1. Em Portugal, o Rendimento Nacional Bruto (RNB) é já bastante inferior ao Produto Interno Bruto (PIB). Em 2006, a preços correntes, o PIB atingiu 155.289 milhões de euros, enquanto o RNB foi apenas de 149.111 milhões de euros. Isto deve-se à transferência de uma parcela crescente da riqueza criada no País, para o estrangeiro. Só nos dois anos de governo de Sócrates, essa parcela aumentou 113,4%, passando de 2.894,3 milhões de euros para 6.177,5 milhões de euros. Isto mostra como o domínio da economia portuguesa pelos grandes grupos económicos estrangeiros cresceu significativamente nos dois anos do actual governo do PS.
Esta expatriação de uma parte cada vez maior da riqueza criada em Portugal, determina que o valor que fica, por cada português, seja inferior ao que se calcula tomando como base o PIB. Com efeito, utilizando dados do PIB e do RNB, a preços constantes de 2000, conclui-se que, entre 2004 e 2006, o PIB por habitante aumentou apenas em 1%, mas o RNB por habitante diminuiu efectivamente em -1%. Estes dados revelam que o crescimento da riqueza em Portugal é de tal forma reduzido que, com esta sangria para o exterior, podemos até concluir que os portugueses estão a empobrecer.
2. Uma das principais causas do reduzido crescimento económico e do aumento significativo do desemprego é a quebra continuada no investimento, em particular o investimento público que, nos dois anos de governo de Sócrates, diminuiu em -20,6%, tendo passdo de 4.479,5 milhões de euros para apenas 3.558 milhões de euros.
Foi precisamente esta forte redução do investimento público (associada ao crescimento significativo do saldo da Segurança Social) que explica a redução do défice, dos 4,6% do PIB inicialmente previstos, para 3,9% do PIB.
Mas, se tivermos em conta que o défice orçamental de -4,6% correspondia já a um défice estrutural de apenas -3,4% (conforme pág. 11 do Relatório do OE2007), é bem provável que o défice orçamental de -3,9% corresponda a um défice estrutural inferior a 3%, ou seja, abaixo do que o próprio tratado da União Europeia exige.
Mesmo assim, Sócrates pretende continuar a estrangular a economia e a agravar as condições de vida dos portugueses. Que continuam condenados a "atar o ganho na ponta do lenço"!
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