quarta-feira, março 26, 2008

Ministério da "Educação", a raiz da indisciplina

A indisciplina e a violência nas escolas, fenómeno que tem vindo a aumentar nos últimos anos, não será exclusivamente imputável ao actual Ministério da "Educação" mas, por mais que o secretário de Estado, Valter Lemos, afirme a pés juntos que este é o Governo que mais medidas tomou relativamente ao combate a estes problemas, é hoje por demais evidente que a sua política de desautorização dos professores e desculpabilização do mau comportamento dos alunos só podia ter como consequência o agravamento e a generalização da situação.

Bem pode Valter Lemos querer tapar o sol com a peneira, tentando convencer-nos de que os incidentes de violência ocorrem apenas em 7% dos estabelecimentos de ensino quando, segundo o Observatório de Segurança Escolar, a cada dia que passa, registam-se em média duas agressões a professores nas escolas portuguesas. Infelizmente, o caso da Secundária de Carolina Michaellis, do Porto, é apenas a ponta de um gigantesco icebergue. Basta percorremos o You Tube para vermos a quantidade de histórias abjectas que por lá pululam!
O melhor serviço que esta equipa do M"E" podia prestar ao país seria autocriticar-se, pedir desculpa dos prejuízos que já causou (e foram muitos) e ir embora. Mas não o fará. O interesse nacional exigia-o, mas o calendário eleitoral não o permite. A campanha, de resto, já começou! É o que se pode concluir da apresentação de uma medida mirabolante, apenas destinada às escolas que tiverem um grande problema de indisciplina generalizada. De acordo com o aforismo que reza depois de casa roubada trancas na porta. À prevenção, Valter Lemos diz nada. As escolas e os professores que se aguentem à bronca! Como é costume…

2 comentários:

  1. A violência existe nas escolas porque falta a autoridade e o castigo que seria devido por mau comportamento, indisciplina e até mesmo delinquência.

    Como não se pode aplicar quaisquer castigos físicos, porque no mínimo provocam traumas psicológicos, na falta de outros castigos eficazes, resta a impunidade que serve de incentivo para que cresçam estes comportamentos anormais, nas escolas e fora delas. Eu, no meu tempo de escola fui castigado algumas vezes, mas nunca por mau comportamento, com algumas “palmatoadas” e não fiquei traumatizado por isso, nem conheço quem tenha ficado. Pelo contrário, acho que aqueles castigos eram úteis e me levaram a fazer os “trabalhos de casa”, que de outra forma ficariam sempre esquecidos a troco da brincadeira com os outros rapazes. Os castigos físicos eram bem tolerados pelos pais de todas as crianças e não consta que fossem piores pais do que os actuais.

    Que castigos deverão ser aplicados aos alunos? Ficam de castigo numa sala escura? Há o risco de ser considerado violência psicológica. Além disso, quando os visados se aperceberem de que nada lhes acontece se recusarem o castigo é isso mesmo que vão fazer: recusam o castigo. E depois? São multados? Quem paga as multas? Pagam-nas os alunos ou os pais? E se não pagarem? E se não tiverem meios para isso? Qual é o castigo alternativo? Ficam impunes? Expulsam-se da sala de aula ou da escola? Não serve de nada, apenas se transfere o problema para o exterior da sala de aula ou da escola. Esses jovens irão dar azo à sua liberdade doentia noutro lugar.

    Os castigos físicos são hoje todos condenáveis, mas, por vezes, são os únicos que têm algum efeito e são muito úteis até certa idade. É óbvio que me refiro a castigos físicos adequados e dentro de limites aceitáveis, mas só até aos 10, 12 anos de idade. Mas estes castigos são por ora condenados pelas nações ocidentais, pela EU e pelo nosso país. Assim, as mudanças terão que ocorrer primeiro nas principais nações (EUA, UK, França..), que a seu tempo se aperceberão da necessidade da reposição de alguns castigos físicos (Portugal nisto, como noutras matérias seguirá então o exemplo). Os pais irão aceitar e compreender a necessidade até para a protecção dos seus próprios filhos, que são as primeiras vítimas dos poucos jovens com procedimentos anormais.

    Mas a partir das idades que referi os jovens já não deverão nem poderão ser utilizados aqueles castigos nas escolas, pelo que esses jovens deverão ser encaminhados para "Casas de Correcção" ou lá como lhes queiram chamar (era assim no passado e poderá voltar a ser no futuro). Estes estabelecimentos devem incutir aos jovens aí internados as regras morais de conduta e hábitos de trabalho; estar autorizados a castigar os desvios que mesmo aí venham a ocorrer, fazendo sentir aos jovens aí internados que estão a cumprir um castigo: Poderá ser normal o levantarem-se e deitarem-se a uma hora certa e tratarem eles próprios das suas necessidades pessoais, como fazerem a cama e tratarem das suas roupas. É claro que as actividades escolares e de preparação para uma vida profissional seriam também incluídas. As actividades de lazer devem ser permitidas só em dias definidos, mas podendo ser canceladas em caso de castigo.

    A maioria das crianças e jovens não são delinquentes e pode ser corrigida de qualquer desvio através de uma simples conversa, mas basta um "rebelde" para boicotar uma aula e para arrastar consigo outros mais pacatos que não levantariam qualquer problema. Os colegas mais humildes são as primeiras vítimas e a escola não tem hoje maneira de as proteger.

    Algo deve mudar nas escolas por forma a castigar os desvios de comportamento dos jovens, senão estamos, sem o saber, a criar pequenos “monstros” que nunca se habituarão a cumprir regras sociais, que serão uns inúteis e que viverão sempre à custa do trabalho alheio, porque é mais fácil.

    Um dia as ideias que agora dominam, de não aplicar quaisquer castigos físicos, em quaisquer circunstâncias, terão que mudar: o que é hoje um conceito aceite e indiscutível será um dia posto em causa pelos futuros pedagogos. Houve no passado uma inversão nos castigos admissíveis nas escolas e outra acontecerá inevitavelmente no futuro.

    Há quem diga que tudo se resolve se os pais derem educação aos filhos. Pergunto: e quando os próprios pais não a têm, como podem ministrá-la aos filhos?

    Zé da Burra o Alentejano

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  2. Só juntar a estas situações, o problema é que essa violência gratuita transborda para fora da escola, e os nossos jovens acham que o comportamento irreverente dentro das escolas pode ser exactamente o mesmo fora das escolas, senão mesmo pior.
    Como são «impunes» desde pedras e vidros partidos a grafittis nas paredes pelos locais por onde passam antes de apanhar o meio de transporte é o «pão nosso de cada dia», porém, nem a PSP nem a GNR, nem o próprio lesado pode pedir satisfação pelos prejuízos que eles causam.

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