terça-feira, janeiro 31, 2006

Recuperar o Partido Socialista (II)

Sempre acreditei na Esquerda dos valores e na utopia de uma sociedade justa e solidária. Mas, desde os tempos da faculdade, em que fui militante do saudoso MES, nunca mais pertenci a qualquer confraria partidária. No entanto, embora ache que os movimentos de cidadãos podem desempenhar um papel importante na formação da consciência democrática e no combate à "partidocracia", entendo que o Estado democrático não pode dispensar a existência de partidos políticos (os actuais ou outros), caso contrário, abrir-se-ia caminho a um regime em tudo semelhante ao que já tivemos durante 48 anos!

É preciso reinventar a Esquerda, é isso que me preocupa. E a reinvenção da Esquerda passa, inevitavelmente, pela reinvenção do seu maior partido, o PS, que é cada vez mais um partido liberal com laivos de social-democracia!

Apoiei Manuel Alegre. Empenhadamente! E fiquei triste com a sua prematura "derrota" à 1.ª volta!
Mas agora, apesar da minha condição de independente, entendo que ele não deve demitir-se do PS nem dos cargos para que foi eleito! Pelo contrário, os votos de mais de um milhão e cem mil eleitores, que, independentes ou não, são na sua esmagadora maioria votos genuinamente socialistas, exigem-lhe, mais do que a fundação de um movimento anódino ou de um epifenómeno partidário, mais tarde ou mais cedo condenados a um desaparecimento sem honra nem proveito, que ele se afirme corajosamente como alternativa capaz de recuperar o PS como autêntico Partido Socialista, como pilar insubstituível da Esquerda e de uma política de desenvolvimento que não esqueça nunca a solidariedade e a justiça social!

3 comentários:

  1. estou bastante de acordo com tudo o qu e disseste; para uma politica de esquerda em Portugal temos de ter o maior partido de esquerda forte, saudável e de esquerda. Neste momento, Alegre tem legitimidade e força para fazer isso; mas acho que ele vai tomar a posição errada (espero estar enganado, mas cheira-me).

    1 abraço

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  2. Anónimo3/2/06 00:03

    Estamos fadados a estar em desacorno no pormenor e de acordo no essencial. Alegre fez uma campanha baseada no anti-partido. Os partidos foram o inimigo a abater. a razão da desgraça deste país político. Nem votou o Orçamento para não se comprometer com o partido. Nem seguranças do governo queria, não fosse o partido espiar. Esqueceu-se, para mim, que ele era o Partido. Desde sempre. Até vice Presidente da AR, pelo partido que ele atacou. Nunca teve mesmo mais nenhuma ocupação que não fosse ser o Partido. Está no seu direito. Mas a coerência tem limites.

    Um abraço

    Rui Aguiar

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  3. Anónimo6/3/07 23:51

    Enjoyed a lot! »

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