O Ministro das Finanças quer que as promoções e aumentos na Função Pública passem a depender do orçamento de cada serviço e da gestão de recursos humanos. Teixeira dos Santos prepara-se também para alterar os deveres de zelo e lealdade a que estão obrigados os trabalhadores.
Se é o Ministério das Finanças que estabelece as dotações orçamentais para cada ministério e serviço, é o mesmo que dizer que não vai haver aumentos nem promoções para ninguém. Os trabalhadores que se "contentem" com mais deveres!…
Claro que nada disto se aplica aos directores de serviços, e gestores do banco de Portugal e das empresas públicas. E aos familiares e amigos de governantes, para quem o tacho está sempre garantido.
Este é o governo mais corporativo e neo-fascista de que há memória, desde 1974!
Mas garante que é o maior lutador contra as "corporações". Este governo há-de cair de podre. Do piorio...
ResponderEliminarDevo ser eu que não entendi bem.
ResponderEliminarMas vamos imaginar o seguinte: O ministério A gastou o ano passado 110 (mais 10% do que o orçamentado). Desse valor gastou 80% em recursos humanos dos quais 10% resultaram de promoçoes tendo em consideração a politica actual. Esses 10% são 8.8 que foram distribuidos de forma homogénea segundo uma política cega de aumentos e promoções. Ou seja, desde aquele que se está simplesmente lixando para a qualidade do serviço que presta até aquele mostra dedicação e competência todos foram remunerados de igual forma. Surge então aquio grande desafio - meritocracia é o objectivo. contratar os melhores e não os familiares. Temos de nos mentalizar que somos diferentes e temos prestações diferentes, e a avaliação e remuneração tem de reflectir isso. E isso não quer dizer prejudicar quem é mais fraco. Não isso quer dizer que existem outros ainda melhores.
Mas voltando às contas, desses 8.8 com uma politica meritocrática podemos de facto aumentar mais quem mais merece e menos quem menos merece.
Para o ano vamos ter então os mesmos 100, mas alocados de melhor forma,lá está a gestão interna.
Caro Humberto, não sejas irónico! Obviamente que entendeste muito bem, mas o teu entendimento merece-me algumas reservas:
ResponderEliminarPrimeiro, em relação a todas as formas de poder que não são expressão directa e genuína da vontade de todos os indivíduos (democracia) mas apenas dos supostos ou reais atributos de alguns, sejam a o dinheiro (plutocracia), o conhecimento (tecnocracia) ou o mérito de que falas (meritocracia). Não estando em causa o mérito de cada um pelo seu desempenho, acho que tal não deve constituir um acréscimo de poder sobre os indivíduos com menor capacidade. De resto, quando se decide, os votos têm todos o mesmo valor.
Depois, em relação à tua engenharia financeira que, embora digas não prejudicar quem é mais fraco, é justamente isso que faz.
Vejamos…
Partindo de um cenário inicial de uma dotação orçamental de 100, dos quais, 80% são remunerações, temos 3 hipóteses: a) fica tudo como está, o que é difícil de perceber e de aceitar, num país onde os exemplos que vêm de cima não são propriamente de contenção; b) como sugeres, sem aumentar a dotação orçamental (o que continua a ser inaceitável…), retira-se 10% à massa salarial, para aumentos e promoções, ou seja 8 (mas isso quer dizer que agora só haverá 72 para vencimentos, o que significa que quem não for aumentado, passará a ganhar menos! E eras tu que não querias prejudicar ninguém?!…); c) ou, como eu defendo, aumenta-se a dotação orçamental de cada serviço, tendo em conta o índice da inflação, os ganhos de produtividade e as promoções (isto é o mínimo exigível e nada tem a ver com as mordomias e salários milionários das chefias de um dos países mais pobres e (pior do que isso) mais injustos da UE).
Claro que, a pensar desta forma, eu nunca seria Ministro das Finanças deste governo. Mas tu… não sei não…