domingo, junho 07, 2009

Vem aí o Bloco Central?

Não foi uma grande vitória, a do PSD, cuja percentagem de votos de 31,7%, de resto, foi inferior à de 2004, em que atingiu 33,3%, embora coligado com o CDS.
Grande, estrondosa mesmo, foi a derrota do Partido de Sócrates, que deu um trambolhão caindo fragorosamente dos 44,5% de 2004 para os actuais 26,6%.
E a Esquerda só podia subir e ganhar com esta sangria do P"S": mais o Bloco, que cresceu de 4,9% para 10,7% , duplicando ou, porventura, triplicando o único mandato que tinha, do que a CDU, que passou de 9,1% para 10,7%, mantendo os dois mandatos que já possuía.
A maioria absoluta do P"S" está, portanto, feita em cacos. Ainda bem. Foi no que deu o seu autoritarismo e arrogância desenfreados, a sua falta de humildade democrática e de sensibilidade social.
Vamos agora para as legislativas e, se o actual cenário se mantiver, outro desafio se coloca já à Esquerda: reforçar o apoio ao Bloco e à CDU, de modo a evitar que este P"S" (ou o que dele resta) caia na tentação de reeditar o Bloco Central com o PSD. Apesar do centrão registar a sua mais baixa expressão eleitoral, não estamos completamente livres que um tal golpe possa vir a acontecer…

2 comentários:

  1. Excelente a vitória do PSD, com 5% de vantagem sobre o PS. Uma grande vitória de Manuela Ferreira Leite pela escolha do excelente cabeça de lista que foi Paulo Rangel. Uma vitória da forma de fazer política, de verdade, de seriedade, de honestidade. Uma vitória de um partido que apresentou propostas, ideias e estratégias.

    Uma derrota inequívoca de José Sócrates e do PS. Passam de 12 para 7 eurodeputados, perdem nos Açores (onde recentemente ganharam as Regionais) e ganham apenas em 2 distritos (sendo que em Lisboa foi apenas por 0,5%).

    Não pode haver a desculpa da crise internacional, que castigou os governos. Sarkozy, Merkl e Berlusconi venceram, enquanto que os governos socialistas de Brown, Zapatero e Sócrates perderam. Foi a derrota da politica socialista que é despesista, premeia a partidarite no lugar do mérito e do trabalho, apoia e legitima a corrupção.

    No contexto europeu, o PPE (onde se inserem PSD e CDS) será o maior partido com cerca de 260 deputados, contra os cerca de 150 dos socialistas (onde está o PS). A Europa teve consciência e sabe que rumo quer tomar.

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  2. Tem todo o direito de achar que a vitória do seu partido foi excelente mas grande é que ela não foi. De resto, se se tratasse de legislativas, com os seus fabulosos 31,7% de votos, como e com quem é que o PSD governaria? Com o CDS, não chega. Com o BE ou o PCP, impensável. Resta a hipótese de reedição do Bloco Central mas duvido que o PS queira correr o risco de perder ainda mais para a Esquerda. Como vê, o seu partido, que não cresceu eleitoralmente, só ganhou graças à hecatombe do PS, que perdeu mais de 10% de votos para a CDU e principalmente para o Bloco.
    Não há dúvida, portanto, que Sócrates foi castigado pela Esquerda, pela sua arrogância e autoritarismo, mas também pelas políticas de Direita que tem implementado.

    Quanto ao resto do seu discurso mostra bem a mistificação em que assenta o PSD: de social-democrata apenas tem o nome; quanto ao resto é um partido neo-liberal que abomina as políticas públicas e a função social do Estado que caracterizam a social-democracia. É, em suma, um partido de Direita que (pelas suas palavras) parece não hesitar em rever-se numa liderança corrupta e neo-fascista como a de Berlusconi.

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