos financeiros, aos credores internacionais, à custa dos trabalhadores, dos pequenos e médios empresários, dos pensionistas, da generalidade da população, portanto.
E tudo em nome da redução da dívida, da descida do défice, do regresso aos "benditos" mercados financeiros, dizem. Quando a verdade é que a dívida não pára de crescer, o défice teima em não descer e o regresso aos mercados (ou melhor, a saída da troika, com esta receita) não vai acontecer!
Já a tragédia de um segundo resgate é cada vez mais uma certeza. E Passos Coelho sabe-o melhor que ninguém. É por isso que tenta desesperadamente sacudir a água do capote e arranjar um bode expiatório. E o Tribunal Constitucional, a quem compete velar pela observância da Constituição, serve-lhe às mil maravilhas. Podemos ter a certeza, portanto, que Passos vai continuar a fazer leis inconstitucionais. E a acusar o Tribunal Constitucional de as chumbar. Ele precisa urgentemente de forjar um "culpado" para esconder os verdadeiros culpados da acção criminosa do seu "governo".