Bento XVI goza de imunidade enquanto Chefe de Estado do Vaticano e, por esse facto, não irá a tribunal depor, como pretendem as vítimas da pedofilia na igreja americana. Aceita-se, à face da lei. Mas o que é verdadeiramente inaceitável é que o Papa, na homilia de quinta-feira, tentando tapar o sol com a peneira, tenha silenciando completamente o escândalo que varre a sua Igreja, ao mesmo tempo que atacava o direito à interrupção voluntária da gravidez. “Mesmo coberto de insultos, Cristo não insultava”, disse Ratzinger, sugerindo através de uma perversa analogia que os padres acusados de pedofilia também estão a ser insultados.
Cristo não merecia esta blasfémia, este Papa, esta Igreja. Os homens também não.
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