Desde cedo se percebeu que Sócrates não iria querer perder a guerra com os professores, que a sua incompetente e inábil ministra da Educação comprou. Mesmo que estes tenham sido capazes desafiá-lo com a participação em peso na maior manifestação de que há memória desde o 25 de Abril. Depois de ter batido em retirada face à contestação popular ao fecho das urgências e servido a cabeça de Correia de Campos, era certo que não aceitaria ser derrotado outra vez, a pouco mais de um ano das eleições, ainda por cima, por uma corporação de professorzecos.
Por isso, Maria de Lurdes Rodrigues não será demitida, já o sabemos. E, ao fim e ao cabo, é bom que não o seja. É bom que se mantenha, qual lancinante ferida em carne viva, na memória de todos os professores, para que, na hora de votar, não esqueçam o vilipêndio e a humilhação de que foram vítimas.
Também por isso, a famigerada avaliação dos professores não será suspensa. Mesmo que, na prática, seja isso que vai (está a) acontecer. Na realidade, de cedência em cedência, a ministra quer agora que se faça, ao menos, uma avaliação simplex dos professores contratados e dos que estão em vias de progressão, os quais serão avaliados a sério, como todos os outros, no próximo ano.
Deste modo, o Ministério e o Governo salvam a face perante a opinião pública. Brilhante!
O que se pergunta é se é aceitável que se tenham arrogado a perturbar o funcionamento das escolas e o desempenho dos professores, durante um ano, através de um braço-de-ferro tanto mais estúpido e incompreensível quanto serviu verdadeiramente para coisa nenhuma?!… Obviamente que não. E, num país de cidadãos atentos e exigentes, isso teria consequências políticas. Em Portugal, infelizmente, tenho as minhas dúvidas…
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