segunda-feira, abril 14, 2008

Portugal tomado de assalto

Houve um elemento que se destacou na "Quadratura do Círculo" quando José Pacheco Pereira "enunciou" o "problema" da ida de Jorge Coelho para a Mota-Engil. Foi o silêncio de Jorge Coelho. Ouviu coisas terríveis a seu respeito e ouviu-as impávido. Foram enunciadas sugestões de compadrio, sinecura, favoritismo e até incompetência para o lugar que vai assumir. Jorge Coelho manteve-se esfíngico não manifestando ter sentido qualquer ofensa. Se a sentiu ou não, não sei. Sei que não a manifestou. Conseguiu manter-se imperturbado enquanto era apregoado um terrível libelo de incoerências da vida pública em Portugal com ele no epicentro de impropriedades de comportamento. Nada de ilegal, mas tudo impróprio.
O antigo ministro do Equipamento Social de António Guterres não clamou nem inocência, nem ultraje. Olhou de frente o seu acusador e, com o silêncio, deu a única resposta que saiu do seu empedernido semblante e que eu traduzo como querendo dizer "É assim!". E é mesmo assim em Portugal. Perde-se o pudor, fica-se com o poder.

excerto de Perdido o pudor fica o poder, de Mário Crespo, JN

2 comentários:

  1. Essa faz-me lembrar um homenzito aqui da Serra da Lousã, que era um requintadíssimo ladrão e, quando alguém lhe dizia isso na cara, batia no bolso e dizia - sou ladrão? tá bem! mas tenho aqui o meu bolso cheio de massa!
    É tudo a mesma "massa"!!!
    Estes homenzitos nunca mais sairão das nossas vidas?
    (Por vontade própria, por certo que não. Tem de ser à força!)

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  2. Estes homenzitos nunca mais sairão das nossas vidas?

    A resposta à sua pergunta só nós — eleitores, cidadãos, povo anónimo — a podemos dar!
    Creia que ninguém limpará o país se nós não o fizermos!

    Abraço. Volte sempre.

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