José Afonso faleceu faz na próxima quarta-feira 25 anos. Mas um homem é as suas ideias, as suas convicções, a sua obra. Por isso o Zeca permanece vivo na nossa memória.
A nossa singela mas sentida homenagem a José Afonso, com as suas próprias palavras…
CARTA AO ZECA
(com as palavras que ele nos deixou)
Tu querias que esta fosse
uma terra da fraternidade,
uma cidade sem muros nem ameias,
com gente igual por dentro
e gente igual por fora.
Mas tu sabias como era a lei
nesta terra em que quem trepa no coqueiro é o rei,
nesta terra em que eles comem tudo,
comem sempre tudo,
e não deixam nada.
Por isso nos chamavas:
— Venham mais cinco! Traz outro amigo também!
E cada um de nós respondia-te,
com a coragem e a força que nos davas:
— A gente ajuda, havemos de ser mais, eu bem sei…
Partiste.
Passaram já tantos anos
Mas parece que foi ontem!
Parecerá sempre que foi ontem,
porque as tuas palavras, as tuas canções, o teu exemplo,
continuam connosco a dizer-nos
que o que faz falta é avisar a malta,
porque o pão que muitos comem ainda sabe a merda,
porque continua a haver infância que nunca teve infância,
porque ainda há homens que dormem na valeta.
— Mudem de rumo! Mudem de rumo!
— Que a voz não vos esmoreça, vamos lutar! — pedias.
É isso que faremos. Enquanto há força!
A nossa singela mas sentida homenagem a José Afonso, com as suas próprias palavras…
CARTA AO ZECA
(com as palavras que ele nos deixou)
Tu querias que esta fosse
uma terra da fraternidade,
uma cidade sem muros nem ameias,
com gente igual por dentro
e gente igual por fora.
Mas tu sabias como era a lei
nesta terra em que quem trepa no coqueiro é o rei,
nesta terra em que eles comem tudo,
comem sempre tudo,
e não deixam nada.
Por isso nos chamavas:
— Venham mais cinco! Traz outro amigo também!
E cada um de nós respondia-te,
com a coragem e a força que nos davas:
— A gente ajuda, havemos de ser mais, eu bem sei…
Partiste.
Passaram já tantos anos
Mas parece que foi ontem!
Parecerá sempre que foi ontem,
porque as tuas palavras, as tuas canções, o teu exemplo,
continuam connosco a dizer-nos
que o que faz falta é avisar a malta,
porque o pão que muitos comem ainda sabe a merda,
porque continua a haver infância que nunca teve infância,
porque ainda há homens que dormem na valeta.
— Mudem de rumo! Mudem de rumo!
— Que a voz não vos esmoreça, vamos lutar! — pedias.
É isso que faremos. Enquanto há força!
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