sábado, março 07, 2009

Corrigir os erros

Nem de propósito… Na posta anterior aludimos à forma criativa como na tugalândia se brinca com a Língua (refiro-me à nossa pátria, como lhe chamou Pessoa, e não ao órgão bucal, com o qual ainda teremos muito que aprender a brincar…). Mas isso não passa de uma infeliz normalidade quando a brincadeira começa com quem tem a responsabilidade de combater este problema. Três (entre muitos outros) exemplos…

O polémico e discutível Acordo Ortográfico vai ser implementado, já no próximo ano lectivo, em algumas escolas. Mesmo que os professores estejam apreensivos com a falta de formação específica para lidar com a nova situação e as editoras questionem a forma como o acordo vai ser concretizado. A confusão que daqui pode advir é mais do que previsível.

Não podemos admirar-nos de que a maioria dos portugueses fale mal e escreva pior. É o resultado de uma Educação que desgraçadamente tem subestimado a riqueza que é a nossa Língua. O que é verdadeiramente chocante e inaceitável é a forma como os responsáveis políticos e administrativos a maltratam. Nos actos, mas também nas palavras. Desde o "hádem", de Jorge Coelho, ao carnaval da sintaxe da Directora de Educação Regional do Norte, o anedotário é tristemente vasto.

E finalmente o Magalhães, essa jóia da coroa do socrático choque tecnológico. Também ele a brincar com a Língua Mátria. Parece que a celeridade na entrega do brinquedo não foi grande mas, mesmo assim, não se evitaram erros linguísticos em algumas das aplicações.

Mas tudo isto são erros menores. Erros realmente graves são os próprios políticos que, mais do que governar o país, se têm governado à nossa custa. Erros que só nós podemos corrigir.

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