sexta-feira, setembro 28, 2012

Enquanto é tempo. Enquanto há força.


Os dois objectivos da política da Troika e do "governo" que a executa zelosamente são a redução do défice orçamental e a redução da dívida pública. A todo o custo. 
Mesmo que para isso tenham de empurrar a economia para a recessão, levando milhares de empresas à falência e agravando imparavelmente o desemprego (que ultrapassa já 1 milhão e 300 mil desempregados). 
Mesmo que para isso tenham de cortar salários e pensões, roubar subsídios, e cortar mais e sempre nas despesas em áreas fundamentais como a saúde, a educação e a segurança social. 
Mesmo que para isso aumentem dramaticamente as contribuições e impostos e não percebam que, desse modo, liquidando a economia e a vida das pessoas, acabam por conseguir menos receitas fiscais.



É este o "bom caminho" de que o "governo" fala: o caminho do empobrecimento generalizado dos portugueses, o caminho da destruição do país, o caminho para o inferno. 
De uma vez por todas: se queremos inverter este caminho e evitar a tragédia,  temos de pôr fim a esta política e correr com os seus executores. Enquanto é tempo. Enquanto há força

quinta-feira, setembro 06, 2012

República de bananas

Portugal já chegou ao limite da carga fiscal. Isso explica que, apesar do aumento de todos os impostos, com uma economia mergulhada na recessão e uma população cada vez mais empobrecida e desempregada, a receita esteja em queda em vez de aumentar.
Pois apesar da dramática evidência de que esta política só nos pode arrastar para um abismo sem fundo, o Primeiro-ministro, eleito com os votos de pouco mais de um quinto dos eleitores, acha que ainda não fodeu completamente o país e a vida dos portugueses e prepara-se para massacra-los novamente com mais uma subida de impostos.


Muito pior que o pior dos ladrões e dos criminosos, Passos Coelho é um completo e perigoso irresponsável. Só o seu afastamento e o fim da sua política liquidatária e suicidária poderiam devolver a esperança ao nosso país. Mas para isso seria preciso que esta república de bananas governada por sacanas tivesse um Presidente. Ou um Povo.

terça-feira, setembro 04, 2012

O flagelo

Mais de 4 mil e trezentas empresas abriram falência desde o início do ano. Quase tantas como no total de 2011. Uma das razões apontadas para o aumento do número de falências é a falta de financiamento da banca que foi recapitalizada directamente com 12 dos 78 mil milhões do empréstimo do resgate e ainda pode refinanciar-se com avales do Estado (ou seja, à nossa custa) até 35 mil milhões!
A destruição do Serviço Nacional de Saúde prossegue, imparável: em 2013, mais um corte de 200 milhões de euros! E a Segurança Social e a Educação também terão menos dinheiro, pois então!
Na Educação, além disso, já este ano passará a haver muito menos professores e, claro, pior escola. Largos milhares de docentes contratados, muitos dos quais com muitos anos de experiência profissional, não obtiveram colocação e, em vez de se apresentarem nas escolas, como seria normal num país decente, apresentaram-se nos centros de emprego, engrossando dramáticamente a lista de desempregados do país.
Enfim, a economia continua a afundar, a esmagadora maioria dos portugueses a empobrecer, e apesar (ou antes, por causa) da austeridade, a dívida aumenta e o défice regista um buraco de mais de 5 mil milhões de euros.


É este o resultado da receita da troika! Que o governo PSD/ CDS não apenas se limitou a cumprir mas a levar ainda mais longe, à espera de compreensão e benevolência, se as coisas não corressem bem.
Mas, com esta política, é óbvio que as coisas só podiam correr mal. E a troika não assume responsabilidades nem revela qualquer flexibilidade. O que significa que podemos levar mais uma dose de austeridade que, desta vez, poderá ser letal.
Sejamos claros, com este governo e com esta política não irá haver qualquer recuperação. Nem em 2013, nem nunca. Eles, mais que os incêndios, são o verdadeiro flagelo do país que urge combater. Em nome da nossa sobrevivência.

domingo, setembro 02, 2012

A corrupção vai acabar!

Em 2005, Portugal estava no 26.º lugar da classificação do Índice de Percepção da Corrupção (IPC), o que já não era propriamente brilhante. Em 2011, afundava para o 32.º lugar, ao lado de países exemplares como o Botswana e Taiwan, o que deixa perceber que a corrupção ter-se-á agravado.
Apesar desta evidência, a Procuradora-geral Adjunta, Cândida Almeida, na Universidade de Verão do PSD, “disse olhos nos olhos que o nosso país não é corrupto, os nossos políticos não são corruptos, os nossos dirigentes não são corruptos”, tendo sido vibrantemente aplaudida pelos presentes no que foi, seguramente, música para os ouvidos de alguns figurões da nossa praça.


Deve ser por isso que, ao fim de tantos anos de supostas investigações e processos (Freeport, Operação Furacão, Caso BCP, Caso BPN, Face Oculta, só para citar os mais mediáticos), ainda ninguém foi posto atrás das grades!…
Uma coisa é certa, se a senhora for nomeada Procuradora-Geral da República, então sim, a corrupção acabará definitivamente neste país, mesmo que Portugal caia para o 50.º lugar do IPC e fique ao lado do Rwanda!…  

terça-feira, agosto 28, 2012

Devíamos fazer alguma coisa

Os homens do fraque estão novamente por cá para avaliarem a linda merda que a receita da troika causou: a continuada recessão da economia, a falência generalizada de empresas, a incessante subida do desemprego, o empobrecimento da população e, apesar de e por causa de todo este sacrifício, o agravamento da dívida externa e um défice orçamental bem acima do limite que impôs, os quais era suposto serem reduzidos! Como se isso fosse possível com esta política (ou antes, este saque escandaloso!).



Ora, para avaliar este crime estamos cá nós, que há mais de um ano, à conta dele, andamos a ser sangrados como se porcos fôssemos!…Estamos pra ver qual será a cosmética que vão utilizar para darem a ideia que solucionam o problema — alargar o prazo de cumprimento do acordo? aceitar que o défice fique acima do que foi exigido? aumentar o montante do resgate? ou ainda mais austeridade? — porque verdadeira solução, que passaria pela restruturação da dívida (que não fizemos e foi agravada pelos mercados e pelos especuladores) e pelo investimento produtivo e a dinamização da economia, com esta súcia, bem podemos esperar sentados. Ou, pensando melhor, devíamos fazer alguma coisa. Mas alguma coisa mesmo. 

domingo, agosto 19, 2012

Português suave

Comparando os resultados da mais recente sondagem (ver imagem abaixo) com os resultados das últimas eleições de há pouco mais de um ano, verifica-se que:

(clicar na imagem para ver em modo ampliado)
Estudo de opinião efectuado por Eurosondagem, S.A. para o Expresso e a SIC
  1. O PSD, apesar das malfeitorias e humilhação a que o seu "governo" tem submetido a maioria da população, mesmo tendo descido cerca de 4,5 pontos, continua à frente!!!
  2. O PS, apesar de, de PEC em PEC, ter conduzido o país à beira do precipício, começa (mais uma vez!) a recuperar a "confiança" (chamemos-lhe ILUSÃO) do eleitorado, subindo cerca de 5 pontos!!!
  3. O CDS consegue fazer crer que não tem nada a ver com o governo de destruição nacional da direita e mantém-se no terceiro lugar!!!
  4. A Esquerda (PCP e BE), por mais que denuncie, clame, lute, estrebuche, não consegue mobilizar a população e o país, e sobe… quase nada!!!
  5. Paulo Portas, depois da colossal vigarice dos submarinos e de ter feito (ou mandado fazer) desaparecer a documentação da negociata, consegue ser o político com mais popularidade!!!
  6. Uma palavra para Francisco Louçã que, apesar de tudo, ainda consegue o 3.º lugar, mas decidiu abandonar a liderança do BE e sair de cena  (para ser franco, seria exactamente o que eu faria! como eu compreendo a sua provável frustração!…).

Podemos queixar-nos da incompetência, da falta de ética, da injustiça, da iniquidade, da corrupção instaladas na governança? Podemos. Podemos queixar-nos que a maioria dos políticos não são melhores? Podemos.

Mas este povo (falo da maioria) deseducado, sem memória, sem consciência cívica e política, este "povo de brandos costumes" com "paciência de boi manso", autêntico "Português Suave", não está isento de culpas. Pelo contrário! É conivente, por acção ou omissão, com os bandalhos que estão a destruir o nosso país e a nossa vida!…

sexta-feira, agosto 17, 2012

Continua a 'coboiada'!

Não sei se ainda compensa ir fazer compras a Espanha mas não acho que seja essa a questão que se deve colocar. O que sei é que, embora o governo espanhol vá subir o IVA — para 21%, enquanto nós já pagamos 23%! — não vai agravar o preço dos combustíveis com mais impostos, ao contrário do que se passa por cá, como bem sabemos.
Por seu lado, na Itália, Mário Monti pondera reduzir impostos antes do final do mandato.
 

Por cá, continuam as "boas notícias"… 
Ao mesmo tempo que vai reduzir a factura fiscal da banca por lhe ter concedido apoio financeiro (pasmem-se!!!), o governo (neste caso, uma força de expressão para uma corja de malfeitores!) está a preparar-se para nos ir ao bolso uma vez mais, em 2013, através de uma sobretaxa que incidirá no 13.º mês. 
Enfim, continua esta coboiada em que é tudo dos xerifes!

quinta-feira, agosto 02, 2012

Zeca Afonso vive!


José Afonso faria hoje 83 anos se fosse vivo. Mas no dia 23 de Fevereiro de 1987, a morte saiu à rua e levou-o do nosso convívio. Prematuramente, mesmo que aquele infausto acontecimento, ao fim de alguns anos de terrível doença, fosse esperado.

Mas não é a morte do Zeca e a profunda tristeza que nos causou que hoje lembraremos. Hoje será sempre o dia de celebrar o nascimento do maior cantor popular português, do amigo maior que o pensamento

Que continua connosco, na nossa memória, através das suas palavras, das suas canções, do seu exemplo de cidadão. A lembrar-nos que o que faz falta é avisar a malta, porque o pão que muitos comem ainda sabe a merda, porque continua a haver infância que nunca teve infância, porque ainda há homens que dormem na valeta. A avisar-nos que os vampiros continuam a chupar o sangue fresco da manada, numa terra sem lei em que quem trepa no coqueiro é o rei, na Europa do "estou-me nas tintas" e do "chacun por si, chacun por soi"

Zeca Afonso vive, portanto. Mas, apesar de Abril, quase tudo está por fazer. Por isso ele continua a lembrar-nos que a terra da fraternidadecidade sem muros nem ameias com gente igual por dentro e gente igual por fora, é possível. Basta continuarmos a ser filhos da madrugada e partirmos à procura da manhã clara, basta sermos os cantores do sol de Verão, bastar mudarmos de rumo. Porque o povo é quem mais ordena, se assim o quisermos.

quarta-feira, julho 25, 2012

Pode ser tarde!

É absolutamente compreensível a nossa revolta contra os filhos-da-puta que estão a dar cabo do nosso quotidiano. E devemos cada vez mais dar-lhe largas. À nossa revolta, obviamente.
Mas sejamos claros, o "nosso" problema é global. Não é apenas a sobrevivência de Portugal que está em causa, é a sobrevivência do sistema capitalista! Não é por acaso que a bancarrota da Grécia e o afundamento da Espanha e da Itália já estão a contagiar a Alemanha, a Holanda e o Luxemburgo!… E a reflectir-se em Wall Street!…
Podiam ter criado "eurobonds" e titularizado as dívidas soberanas dos países com mais dificuldades. Podiam ter acabado, ACABADO, com o mercado secundário de capitais, que não é mais do que o casino que alimenta a especulação financeira e o enriquecimento de 1% à custa dos outros 99%. Podiam ter acabado com as agências de "rating", que mais não fazem do que estar ao serviço dos especuladores e não da economia real. Podiam ter acabado com os paraísos fiscais e a evasão fiscal. Durante três anos, TRÊS ANOS, podiam ter acabado com tudo isto. Mas nada fizeram. Preferiram brincar com o fogo. Agora pode ser tarde.


sexta-feira, julho 13, 2012

Portugal fede

Relvas é definitivamente o exemplo acabado do político maquiavélico para o qual os fins justificam os meios. Foi assim com o "caso das secretas", assim é com o caso da sua "licenciatura" na forma tentada. Não hesita, por isso, em afirmar que está de consciência completamente tranquila, mesmo se consciência e ética é precisamente o que ele não tem!
Até os seus correligionários se sentem incomodados com o seu comportamento, afirmando que está a prejudicar a imagem do "governo" ou que "devia demitir-se para poupar o primeiro-ministro". Como se fosse esse o cerne da questão?!… E a verdade é que não é. Por isso é que Passos Coelho, que tem destruido o país com a sua política, já veio renovar publicamente a sua confiança no "Dr." Miguel Relvas.



Não há dúvida, com esta governança, este país é cada vez mais uma latrina fedorenta. A sua limpeza é por demais urgente, mas duvido que os portugueses estejam com energia e vontade bastantes para a necessária barrela!

quarta-feira, julho 11, 2012

Madrid

Apesar das experiências ditas socialistas terem sido condenadas pela História, por razões que não vêm ao caso, o Socialismo continua a ser, tem de ser, o futuro da Humanidade.
A selvajaria capitalista apenas garante exploração, empobrecimento, humilhação, morte, até, à esmagadora maioria dos seres humanos. E uma falsa democracia "sequestrada, condicionada, amputada" pelo poder financeiro, na qual apenas temos a "liberdade de escolher o molho com que nos querem devorar".
Por isso, o capitalismo não é, não pode ser, o futuro da Humanidade e a sua derrota é um imperativo para a sobrevivência da espécie humana. EIe está num bêco sem saída, desesperado, gravemente ferido. Talvez por isso a besta capitalista nunca tenha sido tão perigosa e a sua queda, mais do que votos, exija ainda muito sangue, suor e lágrimas. Como está a acontecer em Madrid.

Intransigência

Há pouco, no telejornal, foi dito, literalmente, que os médicos mantiveram a sua intransigência ao decidirem ir para a greve.
Sucede que os médicos estão em greve durante dois dias, com o apoio das suas organizações sindicais e da sua Ordem, não por questões salariais ou outras, de natureza pessoal, mas sim pela defesa do Serviço Nacional de Saúde, pela qualidade dos serviços hospitalares, pela nossa saúde.
Esta greve é fruto de intransigência, sim, dos "porcos" que estão a destruir o que resta deste país: a economia, a saúde, a escola, enfim, o direito a uma vida condigna de todos os portugueses.

Estado de catástrofe

Hoje à tarde, na AR, discute-se o Estado da Nação. De verdadeira catástrofe: economia em recessão, empresas falidas, famílias empobrecidas, mais de um milhão de desempregados, país mais endividado, buraco orçamental de dois mil milhões de euros; enqunto continua o regabofe das rendas das parcerias público-privadas, dos subsídios das fundações, das reformas douradas e salários milionários.
Se não acordarmos, se não resistirmos (seguindo o exemplo dos nossos irmãos e vizinhos), vem aí mais austeridade. Depois da função pública, o ajuste de contas será com os trabalhadores do sector privado e os utentes da educação e da saúde.
Podem ter a certeza.

sexta-feira, julho 06, 2012

O crime vai continuar

A política de austeridade tem-se revelado absolutamente prejudicial. Devastadora para as famílias, os trabalhadores, os reformados, ruinosa para as empresas e a economia, desastrosa para o país.
Como se tudo isto não fosse já suficientemente grave, a política de austeridade tem-se mostrado ainda completamente inútil pois tem agravado a dívida externa e o défice público em vez de contribuir para a sua redução.
E finalmente, 
política de austeridade é, em muitos aspectos, inconstitucional, como o próprio Tribunal Constitucional reconhece ao vetar o corte dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos, por violação do princípio da igualdade.


Trata-se, portanto, de uma política dolosa, ilegal, criminosa. Mas os delegados da troika revelam-se dispostos a continuá-la, alargando os cortes ao sector privado.

sábado, junho 30, 2012

Cegos, surdos e mudos

Ontem à noite, em Coimbra, milhares de pessoas fizeram fila contínua, durante mais de meia hora, para entrarem no recinto da Praça da Canção, onde assistiram ao espectáculo SOMOS NÓS OS TEUS CANTORES, homenagem a Adriano Correia de Oliveira e José Afonso com a participação de Sérgio Godinho, Vitorino, Janita, Brigada Victor Jara, Jorge Cruz, Manuel Freire, Raíses de Coimbra, Segue-me à Capela, Paulo Vaz de Carvalho e Mariana Alves da Costa.

No final, Luís Lobo, da organização, diria que "foi fantástico" e "talvez, sem errar, a maior homenagem que se fez a Zeca e a Adriano e logo na cidade que cantaram."
Apesar disso, como se não tratasse de homenagear os dois nomes cimeiros da música popular portuguesa, como se na homenagem não tivessem participado alguns dos mais destacados cantores e músicos portugueses no activo, como se o público não tivesse comparecido em massa no acontecimento, a comunicação social ficou cega, surda e muda: a televisão não viu, a rádio não ouviu e a imprensa nada disse. Assim se maltrata a cultura popular da nossa terra!

terça-feira, junho 19, 2012

Piadas, em bicos de pés

A actual crise do sistema capitalista começou, em 2008, nos EUA, mas rapidamente se desviou para a Europa, num ataque sem precedentes ao Euro por parte dos mercados, que é como quem diz, da acção concertada dos especuladores financeiros e das suas fiéis agências de rating.
Perante este furacão, em quatro anos, o que fizeram a União Europeia e os seus órgãos dirigentes? Rigorosamente nada. Ou pior, abdicaram das suas competências e responsabilidades, entregando a liderança ao eixo alemão-francês, e puseram-se a jeito dos grandes interesses financeiros adoptando uma política de austeridade cega, recessiva e anti-democrática (nalguns casos levou até à substituição de governos eleitos, por gestores nomeados por Bruxelas!).


Agora, quando finalmente até o G 20 (grupo das 20 maiores economias mundiais, de que também fazem parte a UE e, a título individual, Alemanha, França, Itália e Reino Unido) vem alertar para o fracasso da política de austeridade (seguramente com a preocupação que o afundamento da Europa se propague ao resto do mundo) e os países do euro se "dizem" determinados a defender a moeda única — ainda que, mais uma vez, tudo não passe de palavras e intenções daquelas que o inferno está cheio! — Durão Barroso apenas tem para dizer que a Europa recusa receber lições de democracia ou economia
É normal, para nossa desgraça! De um palhaço e anão (sem a mínima ofensa para os ditos!) só podemos esperar piadas (mesmo de mau gosto), em bicos de pés!

segunda-feira, junho 18, 2012

A utopia é amanhã!

Se eu pudesse riscava a palavra utopia dos dicionários. Mas claro não posso, não devo e nem o faria. Eu penso que nós, e há que reconhecer que os jovens são muito sensíveis à idéia da utopia. Mas como toda a gente sabe, digamos, a utopia é alguma coisa que não se sabe onde está. O próprio termo está a dizê- lo: U e topos. Portanto, algo que não se sabe onde está. Que se supõe que existe mas não se sabe onde está. Repara: há uma contradição interna no conceito de utopia, sobretudo no uso que se faz dele como algo que, de repente, toda a gente diz ou diz-se muitas vezes, todos nós precisamos de uma utopia. Eu acho que não precisamos de uma utopia. Então, quando digo que riscaria a palavra utopia e [....] se eu tivesse que substituí-la, então, enfim, substitui-la-ía por uma palavra que já existe: esta palavra é simplesmente amanhã. É para amanhã o trabalho que hoje se faz. Portanto, coloquemos aquilo que é utopia, aquilo que é o conceito, não o coloquemos em lugar nenhum. Coloquemos no amanhã e no aqui. Porque o amanhã é a única utopia [...]. fragmento de entrevista de José Saramago ao programa de rádio Mundo do Fórum, em 2005


José Saramago faleceu fez hoje dois anos. Mas, quem assim fala não morre! As suas ideias, as suas convicções, a sua luz, continuam connosco. 

domingo, junho 17, 2012

Contra a austeridade, a Esquerda perdeu mas não verga

Afinal a Direita pró-troika venceu na Grécia. Mas a vitória foi por pequena margem e não é clara ainda a composição do governo presidido pela Nova Democracia. Com este resultado, uma aliança dos partidos que apoiam a troika, a Nova Democracia e o Pasok, permite a formação de um governo maioritário – devido ao bónus de 50 deputados que a ND conquista por ficar em primeiro lugar. O Pasok, porém, já veio dizer que só aceita ir para o governo se a Syriza também for, o que já foi descartado pela coligação da Esquerda.


Alexis Tsipras, líder da coligação, reconheceu a derrota eleitoral mas insistiu que a única maneira de sair da crise é reverter as medidas de austeridade e garantiu que a Syriza se oporá a uma aliança dos poderes do passado, dentro e fora do país.
“Centenas de milhares de pessoas hoje quebraram o medo. A Syriza enviou ao mundo uma forte mensagem contra a política do memorando. A Syriza garante uma forte oposição contra um governo fraco. Não trairemos a confiança do povo grego.”, declarou.

sábado, junho 16, 2012

Finalmente!

O futuro da zona euro joga-se na Grécia.


Finalmente, os chantagistas do Eurogrupo e do FMI perceberam que estamos todos no mesmo barco e que mantê-lo à superfície (e a navegar) depende, em grande medida, da decisão soberana do povo grego.

sexta-feira, junho 15, 2012

Quem censura (e quem está com) o "governo"?

Cerca de um milhão e duzentos mil desempregados, a queda imparável da economia e a destruição do tecido empresarial, mais de dois milhões de portugueses a (sobre)viverem abaixo do limiar da pobreza e a maioria a desenrascar-se como pode com salários e pensões de miséria e o agravamento brutal dos custos da saúde e da educação e dos preços dos bens de primeira necessidade, dos transportes, da energia, a que se acrescenta uma pesada carga fiscal, são motivos de sobra para censurar fortemente a "governação" responsável por esta tragédia económica e social que empobrece os portugueses e destrói o país.


Por isso, o PCP vai apresentar uma moção de censura contra o Executivo. E o Bloco de Esquerda, naturalmente, vai apoiar favoravelmente a iniciativa. Porque ambos rejeitam frontalmente a continuação da crise social.
O P"SD" e o P"P", que apoiam a política de destruição nacional, são contra a censura ao seu "governo". Compreende-se.
Já o P"S", afirma que não quer uma "crise política", preferindo, portanto, que a crise económica e social continue. Mesmo que se auto-proclame socialista, a sua atitude, por muito que possa doer ao povo de Esquerda, não admira vinda de quem subscreveu e aceitou o Memorando da Troika e a sua política de agressão.