domingo, março 08, 2009

Uma questão de (falta de) carácter

Não deixa de ser paradoxal que tenha sido precisamente um dos dirigentes do P"S" com menos carácter e verticalidade, exemplo acabado de fiel lacaio do chefe, sempre colado ao poder, a acusar Manuel Alegre de "falta de carácter" por, numa entrevista que deu, ter afirmado que, se a lei o permitisse, candidatar-se-ia às eleições legislativas como independente.
Almeida Santos optou por desvalorizar o incidente considerando que, nessas circunstâncias, tratar-se-ia do uso de um direito.
José Sócrates, habituado a pintar de rosa a realidade negra do país, adopta aqui a mesma táctica. Ignora a polémica e afirma que o P"S" é "um referencial de estabilidade e de unidade na vida política portuguesa".
A verdade é que a unidade está longe de ser um dado adquirido.
Sócrates, já terá reunido por duas vezes com Manuel Alegre, certamente convidando-o a integrar as listas do partido, mas este põe como condição não abdicar de valores como a revogação do código laboral, a suspensão do modelo de avaliação dos professores, a abolição das taxas moderadoras, os serviços públicos a funcionar de acordo com uma lógica de interesse geral e não de parcerias público-privadas. Acredito que assim continue. É este o carácter que vermes como José Lello nunca terão.

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