A Revolução de Abril trouxe-nos a liberdade, mas sobretudo o sonho de um país mais igual e de um futuro melhor. Afinal, 35 anos volvidos, continuamos a ser o país pobre e socialmente injusto que sempre fomos, onde uma minoria vive à larga ou mesmo de forma imoral, e a maioria sobrevive como pode enfrentando as maiores dificuldades — cerca de 2 milhões de pobres, mais de 1 milhão de trabalhadores precários com salários de miséria, 700 mil desempregados a maioria dos quais sem subsídio de desemprego, nível salarial e de pensões dos mais baixos da União Europeia e a repartição mais desigual do rendimento. E como se tudo isto não fosse suficientemente trágico e revoltante, a corrupção e a promiscuidade entre o poder político e os interesses financeiros mais obscuros é de tal ordem que o governo não hesita em obrigar os trabalhadores (e a classe média) a pagar uma crise que não provocaram e favorece escandalosamente os criminosos financeiros e os especuladores bolsistas com perdões e isenções fiscais.
Este é um pesadelo difícil de aguentar. Não admira, por isso, que Portugal seja o país da Europa com mais doentes mentais!
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