A verdade é que, segundo dados da Transparency Internacional já aqui citados, de 2004 para 2008, Portugal tem-se tornado um país cada vez mais infectado por aquele flagelo, fenómeno a que certamente não serão alheios, por um lado, a falta de vontade política do actual poder para o combater de forma consequente e, por outro, os exemplos de duvidosa seriedade e de questionável transparência dados por alguns responsáveis políticos, entre os quais o próprio primeiro-ministro.
Não espanta, por isso, que o P"S", instado pelo Bloco de Esquerda a pronunciar-se sobre a nomeação do empresário Domingos Névoa, condenado por corrupção no caso Bragaparques, para presidir à empresa intermunicipal de recolha e tratamento de lixos dos concelhos "socialistas" de Braga, Póvoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde, Terras de Bouro e Vieira do Minho, tenha mantido o mais completo mutismo.
É caso para concluir que, sob a cerrada névoa da corrupção que paira sobre o nosso país, há cada vez mais negociatas mal cheirosas.
Legalise it!
ResponderEliminarO cidadão Domingos Névoa foi acusado de ter tentado corromper o vereador Sá Fernandes com 200 mil euros. Foi a julgamento e foi considerado culpado. Quer isto dizer que a justiça funcionou num caso de corrupção. É uma boa notícia, sem dúvida.
Porém, a penalização aplicada deixa muito a desejar. O arguido, em vez de pagar – no mínimo – 400 mil euros, foi condenado a pagar 5 mil euros, ou seja, tem que pagar 2.5% daquilo que se propôs oferecer. Portanto, a corrupção compensa. E para ser assim, quase que mais valia legalizá-la, pois passaria a haver maior transparência, preços mais justos e competitivos, livros de reclamações disponíveis e, também, a captação do respectivo imposto para a sociedade.
Caso contrário, daqui em diante, qualquer cidadão se sentirá legitimado a aliciar um Agente de Autoridade com uma nota de 20 euros, por exemplo, para obter o perdão de uma multa de trânsito, pois sabe que se for denunciado deverá pagar, no máximo, os tais 2.5%, o que resultará na “exorbitante” quantia de… 50 cêntimos.
Joao Rodrigues dos Santos
De facto, só falta mesmo legalizá-la!
ResponderEliminar