A sucessão de acontecimentos tem sido de tal modo avassaladora que nos sentimos constantemente ultrapassados e sem fôlego para acompanhar a realidade.
Os aumentos quase diários dos preços absolutamente incomportáveis dos combustíveis e a paralisação dos pescadores, primeiro, dos agricultores, depois, e dos camionistas, agora, a que se junta o gigantesco protesto dos trabalhadores contra as alterações ao Código do Trabalho, ameaçam colocar o país à beira do caos e da completa paralisia. O Governo, que vai perdendo a sua arrogância e se desfaz a cada dia que passa, receando o desastre eleitoral mais que previsível, refugia-se no autismo e na ausência de diálogo e manda a GNR tratar do assunto.
Ao mesmo tempo, para se alhearem da crise, os tugas vão para a praia apanhar banhos de sol, enquanto esperam por mais uma jogatana de bola da nossa milionária selecção, com os checos.
Instado a comentar a situação, o Presidente da República, de forma infeliz e certamente involuntária, diz que prefere sublinhar, acima de tudo, a raça, o dia da raça, numa alusão a valores e ideologias que julgávamos definitivamente enterrados com a ditadura.
Mas, já nada me espanta neste Portugal que, de Abril, pouco ou nada conserva…
Na RTP, Cavaco fala aos dignitários do regime e distribui-lhes as comendas do costume. À mesma hora, para estupidificar ainda mais o pagode, o nacional-cançonetismo de sempre é receita infalível: na SIC, Ana Malhôa, e na TVI (para não lhe ficar atrás), Mikael Carreira!
Ó meus amigos, será que tudo isto não passa de um pesadelo? Belisquem-me, por favor, e digam-me que nada disto é verdade!…
Infelizmente a mais pura das verdades é esta.
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