Um dos mistérios da actual política educativa é a imposição de rígidos critérios de avaliação aos professores em vez do que convencionou chamar-se de “progressão automática” na carreira e, no que respeita aos alunos, a opção pelo facilitismo e por uma espécie de “progressão automática” de ano com recurso a sucessivas “provas de recuperação”. As próprias classificações dos alunos contarão para a avaliação dos professores, o que significa que dar boas notas será meio caminho andado para um professor poder subir na carreira. Assim, não só no Estatuto da Carreira Docente a palavra “ensinar” desapareceu das atribuições dos professores, como estes estão hoje sujeitos a todas as formas de pressão (até física; ainda recentemente uma professora do Carolina Michaelis foi agredida por uma aluna a quem deu uma nota baixa), da parte de alunos, de pais e do próprio Ministério para serem permissivos. Desde que se matricule, um aluno tem a passagem de ano assegurada. Nem precisa de ir às aulas, basta-lhe fazer umas “provas de recuperação”. E, se nem isso resultar, obterá depois o diploma do 12º ano em 15 dias nas “Novas oportunidades” da sua junta de freguesia. Não seria mais “simplex” o diploma do 12.º ano ser de distribuição geral como o Bilhete de Identidade?
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