(ou gastar cera com ruins defuntos)
Acima das metáforas, a sério
e contra a prática da hipocrisia,
gostava de fazer uma poesia
que fizesse cair um ministério,
o que se esmera a ser a cobra prima,
legislador em prosa de leproso,
que é um triunvirato tenebroso,
que é uma cruz que nos caiu em cima,
que é o surdo e o cego e que persiste
sem vislumbrar além do seu umbigo,
sonâmbulo que só fala consigo
e faz de conta que mais nada existe.
Militante do turvo e do confuso,
alcandorado no seu trono imenso,
com poder em abuso e sem o uso
elementar do mais comum bom senso.
Examinam-se e surgem-nos exactas
as inexactidões dos próprios actos,
expressas nas erratas das erratas
que são os seus decretos caricatos.
A vida, corrigindo-lhes discursos,
há muito que os tornou ultrapassados.
Fazem sorteios e chamam-lhes concursos,
colocando o rigor nos sorteados.
A sua solução é concentrar
em cada professor um inimigo.
O propor... não o sabem conjugar.
Só o impor... e só se for castigo.
Mas a grande, a suprema solução
é a medida popular e mística
que sujeita o docente à retenção
e o aluno ao sucesso da Estatística.
Confundem as vitórias com derrotas.
Querem-nos quietos a contar migalhas.
Mas de quem malbarata as suas tropas
a história diz que não ganhou batalhas.
Bússola gasta que já não norteia,
são a troça que roça o antipático,
o atraso mental, a verborreia,
a veia irracional, o burocrático.
Repelentes, pretendem repelir-nos,
a raiva já subiu a titular,
mas, se nos querem cães, vão consentir-nos
o direito sagrado de rosnar.
Para além de ridículos e fúteis,
são à razão soberbos atentados
e, ainda que cancelem, só são úteis
quando eles próprios forem cancelados.
Eis o resumo de um triunvirato,
em que a perfídia é o que mais perfilha.
A sua lucidez e um hiato.
A sua educação é sem cedilha.
Acima das metáforas, a sério
e contra a prática da hipocrisia,
gostava de fazer uma poesia
que fizesse cair um ministério,
o que se esmera a ser a cobra prima,
legislador em prosa de leproso,
que é um triunvirato tenebroso,
que é uma cruz que nos caiu em cima,
que é o surdo e o cego e que persiste
sem vislumbrar além do seu umbigo,
sonâmbulo que só fala consigo
e faz de conta que mais nada existe.
Militante do turvo e do confuso,
alcandorado no seu trono imenso,
com poder em abuso e sem o uso
elementar do mais comum bom senso.
Examinam-se e surgem-nos exactas
as inexactidões dos próprios actos,
expressas nas erratas das erratas
que são os seus decretos caricatos.
A vida, corrigindo-lhes discursos,
há muito que os tornou ultrapassados.
Fazem sorteios e chamam-lhes concursos,
colocando o rigor nos sorteados.
A sua solução é concentrar
em cada professor um inimigo.
O propor... não o sabem conjugar.
Só o impor... e só se for castigo.
Mas a grande, a suprema solução
é a medida popular e mística
que sujeita o docente à retenção
e o aluno ao sucesso da Estatística.
Confundem as vitórias com derrotas.
Querem-nos quietos a contar migalhas.
Mas de quem malbarata as suas tropas
a história diz que não ganhou batalhas.
Bússola gasta que já não norteia,
são a troça que roça o antipático,
o atraso mental, a verborreia,
a veia irracional, o burocrático.
Repelentes, pretendem repelir-nos,
a raiva já subiu a titular,
mas, se nos querem cães, vão consentir-nos
o direito sagrado de rosnar.
Para além de ridículos e fúteis,
são à razão soberbos atentados
e, ainda que cancelem, só são úteis
quando eles próprios forem cancelados.
Eis o resumo de um triunvirato,
em que a perfídia é o que mais perfilha.
A sua lucidez e um hiato.
A sua educação é sem cedilha.
Euleriano Ponati, poeta não titular
(enviado pelo amigo Manuel Freire, esse mesmo… o da Pedra Filosofal)
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