quarta-feira, julho 25, 2012

Pode ser tarde!

É absolutamente compreensível a nossa revolta contra os filhos-da-puta que estão a dar cabo do nosso quotidiano. E devemos cada vez mais dar-lhe largas. À nossa revolta, obviamente.
Mas sejamos claros, o "nosso" problema é global. Não é apenas a sobrevivência de Portugal que está em causa, é a sobrevivência do sistema capitalista! Não é por acaso que a bancarrota da Grécia e o afundamento da Espanha e da Itália já estão a contagiar a Alemanha, a Holanda e o Luxemburgo!… E a reflectir-se em Wall Street!…
Podiam ter criado "eurobonds" e titularizado as dívidas soberanas dos países com mais dificuldades. Podiam ter acabado, ACABADO, com o mercado secundário de capitais, que não é mais do que o casino que alimenta a especulação financeira e o enriquecimento de 1% à custa dos outros 99%. Podiam ter acabado com as agências de "rating", que mais não fazem do que estar ao serviço dos especuladores e não da economia real. Podiam ter acabado com os paraísos fiscais e a evasão fiscal. Durante três anos, TRÊS ANOS, podiam ter acabado com tudo isto. Mas nada fizeram. Preferiram brincar com o fogo. Agora pode ser tarde.


sexta-feira, julho 13, 2012

Portugal fede

Relvas é definitivamente o exemplo acabado do político maquiavélico para o qual os fins justificam os meios. Foi assim com o "caso das secretas", assim é com o caso da sua "licenciatura" na forma tentada. Não hesita, por isso, em afirmar que está de consciência completamente tranquila, mesmo se consciência e ética é precisamente o que ele não tem!
Até os seus correligionários se sentem incomodados com o seu comportamento, afirmando que está a prejudicar a imagem do "governo" ou que "devia demitir-se para poupar o primeiro-ministro". Como se fosse esse o cerne da questão?!… E a verdade é que não é. Por isso é que Passos Coelho, que tem destruido o país com a sua política, já veio renovar publicamente a sua confiança no "Dr." Miguel Relvas.



Não há dúvida, com esta governança, este país é cada vez mais uma latrina fedorenta. A sua limpeza é por demais urgente, mas duvido que os portugueses estejam com energia e vontade bastantes para a necessária barrela!

quarta-feira, julho 11, 2012

Madrid

Apesar das experiências ditas socialistas terem sido condenadas pela História, por razões que não vêm ao caso, o Socialismo continua a ser, tem de ser, o futuro da Humanidade.
A selvajaria capitalista apenas garante exploração, empobrecimento, humilhação, morte, até, à esmagadora maioria dos seres humanos. E uma falsa democracia "sequestrada, condicionada, amputada" pelo poder financeiro, na qual apenas temos a "liberdade de escolher o molho com que nos querem devorar".
Por isso, o capitalismo não é, não pode ser, o futuro da Humanidade e a sua derrota é um imperativo para a sobrevivência da espécie humana. EIe está num bêco sem saída, desesperado, gravemente ferido. Talvez por isso a besta capitalista nunca tenha sido tão perigosa e a sua queda, mais do que votos, exija ainda muito sangue, suor e lágrimas. Como está a acontecer em Madrid.

Intransigência

Há pouco, no telejornal, foi dito, literalmente, que os médicos mantiveram a sua intransigência ao decidirem ir para a greve.
Sucede que os médicos estão em greve durante dois dias, com o apoio das suas organizações sindicais e da sua Ordem, não por questões salariais ou outras, de natureza pessoal, mas sim pela defesa do Serviço Nacional de Saúde, pela qualidade dos serviços hospitalares, pela nossa saúde.
Esta greve é fruto de intransigência, sim, dos "porcos" que estão a destruir o que resta deste país: a economia, a saúde, a escola, enfim, o direito a uma vida condigna de todos os portugueses.

Estado de catástrofe

Hoje à tarde, na AR, discute-se o Estado da Nação. De verdadeira catástrofe: economia em recessão, empresas falidas, famílias empobrecidas, mais de um milhão de desempregados, país mais endividado, buraco orçamental de dois mil milhões de euros; enqunto continua o regabofe das rendas das parcerias público-privadas, dos subsídios das fundações, das reformas douradas e salários milionários.
Se não acordarmos, se não resistirmos (seguindo o exemplo dos nossos irmãos e vizinhos), vem aí mais austeridade. Depois da função pública, o ajuste de contas será com os trabalhadores do sector privado e os utentes da educação e da saúde.
Podem ter a certeza.

sexta-feira, julho 06, 2012

O crime vai continuar

A política de austeridade tem-se revelado absolutamente prejudicial. Devastadora para as famílias, os trabalhadores, os reformados, ruinosa para as empresas e a economia, desastrosa para o país.
Como se tudo isto não fosse já suficientemente grave, a política de austeridade tem-se mostrado ainda completamente inútil pois tem agravado a dívida externa e o défice público em vez de contribuir para a sua redução.
E finalmente, 
política de austeridade é, em muitos aspectos, inconstitucional, como o próprio Tribunal Constitucional reconhece ao vetar o corte dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos, por violação do princípio da igualdade.


Trata-se, portanto, de uma política dolosa, ilegal, criminosa. Mas os delegados da troika revelam-se dispostos a continuá-la, alargando os cortes ao sector privado.