A administração Obama e os responsáveis superiores da BP estão a trabalhar freneticamente não para travar o pior desastre petrolífero do mundo, mas sim para esconder a verdadeira extensão da catástrofe ecológica real causada pela gigantesca fuga de petróleo no Golfo do México (e quem o afirma não são os republicanos).
E as organizações ambientalistas, que deveriam exigir que a BP, o governo dos EUA e outros actuem verdadeira e decisivamente, remetem-se a um silêncio cúmplice graças a generosos subornos da petrolífera.
Obama compara o desastre ambiental com o 11 de Setembro mas a verdade é que as suas consequências podem vir a ser bem mais devastadoras não apenas para a América mas também para a Europa e o mundo.
Com efeito, segundo os cientistas, o petróleo não está apenas em vias de cobrir as praias do Golfo. Ele propagar-se-á para as costas do Atlântico até à Carolina do Norte e então para o Mar do Norte e a Islândia e, além do dano para as praias, a vida marinha e os abastecimentos de água podem ser seriamente afectados. A corrente do Golfo, decisiva para o equilíbrio do planeta, tem uma química, composição, densidade e temperatura muito características. O que acontecerá se o petróleo e os dispersantes (e todos os compostos tóxicos que eles criam) realmente mudarem a sua natureza? Ninguém pode descartar mudanças potenciais, incluindo o trajectória da corrente, e mesmo pequenas mudanças poderiam ter enormes impactos. Não esqueçamos que a Europa, incluindo a Inglaterra, não é um deserto gelado devido ao aquecimento da Corrente do Golfo.
Enfim, já não chegava termos de suportar uma crise económica e social que não causámos. Agora também podemos ser vítimas de uma crise ambiental de que não somos responsáveis. Sobra sempre para nós.
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