Há prova de que os Estados Unidos descobriram petróleo no Haiti décadas atrás e que, devido a circunstâncias geopolíticas e a interesses do big business, foi tomada a decisão de manter o petróleo haitiano na reserva para quando o do Médio Oriente escasseasse. (1)
Há também evidências de que as grandes companhias petrolíferas americanas, inter-relacionadas com os monopólios da engenharia e da defesa, fizeram planos, décadas atrás, para utilizar portos de águas profundas do Haiti tanto para refinarias de petróleo como para desenvolver parques de tancagem ou reservatórios onde o petróleo bruto pudesse ser armazenado e posteriormente transferido para pequenos petroleiros com destino aos portos dos EUA e do Caribe. (2)
Não será, de resto, por acaso, a não ser por razões económicas e estratégicas, que os EUA construíram a sua quinta maior embaixada do mundo — após as embaixadas na China, no Iraque, no Irão e na Alemanha — no minúsculo Haiti, na sequência da mudança do regime haitiano pela administração Bush. Como por acaso não é o facto de, após a invasão do Haiti em 2004, os EUA terem utilizado tropas da ONU como suas procuradoras militares para esvaziar a acusação de imperialismo e racismo. Nem tampouco a nomeação de Bill Clinton (3) como enviado especial da ONU para o Haiti, que já veio afirmar que as tropas da ONU/ EUA ali permanecerão por um longo período de tempo.
Por tudo isto, um terramoto é, sem dúvida, um excelente pretexto para os objectivos criminosos destas aves de rapina. Mas era a última coisa que um povo desgraçado e impiedosamente explorado precisava.
(1) Oil in Haiti, Georges Michel
(2) Oil in Haiti – Economic Reasons for the UN/US Occupation, Marguerite Laurent
(3) What UN Special Envoy Bill Clinton May Do to Help Haiti, Ezili Danto
Eu Marchava de Dia e de Noite, Coro dos Tribunais, José Afonso
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