Alguém afirmou que, não fora o problema da corrupção e Portugal poderia ser um país tão desenvolvido como a Finlândia.
Embora aceite a afirmação como verdadeira, entendo que também podemos ver esta relação causa-efeito de modo inverso. Ou seja, a meu ver, é por sermos um país com um apreciável défice de desenvolvimento — a que não são alheias as nossas carências em matéria de alfabetização, escolaridade e educação, e as fragilidades da nossa cidadania, tão indulgente com as arbitrariedades e os desmandos do poder político e a sua promiscuidade com o poder económico — que a corrupção encontra em Portugal terreno propício para grassar, alimentando fortunas fáceis, ao mesmo tempo que impede o país de se desenvolver.
Não admira, por isso, que Portugal tenha registado, em 2007, um dos maiores níveis de corrupção entre os países da OCDE, tendo ficado na 28.ª posição da classificação da Transparency International, atrás de países como Singapura, Hong Kong, Chile, Barbados, Santa Lúcia, Uruguai e Eslovénia e, pior do que isso, evidenciando uma tendência para o agravamento da situação durante o mandato do actual governo. Talvez isto ajude a perceber as escandalosas nomeações de ex-"governantes" e destacados militantes do P"S" para os conselhos de administração das grandes empresas… As negociatas com o Estado não precisam de administradores com currículo profissional desde que eles tenham peso político, não é verdade?
Sem comentários:
Enviar um comentário