quarta-feira, março 26, 2008

Tão simples quanto isto!

Não é com medidas pontuais, reactivas e eleitoralistas, de quem o que tem feito é atirar gasolina para a fogueira com a completa desvalorização do papel do professor e o facilitismo e a indulgência com que tem brindado os alunos e os seus encarregados de educação, que o problema da indisciplina e da violência será erradicado das escolas.
É antes com medidas generalizadas e coerentes entre si. A saber…
  • reforço da autoridade dos docentes
  • co-responsabilização das famílias relativamente à convivência e sucesso escolares dos alunos
  • redução do número de alunos por turma e do número de turmas distribuídas a cada docente
  • criação de equipas multidisciplinares de mediação de conflitos
  • integração da temática da gestão de conflitos na formação inicial e contínua dos professores
Isto sim, seria governar. Mas exige algum investimento. E o objectivo deste governo não é esse. Antes, descredibilizar a Escola Pública para abrir caminho aos negócios privados da Educação que aí vêm! O último grande negócio que lhes faltava!

1 comentário:

  1. Anónimo1/4/08 22:34

    Os Serviços de Psicologia e Orientação foram criados como equipas multidisciplibares em 1991, mas nunca se abriu concurso para Técnico de Serviço Social, nem se formou mais Conselheiros de Orientação, e o último Concurso para psicólogo foi há 8 anos e nem todas as Escolas o têm. A maioria dos psicólogs só progrediu ainda uma categoria enquanto noutros serviços ou Ministérios já estariam como Assessores!

    As necessidades de apoio psicológico dos Alunos, das Famílias, dos Docentes e de outro Pessoal não-Docente exige o alargamento da rede dos Serviços de Psicologia e Orientação (SPO's). Todavia a contratação avulsa de psicólogos para as Escolas sem serem colocados nos SPO's pode ser contraproducente a diversos níveis: Em temos de eficácia, deontologicamente e porque não irão ter o enquadramento legal, a orientação e coordenação técnica-científica dos Serviços de Psicologia e Orientação, para não falar da precariedade do seu vínculo laboral. É também incompreensível porque é que desde 1991 nunca se abriu concurso para Técnico de Serviço Social dos SPO's!

    Tal como diz um colega meu – cito João – em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1323717&idCanal=58.
    "A intervenção de Técnicos (Psicólogos, Serviço Social, mediadores) não deve ser organizada como resposta a situação de crise em exclusivo. Foi essa visão limitada e tacanha de gestão de recursos humanos de mercearia que nos conduziu onde estamos hoje. Já existe o Serviço de Psicologia e Orientação que devia concentrar Psicólogos, Técnicos de Serviço Social e outros e trabalhar numa lógica de Prevenção Primária e Secundária e não apenas remediação. É atentar ao estado em que está a rede deste Serviço que logo perceberão a qualidade das políticas nesta área. Navegam à vista os senhores do ME!"

    Mas há outros problemas:

    Os alunos não são, felizmente, todos iguais. Deste facto decorre uma das exigência de ser-se Professor - saber gerir essas diferenças no espaço de sala de aula.
    Há alunos diferentes e o Ministério da Educação devia tê-los protegido ao rever o Decreto-Lei 319/91, com o Decreto-lei 3/2008. No entanto esqueceu, designadamente, os alunos sobredotados. Todavia o ME da Educação, através do Júri Nacional de Exames, também esqueceu os alunos disléxicos diagnosticados, ou com PEI elaborado, no 3º Ciclo do Ensino Básico. Esta medida contraria a prática das Escolas desde 1991 e contraria a autonomia técnica e científica dos Psicólogos dos Serviços de Psicologia e Orientação do ME. Não encontro efectivas vantagens nestas pequenas reformas, pelo contrário, empobrece a capacidade de resposta do Sistema Educativo a esses alunos diferentes.

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