Como é sabido, o FEDER, uns dos fundos comunitários, destina-se a financiar projectos de desenvolvimento regional. Já o Fundo de Coesão, igualmente proveniente da União Europeia, constitui uma ajuda aos países e regiões cujas populações têm um rendimento médio inferior à média comunitária.
Portugal é um dos Estados-membros que tem vindo a beneficiar da atribuição destes fundos porque, à excepção da região de Lisboa e Vale do Tejo, cujo nível de vida está acima da média europeia, o resto do país situa-se abaixo dessa média.
Lógico seria, portanto — se alguma lógica existe nestas coisas — que, de forma a atenuar a macrocefalia em torno da capital do "reino" e combater o atraso e a desertificação do interior, fossem canalizados os necessários recursos financeiros para as regiões mais pobres.
Ora é precisamente isso que não irá acontecer porque o Governo, apoiando-se num acordo assinado por Barroso e Sócrates, prepara-se para desviar dinheiro destinado às 'regiões de convergência' para a região de Lisboa, com o argumento de que os investimentos que aí de fizerem terão reflexo no restante território nacional.
Não tenho rigorosamente nada contra Lisboa (cidade que adoro) e a sua região mas, o que me parece é que a velha afirmação "Portugal é Lisboa e o resto é paisagem!" é cada vez mais verdadeira.
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