[…] esta ideia [de austeridade] não é inteiramente correcta. As reduções de défices gigantes que ocorreram no passado […] foram possíveis apenas numa situação de grande crescimento económico, que é sempre uma altura propícia à redução da dívida.Estas afirmações não são de qualquer "perigoso esquerdista" ou militante anti-capitalista. Foram proferidas pelo prémio Nobel da Economia de 1998, Amartya Sen que, apesar da sua preocupação com o problema do desenvolvimento, não é propriamente adversário da "economia de mercado". Seria bom que os nossos governantes e os dirigentes europeus as entendessem. E percebessem, de uma vez por todas, que os mercados financeiros não se acalmam, controlam-se! Das duas uma: ou são estúpidos ou estão, criminosamente, a fazer o jogo dos banqueiros e dos especuladores!
Um dos problemas que fazem com que, agora, o corte da dívida seja tão severo é que vai levar à redução do crescimento económico. […]. A Europa e os Governos deviam esperar pelo momento certo para reduzir a dívida pública. A economia não é apenas a política certa, é também o tempo certo para aplicar aquela política.
[…] temos de ser inteligentes na escolha das medidas de austeridade. […]os países, individualmente, podem não ter, neste momento, muita escolha devido à leitura que a União Europeia fez da situação e, sobretudo, devido aos mercados financeiros. Estes são muito guiados pelas agências de rating e estas agências, como sabemos, cometeram erros enormes durante a crise de 2008, mas estão agora de volta e muito poderosas.
[…] a melhor maneira de pensar sobre estes problemas reside no debate público e no raciocínio público. Pegando no que falámos antes sobre os planos de austeridade, acho que deveriam ser alvo de um maior debate, em vez de se deixar a discussão apenas nas mãos dos mercados financeiros e dos bancos. A discussão deve estar nas mãos do público. (ler entrevista aqui)
sábado, março 19, 2011
Ou são estúpidos ou criminosos
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