Em Portugal, as mulheres possuem um nível médio de escolaridade superior ao dos homens mas as entidades patronais continuam a não reconhecer as suas competências. Na realidade, embora desempenhando as mesmas funções que os homens, as mulheres portuguesas recebem um salário mais baixo, verificando-se que a discriminação salarial é tanto maior quanto maior é a escolaridade e mais elevada é a qualificação profissional exigida.
À conta desta discriminação imoral e inconstitucional do trabalho feminino — a alínea a) do ponto 1. do Artigo 59.º da Constituição da República Portuguesa determina que "para trabalho igual salário igual" — os empresários nacionais arrecadaram, em 2009, um lucro extraordinário de 5.500 milhões de euros.
Mas a discriminação das mulheres pelas empresas não se fica por aqui. Apesar de terem um nível médio de escolaridade mais elevado, são também elas as mais atingidas pela precariedade e pelo desemprego de longa duração. E depois de terem sido discriminadas e sobre-exploradas pelas entidades patronais, quando se reformam ou são atingidas pela invalidez, sofrem ainda uma última discriminação nas respectivas pensões. Para que não haja dúvidas, está tudo aqui, preto no branco, com dados do Ministério do Trabalho.
Hoje é Dia Internacional da Mulher. Mas em Portugal, como se vê, as mulheres têm mais razões para lutar do que para festejar!
Aqui Dentro de casa, Margem de Certa Maneira (1972), José Mário Branco
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