quinta-feira, maio 31, 2012

Em política, o que parece é

Passos Coelho afirmou hoje que o erro detectado nas contas das receitas fiscais não tem impacto na execução orçamental nem põe em causa as metas orçamentais estabelecidas.
E na verdade, que importância têm essas miudezas numa economia em queda livre, com cerca de 15 empresas a falirem todos os dias e mais de 1 milhão de desempregados?
Mas PC não se fica por aqui nas suas verdades...
Afirmou ainda que o ministro-Adjunto, Miguel Relvas, “nunca teve negócios nenhuns com Silva Carvalho” e lamentou o eco dado pela comunicação a matérias “não provadas” ou “dadas como falsas.


Talvez os tempos sejam outros  mas, não há dúvida, esta peça lembra cada vez mais alguém tristemente célebre que dizia que "em política, o que parece é"!


sexta-feira, maio 25, 2012

Hoje há Rock in Rio! Amanhã não sabemos…

Os gregos, que estão a ser esfolados vivos e a sofrer uma vergonhosa chantagem do governo alemão, do FMI, e dos eurocratas, para continuarem a submeter-se à austeridade impiedosa da Troika, resistem heroicamente: querem continuar na Zona Euro, mas exigem solidariedade europeia e uma política que promova o crescimento e a justiça social, e, por isso, mantêm a intenção de votar maioritariamente na coligação de esquerda Syriza, que rejeita frontalmente a sangria a que a Grécia tem sido sujeita.

Por cá, os homens do fraque estão a avaliar a aplicação do pacto de agressão mas, para o governo, o P"S" e a Troika, parece estar quase tudo bem. Há apenas um pequeno problema, claro — mais de um milhão de desempregados! — mas não é nada que não se resolva com uma reduçãozinha de salários que, embora sejam já dos mais baixos da Europa, ainda são altos demais (nos salários milionários não se toca senão lá se ia a venda de carros de luxo)!…


Apesar da desgraça, a maioria dos portugueses que, segundo as sondagens, parece continuar a confiar nos partidos da Troika, para descontrair, vai até ao Rock in Rio! Tristezas não pagam dívidas…

terça-feira, maio 22, 2012

Abaixo de cão!

O relatório da OCDE sobre a qualidade de vida em 36 países (os 30 membros da organização, mais a Indonésia, a China, a Índia, a África do Sul e, pela primeira vez, o Brasil e a Rússia) revela que existe em Portugal um fosso considerável entre ricos e pobres e que os portugueses são dos menos satisfeitos com a vida.


Esta é uma negra realidade que só pode ser surpreendente para os mais desatentos ou ingénuos e não é fruto das consequências da actual crise do capitalismo (as quais, obviamente, atingem também os restantes países). É uma espécie de fatalismo, de maldição, de pobreza congénita, que vem dos tempos de servidão da ditadura, que julgávamos definitivamente ultrapassados, e que, em 30 anos de democracia, a governação da Direita e do PS, através de uma pseudo-alternância ou de um bloco central, nunca quis/ conseguiu erradicar, desperdiçando todas as oportunidades e queimando todas as etapas para desenvolver e tornar Portugal um país progressivo e socialmente justo.
Dizer, portanto, que a qualidade de vida dos portugueses está abaixo da média é puro eufemismo. A qualidade de vida dos portugueses está abaixo de cão!

sexta-feira, maio 18, 2012

O coiso

O Álvaro anda preocupadíssimo com a dimensão do coiso e acha que todos devem dar o seu melhor para que ele seja ultrapassado já que os resultados da sua política são bem conhecidos, particularmente por mais de um milhão de portugueses que engrossam cada vez mais o dito… coiso.


Afinal parece que a receita é simples e, como sempre, vem da sabedoria popular: corta-se o coiso!
Talvez fosse o que alguns precisariam… Sim, esses que estão a pensar!

quinta-feira, maio 17, 2012

O dominó europeu

Esta é a última anedota — que seria para rir se não estivéssemos à beira de um abismo — do Ministro do Pastel de Nata!
Definitivamente, esta cambada de irresponsáveis nunca irá entender, ou entendendo, admitir que a política de austeridade e empobrecimento imposta pela Troika irá rebentar com a Eurolândia, se não se arrepiar urgentemente caminho (se é que ainda vamos a tempo…).


Se a peça grega cair, o dominó europeu vai abaixo. E nem adianta saber quem se segue à Grécia. Tratar-se-á de uma implosão!

Grécia — Quando o povo se levanta

Por estes dias, o futuro da Europa joga-se na Grécia. É a primeira vez que um povo se levanta contra a obstinação recessiva do governo alemão. Os gregos rejeitaram a austeridade, que faz da expiação moral de um povo uma experiência social para toda a Europa.
E é por isso que a coligação dos partidos que, há 3 anos valia 80% dos votos, foi a grande perdedora das eleições. A austeridade implodiu a alternância bipartidária que, à vez, governou a Grécia nas últimas três décadas.


No contexto desta viragem, há uma força que emerge, que tem resistido a todas as pressões e mantém a sua palavra perante os gregos e a Europa. A lição que a coligação de esquerda Syriza nos tem dado é que é possível fazer frente ao eixo alemão e desenhar uma política de cooperação para o crescimento económico. Que essa vontade é a resposta democrática que a Europa tem que construir, que esse é o caminho de refundação da Zona Euro. ler artigo original

quarta-feira, maio 16, 2012

Amochar ou não: eis a questão!

Segundo dados "oficiais", os quais, por motivos que todos perceberão, talvez até pequem por defeito, cerca de 10% dos trabalhadores portugueses ganha apenas o Salário Mínimo Nacional, percentagem que tem vindo a aumentar nos últimos quatro anos.
Claro que nestes valores não estarão incluídos milhares de trabalhadores precários a recibos verdes, que recebem o que calha e, não estando inscritos no Fundo de Desemprego, por esse facto, não recebem qualquer subsídio.
Por este andar, ainda vão ter de trabalhar por um prato de sopa! Talvez então, finalmente, a maioria perceba que há outras verdadeiras alternativas políticas e governativas à alternância (farinha do mesmo saco) em que tem votado ao longo dos anos, demasiados anos!



Os gregos há muito o entenderam! Por isso têm vindo a recusar corajosamente a receita desastrosa da Troika e dos partidos que se lhe vergam e preparam-se para defender ainda de forma mais clara a continuação da Grécia no Euro, com base na solidariedade e na entreajuda europeia, mas rejeitando firmemente a continuação da austeridade que está a destruir o seu país e a Europa Social.
Alguns bardamerdas — decerto saberão a quem nos referimos! — insistem que Portugal não é a Grécia. E realmente não é… A começar pelos gregos que, ao contrário da esmagadora maioria dos portugueses, não amocham!

terça-feira, maio 15, 2012

A catástrofe da troika

O novo documentário da equipa responsável por Dividocracia chama-se Castastroika e faz um relato avassalador sobre o impacte da privatização massiva de bens públicos e sobre toda a ideologia neoliberal que está por detrás. Catastroika denuncia exemplos concretos na Rússia, Chile, Inglaterra, França, Estados Unidos e, obviamente, na Grécia, em sectores como os transportes, a água ou a energia. Produzido através de contribuições do público, conta com o testemunho de nomes como Slavoj Žižek, Naomi Klein, Luis Sepúlveda, Ken Loach, Dean Baker e Aditya Chakrabortyy.


De forma deliberada e com uma motivação ideológica clara, os governos daqueles países estrangulam ou estrangularam serviços públicos fundamentais, elegendo os funcionários públicos como bodes expiatórios, para apresentarem, em seguida, a privatização como solução óbvia e inevitável. Sacrifica-se a qualidade, a segurança e a sustentabilidade, provocando, invariavelmente, uma deterioração generalizada da qualidade de vida dos cidadãos.


As consequências mais devastadores registam-se nos países obrigados, por credores e instituições internacionais (como a Troika), a proceder a privatizações massivas, como contrapartida dos planos de «resgate». Catastroika evidencia, por exemplo, que o endividamento consiste numa estratégia para suspender a democracia e implementar medidas que nunca nenhum regime democrático ousou sequer propor antes de serem testadas nas ditaduras do Chile e da Turquia. O objectivo é a transferência para mãos privadas da riqueza gerada, ao longo dos tempos, pelos cidadãos. Nada disto seria possível, num país democrático, sem a implementação de medidas de austeridade que deixem a economia refém dos mecanismos da especulação e da chantagem — o que implica, como se está a ver na Grécia, o total aniquilamento das estruturas basilares da sociedade, nomeadamente as que garantem a sustentabilidade, a coesão social e níveis de vida condignos.


Se a Grécia é o melhor exemplo da relação entre a dividocracia e a catastroika, ela é também, nestes dias, a prova de que as pessoas não abdicaram da responsabilidade de exigir um futuro. Cá e lá, é importante saber o que está em jogo — e Catastroika rompe com o discurso hegemónico omnipresente nos media convencionais, tornando bem claro que o desafio que temos pela frente é optar entre a luta ou a barbárie.

segunda-feira, maio 14, 2012

E se Fátima não resultar?

Os portugueses foram a Fátima pedir emprego a Nossa Senhora. De joelhos. Mas a resignação e a paciência também têm limites. Mesmo para um "povo de brandos costumes".


"Senhores governantes" (se isso podemos chamar a uma corja de malfeitores), "fiem-se na virgem e não corram e vão ver o tombo que levam", se a rapaziada se ergue e decide exigir emprego!… À cacetada, se preciso for…

Estou cansado

Podemos ficar tranquilos e descansados porque afinal a crise é artificial, sugere Passos Coelho.
Ou talvez não… Afinal o rapaz não tem consciência da catástrofe que está a provocar, ou é Primeiro-ministro de outro país que não o nosso, ou então sabe bem o que anda a fazer e ainda goza quando se afirma "cansado de crises artificiais".


Seja como for, cansado estou eu da governação e das baboseiras de Passos Coelho. E maioria dos tugas… não?

domingo, maio 13, 2012

Piegas e cobarde

Depois de, por diversas vezes e em vários pontos do país, ter sido acusado de roubar os funcionários públicos, os reformados, os contribuintes, e ter até sido politicamente responsabilizado pelo aumento da mortalidade das pessoas idosas em virtude dos cortes verificados nos cuidados de saúde, o Primeiro-ministro foi hoje uma vez mais acusado, desta vez, durante a sua visita à Feira do Livro de Lisboa.


Porém, as acusações foram agora mais simpáticas! Para os manifestantes, Piegas Cobarde… perdão! Passos Coelho não passa afinal de um vulgar piegas (como qualquer um de nós, como ele diz) e um cobarde (o que, neste caso, faz todo o sentido, dada a forma como sempre se tem posto a jeito das exigências da senhora Merkel).

sexta-feira, maio 11, 2012

Passos Coelho bate Salazar

"Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses", afirmou um dia Salazar.


Agora Passos Coelho diz que estar desempregado representa uma oportunidade para mudar de vida e  bate Salazar aos pontos: condena mais de um milhão de portugueses à pobreza, a passarem fome, a ficarem sem casa, sem cuidados de saúde. E ainda os goza!…

Podemos ficar "descansados"

Portugal atingiu um nível insuportável de carga fiscal. O nosso país é agora o 5.º da OCDE onde a taxa de emprego mais caiu desde o início da crise e o desemprego vai chegar aos 15,5% este ano. A recessão em Portugal vai prolongar-se por nove trimestres.
No entanto, podemos ficar "descansados" porque a Comissão Europeia e o Governo continum a achar que Portugal está no "bom caminho". E, como há muito percebemos, eles sabem o que estão a fazer. Oh se sabem...

terça-feira, maio 08, 2012

Unidade da esquerda, precisa-se!

Mário Soares afirma que esta política de austeridade não faz qualquer sentido e quer que o PS de Seguro rompa com a troika. Mas a direcção do partido, como seria de esperar, não está para aí virada.
Louçã aplaude Soares e diz que ele está a dar razão ao Bloco. Já o PCP espera "mais do que palavras" e diz que os trabalhadores querem "ruptura".
Ora aí está! Talvez fosse boa altura para a Esquerda deixar de lado o sectarismo e por em prática a unidade. Na acção, pelo menos.

sexta-feira, maio 04, 2012

Adeus subsídios!

Se ele o diz, quem sou eu para me iludir com a mentira do novo Pinóquio Coelho sobre a reposição dos subsídios de férias e de Natal até 2018?


"O Governo foi cauteloso e fala como hipótese técnica repor 25% do subsídio a partir de 2015 até 2018, fala como hipótese técnica, quase académica, e isso dá para tudo". E para nada:"Infelizmente a minha intuição é que não vai haver mais reposição", acrescentou o antigo ministro das Finanças, Bagão Félix. E podem crer que ele sabe do que fala!…
Aí têm a verdade, portanto: adeus subsídios!

quarta-feira, maio 02, 2012

Terra da impunidade


Tenham ou não sido negligentes, o certo é que nenhum dos responsáveis pela supervisão do BPN foi punido e alguns foram até "promovidos". 


Vítor Constâncio, o governador do BP em todo o período em que foram cometidas irregularidades naquela associação criminosa, foi até escolhido para número dois do BCE.
Na terra da impunidade, como se vê, a negligência compensa!!!

Estado capitalista

"Estado burguês" ou "Estado capitalista" não são chavões. São conceitos, marxistas, mas que continuam a traduzir, cada vez com mais clareza, o que na generalidade chamamos de "Estado democrático".
Vem isto a propósito da obscena promiscuidade entre o Governo e o banco público, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), com o sector financeiro privado.


O Presidente da CGD, que representa o Estado e, portanto, o interesse público, da parte da tarde, negoceia com a troika os interesses do sector privado, junto de instituições estrangeiras. Mas como se isso não fosse já absolutamente incompatível e verdadeiramente promíscuo, escolheu ser pago pela Associação Portuguesa de Bancos e não pela CGD, para que dúvidas não subsistam sobre quem está verdadeiramente a defender: não são o Estado e os interesse colectivos, seguramente.