sábado, outubro 17, 2009

A Escola: formar cidadãos livres

"O que o Ministério fez foi tirar credibilidade à democracia dentro e fora da escola". 


"Um dos maiores ataques à democracia" é o novo modelo de gestão das escolas, que "tira a representatividade e o poder aos estudantes e outras classes nos órgãos de gestão, dando-o a agentes exteriores à escola". 


"Por melhor que essa colaboração pudesse ser, não podemos prescindir de direitos tão fundamentais como a eleição do director da escola e a elaboração do regulamento interno". 


"O Ministério desprezou manifestações com milhares de estudantes, só por sermos menores, como se por sermos estudantes de secundário não tivéssemos uma palavra a dizer. Desprezou abaixo-assinados, incluindo um com dez mil assinaturas de estudantes, que pediram a revogação destas leis. Desprezou manifestações com várias dezenas de milhar de professores que lutavam pelos seus direitos, pelas suas escolas".  

Poderíamos julgar que os parágrafos anteriores seriam fragmentos de um discurso de um qualquer deputado da oposição sobre a política educativa do anterior governo mas, na verdade, não são. É algo de mais importante, porque inédito.
Trata-se de passagens de um discurso improvisado pelo aluno Pedro Feijó, delegado dos alunos no Conselho Pedagógico da Escola Secundária Luís de Camões, na cerimónia do 100.º aniversário da escola, onde estiveram presentes o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, além do director da escola e do médico João Lobo Antunes, um dos antigos alunos.  
Está de parabéns a Escola Secundária Luís de Camões pelos 100 anos que, até hoje, dedicou, não apenas à educação dos jovens mas, sobretudo, à formação de cidadãos livres e conscientes, de que agora foi exemplo, Pedro Feijó. Foi esta a melhor prenda que a escola poderia ter recebido.

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