Se o actual Governo tivesse verdadeiramente por objectivo a melhoria do ensino no nosso país, a última coisa que teria feito seria ter transformado os professores em bodes expiatórios da situação a que a Educação chegou em Portugal, a qual se deve, sobretudo, às políticas erráticas do ministério da tutela. Porém, em vez de seguir os bons exemplos dos países europeus mais desenvolvidos como a Islândia, a Finlândia ou a Noruega, onde os docentes não apenas são socialmente respeitados e dignificados, como não são submetidos a qualquer avaliação vexatória (como aqui, aqui e aqui é confirmado), José Sócrates preferiu eleger os professores como inimigo público de estimação e alvo preferencial da sua política economicista de corte nas despesas públicas. Para esse fim, impôs-lhes um estatuto gravoso e humilhante que, entre outras malfeitorias, conduziu à divisão da profissão em duas categorias, estabelece uma prova de ingresso na função e abre a porta a um novo modelo de avaliação (com este objectivo, o primeiro-ministro de Portugal e a sua ministra da Educação não hesitaram, sequer, em afirmar que os professores não eram avaliados o que, como aqui se comprova, não passa de uma despudorada mentira, da qual, se fossem pessoas sérias e decentes, deviam pedir desculpas públicas).
É contra este vergonhoso opróbrio que os professores têm vindo a lutar, como nunca antes acontecera, a ponto de terem feito, em 8 de Março, a maior manifestação de que há memória desde o 25 de Abril.
Por isso o entendimento conseguido entre a Plataforma Sindical e o Ministério, embora não deva ser negligenciado, sabe-lhes a pouco.
Por isso o Dia D' hoje é importante e decisivo para afirmarem que, com ou sem assinatura do entendimento, continuam unidos e dispostos a lutar, não apenas contra a irracionalidade do modelo de avaliação que o Ministério da Educação pretende levar por diante, mas sobretudo por uma profunda revisão do estatuto da carreira docente que o expurgue das injustiças que encerra.
Respeitar os professores é preciso. E urgente. Em nome da Educação. E do desenvolvimento a que o país tem direito.
respeitar o professor
ResponderEliminaré respeitar a si mesmo