sábado, fevereiro 11, 2006

Que liberdade sem tolerância?

Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão. (Artigo 19. ° da Declaração Universal dos Direitos do Homem)

A educação deve (...) favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desencolvimento das actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz. (ponto 2 do Artigo 26. ° da Declaração Universal dos Direitos do Homem)

Naturalmente, é muito difícil a quem, de um lado ou de outro, se julga civilizacionalmente superior e detentor da verdade, perceber que não está só, neste mundo. Acha-se, por isso, no direito de usar a liberdade — seja a liberdade de expressão, a liberdade de manifestação ou qualquer outras das múltiplas formas de liberdade, incluindo a liberdade económica — para insultar, agredir, espezinhar, escravizar, matar, ignorando o princípio elementar de que a liberdade só faz sentido se cada "parte" respeitar a liberdade da(s) outra(s) parte(s). Para que a liberdade, utilizada diferentemente por cada "parte", seja um bem de TODOS.
Infelizmente não são poucos os que assim pensam! Os "rebanhos" de fundamentalistas adeptos de uma "solução final", intoxicados e instigados, de um lado, por uma plutocracia disfarçada, e do outro, por uma teocracia "iluminada", são cada vez mais numerosos!

(...) ambos os fundamentalismos se equivalem e prometem locomotivar, pelo sua efervescência vanguardeira, as massas facilmente adesivas .
Olhando friamente tamanhos prodígios civilizacionais encandeia-nos mesmo um efeito de espelho. Comparando a selvajaria que agora somos com as civilizações que já fomos, tal qual a selvajaria que eles agora são com a civilização que já foram, dir-se-ia que a regressão corre geminada e a bom ritmo.

No meio de tanta incompreensão, tanta intolerância, tanto radicalismo, com tanta gasolina atirada para o incêndio, torna-se cada vez mais difícil, talvez até perigoso, apelar à moderação, ao equilíbrio, à convivência, sem corrermos o risco de sermos "empurrados" para a "outra parte", que o mesmo será dizer, sermos tratados como inimigos! Mas é a única luta que vale a pena travar!…

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